O Despertar de Um Anjo: Pesadelo escrita por Mara S, Kelly S Cabrera


Capítulo 1
Descobrindo




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            Lara estava sentada em seu escritório improvisado lendo atentamente suas anotações sobre celtas e os druidas, anotações de anos que foram interrompidas após o telefonema de sua amiga Anaya, que a fez voar para a Bolívia. O telefonema que fez Lara desenterrar o seu passado e trazer a tona revelações trágicas. A arqueóloga parou sua leitura para observar o céu de Londres, azul e sem nuvens atrapalhando a passagem do sol. Suspirou e se levantou. Não gostava de viver na cidade, conviver com o barulho, estava acostumada com o silêncio de sua mansão, que agora estava destruída pelo fogo. Infelizmente deveria ficar em seu apartamento em Londres por tempo indeterminado, um apartamento que nem ela lembrava muito bem da existência.

            A maior parte de seus materiais de estudo e artefatos foram destruídos pelo fogo, poucas coisas foram resgatadas do interior da mansão. Felizmente seu diário com as anotações sobre mitologia celta e recentes descobertas na Escócia havia sobrevivido ao incêndio e era com esse diário e outros materiais que Lara estava trabalhando. Tentando esquecer os acontecimentos recentes.

            Lara foi despertada de seus pensamentos por batidas na porta. Era Zip.

            - Entre.

            - Lara, você vai mesmo pra Escócia?

            - Zip, até parece que vou viajar para a Austrália! – diz irritada – Sim, eu vou... E quando for a hora você vai saber.

            - Tudo bem... Winston quer saber se você precisa de algo.

            - Não, obrigado.

            Zip vendo que Lara queria ficar sozinha decide acabar com o diálogo e fecha a porta. Desde a morte de Alister e as descobertas sobre sua mãe, ela esta distante, evitando conversas. Ele sabia que Lara ainda estava irada e não a culpava, ele mesmo também já tivera seus momentos de revolta, mas se preocupava com a amiga.

            Amanha logo que amanhecesse Lara iria para o país vizinho, descobrir se as lendas sobre as ruínas celtas eram verdadeiras. A aventura não seria cheia de surpresas, apenas observar algumas ruínas druidas para coletar informações, entretanto seria útil para Lara, a ajudaria a se distrair e seria de grande valor para a arqueologia, se aquilo que ela acredita existir, estivesse lá de fato.

 

            Lara chegou cedo às Ilhas Ocidentais, mais precisamente à ilha de Scalpay. Essa região ainda guardava os resquícios do passado celta, muitos habitantes falavam a língua gaélica. Era naquela pequena ilha que Lara esperava encontrar vestígios sobre o poder dos druidas. Em suas pesquisas Lara havia percebido que provavelmente existiriam ruínas celtas naquela região, ainda intactas e que assim poderíamos confrontar a imagem dos druidas construída pelo cristianismo e a imagem que os próprios celtas tinham desses sacerdotes. Mas tudo ainda não passava de especulações da arqueóloga.

            O caminho foi longo e depois de receber algumas informações de habitantes Lara conseguiu chegar ao local que tanto esperava. Havia uma vegetação que encobria as ruínas do que no passado deveria ser um pequeno templo celta, era possível reconhecer alguns desenhos típicos daquele povo, como as figuras geométricas no chão da entrada do tempo. Felizmente aquela região, apesar do tempo, não havia sido destruída pelas mãos do homem. Lara adentrou o que havia sobrado do templo com muita cautela, observando os detalhes cravados nas paredes e chão. Aquele local era um achado! Os acadêmicos ficariam surpresos quando descobrissem que existia um templo druida quase intacto. Foi então que ouviu vozes. Sussurros.

            Dois homens altos e carecas usando ternos estavam discutindo. Lara encostou seu corpo num canto do templo para prestar mais atenção no que os dois diziam.

            - Ah! Sabia que encontraríamos mais um portal!

            - Seu idiota, existem vários portais, como nos foi dito. Agora que sabemos que esse funciona precisamos voltar e dizer...

            - Dizer o quê? – Lara apareceu com as suas pistolas apontadas para ambos os homens.

            - Ah! Uma humana! Não seja patética, mulher!

            - Eu gostaria de saber o que dois homens trajando terno e falando de portais estão tramando? Só assim posso saber se atiro ou deixo vocês irem. – Lara sorriu ironicamente.

            - E você vai nos deter? Acredito que quem vai acabar mal aqui seja você. – um dos homens correu em direção o Lara que não hesitou e atirou no meio da cabeça do sujeito. – Eu não faria isso se fosse você! – Lara apontou as duas pistolas para o único homem e caminhou lentamente em sua direção.

            - O que vocês estão planejando dentro de um templo celta?

            - Celta? Eu não tenho a mínina idéia do que você esteja falando.

            - Acho bom você começar a falar.

            - De qualquer forma meu objetivo já se cumpriu! – o sujeito riu tão alto que Lara pensou se ele estava louco – Vou morrer como herói.

            - Corte a conversa barata!

            - Adeus! Mortal! – o homem desapareceu provocando uma grande explosão no templo e fazendo Lara cair.

            - Mas que... – Lara procurou o estranho que havia desaparecido. O que ela havia matado não se encontrava mais lá, aliás, só se encontrava as roupas do sujeito. Como se ele tivesse se desmaterializado.

            - Isso não é nada bom – Lara levantou-se e chegou até a estrutura onde os dois estavam conversando. Era um altar celta. Estava destruído, mas ainda era perceptível que aquilo era um altar celta.

            - Porque o homem falou como se nunca tivesse ouvido falar de celtas? – Lara perguntou indignada, como se esperasse alguma resposta vinda do céu.

            - O que é isso? – Lara sussurrou ao perceber as marcas no altar. De repente uma luz veio em sua mente. Ela estava começando a entender a conversa estranha dos dois homens, ou melhor, dos dois demônios, só podiam ser demônios vindos de...

            - Impossível. Não aqui! – Isso ia contra tudo que Lara acreditava. Aliás, ela mesmo tinha tido experiências bizarras naquele mundo, mas pensar que agora poderia encontrar demônios vagando pelo seu mundo, ISSO era demais para ela. – Outro portal... – ela se agachou no altar e começou a observar as marcas entalhadas.

            Lara pensou em abrir o portal, mas não fez. Parou sua mão antes de acionar o dispositivo.

            - Não dessa vez. Preciso... – suspirou e decidiu sair dali. Era demais para ela. Deveria pensar melhor em casa. Refletir.

            Já tinha até esquecido o porquê estava ali. Sem pensar duas vezes saiu do templo.

 

 


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