Changing Life. escrita por Amanda C


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. É a primeira vez que eu resolvo publicar uma das minhas histórias. Me façam feliz com uma review, ok? Sou legal, juro pra vocês UHAUAHAUAHAUA.



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Fome. Eu estou com MUITA fome. Sou capaz de comer um cavalo, sem brincadeira alguma. Continuei caminhando pelas ruas escuras de Londres, procurando por alguma lata de lixo. É assim que Rachel Ritielli vive. Dos restos de comida. Meu desespero aumentou quando eu notei que estava andando á quase duas horas e ainda não havia encontrado nada. O vento soprava meu cabelo, e eu tinha que coloca-lo atrás da orelha com frequência, o que estava me deixando ainda mais irritada. Minha saia jeans preta e a blusa vermelha de capuz que eu estava usando não me esquentavam, e o frio começava a me incomodar. Olhei no relógio de plástico que eu tinha desde os meus 15 anos, e o mesmo marcava 23h18min. Droga! Eu estava atrasada. Revirei os olhos, e desisti de encontrar alguma sobra. Isso teria que ficar pra depois. Procurei no bolso da minha saia o meu amarrador de cabelo, e o prendi em um coque frouxo. Pronto, o maldito vento não me incomodaria mais. Tirei as botas de salto alto que eu estava usando e apressei o passo. Precisava chegar na casa a tempo, se não quisesse ouvir mais um sermão. Enquanto caminhava, notei que havia uma multidão de gente em volta de uma limusine preta. Essa estava parada em frente a um dos hotéis mais caros de Londres, e dela saia um grupo de garotos. Deveriam ser famosos. Quando eu era mais nova, e passei por aqui pela primeira vez, fiquei completamente deslumbrada. Nunca imaginei que pudesse ver gente famosa tão de perto. Mas com o passar do tempo, acabei me acostumando. Eu nunca consegui chegar perto de nenhum deles, porque como dizia o dono do hotel, ”Eles não gostam desse tipo de gente.” Ri com o pensamento. É claro que eles não gostam. Porque alguém que possui dinheiro, fama, beleza e todo o luxo que se pode imaginar, chegaria perto de alguém como eu? Uma prostituta adolescente, que procura o que comer em latões de lixo. Olhei na direção do hotel novamente, e vi garotas da minha idade segurando cartazes com declarações de amor. Algumas choravam, outras gritavam e outras apenas sorriam. Meus olhos se encheram de lágrimas, e eu pisquei para afasta-las. Senti um nó se formando na minha garganta, e procurei sair dali antes que começasse a chorar. Porque as coisas tinham que ser assim? Porque eu não podia ser como elas? Era só o que eu queria. Ficar na porta de um hotel esperando pra ver o meu ídolo, ter uma família, estudar, ter amigas. Como uma adolescente normal. Como cada garota que estava ali.

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– E não se esqueça de colocar o batom vermelho, sua inútil. – gritou Caitlin do andar de baixo. Ignorei, fechando a porta do quarto. Calcei uma das sandálias mais altas que eu tinha, e verifiquei se estava tudo em seu devido lugar. Olhei-me no espelho, e como sempre, senti vontade de chorar. A peruca loira que eu usava me dava uns três ou quatro anos a mais do que eu realmente tinha. A maquiagem forte, e o batom vermelho, me davam um ar de vadia. Afinal de contas, é o que eu sou não é? Olhei para as minhas roupas extremamente curtas. Um top rosa trançado na barriga, e uma saia preta pragueada minúscula. Tive nojo de mim mesma. Senti uma vontade louca de rasgar tudo aquilo e vestir meu moletom cinza preferido. Num impulso, quase o fiz, se não fosse Caitlin me chamando novamente. Balancei a cabeça, como se para espantar meus pensamentos, e desci.

– Está aprendendo a se vestir, hum? – velha nojenta, pensei. Só não dei uma resposta mal criada porque fiquei com medo de que, como na última vez em que eu fizera isso, ela me trancasse no banheiro pela noite inteira. Caitlin havia me tirado da rua quando eu tinha oito anos. De acordo com o que ela me contou, eu estava desmaiada na calçada, e seu falecido marido, Phill, ficou com pena e me trouxe pra casa. Ah, maldita hora. Não que eu fosse mal agradecida ou algo do tipo. Mas viver com eles sempre foi um tormento. Phill até que era legal, mas morreu alguns meses depois que eu cheguei. E Caitlin? Essa sempre foi uma megera de mão cheia. Sinto pena do diabo quando encontra-la no inferno. Caitlin sempre me maltratou. E não estou querendo ser a vítima da história, longe disso. Mas se você fosse colocada para limpar a casa todos os dias, sem descanso algum, e não pudesse nem comer, nem tomar banho, diria a mesma coisa. Quando completei 14 anos, ela me disse que estava na hora de começar a trabalhar, e ajuda-la com as despesas. Foi ai que eu conheci a prostituição. Não entrei nisso por vontade própria. Ela disse que se eu não fizesse, teria que ir embora de casa. Fiquei desesperada. Não tinha pra onde ir. E o que mais me preocupava era o fato de não ter o que comer. Pelo ou menos Caitlin me deixava comer uma coisa ou outra. Não era o suficiente, já que eu procurava comida pelas ruas, mas ainda assim era melhor do que NÃO comer o dia inteiro.

– O que ainda está fazendo aqui? São quase meia noite e quinze, vá logo. – Caitlin interrompeu meus pensamentos. Assenti, pegando algumas camisinhas que estavam em cima da mesa. Quando cheguei na calçada, cumprimentei algumas meninas que faziam programa comigo. No inicio, elas me ajudaram bastante. Eu era muito nova, e não tinha experiência alguma. Não sabia como me comportar com clientes, o que fazer ou como fazer. Com o tempo, me acostumei. Eu só fechava os olhos e esperava acabar. Nós ficamos conversando por um tempo, até que o primeiro carro estacionou. Bufei. Não estava com a mínima vontade de ir. Bom, eu nunca estava, mas dessa vez nem vontade de ganhar dinheiro eu tinha. Olhei para Vitória, e ela entendeu o meu recado.

– Deixa comigo, Rach. Esse é meu. – sorri pra ela, agradecendo. De todas as meninas que me faziam companhia, Vitória sem dúvida alguma era a mais divertida. Ficamos só eu e Rebeca na calçada, e como ela era nova, não tínhamos muito o que conversar. Ficamos sentadas na calçada, esperando. Olhei para Rebeca, e ela parecia estar em outro mundo. Olhava fixamente para algum ponto, com o pensamento longe. Lembrei-me da primeira vez que eu cheguei aqui. Tinha só 14 anos. Nunca tinha nem beijado um homem, que dirá transado com um. Minha primeira vez foi horrível. Ele nem ao menos me beijou antes. Só tirou minhas roupas e penetrou. Eu sentia calafrios só de me lembrar da dor. Foi horrível. Tive que fazer outros programas em seguida, e isso só piorou. No dia seguinte mal conseguia andar. Coloquei a cabeça entre os joelhos, tentando não pensar nesse tipo de coisa no meu horário de trabalho. Continuei na mesma posição por um tempo, até que ouvi a buzina de um carro. Olhei para Rebeca, e ia pedir que ela fosse no meu lugar, mas a mesma estava com uma expressão de espanto no rosto. Sem saber o que fazer, olhei pra frente e, ah meu Deus! Um carro preto, daqueles que só se vê em filmes, estava estacionado bem ali. PARE O MUNDO, EU QUERO DESCER! O que um carro desse tipo poderia estar fazendo aqui? Tipo, o dono dele deveria ter MUITO dinheiro. Olhei novamente pra Rebeca, e ela continuava com a mesma expressão idiota no rosto. Perdeu essa, gatinha. Levantei da calçada com tudo, e nem esperei quem quer que estivesse dirigindo aquela máquina abrir a porta pra mim. Já fui logo entrando. É, grande erro meu. Encontrei cinco garotos curiosos me olhando como se eu fosse alguma psicopata juvenil. Ops!


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Notas finais do capítulo

Eu sei, os meninos só aparecem no capítulo 2. Eu só vou continuar se vocês estiverem gostando, gente. Então por favor, REVIEW! Beijos, e até (:



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