Are You Falling? escrita por nina staff


Capítulo 4
Capítulo 4 - Informada




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- O que você está fazendo aqui? - Mal tive tempo de respirar. Ao me virar percebi que ele estava muito perto. Perto demais.

- Adivinhe. - Soltou um riso baixo, contagiante e totalmente tentador.

De repente minha confusão foi se diminuindo. Consegui respirar normalmente; comecei a sentir seu toque na minha cintura, o calor do seu corpo tão próximo ao meu, seu cheiro intenso. Senti que poderia morar no teu abraço.

- Solte minha cintura.

- Por que? Não está gostando? - Mais um sorriso, dessa vez esse foi mais provocador.

- Não gosto quando estranhos me agarram de repente.

- Você é boa em lidar com coisas estranhas. - Apertou minha cintura e puxou meu corpo em direção ao seu.

- O que quer dizer com isso? - Cruzei os braços. Eu não iria deixar ele me manipular daquele jeito, não mesmo.

- Tatuagens repentinas, presentes… Não achou nada disso estranho, Anjo?

- Então é você quem está me perseguindo. Ok, agora todos vamos fingir surpresa. - Revirei os olhos.

Ele riu, abaixou a cabeça e encostou a testa na minha. Fiquei sem reação no mesmo instante, meu coração acelerou. Ele sorria, estava com os olhos fechados, respirando calmamente, eu era a unica descontrolada ali. Fechei os olhos também, respirei fundo, sentindo cada vez mais forte o seu cheiro. Nossas bocas estavam tão perto, se eu apenas pudesse aproximá-las um pouco mais… Senti uma vontade incontrolável de te abraçar e esquecer de tudo. Ele se afastou de repente, suspirou alto.

- Seu namorado está aqui. - Fechou os olhos e suspirou novamente, parecia estar com raiva.

Olhei para os lados e vi Kevin nos observando, abaixei a cabeça enquanto o menino se afastava.

- Ei… não vá. - Mordi o lábio. - Quero dizer, só não se afaste. - Ele voltou e segurou meu rosto.

- Anjo, eu não vou te deixar. - Deu um beijo demorado em minha testa e acariciou meus cabelos.

Quando se afastou novamente, senti que levava parte de mim com ele. Fiquei parada vendo-o ir embora, respirei fundo e me preparei para encarar o Kevin. Senti uma felicidade instantânea, era como se estar 2 minutos com aquele garoto fizesse 23 horas e 58 minutos valerem a pena.

- Oi Belle. - Ouvi a voz de Kevin, logo afastei os pensamentos e me recuperei.

- Oi Kev.

- Ia te perguntar o que aconteceu aquele dia, mas tudo está explicado agora.

Revirei os olhos. Claro que ele iria dizer aquilo.

- Kev, não é isso. Eu realmente pensei que gostava de ti, mas não sei, acho que acabei confundindo amizade e paixão.

- Poderia ter me falado antes Bells. - Ele não parecia triste, mas aquilo me deixou muito mal.

- Desculpa.

- Ei bebês! - Fernanda se aproximou saltitante. - Eu preciso da sua opinião, Bells. Posso roubar ela de você um pouquinho, Kevin?

Kevin se aproximou de mim e sussurrou no meu ouvido:

- Não temos uma chance? Eu sei que posso te fazer feliz Bells.

Senti meu mundo desabar. Eu sabia que depois de minha resposta nada seria a mesma coisa, ele não iria me olhar do jeito carinhoso como me olhou agora, ele não chegaria tão perto de mim como estava nesse momento. Se eu aceitasse namorar o Kevin teria uma vida perfeita. Um futuro perfeito. Casamento, filhos, brigas básicas, amor, companheirismo. Mo-no-to-nia. Se eu falasse não poderia namorar um garoto que nem conheço, que faz meu coração saltar toda vez que olha nos meus olhos, que faz minha respiração ficar fraca sempre que se aproxima de mim. Se eu falasse sim, teria a vida que toda mulher deseja. Se falasse não, teria a vida que desejo. Uma palavra mudaria tudo.

- Não.

- Então, tchau. - Deu um beijo no rosto da Fer e foi embora.

- Me diz ai, eu te salvei ou te joguei aos leões? - Disse Fernanda com sua cara de preocupada.

- Me jogou ao leão mais sexy que existe. - Olhei para a entrada do shopping e vi o garoto novamente. Com um sorriso lindo e provocante, era como se ele tivesse escutado toda a conversa… Parecia estar gostando muito de ver o Kevin partir.

Fernanda seguiu o meu olhar e pigarreou.

- To com a chave do seu carro, te ligo amanhã e você vai buscá-lo em casa. Oh céus, ele é incrivelmente lindo. Qual seu nome?

- Eu não sei.

Fernanda não disse nada, me abraçou e foi embora. Essa era a melhor parte em ter uma melhor amiga: ela me conhece melhor do que eu mesma, me protege de absolutamente tudo; não tenta entender minhas escolhas, apenas me apoia e me ajuda quando as coisas não dão certo. Eu realmente poderia dizer que morreria por ela. 

Caminhei até a saída do shopping e vi o garoto encostado em um Porsche Preto. Humildade mil, com certeza. Me aproximei devagar.

- Está tentando me seduzir com o carro? 

- Tem como você se apaixonar mais ainda por mim? - Colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. - Acho que precisa de uma carona.

- Me convença a entrar no carro de um estranho.

Ele sorriu maliciosamente e se aproximou de mim. Beijou de leve meu pescoço.

- Convencida?

- Ainda não. - Eu queria mais, muito mais.

Ele beijou meu queixo e mordeu a ponta da minha orelha.

- E agora, Anjo?

- Continua sendo um estranho, mas eu aceito a carona.

Ele riu alto e contagiante, e abriu a porta do carro para mim. Esperou eu me sentar para se abaixar e beijar minha testa.

- Aliás, eu sou o Beck. Vulgo seu futuro namorado.

- Futuro namorado?

- Ou atual, se quiser.

Eu estou ficando louca ou estamos realmente indo rápido demais?

- Provavelmente já deve saber onde eu moro, vamos diretamente para a minha casa, Beck.

Ele entrou no carro, olhou para mim e sorriu.

- Para sua casa, para o seu quarto, sua cama…

Deu a partida no carro e virou a esquina. Seu Porsche tinha o seu cheiro, seu estilo e seu calor. Tirei o blazer e ao notar o olhar de Beck percebi o grande erro que estava cometendo.

- Você precisa me dar umas explicações.

- Sobre as tatuagens?

- Sobre tudo. Minha vida virou uma bagunça depois que você entrou nela.

- Anjo, eu acompanho você desde o dia que se mudou. - O sol bateu em seu rosto e senti meu coração vacilar.

- Desde que me mudei?

- Sim. Acompanhei tudo. Sua mudança, suas noites de choro, sua paixão, seu momento de coração partido, até os cortes em seu pulso. 

Fiquei sem palavras. Ele continuou:

- Sempre senti uma necessidade de te proteger. Sei que está pensando que eu não deveria ter feito isso, mas entenda: você se arrisca demais. Você é forte, mas sempre foi difícil para mim proteger você. 

- Você fala como se fosse um anjo da guarda.- Ri baixinho.

- E se eu for?

Fechei os olhos e pensei em tudo aquilo. Minha cabeça estava tumultuada, havia tantas perguntas a fazer, mas nada saia da minha boca.

- As tatuagens foi um momento de decadência, um vacilo, mas enquanto você estiver comigo elas não desaparecerão. - Ele disse calmamente.

- Enquanto eu estiver com você? 

- Veja Anjo, eu estou namorando você, aconselho que me namore também. - Estacionou o carro na minha vaga no estacionamento. - Sou bem vindo em sua casa?

- Já esteve lá antes? - “O que você é?” Minha cabeça queria me matar.

- Nunca, juro. Mas a visão da sua janela é realmente interessante, amo quando você usa aquele pijama azul.

Sorri. Ele me fazia bem.

- Vamos entrar. - “Me ajude a não enlouquecer. Enlouquecer por você.”

Sai do carro e fui em direção a entrada dos prédios sem ao menos esperar Beck. Entrei e subi as escadas, quando cheguei à porta do apartamento 18 Beck já estava lá.

- Além de anjo você é o The Flash? - Sorri.

- Sou também o mestre do elevador.

Abri a porta e entrei, Beck me acompanhou. Parecia fascinado.

- Por que essa carinha? - “Por que me deixa tão encantada?”

- É bom estar um espaço seu. - Deitou no meu sofá. Fiquei em pé vendo-o se espreguiçar e soltar suspiros. Ele se sentou e pegou meu violão que sempre ficava atrás do sofá. Me convidou a sentar do seu lado e começou a dedilhar algumas notas.

- Hey darling, I hope you’re good tonight. And I know you don’t feel right when I’m leaving. - Reconheci a musica no mesmo momento. - […] If you can wait till I get home, then I swear come tomorrow this will all be in our past. Well, it might be for the best.

Suspirei e continuei a música:

- And hey sweetie, I need you here tonight and I know that you don’t wanna be leaving me. […]

Cantamos a música até o fim. Depois ele deixou o violão de lado e acariciou meu rosto. Aproximou seu rosto do meu e fechou os olhos. Beijou docemente meus lábios. Eu não me afastei, não recusei, não consegui pensar. Me beijou mais uma vez. E de novo. E de novo. Me ajoelhei no sofá e joguei meu corpo por cima do seu, ele esticou as pernas e se deitou. Segurou minha cintura e me beijou com mais intensidade. Eu estava deitada sobre ele, respirando com dificuldade e o beijando mais do que deveria.

- Você me faz perder o controle. - Falei enquanto ele beijava meu pescoço.

- Anjo, essa é a intenção. - Levantou minha blusa devagar. Eu não sabia até que ponto iríamos, mas apenas deixei acontecer. Quando estava prestes a tirar minha blusa o telefone tocou. Tentei me levantar mas Beck prendeu minha cintura na sua. - Deixe tocar. - E me beijou novamente.

A voz de Kevin surgiu de repente.

- Oi Bells, eu só queria dizer que eu sinto muito por ter feito você escolher. Realmente não era minha intenção. Podemos conversar? Talvez eu ainda possa te convencer a ficar comigo… Pense nisso. - Fim da gravação.

Beck ficou com o rosto sombrio, me levantei e suspirei devagar.

- Acho que preciso conversar com ele.

- Ligue, eu não me importo.

- Beck, você pode voltar depois. - Fui até a porta e deixa-a aberta.

Ele levantou e seguiu meus passos, parou ma minha frente e me beijou mais uma vez.

- Você é minha Anjo, não se esqueça disso.

Passou pela porta e foi embora, levando consigo tudo de bom que restava em mim.


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Notas finais do capítulo

A música que citei nesse capítulo é If It Means A Lot To You - A Day To Remember.