F R A G I L E escrita por Scorpion


Capítulo 3
03. Colisão.


Notas iniciais do capítulo

Hellô people do meu heart! q
Então... Tem gente "nova" por aqui ç-ç
Líís! Bem vinda ao meu mundo louco de fics lindaaaas! *-* qq
Então, quem leu a Maxduro? Ahn? Ahn?
Quem não leu vá leeer!
https://www.fanfiction.com.br/historia/219789/Maxduro
Essa fic é risada certa!
E pra quem não sabe direito o que é hemofilia... Ai vem a explicaçao.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/219926/chapter/3

03. Colisão.


A hemofilia é uma doença genética que consiste na incapacidade do sangue para coagular. Se caracteriza pela aparição de hemorragias internas e externas, devido a deficiência total ou parcial de uma proteína coagulante, determinada globulina anti-hemofílica.

Quando há carência ou déficit de algum fator coagulante o sangue demora mais tempo para formar o coagulo e, ainda que chegue a se formar, não se forma uma boa capa para deter a hemorragia, por tanto, nos hemofílicos até pequenas feridas podem originar abundantes e até mortais perdas de sangue.

* * *

Quando as tentativas de minha mão fracassaram em sua missão de me fazer ver o porque eu era um menino “especial”, me presenteou meu primeiro livro. Só tinha 10 folhas e o titulo era: “Hemofilia”.

Eu era muito jovem para conhecer a palavra. E quando perguntei a mamãe por ela, me disse que era uma doença e que eu a tinha.

Quando li o livro, interessado em minha doença, pensava que em seus palavras me diria a forma de me curar, talvez com uma sopa com frango que fosse preparada por minha avó, ou inclusive estava disposto a ingerir um xarope com um sabor horrível. Mas só foram palavras difíceis de entender, e sintomas que não conhecia.

Fui com minha avó e perguntei pelo significado de “mortais”, quando, com pesar, de seus lábios saiu a palavra “morte” não tinha que se tratar de um gênio para compreender que se eu me machucasse, ou me cortasse, meu sangue não pararia de sair, causando minha morte.

Aceitar o conceito de sua própria morte ao seis anos é muito difícil. Viver com o risco, é pior. Se não continuo meu tratamento como o doutor indicasse posso morrer com um chute em meu joelho, se minhas articulações danificassem.

Foi assim como minha doença me puxou para o exilo. Meu único entretenimento era ver da minha janela meus vizinhos correr, jogar futebol e brigar sem medo algum.

E em silencio só podia me reprovar por não ser como eles

“Você é especial, Gerard”

E de que me servira? Não quero ser especial. Quero como ser os outros...

* * *

Cheguei em meu apartamento jogando o casaco no pequeno sofá. Havia tido um dia péssimo. Tedioso na livraria por falta de clientes e, quando chegava um, a maioria das ocasiões eram garotas que pediam Romeu e Juliera.

“É melhor que o filme com Leonardo DiCaprio?” perguntavam.

Mas, como comparar o maior dramaturgo inglês da história com um filme de Hollywood?

Como minha boa educação me permitia sorria e dizia que adorariam o livro.

Felizmente o São Valentin havia passado. E havia saído deste dia são e salvo. Deixei as rosas em um vaso com água. Pensava em entrega-las no dia seguinte. Mas uma mensagem na secretária eletrônica fez meus planos mudarem.

“Hey Gerard. Olha, sei que certamente você só quer dormir e esperar que chegue o dia 15 de fevereiro, mas, como o irmão que sou, não posso permitir que fique em casa em uma sexta a noite. Então, que acha de sair? Algo tranquilo. Sei que você não gosta dos lugares barulhentos. Só vamos conversar, escutar poesia e musica de guitarras. O que você acha? Iríamos Brittany, Ray, Steve, você e eu, o que diz? Se me disser sim te esperamos as dez na casa de Donna, ok? Nos veremos logo Gee, espero”

Steve era um amigo em comum que meu irmão, Ray e eu tínhamos. Morava na casa ao lado de minha mãe o que a deixava muito contente porque dizia que tínhamos um bom motivo para visita-la.

Peguei então a saída como uma possibilidade mais próxima para entregar as rosas, e uma maneira para me distrair por duas horas, porque nunca perderia um só de seus programas. Primeiro um raio teria que me partir.

Tomei uma ducha rápida. Coloquei um jeans pretos, camisa preta e uma jaqueta de couro, oh, sim, preta. Penteei meu cabelo com meus dedos para cima e depois para o lado, este cobria minha testa e um pouco dos olhos. Um pouco de maquiagem preta ao redor dos olhos e estava pronto.

Cheguei primeiro a casa de Donna. Minha mãe me recebeu com um sorriso e um ruidoso beijo na bochecha esquerda.

–Gerard, como está? Com certeza veio ver Steve. –Me sorriu, compreendendo, como a mulher desinteressada que sempre foi, que ir vê-la sempre estava em segundo plano.

–Sim, mas queria para te cumprimentar e lhe entregar isso. –Lhe mostrei a rosa. –Feliz São Valentin Donna. –Sorri. –Ray te mandou.

Minha mãe pegou a rosa com cuidado e depois riu audivelmente.

–Te amo Gerard. –Seu nariz roçou em meu pescoço e depois inalou com força, como se quisesse guardar meu cheiro. Tal gesto sempre me deixou encantado, então devolvi animadamente aquele abraço aquecedor.

–Eu também mamãe...

O som de uma buzina nos fez separar. Dentro do carro Volvo preto se encontrava meu irmão e meus amigos. Lhes cumprimentei com a mão.

–Já vou Donna.

–Cuide-se Gerard, logo verá que sua vida irá melhorar querido.

Me surpreendi com seu comentário, então, desconsertado, recebi o beijo na bochecha para depois entrar em silencio no carro.

–Gee! Fico feliz que tinha decidido sair da toca.

–Sim, eu também. –O desconforto se vai e abre passo para um pequeno riso que deixo sair pelo comentário de Ray.

–Você verá que o lugar onde vamos você ira adorar cunhadinho. –Brittany fala, se encontra no branco dianteiro, ao lado de Steve. –É tranquilo, silencioso, poético... Assim como você. –Sorriu.

–Ok, visto por este ângulo parece que sou muito chato, heim?

–Não irmão, você só é especial. –Especial. Essa maldita palavra outra vez. Abaixei o olhar derrotado por aquela pronuncia. Mikey notou e segurou minha mão. Estavamos nos bancos de trás, um ao lado do outro. –Me esculpe Ge...

–Não importa. –Oprimo com mais força essa mãos que aperta de volta, o que sempre havia feito. Sorri fingindo estar bem, como sempre faço. E, como sempre, Mikey acredita na farsa que cobre meu rosto.

Meu irmão, juntamente com minha mãe, são as únicas pessoas vivas que conhecem sobre minha doença. Nem sequer havia dito para Ray. Nunca quis que Mikey ficasse por dentro, mas era impossível esconder quando, todas as noites, minha mãe me injetava o fator anticoagulante. Meu pequeno irmão, a partir de então, se tronava meu super herói pessoal.

As vezes sinto que teve que pegar o papel de irmão mais velho de mim. Sempre cuidou de mim, e eu continuo sem poder recompensa-lo...

* * *

Chega e a descrição física que Brit me deu era correta. O ambiente era aconchegante, silencioso. Parecia que todos se comunicavam por sussurros. A musica da guitarra se ouvia lenta e hipnotizante, assim como a voz do primeiro poeta que oferecia seu talento ao pequeno grupo de pessoas ao seu redor.

De imediato pegamos uma mesa no centro do salão para escutar o garoto, de não mais que vinte anos, declamar com doçura.

Steve e Mikey chegaram com uma doação de bebidas alcoólicas. Peguei o uísque sem arrependimento algum, para em seguida desfrutar da musica e conversa tranquila.

Obrigado meu amor, por ter sido em minha vida
mais que o tudo,
por ter me ensinado que até o mais bonito
as vezes espinha.

Era próximo das doze e nós continuávamos aqui, mas minha urgência para voltar ao meu apartamento e escutar a adorável voz de meu locutor favorito crescia proporcionalmente aos passos que dava os segundos de meu relógio.

Steve me prometeu que nós iríamos em alguns minutos mas, por seu sorriso enviado a mesa do lado, onde uma linda ruiva lhe olhava fascinada, não podia acreditar que era verdade.

Obrigado porque me deu seu tempo, sua alma, seu corpo
e o entregou em forma de palavra.

O poeta continuava declamando mas eu me levantei com uma rapidez assombrosa e fui ao banheiro. Começava a me desesperar quando vi a hora. 11:46.

Não chegaria, pela primeira vez desde que descobri esse programa, chegaria tarde ao meu encontro com o radio.

Molhei meu rosto e amaldiçoei minha má sorte enquanto a voz do poeta continuava se escutando pelos autofalantes que haviam no banheiro.

Hoje me vejo sem poder dormir, dando voltas.
Com pedaços de lembranças, pedaços de memórias
que não encaixam
que doem
que afastam...

Um dos cubículos se abriu deixando livres dois homens. Um deles de cabelo loiro e olhos azuis, alto e com a pele bronzeada. O outro mais baixo que o primeiro tinha o cabelo grande e preto, escondendo um pouco a metade de seu rosto, pele branca e olhos de uma indescritível cor, mas, o que mais chamou minha atenção foi a boina que usava nesse momento, marcando um rosto angelical.

Ambos estavam arrumando suas roupas e minha fingida inocência pode imaginar o por que.

Sei que foi minha culpa, mas não consigo me acostumar
que as horas sejam tão frias.
Sei que deveria, que eu te ensinei,
mas não consegui desta vez,
sinto falta de seus beijos e seu riso,
suas mãos sobre as minhas...

–Foi maravilhoso. –Escutei que o loiro lhe dizia com um sorriso de flerte. Eu tentava me afastar o máximo possível deles enquanto molhava meu rosto e meu cabelo. –Quando voltaremos ao nos ver?

O de cabelos negros só levantou os ombros sem deixar de enxaguar suas mãos.

–Quero voltar a te ver.

–Talvez em seus sonhos Jason. De outra forma não é possível que você e eu voltemos a nos encontrar. –Sacudiu as mãos em frente ao loiro homem que grunhiu.

–Você é um estúpido!

E saiu batendo a porta com força.

–Idiota... –Murmurou o desconhecido com um sorriso adornando suas feições finas.

Sei que foi muito obvio de minha parte lhe olhar assim sem poder afastar meus olhos de seu rosto, mas sua beleza era completa. Embriagante... Como uma rosa vermelha.

–Olá. –Me cumprimentou antes de pegar um cigarro.

–Olá. –Respondi abaixando o olhar.

–Quer? –Me ofereceu a carteira de seus cigarros. Neguei com a cabeça. Ele desviou o olhar e acendeu o seu. –Esse Jason é um idiota. Acredita que com uma boa transa já tem direito sobre minha vida. –Negou com a cabeça e deixou sair a fumaça entre seus lábios rosados. –Como se chama?

Retirei meu olhar assustado de seus hipnotizantes lábios para olha-lo nos olhos.

–Gerard Way. –Disse com integridade. –E você?

Se pudesse fazer algo,
o faria,
se valesse a pena hoje que já não vale de nada
qualquer coisa lhe daria
não te dei quando era preciso, admito,
mas quem não se engana, que me diga. (*)

O poema acabou e a voz do poeta se extinguiu para dar passo aos desconexos aplausos.

Frank Iero. –Me respondeu e sorriu.

(*) Fragmento do poema
GraciasDon Diablo



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

OLHA QUEM APARECEEEEU! Frankolino *-*
Espero que estejam gostando *-*