Eu Campista 2 escrita por Katagyu Suzuki


Capítulo 5
Capítulo 5: Os fogos


Notas iniciais do capítulo

Tcharam! Capítulo 5!
E olha que eu nem demorei taaaanto pra postar esse daí. Hunf. ù3ú
É o primeiro capítulo que eu fiz sem colocar Skillet nele, graças à Bru e Ju.
Aproveitem, se conseguirem u3u



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Aquele dia estava sendo muito bom pra mim. Por causa do violão, é claro. Fiquei dedilhando algumas músicas nele.

- California Rest in Peace
Simultaneous release,
California show your teeth,
She's my priestess, I'm your priest
Yeah, yeah…

- I beg to dream and differ from the hollow lies
This is the dawning of the rest of our lives
On holiday…

- Heartless day
Bottom of the abyss.
Suicide circus
Why is it repeated?
Suicide circus
…!

- And the rain will kill us all
 We throw ourselves against the all
And no one else can see
The preservation of the martyr in me

Suspirei, agora guardando meu novo violão novamente na capa e deixando-o embaixo da minha cama. Peguei minha nova jaqueta de couro que ganhara da minha mãe no mês passado do armário e fui passear pelo acampamento, já que não tinha mais nada pra fazer.

Passei por um casalzinho qualquer em frente ao chalé de Afrodite, cantarolando baixinho alguma música do Aerosmith. Mas foi o diálogo deles que me surpreendeu.

-... Você quer ir aos fogos comigo hoje à noite? – perguntou o garoto.

- C-Claro que sim! – e eles se abraçaram.

Alguém pode me explicar que fogos são esses?

Tipo, eu estou aqui à nem um ano. Tem mais coisas que eu preciso saber sobre o acampamento?

Suspirei, tentando encontrar alguém que pudesse me explicar. Pelo canto do olho, eu vi aquela maldita filha de Démeter encostada em uma parede do chalé dela. Aquela que me dedurara pro Percy. Fui tentar falar amigavelmente com ela.

Taquei uma das minhas adagas nela. A adaga cravou no chalé, mas a milímetros da sua orelha. Ela tomou um susto, se desencostando da parede, e olhando ao redor, procurando quem tacara a adaga.

Desculpem, mas eu disse que apenas ia tentar falar amigavelmente.

Andei até ela, com o rosto sombrio e as mãos dentro dos bolsos da jaqueta. Ela riu nervosamente, enquanto eu tirava minha adaga do chalé e a transformava em um anel novamente, colocando-o no meu dedo médio.

-...

- O-Olá! – disse ela, acenando, ainda com um sorriso nervoso no rosto.

- Oi – eu falei, com o rosto sombrio – Quem é você?

A filha de Démeter tinha cabelos pretos longíssimos, que lhe batiam nas coxas. Os olhos castanhos eram de um formato oval. Ela era bem magra – claro, só deve comer cereal essa daí –, de uma pele claríssima e era um pouco mais baixa que eu.

- E-Eu sou Vanessa! – estendeu sua mão pra mim – É um prazer!

- Tch – ignorei a mão dela, me apoiando no chalé ao seu lado com as costas e o pé direito, ainda com as mãos nos bolsos. – Quero te perguntar duas coisas. Há quanto tempo cê tá no acampamento?

- D-Dois anos – ela respondeu trêmula – Eu sou um daqueles campistas que ficam aqui o ano inteiro...

- Não quis saber a última parte – suspirei, irritada – Mas enfim. O que são esses fogos que todos estão comentando?

Vanessa suspirou aliviada. Talvez estivesse pensando que eu quisesse matá-la ou coisa parecida. Apesar de eu querer mesmo fazer isso.

- Sabe que dia é hoje?

-... Não.

- Quatro de julho – respondeu, sorrindo, agora sem nervosismo. – Que feriado temos em quatro de julho?

- Ah. Entendi.

Quatro de julho. Dia da independência americana. Então era isso o que estavam comemorando.

Desencostei-me da parede.

- Obrigada. – e comecei a andar novamente.

- H-Hey! – ela me chamou a atenção – Poderia saber seu nome?

Parei de andar, me virando para ela novamente.

- Daniella – disse apenas – Mas pode me chamar de Dani ou de Dan.

- E-E você pode me chamar de Vani, se quiser! – ela respondeu. Eu ri.

- Tenho uma ideia melhor – dei as costas pra ela novamente – Vou te chamar de ‘meu alvo’ – disse por cima do ombro, fazendo-a ficar com uma expressão de medo.

Aquilo era divertido.

Continuei andando distraidamente pelo acampamento, enquanto cantava pra mim mesma uma música de Red. Senti uma mão pousando no meu ombro, e, se o ar não tivesse ficado um pouco mais frio, eu teria derrubado a pessoa no chão.

- Oi Nico – comentei, me virando pra ele.

- Tenho uma coisa pra te dizer – ele estava radiante – Escuta só essa...

Ele me contou a história em detalhes, como se fosse totalmente divertido. Meus dois anéis viraram adagas novamente, e eu as segurei com força, cerrando meus dentes.

- Como...?

Nico estava totalmente satisfeito. Estava com a espada apoiada no ombro esquerdo, sorrindo.

- Eu te juro. Vi Connor sendo convidado por uma menina pra ver os fogos e aceitando.

- Eu vou matá-lo – disse, estralando os dedos com as palmas das mãos – Antes, vou conferir se o que disse é verdade, maninho, pode ter sido o Travis...

- Foi o Connor – me interrompeu.

-... Mas se for, eu vou matá-lo.

- Boa sorte – desejou-me, rindo, enquanto voltava ao nosso chalé.

Sinceramente? Não sou garota pra ficar depressiva por essas coisas. Eu sou mesmo é garota de arrebentar a cara de alguém e depois esquecer. Eu fui até o chalé 11, calmamente. Apesar de que eu não conseguia esconder minha aura assassina.

Escondi minhas adagas nos bolsos da jaqueta, batendo de leve na porta do chalé dos ladrões.

Uma menina atendeu. Ela tinha mais ou menos dez centímetros a menos que eu, cabelos curtos e cheios de cachinhos, com olhos castanhos bem claros. Era totalmente magra, mas quando eu digo magra, é tipo... Ahn... Tábua.

- Olá! – ela disse, sorridente, quase dando pulinhos. Ela tinha uma voz fininha. Devia ter uns dez ou onze anos. – Olá, olá, olá!

Que é isso. Nem eu sou tão hiperativa assim.

- Olá... O Connor tá aí?

Ela assentiu com a cabeça, dando espaço pra eu passar.

O chalé de Hermes por dentro era um chalé de acampamento comum. Vários beliches, com várias coisas de campistas espalhadas. Agora, se eram deles mesmo, era difícil saber. Tinha um tapete verde no centro do chalé, com o símbolo de Hermes, ou seja, aquele da medicina.

Connor estava sentado ao lado de Travis, que ao me ver, abriu um sorriso trêmulo e nervoso, quase igual ao de Vanessa.

- O-Olá! – ele disse, enquanto Travis se levantava da cama com as mãos pra cima e se dirigia ao outro beliche.

- Só quero saber de uma coisa – disse, calmamente e com um falso sorriso no rosto – Quem é que foi que te convidou pros fogos hoje à noite?

Pelo jeito, Nico não mentira. Connor congelou ali mesmo. Todo o chalé ficou em silêncio, alguns segurando a risada, como Travis.

-... D-Drew.

- Quem? – perguntei, levantando uma sobrancelha, e colocando cruzando os braços. Connor olhou pras minhas mãos, e percebeu que meus anéis não estavam comigo. E eram duas opções: ou eu tinha deixado os anéis no bolso, ou tinha deixado as adagas no bolso. E é claro que ele sabia que era a segunda opção.

- Uma filha de Afrodite – disse Travis pra mim. Connor lançou um olhar fuzilante ao irmão, que apenas sorriu.

- Ela tem o poder de persuasão – continuou Connor – Foi por isso que aceitei.

- Não tem problema – eu disse, colocando minhas mãos no bolso, enquanto ele engolia em seco. Tirei minhas adagas, ainda sorrindo. Apontei uma pra ele e falei – Mas apenas saiba que eu não vou esquecer isso tão fácil.

- A culpa não foi minha! – ele disse, se levantando da cama.

- Sei que não foi – pisquei meus olhos algumas vezes, me virando de costas – Eu só preciso fazer uma visitinha ao chalé de Afrodite.

Travis e alguns outros filhos de Hermes começaram a rir, enquanto Connor suspirava aliviado e se sentava novamente. Eles provavelmente sabiam que Drew estava ferrada.

Quando eu fechei a porta do chalé 11, provavelmente Connor não sabia que ele também estava ferrado.


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Notas finais do capítulo

1° Música: Dani California - Red Hot Chilli Peppers
2° Música: Hoilday - Green Day
3° Música: The Suicide Circus - The GazettE
4° Música: Psychosocial - Slipknot
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Dan-Aye!