Witch escrita por MFreeak


Capítulo 23
O Começo Do Fim


Notas iniciais do capítulo

Viram só como eu não demorei? Haha. Galera, leiam as notas finais, tenho notícias importantes sobre a reta final de Witch, que não es´ta muio longe..
Sim, a fic está chegando ao fim..



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Imagine-se em um lugar escuro, sem nenhuma luz, como se a escuridão por trás das suas pálpebras emergisse em todo ao seu redor. Imagine seu corpo como uma grande esfera que flutua em qualquer lugar, a cor da esfera é purpura, roxa e azul claro ao mesmo tempo, intensa e calma, radiante e fraca.

Agora imagine um ser em formato de gato para a frente de você, brincando com você, você passa por cima do gato, ele brinca com você, ele corre atrás de você, você deixa ser pega.

Você agora não é uma esfera, você é um gato, e pode fazer o que você quiser.

Você pula sobre galhos e muros, você sente a leveza do seu corpo, você enxerga muito bem.

Você acorda

— Wow — Eu suspirei exalando energia intensa de dentro do meu corpo.

A conexão com o Penumbra tem me deixado mais calma e forte a cada processo, eu realmente estava precisando disso, lidar com o estresse de Lilith não foi fácil.

O dia seguinte era dia de escola, depois da bombástica festa de Halloween e seu feriado, estávamos todos com vontade de morrer em plena segunda feira, até agora, nada fora do normal.

Blake faltou a escola hoje, ele não saiu do quarto, não que eu tenha visto.

Eu prometi ir com a Anjolie até a biblioteca municipal, lá com certeza deve ter alguns livros sobre bruxaria, ou na Loja das 13 Luas talvez.

Eu estava colocando o colar do Penumbra no armário quando o Creg apareceu do meu lado, ainda era estranho vê-lo energizado e ativo na escola, o efeito de Lilith deve ter saído completamente dele.

— Temos que vigiar a Lilith de agora em diante, será que ela fez alguma vítima nova? — Ele perguntou.

— Eu não tenho ideia, mas vamos observá-la de longe, quanto menos contato tivermos com ela, melhor.

— Tem razão — Ele se encostou no armário e estalou os dedos — Quais são suas aulas agora?

— Geografia, com a Mila, você tem aulas com a Lilith certo?

— Sim — Ele resmungou

— Cuidado okay?

Ele me mandou um sorriso e fomos para nossas salas, eu sentei ao lado da Mila.

— A lua negra está chegando — Disse ela

— Eu sei, mas nós não celebramos ela, certo?

Lua negra é a Lua nova, a que vem depois da lua minguante, ela é escura e sombria, não há nada de errado em celebrá-la, já que toda a luz tem sua escuridão, mas ela pode acabar trazendo forças um pouco indesejáveis para quem não souber exatamente o que está fazendo.

— A lua é regida por Deusas negras, como Kali e a deusa Lilith. Eu acho que a Lilith ficará mais forte nesta lua, então temos que estar preparadas.

— Certo, mas por que você acha que ela vai ficar mais forte nela?

— Ela é realmente uma vampira psíquica, e a Deusa Lilith é conhecida como a rainha dos vampiros, ou dos Íncubos e Súcubos, e Kali uma deusa do sangue, elas e várias outras regem a lua negra... E não é apenas isso...

— O que mais?

Mila suspirou pesadamente

— Lembra da história que a minha avó contou? Sobre a noite em que aconteceu aquilo tudo comigo e ela achou ter visto a Sarah lá?

— Sim

— Aquilo aconteceu em uma lua negra, eu me lembro bem.

Faz sentido, mas eu ainda acho que estamos deixando alguma coisa passar, porém, o que devemos fazer agora é esperar...

Depois de algum tempo na escola, eu perguntei sobre como foram os primeiros dias de Mila aqui em Salem, ela morava em Boston, ela gostava de lá, e quando ela veio morar aqui, Sarah foi sua primeira amiga, ela disse que Sarah era uma pessoa muito diferente de quem ela é hoje, ela era engraçada, bondosa, amigável, e muito gentil com todos os que fossem gentis com ela. Ela não tem ideia do que aconteceu para ela ter mudado tanto.

Quando saímos da escola, eu e Anjolie fomos para a biblioteca. Lá era bem grande, havia uma grande porta de vidro para a entrada e dois andares, cheios de livros e estantes gigantes. Fomos para a sessão do ocultismo e ela pegou vários livros de uma vez só e os colocou em cima de uma mesinha com um pequeno sofá ao lado, vários nomes e símbolos passaram pela minha visão, e Anjolie estava pronta para entrar de cabeça.

— Se quiser perguntar alguma coisa, saiba que nós estamos sempre por aqui. — Pisquei para ela e ela sorriu.

Ela perguntou algumas coisas mas deixou que a maioria delas fossem respondidas pelos livros, ela perguntou se nós nos casávamos com o diabo, se existia o diabo ou jesus, o que eram fadas, para que serviam as velas, se usávamos Latim em feitiços, como fazemos feitiços, encantamentos, e coisas assim, eu respondi todas calorosamente. Quando já tínhamos que ir embora, Anjolie pegou uns 4 livros para ler em casa, ela gostava de ler e estava bem interessada no assunto.

Durante o caminho para fora da biblioteca, eu senti uns arrepios na espinha, eu ia perguntar para Anjolie se ela estava sentindo também, mas ela estava absolutamente normal. Eu olhei para trás e estava tudo movimentado, eu olhei para frente e estava tudo calmo, tudo estava normal.

Quando me distraí por uns segundos, vi a calçada um pouco a minha frente cheia de folhas derrubadas pelo outono... Algo estava errado com elas. Elas estavam se afastando umas das outras, como quando jogamos pedras em um rio e aparecem círculos na água, estava acontecendo o mesmo com as folhas caídas, mas não havia nada lá...

As folhas se afastavam, como se estivessem abrindo espaço para alguém passar.

Passos.

Estávamos sendo seguidas?

Eu parei a Anjolie segurando o braço dela, rapidamente, peguei uma pedra e taquei com toda a minha força para onde o círculo contornado por folhas estava parado. Nada aconteceu, nem um gemido, nem uma presença. Nada. Porém, os círculos pararam de aparecer.

Eu estava ficando paranoica, com certeza, só podia ser isso.

Eu recebi uma mensagem de texto do papai, ele foi viajar para Pensilvânia, ele tinha uma conferência importante lá, e mamãe vai passar a noite das garotas com as novas amigas dela para o centro de Massachusetts, eu teria uma noite sozinha com o Blake, eu não iria sobreviver lá dentro com ele, e não tinha confiança em deixa-lo sozinho em casa, então, chamei a Anjolie e a Mila para ficar comigo hoje, Mila queria ficar sozinha, talvez fosse a lua minguante, talvez fosse seu novo estresse com o fato de sua ex melhor amiga ser não só uma vampira psíquica, como uma assassina recém amaldiçoada.

Anjolie foi para casa pegar algumas roupas, quando eu cheguei na minha, já fui direto para o quarto do Blake ver se ele estava bem, fui andando na ponta do pé para cada vez mais que me aproximasse. Queria ouvir por trás da porta para saber se poderia ouvir seus pensamentos.

Ao chegar lá, me aproximei lentamente da porta e encostei minha orelha nela, o quarto estava silencioso demais.

— Blake — Chamei ele.

O quarto continuou em silêncio.

— Eu estou aqui — Ele respondeu, sua voz estava arrastada e cansada.

— Ahn, eu posso entrar?

Eu já sabia que a resposta iria ser não, mas ouvir pelo menos um pouco de ódio fraternal dele iria me convencer de que ele está bem.

Eu ouço um murmúrio vindo de dentro, ele disse sim?

Eu abro a porta e vejo um monte escondido embaixo das cobertas, o quarto é quase igual ao meu, mas as paredes estavam repletas de pôsteres de bandas que ele gostava – algumas que eu gosto também – de games e mulheres famosas.

Eu me arrasto até o quarto, pego a cadeira giratória que tem ao lado da mesa de apoio do PC e me sento ao lado da cama.

Ele estava de olhos fechados, eu passei a mão esquerda acima do seu rosto, ele estava cheio de energia, ela latejava lentamente mas fluía como uma cachoeira, ela estava concentrada em seu corpo inteiro, eu nunca havia sentido essa concentração de energia. Eu tirei a franja grande de sua testa pálida e o toquei, ele estava quente, provavelmente febril, mas não ao ponto preocupante.

— Blake — sussurrei — Blake, você está acordado?

Ele engoliu e seco e balançou a cabeça

— Você quer alguma coisa? Quer que eu te traga um sanduíche ou água?

Ele balançou a cabeça dizendo não.

Eu passei os olhos pelo quarto, estava bagunçado, cheirando a perfume barato e cigarro fraco, seu violão estava pendurado na parede, as cordas estavam meio enferrujadas, ele não deveria tocar aquilo fazia tempo.

O Blake sempre gostou de música, ele sempre quis ter uma guitarra, mas adorava piano. Ele ganhou um teclado quando tinha 13, ele tocava aquilo horas e horas, eu gostava de ouvir. Mas, por algum motivo ele parou, assim como o seu jeito legal por mim de quando éramos pequenos.

Me levantei e fechei a porta cuidadosamente. Fui tomar banho e depois esperar a Anjolie. Quando ela chegou fomos para o meu quarto praticar um pouco.

— Vamos treinar a visualização. — Eu disse enquanto pegava algumas folhinhas de papel e picava elas em pequenos pedaços.

Pedi para ela colocar as duas mãos abertas em direção ás pequenas folhinhas e visualizar suas mãos repletas de energia, que escolhesse uma cor para esta energia, depois, imaginasse ela saindo das suas mãos com uma velocidade enorme, como se fosse empurrada.

Eu olhei para as folhas a minha frente. Elas estavam no mesmo lugar.

— Acho que ainda estou um pouco cética com tudo isso, Nicole.

Ela estava desacreditada, eu precisava mostrar para ela.

Eu fiz o mesmo que eu pedi para ela fazer, coloquei as mãos na minha frente e visualizei tudo certinho, mais alguns segundos e eu pude sentir a energia voando da minha mão.

— Nossa! — A voz dela estava falhada pela surpresa.

Eu havia não apenas movido as folhinhas como fiz elas se espalharem pelo quarto. Ficamos treinando por mais algum tempo até que ela finalmente conseguiu, e ficamos conversando sobre várias coisas também. Até que em um determinado momento nós caímos no sono.

Tudo havia começado tranquilo, era crepúsculo, e a noite estava escurecendo rapidamente, eu conseguia sentir o vento gélido penetrando na minha pele. Ao andar mais um pouco, vi corvos voando e gralhando desesperados, estavam todos fugindo de algo.

Vento, vento me puxava para longe, eu corri me esquivando das árvores que pareciam que estavam cada vez mais coladas umas nas outras.

Um galho quebra e cai em cima de mim, eu sinto dor, outro cai, e mais outro, folhas também, as raízes das árvores queriam sair da terra e puxar meu pé.

Eu tropecei, elas me pegaram, as folhas caem e tentam me esconder, o vento está mais forte, está frio, muito frio, estou tremendo.

Uma sombra preta corre na minha frente, vindo em minha direção, e junto com ela um peso em meu coração.

A sombra está mais perto, ela trás com ela medo.

Mais perto, horror

Mais perto... A sombra é Penumbra. Ele está correndo desesperado até mim.

Seus pequenos olhos azuis querem chegar aos meus em menos de milésimos de segundos, as folhas querem me esconder antes dele chegar.

3, 2..

Eu acordo, e em meus pensamentos algo me deixa com calafrios.

Blake.

Algo está errado, eu preciso vê-lo, rápido. Algo me diz que ele está em perigo.

Eu acordo Anjolie bem rápido e corro até a porta do Blake, eu tento abrir, mas está trancada.

Eu dou pontapés na porta e grito o nome do meu irmão, mas nada acontece, um silencio anormal está vindo do quarto dele. Eu tento sondar a porta com a mão esquerda.

— Selada com magia. — Eu digo. — Anjolie rápido me ajude a dissipá-la. Faça o mesmo que hoje mais cedo, visualização, energia, empurrar e não parar.

Ela concorda e nos juntamos para abrir a porta, erguemos as mãos e sentimos a barreira se destruir.

— Mais rápido! — Eu grito.

Anjolie segura minha mão com força e eu quase posso ver nossas mãos brilharem, eu me sinto mais forte e jogo toda a força mágica para a frente da porta.

A porta voa para dentro do quarto do Blake, eu nem quero ver o estrago, pois o que está lá dentro é muito pior.

— LILITH! — Eu grito e ela me olha com os olhos negros lacrimejados e a boca ensanguentada.


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Notas finais do capítulo

Eu vou fazer um capítulo e OFF aqui na fic apenas para isso, tenho informações importantes para a fic e isso deve interessar vcs. Vou colocar o cap OFF em breve.



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