O Filho Do Vitorioso (Jogos Vorazes) escrita por Cíntia


Capítulo 13
Falsa tranquilidade


Notas iniciais do capítulo

Os tributos passam momentos de tranquilidade na arena. Mas será o que os Gamemakers deixarão continuar assim?
Muito obrigada pelos comentários, como sempre eles me animaram muito ao escrever esse capítulo. Continuem comentando.



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Após um tempo, Star e Cruiser voltaram. Eu e Juno começamos a nossa caçada, e ainda bem não vimos ninguém. Voltamos ao acampamento um pouco antes das imagens dos mortos do dia aparecerem. Nesse segundo dia,  vimos apenas a de Kya do distrito 7, a primeira vítima de Juno.  A noite também transcorreu tranquila. Durante a caçada, eu pensei em conversar com Juno sobre sua família, mas não achei apropriado, pensei que a menção a sua família pudesse entristecê-la.

Eu sentia que devia protegê-la. Ela tinha  motivos justos para voltar para casa. Assim, quando havia um barulho ou qualquer outro indício de perigo, eu me colocava a sua frente.  Mas durante a noite as ameaças não passaram de bichos pequenos. Quando já amanhecia, voltamos ao nosso acampamento.

Star fez uma apresentação de espada com Cruiser. Como eu já tinha reparado, era bonito ver os dois lutando juntos.  E considerando a falta de mortes nas últimas horas acredito que eles precisavam de alguma adrenalina.

Alexander pediu que eu emprestasse a minha lança . E eu a cedi para que ele treinasse apenas. Aquela também era a arma principal dele, e foi estranho colocarem apenas uma na arena. Talvez quisessem uma briga entre os profissionais. Mas como eu a pegara primeiro, ela era minha. Não houve discussões entre a gente, mas de certa forma, uma névoa nos rondava. Certa vez quando ele ia sair com Jurgen em uma caçada, ele perguntou se podia levá-la. Mas eu cortei o assunto, precisava ficar com ela para minha proteção, então ele teve que se contentar com facas e espadas, e claro com a força monumental de Jurgen, que era uma grande arma. Mas eu tinha certo temor que algum dia isso evoluísse para uma briga.

Mesmo durante as refeições, Jurgen era um cara calado. Em relação às poucas coisas que ele dizia, descobri que era órfão de pai, e tinha uma irmã mais nova.  Sua mãe e sua irmã, essa era toda a sua família e ele de certa forma deveria ser o provedor dela.  Em seu distrito , ele manejava máquinas na colheita de grãos, além de usar seus grandes braços para carregar os pesados sacos.

Esse dia passou calmo também e não houve nenhum tiro de canhão e em consequência nenhuma imagem foi projetada ao anoitecer. Meus aliados já estavam desanimados com esse marasmo, e como as caçadas não estavam sendo bem sucedidas, já falavam em tentar outra estratégia. Acredito que o público dos jogos vorazes também devia estar sentindo tédio.

Eu sabia que a tranqüilidade não iria durar muito. Mas estava gostando disso. Desde Kya, não havia acontecido nenhuma morte. Então não tinha nada mais do que os meus pensamentos  e pesadelos sobre os jogos, as mortes, as injustiças, eu assassinando as crianças, minha família, Gemma, Dion e coisas similares para me afrontar. 

O marasmo não durou muito mesmo, na manhã seguinte, eu mal tinha fechado os olhos quando escutei um tiro de canhão. Levantei assustado, e olhei em volta. Todos os carreiristas estavam lá. Jurgen de guarda e os outros acordavam assustados. Nós não éramos responsáveis por essa morte.

Um aerodeslizador  sobrevoou uma área da floresta. E foi embora. Não deu para ver o corpo. Eu, Cruiser e Star fomos para região onde vimos a nave e não encontramos quase nada, além de um pedaço de uma jaqueta, grama, folhas e frutos pisoteados. O que tivesse acontecido lá, era um mistério para gente e só descobriríamos quem morreu ao anoitecer.  

Já era quase fim do dia, quando algo quebrou a monotonia novamente. Eu estava numa caçada com Juno na mata. E ouvimos barulho de animais. Eram lobos e corremos na sua direção. Mas eles pareciam avançar e estavam indo ao nosso acampamento.   E nós fomos atrás, quando já estávamos na área descampada. Vi que dois lobos perseguiam Tammy, e ela os levava em direção a nossa tenda.  Corremos atrás deles. Quando estávamos pertos, Juno matou um deles com flechas e o outro eu matei com minha lança.

Mal tínhamos acabados de nos livrar dos lobos e eu notei que Jurgen, Alexander, Star e Cruiser também estavam a nossa volta. Tammy estava cercada! Não, aquela moça que parecia uma princesa de contos de fadas, não !!! Ela não conseguiria escapar das nossas mãos. Star olhou para ela e disse:

- Olha, vejamos o presente que os lobos nos trouxeram....  – ela ficava dando passos em volta de Tammy, eu sabia o que  pretendia, ela queria colocar medo em Tammy, e fazer um tipo de brincadeira antes de matá-la. Mas Tammy ficou impassível e isso era admirável. – Vamos, quem quer cuidar da garota do 8? – Star andava que em círculos, parou e apontou a espada para Tammy ,  essa se agachou, mas ainda não demonstrava medo em seu olhar, estava ofegante pela corrida, mas nada de medo

Ninguém respondeu então Star fez uma sugestão:

-  Que tal você, Diammond? – Eu? Eu, não? O que ela queria com aquilo, me afrontar? Amedrontar Tammy? Em hipótese alguma, eu conseguiria matar aquela garota de olhar inocente. Pelo menos agora não. Não depois de Kinsey e seu olhar assustado. Ela continuou.

- Você é o matador da arena, por que não aumenta o seu número de vítimas? – não pode ser, ela só pretendia me provocar, será que ela notou que eu havia observado Tammy?  Eu tinha que pensar numa resposta, não podia simplesmente deixar um não vazio, eles não poderiam descobrir que eu não gostava e não queria mais matar, senão me tornaria um inútil para eles

- Não, eu passo a minha vez para outro. Como você disse : já matei alguns, matei mais do que todos,  por que não dar a chance à outra pessoa ?– eu não queria que ninguém ferisse Tammy, mas tinha que parecer cruel e me livrar daquilo. Será que eu conseguiria armar um plano e salvá-la? Não...sem me entregar, e provavelmente mesmo que eu a protegesse, não conseguiria lutar contra os 5 sozinho, e em vez de uma seriam duas mortes. Ou talvez eu estivesse sendo apenas covarde,  quem sabe, eu conseguiria livrar a menina, me sacrificando. Mas não, algo em mim não queria, as palavras do meu pai voltaram a minha cabeça. A vontade de viver.... Acho que alguma parte de mim ainda não queria morrer.

Star continuou:

- Então, algum voluntário? Vamos ! Vai ser interessante.

Jurgen deu um passo à frente. Ele era o único de nós que ainda não tinha matado ninguém. Talvez ele se sentisse na obrigação, ou até mesmo quisesse sentir a sensação de matar alguém.  Nós nos afastamos, até mesmo Star .

 Jurgen se aproximava de Tammy sem armas na mão, ele não precisava seus punhos eram as suas armas. E ele preparava para desferir o primeiro soco, quando Tammy se levantou com uma rapidez incrível, notei que havia algo em sua mão, uma espécie de agulha, na realidade uma agulha grande e grossa e com uma ponta fina. Ela fez um movimento simples e cortou a garganta de Jurgen. O sangue começou a jorrar e eu entendi como ela havia conseguido um 8, na verdade, depois daquilo, eu achava que sua pontuação deveria ter sido maior.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam? E a Tammy? Perigosa, hein? Eu até arrepiei quando escrevi o final desse capítulo. E olha que eu sabia o que ia acontecer, haha.
Mais um vez obrigada pelos comentários, eles realmente me animaram a escrever esse capítulo. Ahh, não perca os próximos, há várias coisas que eu planejei que estão perto de acontecer. Espere e verão... Enquanto isso, comentem, deixem suas opiniões, espectativas, deem sugestões, e se puderem indiquem a minha história. Até o próximo,



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