Mentiras dos garotos escrita por JuliaTenorio


Capítulo 14
Capítulo catorze - Juliet Campbell


Notas iniciais do capítulo

Pooookemons, tenho uma explicação para o meu atraso, ok? Juro, explico lá embaixo. O capitulo não está muito bom, mas vai explicar algumas coisas, ok? Ahhh e eu sou um monstrinho mal por ter esquecido de dizer obrigada a linda da Harley K pela recomendação, esse capitulo não é dos melhores, mas é para você linda! ^^



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Capitulo catorze

Juliet Campbell

Sabe, eu gostaria de dizer que eu sai da minha cama naquela manhã com uma vontade imensa de viver, que os pássaros cantavam alegremente na minha janela e que eu não estava com meu estomago fazendo barulhos estranhos como se fosse um bebê dinossauro. Mas eu não sou tão positiva, não me lembro de ser a Cinderela e sempre estou com fome.

Espreguicei-me e sai da cama, olhei para o relógio e eram apenas dez horas da manhã, cara, eu devia estar dormindo. Bocejei e tratei de fazer minha higiene matinal (ou seja, lavar o rosto e escovar os dentes). Não me dei ao trabalho de tomar banho e trocar de roupa, só desci as escadas, tudo bem que aquele pijama de unicórnios era uma vergonha total para a minha dignidade, mas eu gostava dele, tinha cheiro de amaciante.

Como hoje é sábado Frida esta de folga, o que me forçou a pegar uma frigideira no armário e fazer uma panqueca. Ri me lembrando de Blake e sua senha, me perguntando se ele iria gostar da minha panqueca, continuei a fritar calmamente enquanto cantarolava uma música antiga.

–Roupa legal, devia emprestar ela para mim.

Procurei pela voz irritante de Blake quando notei que não era ele e que o tom da voz não era irritante. Sorri para Levi e voltei a fritar a panqueca, desligando o fogo.

–Não vou te emprestar, acho que não caberia em você.

–Ficaria só um pouquinho apertado.

Ele disse com um tom esperançoso, mas eu sabia que era apenas brincadeira. Coloquei a panqueca no prato, levando meus olhos para Levi.

–Quer um pedaço?

Levi assentiu e eu cortei um pedaço extremamente pequeno para ele.

–Pelo amor de Deus Juliet, não vai faltar panqueca na sua casa se você me der um pedaço maior.

Ri dele e cortei um pedaço maior, colocando o meu na boca.

–Onde ‘tá a Kathy?

–Na sala, estamos jogando Guitar Hero, quer jogar?

Neguei pegando o resto da panqueca e enfiando inteira na boca, demorei um pouco para mastigar, o pedaço ficou instalado no meio da minha garganta me fazendo repensar antes de fazer coisas idiotas como engolir mais do que eu posso.

–Vamos cunhado, antes que você fique ainda mais abusado.

Disse empurrando Levi para fora da cozinha, dês de que minha irmã e ele começaram a namorar que Levi tinha se mostrado bastante diferente do que eu pensava que ele era. Assim longe da escola e das pessoas, ele se mostrava brincalhão e doce, mas não tímido, por que se ele fosse tímido nunca me trataria como se ele já estivesse casado com minha irmã.

Seguimos para a sala, onde Kathy estava terminando os acordes de Sweet Child O’mine. Sentei em um lado dela e Levi sentou do outro.

–Bom dia Jules, dormiu bem?

–Nenhum pouco, papai já saiu?

Ela não me respondeu antes da música terminar e quando terminou se virou para mim levantando uma sobrancelha, Kathy estava especialmente fofa usando uma saia de pregas e um casaco do Digimon que costumava ser meu.

–Você não viu o recado que ele deixou na cozinha? - neguei – Papai teve que ir de urgência para o trabalho e disse que era para você ir para a casa da Morgana.

O que? O que Diabos eu vou fazer na casa daquela destruidora de lares?

Ela suspirou passando a guitarra para Levi, ele era ainda melhor que ela no Guitar Hero.

–Papai acha que você precisa conhecer melhor nossa futura madastra. Se entrosar com ela.

–E por que você não tem que se “entrosar” com ela também?

Kathy soltou um sorrisinho inocente e como eu não sou boba nem nada, ou seja, conheço Katherina Campbell mais do que a mim mesma, eu já sabia que aquele sorriso não era nada inocente.

–Levi está aqui, papai disse que eu posso ficar com ele.

Ah, eu não acredito nisso, não mesmo.

Kathy deu um beijo na bochecha de Levi, que sorriu ainda concentrado no jogo, acho que aquela música era do Jet, não tenho certeza, Are you gonna be my girl, acho.

–Ah é assim? Se eu arranjar um namorado também não preciso ir?

–É. Por que não arranja um? Eu acho que tenho um candidato.

Kathy disse brigalhona, piscando para mim e eu suspirei.

–Era sobre isso que eu queria falar com você.

Disse cruzando os braços e colocando minhas pernas em cima da mesa de centro.

–Isso o que? Arranjar um namorado? Você quer mesmo que e arranje um namorado para você?

–Não. É Math – suspirei – Ele anda estranho.

Kathy se virou para mim segurando minhas mãos. Eu ainda não havia tido coragem de falar para Kathy, muito menos para Penny, que constava em ser minha melhor amiga, como eu andava me sentindo em relação a criatura da luz. Mas evitar por muito tempo esse assunto estava começando a me deixar mais irritada que o normal, não precisava me transformar em uma assassina em série quase na data das provas bimestrais.

–Você não parou para pensar que ele possa estar com ciúmes?

Ciúmes? Por que Math sentiria ciúmes? Ou melhor, de quem?

Não é como se eu andasse com muitos garotos.

–Da atenção que você dá a outras pessoas, a atenção que você nunca dá para ele.

–Repete Kathy – disse Levi, colocando a guitarra de lado e pegando um bloco de papel do bolso e uma caneta – Essa frase é perfeita para uma música.

Revirei os olhos enquanto ela repetia a frase, rindo para o namorado.

–Sinceramente Levi, eu não me sinto muito confortável sabendo que você está me escutando desabafar.

Ele deu de ombros, guardando o bloco de papel.

–Bem, eu não sou amigo desses caras e além do mais, não é como se Kathy não me contasse.

–KATHERINA!

Ela bateu no ombro de Levi, balançando a cabeça em negativa.

–É mentira dele, eu não conto não! – Ela mordeu o lábio inferior, incerta – pelo menos não tudo.

Revirei os olhos e me levantei. Eu tinha que me trocar e ir para a casa da megera, aguentar um dia de cão e ainda sair viva, tudo isso somado com a minha irritação\TPM\tristeza em uma equação balanceada dava apenas um resultado: terror.

Por que eu tinha quase certeza que não aguentaria uma hora com aquela mulher antes de produzir uma cena de um filme de terror. 3D, alias.

Deixei o casal brincando de Guitar Hero e subi as escadas indo me trocar, dessa vez tomei um banho caprichado, até lavei o cabelo! Coloquei meu casaco dos 101 dálmatas - o único que minha irmã ainda não roubou - jeans e um par de all star antes de descer as escadas.

–A casa está inteira para vocês casal, se quiserem se pegar, por favor, não usem meu quarto!

Disse saindo para a rua enquanto Kathy corava ao extremo, tudo bem, não sei por que eu disse isso, por que sinceramente eu não quero imaginar a minha garotinha só com as roupas de baixo aos beijos com Levi, por mais fofo que o garoto seja.

Corri pela rua em direção a casa de Blake e em menos de três minutos eu já estava na porta, apertei a campainha e esperei alguém abrir, mas só escutei alguém gritar que eu podia entrar.

–Tem alguém aqui?

Perguntei quando abri a porta, mas não havia sinal de ninguém. Dei de ombros me virando para a sala, o lugar tinha cheiro de bom ar e as paredes eram cheias de prateleiras cobertas por porta-retratos. Sorri para mim mesma e peguei um dos porta-retratos, era Blake quando criança vestido de cowboy. Ele era tão bonitinho... Passei os dedos pela foto, com um sorriso no rosto e olhei para o outro porta-retratos, era dele com um bebê, provavelmente Haley.

–Gostou das minhas fotos? Eu sei que eu era uma criança bem mais linda que você.

Revirei os olhos para Blake, ele ainda estava de samba canção e coçava a cabeça com um ar de graça.

–Bom dia para você também.

Meu tom não foi dos melhores, eu ainda estava com raiva dele por ter desligado na minha cara e mais raiva ainda por ele me fazer ter vontade de vomitar ao pensar em gêmeas loiras beijando o meu Math, quer dizer, o Math, sabe como é.

–Ainda está com raiva por causa dos ciúmes que eu lhe causei?

–Um pouco – disse dando de ombros e logo depois me toquei o que eu tinha falado – Quer dizer, não. Eu não estava com ciúmes.

Blake riu de mim e se apoiou ao meu lado, tirando o porta-retratos das minhas mãos.

–Se você quer saber, era a verdade.

Virei o rosto em outra direção e soltei um grande sorriso.

–Então, você é “Wanted dead or alive”?

Disse indicando o porta-retratos e lembrando-me de uma das músicas favoritas do meu pai.

–Todos me querem, mas a única que me quer morto é você.

–Desculpe.

Eu sei, eu meio que estava me desculpando. Eu odiei tanto Blake, talvez ainda odeie um pouco e agora ele chega até a se tornar um bom amigo para mim, alguém com quem é divertido estar com...

Chega! Estou pensando muitas bobagens ultimamente, talvez seja a panqueca de hoje de manhã.

Escutamos passos nas escadas e levantei minha cabeça para ver Morgana descendo-as, ela estava toda arrumada, vestindo um vestido vermelho e com os cabelos cheios de laquê. Uma coisa nem eu poderia negar, ela é uma mulher bonita, claro que não mais bonita do que minha mãe, mas bem, se fizéssemos um concurso de beleza talvez ela conseguisse o segundo lugar.

–Juliet! Pensei que não viria – ela disse com um sorriso, estava acabando de colocar o brinco em uma das orelhas – Blake, meu filho, coloque uma roupa. E não se esqueça de pegar Haley na cada da amiguinha dela, certo?

–Certo, ditadora.

Blake disse revirando os olhos, fazendo a mãe fazer o mesmo. Eles eram bem parecidos no final das contas. Acenei para meu futuro irmão e caminhei atrás de Morgana que agora já falava como era bom ter um dia só para garotas. Registrando aqui vontades de vomitar.

O carro dela estava parado na frente da casa, um lindo conversível vermelho. Entramos no carro e depois de alguns minutos o celular dela tocou, Morgana soltou um suspiro alto e atendeu o celular.

–O que você quer Jared? – ela parecia um pouco irritada e me perguntei quem seria Jared – Ele não quer te ver, não importa se você é o pai dele, sou eu que esta com a guarda do meu filho! ... Ele é meu, não nosso!... Olha, não vou discutir isso de novo com você, Blake fez uma decisão, você vai ter que aceitar.

Morgana exclamou desligando o telefone, ela estava um pouco vermelha e quando soltou um grande suspiro, tive a certeza que ela estava falando com o pai de Blake do qual ele odiava falar sobre, mesmo com Penny.

–Morgana, posso te fazer uma pergunta?

–Claro, coração.

Ela disse tentando sorrir, mesmo que eu soubesse que o sorriso da megera não era verdadeiro.

–O que aconteceu com o pai do Blake?

–A mesma coisa que aconteceu com sua mãe.

Ela disse engolindo em seco, mesmo tendo lembrado a morte da minha mãe, eu podia notar que em sua voz não havia sinal de ironia, nem maldade.

–Ele morreu?

–Não de verdade, mas para mim Jared não passa de um homem morto.

–Por quê? O que aconteceu?

Ela engoliu em seco, parecia querer acabar com a conversa a todo o momento.

–É complicado.

–Desculpe, estou sendo intrometida. – disse sentindo culpa, mesmo dela - Só estava um pouco curiosa.

–Quem tem que pedir desculpas sou eu minha flor, você deve me odiar, eu sei. – não neguei, por que se negasse talvez eu estivesse mentindo – Eu só quero que saiba que eu nunca quis ficar no lugar da sua mãe Juliet, mas quero que me aceite.

Dei de ombros, tanto quanto ela não queria discutir sobre seu ex-marido eu não queria discutir sobre minha mãe.

–Também é complicado.

–Eu entendo, sabe? Pensei que Blake ficaria assim também, mas Blake nunca gostou do pai, acho que para ele a situação é diferente.

Sorri para ela, como alguém poderia não aceitar meu pai? Ele era adorado por toda equipe médica do Hospital Geral de Tampa por algum motivo.

–Meu pai é um homem maravilhoso.

–Foi por isso que me apaixonei por ele – soltei um pequeno sorriso – Eliot me faz sentir amada como meu ex-marido nunca fez, Juliet. É bom se sentir amada, você deve saber.

–Não muito.

Disse me lembrando de Math com sentimento de culpa, será que ela sabia de alguma coisa? Era quase uma segunda mãe para Math! Bem, se Blake não havia me contado nada, não era Morgana que ia contar.

–Você costumava não gostar de Blake, não é?

–Posso ser sincera? – ela riu, assentindo – Nunca gostei, ele sempre pareceu o tipo de cara galinha por quem as garotas caiam de amores com quem eu não devia me meter, mas acabou virando o namorado da minha melhor amiga e eu tive que aprender a gostar.

Ela sorriu para mim enquanto virava em uma esquina. Já estávamos bem perto do shopping.

–Você é uma garota diferente Juliet, bem difícil eu não posso negar, mas diferente.

–Difícil?

Perguntei levantando uma sobrancelha.

–Tão difícil quanto deve ser difícil para você aceitar as pessoas.

Por que eu havia entendido o que ela queria dizer, não estava falando das outras pessoas e sim especialmente dela.

–Desculpa, eu só... – suspirei – Sabe, quando eu era pequena morria de medo do escuro, então toda noite eu ia para o quarto dos meus pais, enquanto Kathy ainda era pequena claro, eles riam por eu estar ali e me ninavam enquanto diziam palavras bonitas um para o outro – engoli em seco, tentando evitar o choro, sempre foi difícil falar da minha mãe, as palavras sempre ficavam entaladas na minha garganta – depois de ela morrer, papai nunca esteve com ninguém, pelo menos, nunca mostrou nenhuma namorada para nós. É difícil aceitar uma coisa com a qual você não é acostumada.

Eu não havia notado que já estávamos no estacionamento do shopping, Morgana me olhou tristemente e sem que eu esperasse me abraçou.

–Juro que vou ser a melhor madrasta que você já viu na vida, Juliet. Nada do conto de fadas da Cinderela para nós, ok?

Ri da comparação dela e enxuguei os olhos que estavam um pouco molhados. Sabe, eles só suaram um pouquinho, é o frio, só isso.

–Vou tentar ser mais legal, prometo.

–Agora que tal pararmos com o drama e irmos às compras, hum?

Pisquei para ela, abrindo a porta do carro.

–Ótima ideia!

Talvez a megera não fosse uma megera tão grande assim.



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Notas finais do capítulo

Então, são 20:48, estou alone in the dark aqui em casa, tenho prova de biologia amanhã, estou discutindo com meu amigo por que ele quer que eu use meu óculos de grau que eu odeio usar e minha bariga pede por m&m que ninguém quer comprar para mim. E vocês? O que está acontecendo nesse exato momento com vocês?
Beeem, vai aí minha explicação que só serve para tapar buraco: eu tava de recuperação, bah, como sou uma péssima aluna - meu professor até me chama de mudinha por que eu não calo a boca e fico conversando com os meninos, não é minha culpa se eles me levam para o lado do mal da força, gente! - Fiquei em quatro matérias e todas envolvem cálculos, é, o segundo ano é um saco.
O que mais dizer? Tó tão feliz com todas vocês! A cada dia me deixam mais felizes com seus comentários, sabe como é, quanto maior melhor! E sempre 'to dando uma olhada no perfil de vocês, por que sou uma pessoa curiosa, não fiquem com medo achando que eu sou uma stalker, ok?
Beijuuuus no estilo pokemon!
E cantem comigo: Digimon, digitais, Digimon, são o que, o que?



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