Witch escrita por MFreeak


Capítulo 22
A Doce Escuridão


Notas iniciais do capítulo

Sem desculpas pela demora, mas eu realmente encarei poucas e boas com meu antigo pc, mas agora eu tenho uma boa notícia... Duas na verdade.
A primeira é que eu ganhei um notebook novo, então poderei postar com mais frequência
a segunda, é que eu já comecei a escrever o próximo capítulo, ele vai estar incrível.
PS: Perdoem o capítulo pequeno, e se eu tiver escrito algum erro (alguma coisa sem coerência com os antigos capítulos ou algo assim) me avisem para eu poder corrigir IMEDIATAMENTE! Obrigado, e boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/219537/chapter/22

A magia, assim como a natureza, não é boa, nem é ruim. Ela é como o fogo, ele pode e aquecer nas noites quentes, mas também pode te queimar. Ela é como um dia de chuva, ela pode te refrescar, mas também pode se tornar uma tempestade terrível.

E assim é a bruxa, ela pode criar uma poção para curar todas as enfermidades, mas também pode criar uma que acabe com todo o seu corpo, ela pode encantar, como pode desencantar, ela pode dar, assim como pode tirar. Ela pode abençoar, como pode amaldiçoar.

Foi isso o que a Avó da Mila havia dito.

— Mas, o que acontece quando uma pessoa é amaldiçoada?

— É como se a alma da pessoa fosse presa em uma grande esfera, e o tipo dessa esfera depende da maldição.

Eu senti um click, na minha mente, é por isso que não conseguíamos prender a alma dela, ela já estava presa.

— Existem vários tipos de maldições, maldição do amor, da sorte, do dinheiro, da vingança, coisas assim.

Eu suspirei e tentei não balançar tanto a perna.

— Senhora Guinevere, porque não conseguimos sentir a Lilith na foto?

Ela segurou a foto mais uma vez e passou os dedos pela borda, um pequeno lampejo de um sentimento de tristeza ficou evidente em seus olhos.

— Quando eu conheci a jovem menina Sarah, ela era a garotinha mais esperta que já havia conhecido, não apenas isso, ela era muito carismática, preocupada, e muito consciente para uma menina da idade dela.

Mila abaixou a cabeça e acariciou os cabelos levemente, quase como uma fada de tão delicada que seus movimentos sempre eram.

— Porém... Ela sempre foi uma garotinha muito fechada, ela não era muito de sorrir, ela sempre foi cercada de segredos. Eu enxergava ela e Mila como um Ying e um Yang, diferentes, porém completas entre si. Enquanto Mila era uma pequena tagarela, Sarah apenas ficava lendo, brincando com a grama, ou olhando para o nada.

Eu podia sentir o clima pesado no ar

‘’Sempre houve um buraco negro dentro dela...’’ Eu consegui ouvir Mila pensar.

A avó de Mila voltou a passar as mãos pela foto.

— Porém, aquela garota era incrivelmente especial, bela e delicada, como um grande e lindo vaso de vidro. — Ela suspirou, e seu sorriso nostálgico se tornou uma feição séria, e impiedosa — Mas essa garota não está mais entre nós.

Antes de perguntarmos o que ela quis dizer, ela continuou.

— Sarah sempre foi mais do que bem-vinda nesta casa, eu sentia como se ela fosse uma segunda neta para mim. Mas Lilith não.

Eu olhei para Mila e ela estava fazendo tranças no cabelo.

— Ahn... Quando foi que a Li... Sarah, mudou tanto?

Guinevere pensou, ela olhou para o grande jarro de lírios colhidas recentemente, se passaram várias coisas na mente dela, coisas que eu não consegui ler.

— No aniversário de 11 anos daquela garota, ela desapareceu. Ninguém sabia onde ela estava, nós havíamos ligado para o pai e a madrasta mas ninguém atendia. Não sabíamos o que ela estava fazendo, porém, Mila disse ela não queria ser encontrada, que ela estava com medo, mas estava pronta. Ela precisava fazer o que ela tinha que fazer, sozinha. Obviamente eu me assustei, mas se Mila estava conseguindo sentir ela, e o que ela queria, então eu já havia ficado um pouco mais aliviada.

Mila já estava desmanchando e refazendo a mesma trança no cabelo repetidas vezes, havia uma longa franja tapando metade do seu rosto, mas eu conseguia observar que ela olhando fixamente para algum lugar no nada.

— Na tarde daquele dia, eu estava colhendo algumas maçãs que estava florescendo muito naquele ano, quando eu ouvi minha neta gritando no quarto. Eu corri para lá e ela estava se contorcendo no chão, como se estivesse...

Mila estava balançado muito a perna, agora que eu me aproximei um pouco mais para a frente, eu notei onde ela estava olhando, ela estava olhando fixamente para um espaço vazio entre as flores e a parte escura da madeira, ela estava com os olhos arregalados e as pupilas dilatadas... Bem dilatadas.

— ... Como se ela estivesse se afogando. — Continuou Guinevere — Eu pensei que ela estava engasgada com alguma coisa, mas o quarto estava molhado, e ela estava lutando para respirar... Até que ela desmaiou, e por um momento eu pensei que ela estivesse morta. Não senti seu pulso, sua vibração, nem o calor que sempre emanava de sua aura... Eu não sentia nada.

Mila já havia desistido de fazer tranças e abaixou a cabeça mais ainda, fazendo seus cabelos caírem levemente para frente e fazendo uma cortina vermelha semiaberta sobre seu rosto. Eu não conseguia ver seu rosto, e acho que dona Guinevere também não.

— Mas então, eu senti como se meu corpo fosse fisgado por alguma coisa, senti um zumbido terrível, e depois, Mila abriu os olhos. Ela respirava pesadamente, mas estava quieta, pálida, com apenas seus cabelos dando cor a sua pele. Até que ela olhou para os lados, e começou a chorar. Ela gritava ‘’Vóvó, onde está a Sarah? Onde está a Sarah?’’ Ela repetia aquilo várias vezes, ela olhava em todos os lugares, como se ela fosse uma simples boneca perdida, ‘’Onde está a Sarah? Onde está a Sarah?’’, eu fiquei horas tentando a acalmar, até que depois que eu consegui, a campainha tocou, isso já eram mais de onze horas da noite. Quando eu abri a porta, eu vi uma menina pálida como não sabia ser possível, cabelos negros como o breu do mais fundo poço, eu não conseguir olhas seus olhos, pois o cabelo estava na frente deles, os tapando, com apenas umas mechas soltas. A garotinha estava parada, como se fosse uma estátua sinistra, ela estava ensopada, com os cabelos e as roupas molhadas. Ela usava um sapatinho negro que eu conhecia muito bem, na verdade, as roupas eu reconhecia muito bem também, mas não pude acreditar que era ela até ouvir a voz.

*~~POV~Anciã~~*

‘’Senhora Guinevere, não conta pro papai que eu estive fora, okay?’’ — Disse aquela menina.

Mila apareceu atrás de mim e olhou para a porta, ela suspirou decepcionada com algo.

‘’Eu pensei que fosse a Sarah, mas acho que ela já deve ter ido para casa’’ – Disse ela voltando para o quarto.

Aquela menina no meu portão, era a Sarah... Não era?

‘’Tchau!’’ — Disse a menina correndo para longe da minha casa.

*~~*

— No dia seguinte eu perguntei se ela gostaria de ir visitar a Sarah, e ela disse que não gostaria mais de ver ela. — Terminou a Senhora Guinevere.

— Se nós descobrirmos que tipo de maldição a Lilith tem, nós podemos tirar dela? — Mila cortou o assunto.

— Depende do tipo da Bruxa que o lançou, se for uma iniciante talvez sim, mas se tiver muita carga emocional, creio que não.

‘’...estava...quando saiu...é....’’ alguns pensamentos confusos estavam na cabeça da Mila, que eu não consegui ouvir.

— Como conseguimos saber que tipo de maldição é? Ou quem a lançou? — Perguntei

— Não conseguem, maldições são muito discretas, só conseguirão ver alguma coisa depois de um tempo, quando os efeitos começarem a acontecer, como a perda de dinheiro, perda da família, ou coisas assim. — A senhora Guinevere passou os olhos pela sala — O amaldiçoador sempre está perto do amaldiçoado, somente assim ele sabe se o seu trabalho deu certo ou não. Seja lá quem a amaldiçoou, não deve estar longe.

Espera...

Lilith com certeza foi amaldiçoada a partir da festa de Halloween... Então, seja lá quem a amaldiçoou, fez isso naquela noite...

Gwen...

Ai meus Deuses, será possível as gêmeas terem usado suas descobertas novas para punir a Lilith? Embora faça sentido eu não acho que tenham tanto poder para fazer uma coisa dessas.

Talvez seja uma ideia idiota, então não vou tentar investigar agora, mas qualquer suspeita, eu não pensarei duas vezes até ir direto a elas.

Quando já estava anoitecendo e Mila foi me deixar em casa, eu perguntei o que havia acontecido com ela na história que a avó dela havia contado

— Eu não faço a mínima ideia. — Respondeu ela — Tudo o que eu sei, é que alguma coisa me mandava me afastar da Sarah... Lilith, que seja. Mas eu não consegui, ela era minha única amiga de verdade, por mais que ela não fosse a mesma, não conseguiria deixar ela fora da minha vida.

O vento estava muito frio, os zumbidos das brisas sobre os galhos das árvores a oeste faziam sussurros assustadores.

— Eu nunca conversei com ela sobre aquele dia

Lilith ainda tem muitos segredos, e eu também não tenho ideia do que poderia ter acontecido.

— O que vamos fazer agora? Não sabemos quem a ‘’amaldiçoou’’ ou o que acontecerá com ela — Perguntou Mila

— Vamos esperar, se soubermos que parte da sua vida a maldição vai atingir, talvez saibamos como pará-la

‘’Assim espero’’ eu pensava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigado por não terem abandonado Witch, o capítulo novo sairá semana que vem ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Witch" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.