O Filho Do Vitorioso (Jogos Vorazes) escrita por Cíntia


Capítulo 7
Mais uma dose


Notas iniciais do capítulo

Diamond tem outra conversa com seu pai.
Acho que não estão gostando e pararam de ler. Comentem, por favor.



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Sentado a mesa, no canto da cozinha, avistei o meu pai, que antes de eu ter acendido a luz, bebia no escuro. Velhos hábitos nunca morrem, e mesmo depois da nossa conversa, algumas coisas ainda o torturavam. Ele me observava, pegou outro copo e colocou uma dose nele, e a apontou esperando que eu bebesse com ele, eu me sentei e peguei o copo, mas antes de beber, falei:


– Mamãe não vai gostar disso.


– Sua mãe não esta aqui. E considerando que você pode ir aos Jogos Vorazes, para matar e poder ser morto por outras crianças. Acredito ,que independente da sua idade, você tem todo o direito de beber.


Eu tomei o meu primeiro gole. Não era a primeira vez que eu ingeria bebidas alcoólicas. No distrito 1, ao sair com a galera ou com garotas já tinha tomado algumas, mas nada tão forte como aquela, o líquido desceu queimando pela minha garganta e me deu uma sensação de choque. Mas eu continuei tomando enquanto conversava:


– Como você está, filho? Não está conseguindo dormir?


– Estou bem dentro do possível, mas nem sempre durmo com facilidade.


– Não quero que fique desanimado, você tem boas chances, não quero que desista. Não se preocupe assim, pelo menos não agora. Você precisa entrar completo na arena.


Olho para ele e penso no quanto havia me aproximado do meu pai nos últimos dias. Eu já o compreendia melhor. Em casa, sempre o via junto a Jade,e conversando com ela. Será que eles falavam sobre essas coisas?


– Sabe... Eu estava pensando sobre a nossa casa, nossa família. Você e Jade sempre estavam juntos em suas cumplicidades. Ela é a sua preferida, não é?


Meu pai me olhou de maneira estranha, ele não esperava aquilo, encheu o meu copo novamente, e demorou um pouco para falar, parecia que tentava encontrar as palavras certas:


– Isso não é verdade, Diamond. Amo os meus 3 filhos. E é um tipo amor que não tem como medir. Assim não dá para saber qual é o maior... Onyx, o garoto sorridente que vive correndo e arrumando confusão na vila. E que quer ser igual a você quando crescer. Você, o bom garoto, que sempre vê o melhor nas coisas ...


– E fecha os olhos para os piores aspectos.


– Verdade, mas vê o melhor, consegue o melhor das pessoas, e aproveita a vida assim. È uma forma de inocência pura...


– Antes eu queria ser como você, pai, não o conhecia realmente, mas queria ser o que eu pensava que você era.


Meu pai dá um sorriso de satisfação, inclina a cabeça para cima e volta a falar:


– E Jade, ela tem um certo discernimento...


– Rebeldia! – eu pontuo para ver como ele falaria sobre isso.


–Não, uma compreensão acima da sua idade, mesmo nascendo no nosso distrito ela conseguiu olhar fora do circo sozinha. Por isso, foi mais fácil conversar com ela, me abrir com ela. Ela não tinha essa inocência, então eu não precisei quebrá-la. Ela sabia como eu era, entendia o meu modo de agir, podia falar sobre isso, sobre os jogos, meus medos, fazer intrigas.


– Entendo ... – agora, eu também conseguia falar com meu pai de forma mais sincera. Resolvi tentar descobri algo que sempre tive vontade de saber - Como foi o seu “Jogos Vorazes”? Como foi ganha-lo? O que fez para ganhar?


–Fiz alianças, matei,tive vários ferimentos, fiz coisas que até hoje estão na minha consciência. Mas fui ate o fim e sobrevivi.


– Eu imaginava isso, queria saber um pouco de detalhes.


–Um filho não devia saber das crueldades que seu pai é capaz de fazer, das piores coisas que ele sofreu. Ainda mais um que está indo para os Jogos Vorazes. Prefiro que você não saiba, talvez algum dia te conte, mas não agora, não antes de você ir para os seus jogos.


Tento me servir outra dose da bebida. Meu pai me impede:


– Não chega de bebida para você, sei que tem direito de beber, mas não quero que acorde de ressaca. Amanhã é um dia importante, você deve se sair bem na sua entrevista


Essa era a dica para eu voltar a minha cama. Meu pai também decidiu dormir, e como ele estava bem grogue, eu resolvi ajudá-lo a chegar a seu quarto. O coloquei na cama e já tinha me virado para sair do quarto quando escutei uma risada, e logo depois ele disse:


– Diamond... eu já tive ótimas conversas com sua irmã, troquei confidências, fizemos alianças mudas... Mas eu nunca bebi com ela.


Realmente !!! Consegui entender o que ele queria me dizer com isso. Fui para o meu quarto, e não demorei muito a dormir, sentia um torpor que me fez pegar logo no sono. No dia seguinte, acordei com um gosto amargo na boca, mas sem ressaca.


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Notas finais do capítulo

Bem, tem alguém lendo? Hahaha. Ninguém comenta, ou opina. Quero saber o estão achando. Isso me ajuda escrever. Espero comentários. Estou sendo chata? Bem até o próximo capítulo, isso que se eu tiver ânimo para escrever... humm, brincadeira! Até o próximo, o primeiro dia na arena está perto. E teremos as entrevistas.



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