O Filho Do Vitorioso (Jogos Vorazes) escrita por Cíntia


Capítulo 5
Os tributos


Notas iniciais do capítulo

Diamond vai para o centro de treinamento e finalmente conhece os outros tributos.
Mais um capítulo dessa história, leiam com carinho. Espero que gostem, e comentem....



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No dia seguinte, encontro meu pai na mesa de café me esperando, além de Gemma, não há mais ninguém com ele. Sento e percebo que ele está mais animado, como se tivesse tirado um peso das costas, em compensação, eu perdi bastante do meu ânimo. Meu pai começa a falar:
– Bom dia, filho. Espero que tenha dormido bem – percebo uma certa ironia em sua voz, ele sabe que não tive um bom sono, ou pelo não durante toda a noite, depois da nossa conversa, eu não consegui dormir realmente, era muitas coisas em meus pensamentos, os jogos, meu pai, Jade e sua rebeldia, talvez até sensatez que sem querer é um dos fatores que me ajudaram a ser convocado, mortes, os governantes, era muito para pensar.
– Onde está todo mundo? – perguntei
– Eles já tomaram café. Você demorou um pouco para se levantar. - Gemma trocou um olhar de cumplicidade com meu pai - Nós tomamos uma decisão. Você e Star serão treinados separadamente. Eu e seu pai cuidaremos de você e da sua estratégia. Titan e Dion da dela.
Isso soou estranho para mim:
– Vocês me escolheram ou ...?
– Acho que essa é a melhor abordagem, é uma questão de gênio e bom senso, eu com certeza não preciso esconder minha preferência ...- meu pai parou um pouco para pensar – enquanto a Gemma, bem, acredito que ele combina mais com a gente. Vamos coma, o centro de treinamento te espera.
Enquanto comia, Gemma e principalmente meu pai me passaram algumas instruções, a minha estratégia. Como um tributo do distrito 1, era costume fazer parte do grupo dos mais fortes, ou carreiristas como eram chamados. Mas não era garantido, eles queriam que eu tivesse os mais fortes aliados, então teria que mostrar o meu valor através das minhas habilidades. Eu era muito bom em arremessar facas, lanças, talvez um pouco melhor com a lança. E me virava bem com a espada, não era tão bom, mas se meu oponente não fosse um especialista, eu conseguiria me sair bem, e com certeza faria estragos. Meu pai queria que eu escondesse uma dessas habilidades, mostrasse o suficiente para me quererem, mas guardasse um trunfo, que poderia ser uma surpresa em situação de ameaça. Pensei e decidi que não tocaria em espadas durante o treinamento, isso seria escondido. Eu deveria me relacionar bem, e não agir de forma superior ou zombar dos outros. Não trataria nenhum tributo mal. Não queriam que eu fosse odiado, assim eu não me tornaria alvo de uma vingança pessoal. Isso não seria difícil, não era da minha personalidade ser rude com ninguém, independente de quem eram, não havia crescido assim. Ser gentil com os outros provavelmente iria desagradar os carreiristas, mas não me colocariam para fora do grupo se eu provasse ser útil a eles. Além dessas instruções, falaram que deveria aprender outras coisas.
Eu desci ao centro de treinamento. Já haviam muitos tributos lá. Vi Star, ela estava conversando com dois rapazes, um loiro e um ruivo, e uma garota também ruiva. Eles eram grandes, e eu imaginei que fosse os tributos carreiristas, os meus pretensos aliados. Foi estranho ver Star já entrosada com eles, logo ela que não gostava de pessoas. Mas ela também precisaria de aliados. Eu fui em direção a eles e comecei a conversar.
O loiro se chamava Cruiser, era do distrito 2. O ruivo, Alexander era do 4. A garota Cammis também era do 4. Em pouco tempo chegou mais uma moça, ela era alta com longos cabelos negros e olhos claros, se chamava Juno. Era companheira de Cruiser, deles ela foi com quem eu mais gostei de conversar. Todos estavam animados, fazendo planos de uma aliança, eu entrei no jogo e fingi que também estava.
Em certo ponto entendi que era o momento de mostrar as minhas habilidades, joguei algumas facas e lanças, vi que eles ficaram impressionados. Até Star me lançou um olhar de contragosto, ela não espera esses talentos de mim, achava que eu era apenas o filho de um Vitorioso. Alexander pegou uma lança, mas em vez de arremessá-la, ele a usou como um bastão, só que a lança pode furar uma pessoa e fazê-la sangrar até a morte. Star pegou uma espada e mostrou que era especialista nisso. Antes que ela terminasse, Cruiser pegou outra e a desafiou. Era bonito ver os dois lutando. Eles não estavam tentando se matar, mas pude notar que poderiam fazer isso com facilidade. Juno pegou uma arco e atingiu alguns objetos. Cammis encontrou uma corrente e fez dela uma arma, ela a movia como se fosse uma fita, mas é claro que se acertasse uma pessoa seria muito mais fatal.

Eles continuaram usando as armas, carregando pesos, lutando, correndo ou fazendo outros exercícios atléticos. No início eu fiquei com eles, mas depois resolvi me separar, comecei a olhar em volta. O rapaz do 9 era grande, alto e forte, mais do que qualquer um de nós, e realmente mostrava seu poder, levantava pesos e os arremessava com uma facilidade incrível. Pensei, esse vai ser um dos candidatos a se juntar aos carreiristas, olhei meus aliados e percebi que eles também reparam nisso. Eu não precisava me aproximar dele, sabia que eles fariam isso por mim.

Continuei andando e observando, vi o garoto do 12, realmente ele era muito pequeno, menor que meu irmão, e tentava levantar um peso, mas não vinha tendo muito sucesso. Me aproximei dele e o ajudei nessa tarefa, ajeitei o peso de uma forma que fosse mais fácil ele o levantar. Ele conseguiu e sorriu para mim. Eu queria conversar com ele, mas isso não cabia no momento, então apenas retribui o sorriso. Continuei e vi a garota do 8 próxima as barras, ela estava agachada num canto, movendo apenas os olhos, tinha um modo doce, cabelos e olhos negros, não devia ser muito nova mas parecia um tanto indefesa e assustada, entretanto o fato de observar tudo me pareceu que ela queria desvendar o ambiente, entender seus adversários. Nas barras estava o garoto do 11, era tão pequeno e magrinho como o do 12, mas ele era muito rápido, depois que desceu, correu bastante, mostrando que também tinha pernas ágeis.

Fui tentar aprender outras coisas, armadilhas poderiam ser úteis então tentei fazer uma, o monitor foi paciente comigo, mas ela ficou péssima, a coloquei no chão e vi que o máximo que ela faria seria furar o pé de uma pessoa. Deixei ela de lado por um momento, e percebi a garota do 11 vindo em minha direção, ela era baixa e magra, mas de perto não parecia ser tão nova quanto eu havia pensado. Tinha cabelos e olhos castanhos, esses últimos de um tom não tão escuro quanto o normal, a pele era escura. Ela estava distraída e prestes a pisar em minha armadilha, isso poderia machucá-la, então me ajoelhei e disse:

– Um momento, por favor, não quero que machuque os seus pés. - peguei a armadilha e me levantei

Ela sorriu e me agradeceu. Nesse instante, eu percebi que meus aliados me observavam. Eles pareciam não gostar disso. Mas não liguei. Continuei tentando fazer mais armadilhas, ela também se focou nessa tarefa, mas não trocamos mais palavras. Depois de um tempo desisti, não conseguia. Fui tentar aprender algo com cordas, e até que me senti mais bem sucedido nisso.

Depois de um tempo, olhei para todos os cantos. Vi aqueles garotos. Uns ferozes, outros doces, uns rápidos, outros fortes. Todos tinham uma característica própria. E algo me incomodou. Eles tinham nomes e eu chamava a maioria pelo número do distrito.

À noite pedi ao meu pai que conseguisse um vídeo com a colheita de todos os distritos. Eu não tinha visto quando tive a chance. Então nós o vimos juntos. Prestei atenção nos rostos, na reação e nos nomes de todos os tributos, aprendi como todos se chamavam. Quando chegou ao fim meu pai disse:

–Então, conseguiu o que queria?

–Sim, agora conheço os meus adversário, consigo identificar os seus rostos e sei os seus nomes.

–Eu entendo isso de tentar conhecer os outros tributos, mas não seria mais fácil não saber os seus nomes? Ou outros detalhes sobre eles? Você terá que matar alguns deles.

–Eu ... não gosto dessa ideia, pode ser mais fácil. Mas acho que eles merecem mais do que isso. Mais do que saber apenas os seus números. Eu precisava saber os seus nomes.

Meu pai colocou a mão no meu ombro e sorriu, eu entendi que ele me apoiava nessa atitude. E agora o rapaz do 9, já não era apenas isso, era Jurgen, a menina do 8 era Tammy, o menino do 12 era Kinsey, a garota do 11, era Tulip e seu companheiro de distrito era Cairo. E isso me trouxe bastante alívio!


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Comentem, por favor... Já fizeram alguma torcida, tem algum tributo preferido?



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