F R A G I L E escrita por Scorpion
Notas iniciais do capítulo
Bem, primeiramente: Seja bem vinda Vivick é um prazer te ter aqui, mesmo que já estejamos no final.
E, obrigada Caa Iero por notar meu desanimo e tal. Sim, fico bem triste ao vir aqui e, sabendo que tem TANTA gente acompanhando a historia, mas que só, no maximo, cinco pessoas deixam um review, ou seja, menos de um quarto do pessoal que acompanha. É.
Pra essa parte a Umiko pediu para que ouvissem uma musica. Pra quem gosta de ler com trilha sonora, aqui está.
http://www.youtube.com/watch?v=zDJEhb9aDmk
Boa leitura, e obrigada para quem apareceu.
Te esquecer será fácil, eu sei
tenho apenas que deixar de ver o mar
e me cegar perante a luz das estrelas
não ver chegar a lua atrás de uma janela.
Hoje é meu momento.
Meu momento de brilhar. De renunciar ao anonimato e ser especial mais do que por causa de uma doença genética. Hoje deveria ser sorrisos e bons pensamentos. Hoje deveria ser felicidade e otimismo. Hoje deveria...
Mas, como ser alegria se todo meu corpo só sabe representar nostalgia? Como abandonar o passado e descartar aquele olhar arrependido que me deu pela ultima vez? Como parar de pensar nele, de sonhar com ele... De... Sentir falta dele?
Como é que dizem que me chamo?
Fecho os olhos e volto a abrir com uma ansiedade desesperada. Talvez assim seu olhar avelã, apagado e miserável, se apague do interior de minhas pálpebras.
Dias sem poder esquecer sua voz me perguntando “É isso que você quer Gee?”.
Meu peito arde. Sua voz, igual a acido, queima meu tórax, e eu imóvel só posso esperar que a ardência termine.
Mas nunca acabada...
Te esquecer será fácil, eu sei
tenho apenas que te arrancar de minha pele
e fechar ao mesmo tempo portas e janelas
não ver chegar a noite, nem o amanhecer.
-Gerard, você está bem? –Sua mão fina se desliza pelo contorno de meu ombro deixando, antes de se retirar, um suave aperto.
Levanto meu rosto e não foco meu olhar em seu rosto, me perco nas paredes revestidas dele. São seus olhos, é sua boca, são minhas recordações e minha dor.
-Gerard? –Seu tom havia se tornado um pouco mais preocupado e suas mãos seguraram minhas bochechas com carinho. Enfim a vejo, e um sorriso faz brilhar as teias de aranha amontoadas ao redor de seus olhos opacos. –Querido, esta é sua noite. Aproveite.
Finjo um ligeiro sorriso. Certo. É minha noite. Minha noite como uma nova sensação no mundo do papel e grafite. A descoberta de um jovem e melancólico.
É minha noite. Meu momento.
Sou só eu.
Mas tudo é uma fantasia. Havia me proposto a ser diferente. Havia me proposto a deixar de ser eu. Sim, porque sem você eu não existo.
“Sinto sua falta”.
E me odeio tanto por isso!
Te esquecer será fácil,
tenho apenas que tapar meus ouvidos
aos cantos das aves
e ao murmúrio penetrante dos rios
te esquecer será fácil, eu te digo.
É questão de não escutar meus batimentos...
As pessoas se aproximam para me felicitar. Estão aqui meus amigos. Minha família e aquele dono da galeria onde hoje meu trabalho é exposto.
Mikey abraça sua, enfim, esposa enquanto escuta atentamente o homem gorducho que parabeniza minha mãe por seu talentoso filho. Ray aperta com força meu ombro ao escutar este, me dando força. E tudo é um sucesso.
Meus desenhos são atraentes e comoventes. O que um critico me deu a entender.
“É o olhar mais lindo que eu vi”. Havia me dito Brittany me fazendo enrijecer e sentir as pesadas lagrimas se amontoando desesperadas, lutando para sair.
Hoje deveria ser todo Gerard Way;
Mas sou só um fantasma. Sou só um monte de recordações reunidas em um corpo descartável. Só sou a sobra de um amor impossível, e a dor de uma realidade.
“E eu que pensava que para te esquecer não precisaria mais do que um pouco de força de vontade”.
Te esquecer será fácil, eu sei.
tenho apenas que matar um sentimento
e tampar o sol inteiro com um dedo
Mudar meu coração por um de papel...
-Gerard!
O discurso do senhor Sei-la-como-se-chama é interrompido por uma voz alegre e passos escandalosos. Levanto o olhar e descubro uma cabeleira bagunçada se movendo ao ritmo de seus acelerados passos.
E, bem em frente a mim, deixo de ver o cabelo loiro para me concentrar na sensação que me produz seus abraços e minha falta de respiração. Solta uma de suas acostumadas e espontâneas gargalhadas e murmura “Felicidades” ao menos cinco vezes perto de meu ouvido. Como é possível que alguém seja tão explosivo e animado? É algo que eu continuo me perguntando. Mas, se tratando de Bob Bryar, eu já tinha me acostumado a deixar as perguntas de lado e simplesmente me deixar levar pelos sentimentos e as primeiras impressões.
-Estou tão orgulhoso de você. –Comenta se separando, mas não muito afastado de meu espaço pessoal. –Claro que não vi todo seu trabalho, mas sei que é sensacional. –Sorri e sacode sua cabeça em um gesto muito típico. Um gesto muito Bob.
Logo sua alegria e positivismo começam a me contagiar. Meu sorriso se torna menos fingido.
Mas cai. Tão rapidamente como chegou, e tão natural cai como todo o bem que me aconteceu na vida. Porque o vi. De pé, em frente a mim, analisando a sessão intitulada “Em tinta azul”.
Parece melhor que nunca. Com um terno escuro, uma gravata preta e o cabelo perfeitamente arrumado.
Vira seu corpo para mim. É possível agora observar seu rosto pálido, iluminado pelas luzes que adornam a sala, fazendo brilhar o rosado de seus carnudos lábios. Exploro seu corpo com meus olhos. Desde o penteado até os pés, e não pude evitar sorrir internamente. Tanta formalidade não é própria para ele, por isso que traz consigo esse par desgastado de seu tênis preto.
-Esquecer não é nada fácil. –Escuto uma voz sussurrando ao meu ouvido. Viro um pouco a cabeça e me encontro com o sorriso dourado de Bob.
Volto a me perder na nostalgia enquanto meu rosto vira para enfrentar seus olhos. Apenas sou consciente da voz de Mikey murmurando algo, mas perco o calor que me rodeava, e quando dou a volta minha família e amigos avançam para as exposições. Eu então fico só em frente a ele.
“Te esquecer será fácil”. Repito em minha mente, ao mesmo tempo em que perco o brilho de seu olhar e sinto o coração acelerar com mais força, com cada passo que dá até mim.
-Que bobagem. –Digo conclusivamente. Para te esquecer precisaria não estar vivo.
Te esquecer será fácil, eu te digo
é questão de esquecer que eu tenha nascido.(*)
De pé, frente a frente. Vejo seu queixo tremer e sinto meu próprio joelho estremecer. Sem aviso prévio seus braços se agarram a mim e sua cabeça se esconde em meu pescoço. Suspiro resignado. Aceitando com pesar o quanto que senti falta de seu cheiro de tangerina e madeira.
Me derreto em seu abraço e automaticamente correspondo o prendendo a mim pela cintura. Aspiro profundamente seu aroma e sorrio inevitavelmente. Me sinto flutuar. Me sinto feliz. Iludido e apaixonado.
O momento perfeito que se interrompe por suas palavras. O encontro intimo quebrado por sua voz, como sempre.
-Eu te amo. –Sussurra contra meu ouvido.
E pela primeira vez não arruína o romantismo.
-Te amo Gerard. Te amo tanto...
Com voz soluçante me fala enquanto minhas bochechas já sente a umidade de meu choro.
(*) Olvidarte - Francisco Céspedes.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
HM, ai o pessoal fica beeem louco mesmo. Mas, não se esqueçam, não sou eu que indico o fim do capitulo. IUHASDIU
Mas aguardem, mais tarde vem o outro x_x
Umas 6/7 estou aqui de novo. Até.