Teenage Dream - Sonho Adolescente escrita por Ana Fernandes


Capítulo 7
Capítulo 6 - Lar, doce e problemático, lar!


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal da madrugada ;)
Capítulo contanto como foi a vida de Jake fora de Forks e as coisas que ele conquistou nessa busca!
BOA LEITURA!



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Capítulo 6
Lar, doce e problemático, lar!


ANTES:
– Ela chorou muito? Depois que eu saí, ela chorou muito? - Queria ter consolado minha mãe, a ver chorando foi duro. Não é uma coisa que uma filha queira ver!

– Um rio! - Deu um sorriso amargo. - Mas agora está tudo bem. Ela não vai mais chorar, não por minha culpa! - Jacob estava sério. Me olhava intensamente.

Apoiei as duas mãos na mesa, inclinei-me em sua direção. - Então você conseguiu a absolvição dos seus pecados, senhor Black? - Fiz uma voz bem sexy, ele fez uma careta, sua mandíbula estava travada e sua resposta foi uma incógnita.

– Aparentemente... Não de todos.

Jacob PV:


Poderia fazer tudo diferente? Não...
Os caminhos em que andei me trouxeram até aqui, mas, não me prepararam para o que encontraria no ponto de chegada, ou talvez, seja o meu ponto de partida... Mais uma vez.


Cheguei da casa dos Cullens e tomei um banho quente, a chuva caia forte... Não conseguia para de pensar naquela resposta... Meu destino seria pagar aqui ou em qualquer outro lugar por isso!

– “Aparentemente... Não de todos!”

FLASH BACK ON:

– Querido Jake, sinto sua falta. Estou vendo a propaganda de sua linha de móveis toda hora. Soube que compra madeira da reserva, para que assim eles possam ter mais dinheiro circulando por lá, e que o programa de reflorestamento que foi implantado em La Push ano passado, é idéia sua.

Estou tão orgulhosa de ver que está crescendo. Nossa! Quando você entalhou aquele lobo de madeira para mim, não imaginei que você mesmo entalharia os primeiros móveis a serem vendidos da sua linha!
Quantos quileutes estão trabalhando com você, cinqüenta, cem, duzentos?

Os desenhos dos móveis são lindos, e os detalhes que os desenhos possuem são impressionantes!
Como vai a parte de ciências ambientais? Você já deixou de dar aulas só para cuidar do seu empreendimento? Passou uma matéria em um canal fechado voltada aos assuntos mais recorrentes do ensino médio e como os alunos avaliam os métodos dos seus professores, e você foi um dos citados, seus alunos diziam que você é um ótimo professor... Principalmente as alunas (risos), por ministrar palestras, fazer atividades dinâmicas, aplicar boas provas, os alunos que passaram ao final do ano disseram na reportagem que você é durão mas procura sempre esclarecer as dúvidas dos que querem estudar, e que sim, eles saíram do colégio sabendo de ciências ambientais e suas diversas aplicações.
Eu fiquei cheia de alegria ao assistir, gravei e mostrei depois ao Edward. Você está famoso!

A Casa do Billy está ficando linda. Aquela reforma que você ordenou está quase no fim, soube que foi você quem desenhou o projeto da casa! Cinco quartos? Como vai ser, todos os seus amigos vão morar lá? - Eu sorri dessa. - Charlie manda lembranças, disse que assim que chegar a Forks quer que vá na casa dele tomar uma cerveja, seu pai disse que está dentro deste programa.

Edward lhe parabenizou por seus trabalhos como professor, empresário e por suas intervenções em La Push. E os Cullens mandam um olá... Menos a Rose!
Assim que receber esta carta mande-me notícias, o número de minha casa e de meu celular são os mesmos desde que você partiu...
Beijo Jake, saudades, Isabella Swan.


Respondi sua carta com uma ligação.
No quarto toque a voz tão familiar de Bella soou do outro lado, cheia de entusiasmo.


– Alô? Jake?!

– Oi Bells, como você está? - Um sorriso formou-se em meus lábios.

– Morrendo de saudades, mas estou bem, e você? - Essa era minha garota.

– Está tudo ok. Viajarei para a América do sul ainda esta semana, abrirei uma loja no Brasil. - Ouvi um “Ohh” - A loja está pronta, só falta inaugurar! - Falei empolgado! - Lembra dos cinqüenta rapazes que contratei, da reserva?

– Sim... - Respondeu lenta, imaginei que estava digerindo minhas palavras.

– Já são duzentos e trinta contratados. - “Wow!” Disse do outro lado da linha.

– NOSSA Jake, que fantástico! Parabéns! - Felicitou-me.

– Aqui em Washington, trabalham comigo os primeiros cinqüenta rapazes que contratei. Sabem lidar com madeira e entalham muito bem. Quatro deles são responsáveis em treinar os outros que vão chegando e depois encaminhados para as filiais... Não paramos de receber pedidos. - Estava cheio de orgulho de mim, do meu trabalho. Bells do outro lado da linha ouvia tudo e emitia felicitações.

– Jake que ótimo, está tudo indo bem para você então?

– Sim, está. As compras de móveis pelo site vem em grande quantidade da Europa, então estamos estudando o mercado europeu, algumas cidades do continente. Nunca imaginei que tudo daria tão certo!

– Jake, estou tão orgulhosa de você, tão orgulhosa! Não sei o que lhe dizer... Você está realizando todos os seus sonhos. Sempre soube que iria se tornar maior do que os seus dois metros. Eu sabia!

– Agora minha vida vai voltar a ser uma loucura. Vou fazer escalas de Washington para o Brasil até meus negócios se firmarem por lá. - Infelizmente ficaria mais um tempo indeterminado longe de casa. Já são 15 anos. - Bells, não sei quando volto para Forks, e não vou mais estar neste endereço... Então voltaremos a passar um tempo sem contato. Prometi ligar para Billy no dia da viagem. - Força de vontade, era isso que me movia e empurrava-me para frente, todos os dias.

– Mas Jake... - Exclamou triste.

– Sinto muito, como vai Charlie? - Sentia falta de conversar com Bella.

– Bem, já está beirando a casa dos 60 anos mas, não vai largar a chefia da polícia tão cedo! - Suspirou.

– Eu imaginei... Charlie adora seu trabalho!

– Eu sei, mas já está ficando... Velho! - Sorri com essa. - Quero que se cuide.

– Ele está bem. Não seja uma filha chata, Ok? - Ela murmurou um “OK” parecendo um “Não!” - Diga a ele que tomaremos essa cerveja, assistindo jogo na tela plana. - Ela riu.

– Tudo bem, o aviso já está dado. - Suspirou mais uma vez. - Jake, quero tanto te dar um abraço, conversar mais, não sei quando nos veremos... Faz tanto tempo. - Realmente fazia. - Mas tenho que desligar. Infelizmente, tenho que sair agora. Faça boa viagem, mande-me notícias, entendeu?!

– Sim, senhora! Mas lembre-se: o sacrifício é necessário agora. - Falei pesaroso.

– Eu entendo. Mais uma vez, boa viagem e volte logo, sentimos sua falta,

– Também sinto. Boa noite, Bells.

– Boa sorte, Jake! - Desligamos.

FLASH BACK OFF

Foi a última vez que falei com Bella. Tentei manter contado mas, com as constantes mudanças já não sabia quais códigos de área a serem usados. Estava correndo contra o tempo, não queria ficar mais longe de casa, então comecei a trabalhar duro para fazer daquele empreendimento um império.


Fui bem recebido nos lugares em que arrisquei meus negócios. Me enchia de orgulho e lógico... De dinheiro... Mas todo esse dinheiro me fazia refletir sobre o começo, quando peguei as economias que minha mãe fez ainda viva, visando que Rebecca, Rachel e eu, estudássemos e fossemos além dos limites de Forks, se ainda estivesse aqui dividiria todo o meu orgulho com ela.


A linha de móveis tornou-se requisitada, o melhor em contratar pessoas que tinham o costume de mexer com madeira, era saber que eles manteriam a qualidade dos trabalhos. O pessoal de La Push, viveu como eu, num lugar onde tudo era reaproveitado, tudo tem uma utilidade na natureza... Então, mantínhamos um padrão de respeito ao que vinha da terra. Decretei: nada de madeira ilegal. Por isso, implantamos um programa de reflorestamento em La Push, pois de lá saia nossa madeira.


***************


Completariam três anos de loucura em minha vida, graças as diversas pontes-aéreas que precisava fazer. Me sentia bem cuidando dos meus negócios, e por um bom tempo abandonei a profissão de professor... A Black Móveis consumia muito do meu tempo, fazia valer cada momento. Contudo, sentia falta de casa.


La Push era um lugar de paz. Vivíamos nossas crenças indígenas com equilíbrio. Não era permitida a construção de prédios lá, as casas são dos índios quileutes e de seus familiares, aquela é uma região protegida por lei e um refúgio de fauna e flora. Construções ali trariam novas pessoas com novas crenças, o que geraria conflitos. No começo do ano soube do incêndio... Já estava decidido, era hora de voltar para casa.


O incêndio acelerou esse regresso, estávamos eu e Seth em Seattle, na fábrica. A notícia nos fez arrumar as malas e voltar para casa naquele mesmo final de semana! O colégio em que estudamos havia sido incendiado, não acreditei que alguém fosse capaz de acabar com o único espaço voltado ao ensino de toda a reserva! Estudei naquele colégio, todos os meus amigos e empregados estudaram lá!


Recebi a notícia às cinco da tarde de uma sexta-feira do mês de Janeiro, no sábado, às sete da manhã, eu e Seth estávamos lá, de volta. Teria que voltar a Seattle para revolver assuntos que deixei pendentes, mas... Eu estava de volta! “Estávamos!” Seth exclamou feliz.
Sue o recebeu feliz, fazia muito tempo que não se viam, assim que comecei a abrir filiais, arrastei-o comigo.


As cinzas deixadas pelo fogo ainda estavam quentes, quase duzentos alunos sem aula, um ano perdido e um colégio destruído! Estava perplexo com isso, foi difícil acreditar mas, estava a frente dos meus olhos... Não mais um colégio, só escombros!


Dentre tantas lembranças do colégio, uma chamou-me atenção... O caminho que fazia todo dia, de lá para casa... Fazia tanto tempo, chamá-la de minha soava estranho.
Entrei no carro e peguei o caminho que me levaria a antiga casa. Não demorei a chegar, sorri. Não mais antiga, estava linda! Projetei-a pensando no bem estar de Billy. Estava velho, e queria o melhor para ele nesta fase. Lembro-me que era vermelha, desbotada.


Agora era toda branca, com o telhado marrom, continuava tendo dois andares, porém, tudo estava mais espaçoso, era perceptível. Lembrei que os móveis que aprendi a entalhar com Billy, estariam decorando a casa. Era a primeira vez que estava a vendo, e sim, estava perfeita! A curiosidade de vê-la por dentro consumia-me. Estacionei o carro na frente da garagem, do lado nascia um belo gramado.


Andei e subi os cinco degraus que davam na varanda ao lado deles uma rampa para a cadeira de Billy. Encontrei dois bancos estofados em cor branca que eu desenhei, com almofadas em tom verde musgo, um banco na extremidade direita e outro na extremidade esquerda da varanda, cabiam três pessoas em cada banco confortavelmente. A frente, uma cerca baixa rodeava o perímetro da casa deixando aberta somente a entrada para a garagem e o pequeno portão de madeira branca para a varanda.
Uma grande porta em madeira marrom separava-me do interior da casa, sempre tive a chave daquela fechadura, Billy me enviou assim que a casa ficou pronta.


Coloquei-a na fechadura e girei, a porta se abriu com um ”click“, a empurrei levemente, o sensor de calor fez com que as luzes da sala se acedessem mostrando-me o trabalho de Billy junto ao meu, a sala foi decorada por móveis que fizemos, exclusivos para nossa casa. No centro da sala ampla, havia um sofá bege com o nome Black, com espaço para cinco pessoas. Ao lado esquerdo e direito, haviam duas mesinhas com tampo de vidro e as pernas de madeira, em uma ficava o telefone da casa com um bloco de notas ao lado, na outra porta-retratos com os rostos de Rebecca, Rachel, Billy e uma foto minha ainda jovem. Peguei-o em minhas mãos, encarando o garoto que fui.


Em frente ao sofá tinha uma mesa de centro, a no máximo um metro de distância. A frente estava uma estante baixa com porta retratos, objetos decorativos, um home theater e uma TV de 50 polegadas.


As janelas da casa eram de vidro e tinham grandes cortinas em renda sobre elas, o piso da casa era de madeira. Ao lado direito da sala estava o balcão que demarcava o início da cozinha, todo feito com bloco de vidro e a parte superior em granizo negro. Os móveis da cozinha eram todos de cor negra, contrastando com a as paredes brancas da casa, estava tudo muito diferente desde de a última vez que vi. Saí da cozinha, fui em direção as escadas.


Sabia que após a cozinha havia uma lavanderia, para lá era só pegar o corredor, mas agora só queria ir para meu quarto, o incêndio me tirou o sono. A primeira porta do andar superior era o quarto de Billy, a casa possuía um elevador para que Billy pudesse locomover-se entre o primeiro e segundo andar sem problemas. Mais três quartos, dois para minhas irmãs e um terceiro para que meus sobrinhos dormissem juntos, aquele quarto com certeza seria um terror, e era ao lado do meu... Não havia pensando bem sobre essa parte!


O último quarto no final do corredor era o meu. Tinha uma grande porta de madeira, ao abri-la e deparei-me com tudo que estava em minha mente. Exatamente feito para mim, grande, o maior da casa. Logo a frente, minha cama, uma Califórnia king, ao lado esquerdo uma grande janela, igual a da sala feita toda em vidro, podia ver toda a floresta ao fundo da casa, manteria suas cortinas sempre abertas. Do lado direito do quarto ficava o guarda-roupas, era grande e dentro dele já haviam algumas roupas que minhas irmãs compraram para mim assim que a casa ficou pronta.


Moravam em suas casas, mas Billy me contou que sempre estavam por aqui, a casa era grande então vinham as duas. Rebecca, minha irmã mais velha, veio do Havaí com seu marido e filhos para ficar perto do Billy depois que fui embora. Agora ela e Rachel, minha irmã do meio que infelizmente se apaixonou por Paul, moram na reserva.


Ao lado do guarda-roupas estava a porta do banheiro. Abri e fiquei mais que satisfeito, era amplo e bonito, ao lado da porta na parede esquerda uma pia alta com um espelho grande, retangular. Do lado direito um Box de vidro, possuía uma parte fosca de forma a ocultar somente o tronco de quem utilizasse, dentro um chuveiro automático. Ao lado do Box um vaso sanitário. Na parede do canto uma banheira toda branca que fazia um belo contraste com o piso em porcelanato negro. Do lado oposto a banheira, um grande espelho na parede, a alguns centímetros do chão, parecia ter 1,50 altura por 1,00 de largura. Refletia toda a banheira.


Tomei um banho, deitei pela primeira vez naquela nova cama, totalmente sem roupas, estava cansado e queria descansar todo meu corpo, apaguei...


****************


Acordei com batidas na porta e a voz de Billy. Dizia que queria falar comigo, meu carro parado na frente da garagem me entregou! Me pus de pé, vesti a primeira roupa que achei, minhas malas estavam no carro. Depois de muito tempo, veria meu pai mais uma vez. Ouvi dizer que estaria na cozinha esperando-me, olhei-me no espelho, estava com uma calça de moletom preta e uma regata cinza. Escovei os dentes e sai do quarto. Refazendo os passos dessa manhã quando cheguei e não havia ninguém em casa, o caminho era o mesmo, mas as vozes vindas do andar de baixo indicavam que ela estava cheia!


Desci as escadas, entrei na sala e fui em direção a cozinha, de lá vinham as vozes. Ao chegar no balcão da cozinha me deparei com as minhas duas irmãs e Billy.


– Jake! - Rebecca, disse vindo em minha direção, abraçou-me apertado, com os olhos cheios de lágrimas. Eu a apertei em meus braços, apertei de verdade, matando toda a saudade. - Jake você está lindo! - Falou num soluço e os olhos encharcados. - Da última vez que te vi você tinha doze anos, meu Deus! Fazem 22 anos! - Ela casou-se quando eu tinha doze anos, e foi morar no Havaí, quando fui embora ela ainda estava lá...


– Shiii... Não chore, eu estou aqui agora. - Apertei-a mais. Seu rosto ainda era o mesmo, trazia os traços da maturidade, mas ainda era a garota de branco da última vez. - Onde estão meus sobrinhos e seu marido? - Perguntei, fazendo seu choro aliviar.


– Meu marido foi trabalhar, de noite vem aqui lhe ver. Meus dois meninos estão na escolinha para crianças da reserva. - Lembrei-me imediatamente do colégio, mas no momento isto não seria prioridade, não agora...


– JAKE!! - Senti Rachel abraçando metade do meu corpo. Soltei um dos meus braços de Rebecca e a abracei também. - Meu marido está trabalhando também! - Disse, chamando o traste do Paul de marido! - Mas parece que todos os seus amigos viram aqui está noite, para te ver. - Elas estavam bem baixinhas perto de mim!


– Quero mesmo revê-los, faz muito tempo. Rachel, seus filhos, onde estão? - Billy contou-me num telefonema que o segundo filho de Rachel havia nascido, uma menina.


– Estão na escolinha, Brisa está com dois anos e Paul com quatro! Você vai ficar feliz em vê-los, parecem com o Paul. - Coitados, como se não bastasse Paul se chamar... Paul!


– Pobres crianças! - Rachel fez uma careta para mim, Billy riu, estava morrendo de saudades do meu velho. - Hei velho! Você está usando algum cosmético? Sua cara está mesma coisa de quando fui embora. - Todos riram.


– Você sabe né, moleque? Eu sempre tive meus segredos. - Foi impossível não rir, estava em casa. Com pessoas que me amam, não sairia dali nunca mais. - Fui em sua direção, agachei-me e o abracei... Não precisávamos de mais nada. Tínhamos tudo. Éramos uma família!


– Bom, não sei vocês, mas estou morrendo de fome! - Disse, pondo a mão sobre a barriga. O almoço estava pronto, estavam esperando que acordasse, como demorei, Billy foi me chamar. A sensação era conhecida, mas estava por anos guardada, nós quatro num almoçamos em família! Todos juntos, minhas irmãs, meu pai e eu!


Após o almoço, as garotas já planejavam como seria a noite. Começariam assim que ficassem livres de suas atividades. discretamente, chamei Billy para conversar sobre o incêndio... Saímos da cozinha, não queria colocar coisas na cabeça de minhas irmãs!


– Pai... - Suspirei, Billy já sabia qual o assunto. - Como o colégio pegou fogo de repente? Pensei que fosse equipado com um sistema anti-incêndios. - E era, quando estudei no Colégio da Reserva pude ver!


– Não sei Jake, mas é estranho. O colégio estava vazio, aparentemente... A fiação estava em dias, e não foi por ali que começou o fogo. - Olhei-o, uma sobrancelha arqueada, perguntando mudamente. Realmente estava desconfiado, um incêndio acidental teria acionado o sistema, e se o sistema estava em perfeitas condições, o fogo seria controlado no mesmo instante!


– Ouvimos uma explosão, barulho de vidro e concreto estourando. Quando saímos a procura do som encontramos o colégio pegando fogo... Estava conversando com o Sam na hora, fomos os primeiros a chegar, deu para ouvir a quilômetros! Voltávamos da praia, os meninos querem agendar uma festa lá, para comemorar os 18 anos do Drake e os 16 anos da Christina Ateara, filhos do Quil com a Claire...


– Acha que explodiram uma bomba no colégio? - Foi o que me disse, pelo menos foi o que eu entendi.


– Sim, eu e o Sam achamos. Só não sabemos o porquê e principalmente, quem foi! - Uma bomba? Quem colocaria uma bomba no colégio, principalmente este sendo o único colégio da reserva.


– Agora, nossas crianças terão que estudar no Forks High School. - Meu pai suspirou, com certeza já tinha pensado nisso...


– Sim, ou ficarão alguns meses sem estudar até que possamos reformar o colégio. - Claro que os mais velhos da tribo não gostariam nada desse idéia, Forks High School tinha uma maneira de ensinar diferente da nossa, nós falamos em terra, em vento, em harmonia, fogo e água, em poderes da natureza e eles falavam sobre os poderes dos homens. - Hoje a tarde falarei com meus irmãos do conselho, e a noite passarei a decisão que tomarmos a todos que estarão aqui, eles a espalharam pela reserva.


– Quanto a reforma... Diga aos anciões que não se preocupe! Em um ano e meio o colégio da reserva estará de pé, pronto para ser usado novamente. Vou investir na reforma dele, prometo. - Sabia que se eu não tomasse essa decisão, levaria anos para conseguirmos o dinheiro necessário para o colégio.


**************

A noite, todos meus amigos estavam na minha casa, meus cunhados... Não me importava se Paul morresse... Detestei a hora em que chamou minha irmã de: “Minha lobinha gostosa.” Ela ainda é minha irmã, porra!


Pude rever Quil e Claire, e seus filhos, o John de 17 anos e a Christina de 15. Seria deles a festa na praia daqui a três meses, em abril. Fazem aniversário no mesmo dia, a Christina faria 16 e o John 18 pelo que falavam. A menina parecia ser um poço de serenidade, calma como a noite. Já o garoto, estava agitando tudo por aqui, dançava com as garotas da sua idade, com mais velhas... Dançava até com as mães delas...


– Quil... Ramon e George, não sabem se olham para as filhas ou para as esposas nos braços de seu filho... - Brinquei, ele riu abertamente. Estava estampado o orgulho daquelas cenas.


– É, eu já disse a ele: “As casadas da reserva, não! É melhor viver em harmonia onde se mora!”


– O resto da província ta liberado? - Deduzi rindo e ele confirmou com a cabeça, enquanto ria também. Notei Sam chegando, segurando a mão da Emily e um garotão vinha junto a eles, a mesma cara do Sam, com certeza seu filho.


– Sam! Como vai você cara? - Perguntei trocando um aperto de mãos. - Emily, você está linda. - A abracei.


– Jake, como você está? Estou bem, cara. Quanto tempo! - Disse-me Sam.


– Obrigada Jake, estamos bem, e você? - Emily.


– Bem, graças a Deus. Esse é o filho de vocês? - Emily afirmou com a cabeça e ele se apresentou.


– Olá, sou Samy Uley. - Estava inquieto, olhava para todos os lados... Parecia procurar alguém, mas, quando pôs os olhos em Christina, acalmou-se e dando uma desculpa qualquer saiu para ir falar com ela.


– Sam, estou de olho no seu garoto! - Quil disse olhando para os dois conversando.


– Ahh, qual é Quil? - Sam perguntou com um sorriso zombeteiro no rosto. - Seu filho já cantou até com minha esposa e falou na minha cara “se a Em fosse solteira...” - Deixou a frase morrer sugestivamente. O garoto era ousado! Na cara do Sam?


– Não acredito que ele deu em cima da Em, na sua cara Sam! - Pressionei, o mais novo Ateara tinha muita coragem!


– Ée... Mas você sabe como são esses moleques, então deixei para lá. Sei que estava brincando. - Falou Sam com toda a calma do mundo.


– Seu filho está no mesmo caminho que o meu... Fiquei sabendo que ele está saindo com uma mulher mais velha, que mora em Forks... - Falou Quil, eu ri, os meninos da reserva estão bem espertinhos. E pelo jeito, o Sam e o Quil iriam entrar numa disputa de qual dos garotos era o mais perigoso! Iria perguntar por Jared, mas assim que pensei ele apareceu com a Kim e seus trigêmeos...


– Jake! Poxa cara quanto tempo! - Falou animado, abrindo os braços para me dar um abraço.


– Com certeza! - Soltei-me dele e fui até a Kim. - Kim, que bom te ver, nossa! Trigêmeos!


– Oi Jake! - Sorriu - Éee!... Trigêmeos! É bom te ver também!


Ficamos todos conversando até meu pai chegar e dar o aviso que os anciões decidiram por fazermos as matriculas dos mais novos no Forks High School. O filho do Quil vibrou com a notícia, o do Sam também... A menina de Quil manteve-se calma e serena. Dançou um pouco com seu irmão, e depois com o Samy. Logo após, juntou-se a sua amiga, que pelo visto só poderia ser filha da Leah! A menina parecia muito com ela, tinha acabado de chegar e, não tirava os olhos do Samy, isso deveria ser genético! A menina era linda, com o rosto muito parecido com o da mãe e com os cabelos lisos e longos, como a Christina.


Leah chegou logo após com seu marido, um arqueólogo que se juntou a tribo por causa dela.


– Olá garotão, finalmente nasceram pêlos em seu rosto! - Espetou.


– Engraçadinha! Você está mais linda agora que é mãe! - Sorriu e piscou. - Você deveria me cumprimentar falando algo assim, não? - Riu sonoramente.


– Você está lindo. Satisfeito? - Sorri, acenei que sim com a cabeça.


– Aquela é sua filha? - Perguntei, realmente ela não deveria passar tanto tempo encarando o Samy, que admirava a Christina. - Parece muito com você. - Ela encheu-se como um balão.


– É minha, sim. - Os olhos brilharam. - Um amor de garota! Ela é muito mais linda do que eu. - Falou convencida! - Jake este é o meu marido, Brian. Brian, este é um grande amigo, Jacob Black, filho do Billy. - Ela nos apresentou e começamos uma conversa todos juntos. Bebíamos cervejas e tínhamos uma mesa grande com vários aperitivos, alguns feitos por minhas irmãs e outros que foram trazidos pelas mulheres da festa. Só faltava mais uma pessoa... O outro solteirão da turma, Seth!


– Jake, cadê meu irmão? - Leah perguntou franzindo o cenho. Pareceu ler minha mente!


– Deve... - Não terminei de falar e um Maseratti GranCabrio branco, parava ao lado da minha casa... Saindo dele estava o cara mais convencido que conheço... Seth Clearwather. O cara era chato!


– Seth! - Gritou Leah. Seth andava como se fosse algum modelo, as meninas que estavam na festa começaram a suspirar pelo trintão solteiro que acabara de chegar no pedaço.


– Olá lindinha. - Disse a Leah enquanto a abraçava. - Boa noite a todos, como estão? - Foi falando sem soltar a irmã, todos responderam e começaram a rir por dois fatores, Leah o segurando para não soltar nunca mais e a reação das adolescentes a ele. - Cunhado, como você está, cara? Cadê minha sobrinha? Não ta namorando não, né? Não deixa não, os pivetes de hoje estão muito safados! - Todos rimos mais uma vez. Seth estava com 32 anos e parecia um adolescente com pose de machão, Leah tratou de colocá-lo no lugar!


– Lindinha? Me respeite moleque! Onde você estava que só apareceu agora? Eu sei muito bem que você chegou junto com o Jacob esta manhã, com seu carro reluzindo pelas ruas de La Push! CONVENCIDO! - Apontou o dedo na cara dele. - Você foi na casa da mamãe, deu um “Oi” e sumiu! Parece que não tem família... Irmã! Me diga onde estava, agora! - Segurei o riso... Já imaginava onde!


– Me divertindo... - Leah fez uma careta, todos entendemos do que ele falava. - Que foi? Eu sou solteiro! Aliás, eu não sou o único solteiro a dar perdidos aqui! - Leah apertou os olhos e virou-se para mim.


– Ahh, então quer dizer que é com você, senhor Black, que meu irmão vai parar nas casas noturnas? - O quê?!


– Aquele carro ali. - Apontei para o Maseratti branco. - Quem dirige é ele e não eu, e esses bracinhos, - Apontei em direção a Seth. - só obedecem os comandos do cérebro do garotão aí!


– Hey, irmão! Bracinhos? - Apontou para os bíceps. - Tem certeza?


– Hmm... - Leah disse e torceu os lábios para mim. - Safado! - Deveria ser brincadeira. Aquela noite só estava começando!


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Notas finais do capítulo

Postagem de madrugada pra quem curte ler a noite!
Galera, bjinhos.
COMENTEM.