Houve muitos motivos para todos ficarmos surpresos com a aparição dele. Alguns ficarão surpresos por ser tão de repente, Elesis porque ele usou um golpe que só a família dela conhecia, outros pelo seu grande poder.

Mas ninguém da Gc ficou mais surpreso do que ela, havia pelo menos dez anos que ela não via seu namorado.

Apesar de estar mais alto e forte, sua aura mais fria e seus cabelos mais longos, uma mascara escondia aquilo que só ela fora capaz de ver, inegavelmente era ele. Enquanto todos falavam, comentavam, Arme ficava calada, encarando o garoto que ainda não havia percebido a presença dela.

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- Zero? – No momento que viu ser possível falar com o garoto a sós, ela aproveitou a chance.

- Sim?

Assim, sozinhos, sem barulho, ela se permitiu voltar aquele curto tempo quando eram pequenos e brincaram de ser namorados, duas crianças inocentes que não poderiam imaginar viver uma sem a outra.

Mesmo assim viveram separados por dez anos.

Pouco depois que daquele dia, ela descobriu que a universidade do seu avô não era o que as pessoas normalmente jugariam ser ' normal’, o que Arme aprendia desde criança lá eram alquimia e forças mais poderosas. Eu quando leu sobre o mal espalhado pelo mundo, ela quis lutar contra ele.

E foi por isso que ela estava no meio daquele monte de gente problemática.

Apesar das implicações da Elesis, das brincadeiras sem-graça de Ryan, das diversas pegadinhas de todos os meninos e do risco de morte que corria todo dia, ela agradeceu imensamente por estar na Gc.

Ela estendeu a mão e ele a segurou.

- Meu nome é Arme.

Ele ficou parado por um tempo, seu coração parado junto com ele, durante esse pequeno tempo o reconhecimento veio, junto dele lembranças de uma menina que ele vinha procurando há muito tempo.

- Arme?

- É, Arme.

Ele a abraçou com força, ela sorriu e retribuiu.

- Foi só um dia que você esteve comigo, mas... Eu senti tanto sua falta. – Arme sussurrou, suas lagrimas descendo para o pescoço do garoto.

- Eu andei te procurando por tanto tempo.

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Havia exatamente nove meses desde a chegada repentina, ele já era mais bem aceito, apesar de alguns integrantes da GC não quererem aceitar sua presença por estar ' roubando a Arme’ deles. No começo, Zero não entendia o porquê disso, mas depois ficou sabendo que, por muitas vezes, sua querida roxinha foi o ' brinquedinho’ deles, o albino não perdoou, então era verdade que ele estava monopolizando a baixinha. Mas isso é historia para outra hora.

Arme saltitava alegremente pelos corredores do quartel general da GC.

- Hey, Arme, que felicidade toda é essa? – Lass fez Arme parar de pular quando ela bateu nele e ele a abraçou.

- Bom dia, Lass. – Ela retribuiu o abraço e ele sorriu. – Então você não sabe.

- Sabe do que?

- O aniversario do Zero é hoje, eu estou muito feliz, eu planejei tanta coisa. – O sorriso dela surgiu enquanto o do ninja desaparecia, seus músculos enrijeceram e ele ficou sério.

- Ah, ele. – Arme ignorou a reação do mais velho e saiu saltitando novamente por aí.

- Primeira coisa a fazer... Comprar o presente. – Arme seguiu feliz para o centro da cidade mais próxima sabia exatamente aonde ir e o que comprar. Ela entrou na loja e seguiu direto no balcão, pedindo aquilo que desejava.

- Não tem.

A informação demorou um pouco para ser digerida.

- Não tem? – Ela não acreditou no que tinha ouvido.

- Não.

- Certeza?

- Não. – Repetiu, já ficando com raiva.

- Nem unzinho?

- Não. – Ele respirou fundo. – Não prefere escolher outra coisa?

- Ah, não, obrigada. – Ela saiu meio cabisbaixa.

' Eu não posso ficar tão triste, só por causa disso, hoje tem que ser o dia perfeito. E eu ainda tenho as flores!’ Arme, com a alegria recuperada, seguiu até uma floricultura perto dali que possuía as mais lindas flores e... Estava fechada.

- Tudo bem, tudo bem, eu ainda posso fazer o bolo. – Falou consigo mesma.

Ela voltou para a base e foi direto para a cozinha. Sem perceber, tinha ficado muito tempo fora, culpa da paisagem que era muito bela, e já estava perto da hora que tinha marcado com Zero.

Começou tudo tranquilo, fez toda a higiene necessária, pegou a receita e separou os ingredientes. Era a primeira vez que ia cozinhar na vida, mas como era habituada a fazer poções perfeitas, não deveria ser muito difícil.

Ilusão dela.

A receita era complicada e cheia de palavras e ingredientes que ela nunca ouviu falar. O que afinal eram ovos de galinha? Sem saber muito que fazer, foi incorporando na receita seus próprios ingredientes e dando o seu jeito.

- O gosto não tá tão ruim... - Ela despejou tudo em uma forma untada, seja lá o que untada signifique, e botou no forno. Olhou para o relógio e saiu correndo. – Oh meu deus, a hora, eu tenho que me arrumar.

Estava tudo dando certo no final, deu tempo de tomar banho e se arrumar, botar o vestido que tinha separado e ir alegremente até a cozinha.

- Que cheiro de queimado... Ah, não. – Apressou o passou, entrou na cozinha correndo, em tempo para ver a explosão do forno de camarote. Seus joelhos falharam, as lagrimas caíram, estava tudo errado, tudo! O que era para ser um aniversario perfeito, o dia perfeito, não chegava nem perto do imaginado.

- Arme? – Zero encontrou a pequena encolhida no chão, no meio de uma sujeira do que parecia ser chocolate.

- Não! – Ela levantou rapidamente e tentou empurrar o garoto para fora da cozinha. – Não entre aqui... Não tá pronto... Tá errado... Deu tudo errado... – As lagrimas caiam cada vez mais enquanto ela tentava inutilmente empurrar o garoto.

- Ei, ei, tá tudo bem. – Ele fez carinho na cabeça dela e a abraçou. – Tá tudo certo. – Ele viu que ela tinha parado de chorar, mas ainda tremia em seus braços. – Olha, sua receita deve ter explodido, mas deve estar gostosa. – Ele pegou um pouco da massa que estava em cima da mesa com o dedo.

- Nã-ão come isso, tá ruim. – Arme sussurrou.

- Claro que não está. – Ele botou o dedo na boca e fez uma careta. – Certo, talvez só um pouquinho.

A baixinha riu e abraçou Zero, que ficou feliz por ver o seu sorriso de novo.

- Me desculpa, eu estraguei o seu aniversario. O presente que eu ia comprar tinha acabado, a floricultura estava fechada e o seu bolo explodiu... Eu... Desculpa.

- Esse é o melhor aniversario que eu já tive...

- Hu?

- Porque você está ao me lado. – Ele segurou seu rosto e a fez olhar para ele. Ela levou suas mãos até a mascara dele e atirou, admirando aquilo que só ela tinha visto, e pela segunda vez das vezes que alguém havia visto o que ele tanto escondia, ele não se sentiu desconfortável... Só feliz. – Obrigado por me encontrar. – Ele tocou seus lábios levemente.

- Eu nunca mais vou te perder.