Correr para a cornucópia! Era a única estratégia que eu tinha em mente. Resolvi deixar para lá aquela Clove sensível e delicada, assim como também vou dar o meu máximo para esconder a saudade de casa, e o que sinto por Cato. Na arena, tenho que ser indestrutível!

O alarme soa e todos os tributos saem de suas posições iniciais. Vejo a maioria dos tributos pegarem uma mochila e correrem para a mata. Porém alguns eram audaciosos e iam em direção á cornucópia, assim como os tributos carreiristas. Vejo Marvel, Glimmer e Cato já escolhendo algumas armas.

– Quer fazer o favor de ajudar em alguma coisa querida? – Grita Glimmer para mim.

– Tipo o que? Te matar? – Grito de volta.

Ela me encara brava até que me junto a eles, a primeira coisa que procuro é uma mochila e algumas facas. Belas facas de longo alcance estavam ali, passei as mãos sobre elas e comecei a lançar em vários tributos. E der repente vi a garota quente lutando por uma mochila com o garoto do distrito nove! Bingo!

Lancei uma das facas e errei o alvo. O que está acontecendo comigo? Acertei em cheio as costas do garoto. E em seguida mirei na cabeça da garota quente. Mas aquela maldita garota cobriu o rosto com a mochila e saiu correndo para a floresta, e ainda por cima com a MINHA faca!

Juntei-me novamente aos carreiristas, só restavam nós quatro na cornucópia, quer dizer nós eramos os únicas vivos. Eles já tinham pego tudo, e então fomos para a floresta, e lá de empreitada estava o conquistador, o namoradinho da garota quente que prometemos proteger em troca da vida da garota quente.

– O que você pegou conquistador? – Questionou Marvel.

– Uma mochila, apenas. – Respondeu ele fazendo pose de macho.

– E enquanto isso nós quatro saqueamos toda a cornucópia. – Disse Cato rindo.

– Nós quatro? – Questionou Glimmer. – Nós três você quer dizer, ou esqueceu que a senhorita das facas não colaborou em nada?

– Tanto faz Glim, agora que já pegamos tudo isso não tem mais importância.

– Tome Clove, mais umas facas. – Exclamou Cato me estendendo algumas facas. – E o que você estava fazendo que não foi nos ajudar?

– Tentei matar a garota quente, ela estava distraída brigando com o idiota garoto do distrito nove.

– E por que não matou ela estúpida? – Esbravejou Glimmer.

– Por que ela usou o garoto do nove e a mochila como escudo! – Gritei.

– Calma meninas! – Exclamou Marvel sorrindo. – Ainda vamos botar as mãos naquela garota, não é conquistador?

– É claro que vamos. – Respondeu Peeta olhando para o chão. – E o meu nome é Peeta ok?

– Excelente Conquistador! Agora... Pra que lado será que ela foi? – Disse Cato.

– Vi ela correr na direção norte.

– É bom que você esteja certo viu? – Exclamei enquanto afiava uma faca em um tronco caído.

– Bem... Bem eu... – Dizia Peeta nervoso.

– Calminha conquistador! – Disse Cato dando tapinhas nas suas costas. – Não há nada á temer se não há nada á esconder!

– Vamos ficar aqui de papo? Temos que caçar a garota quente! – Exclamei exsaltada.

– Clove está certa. – Disse Marvel. – Vamos logo!

Caminhamos pela mata até escurecer e vimos uma luz á uns vinte metros de nós. Andamos de fininho até lá, com a maior esperança de que fosse a garota quente, mas era apenas uma menininha do distrito sete, eu acho. Deixamos Peeta mata-la, para ver se ele servia para mais alguma coisa. Depois de deixar Peeta se divertir um pouco continuamos a nossa caça á um abrigo.

– Eu tenho uma sensação de que a garotinha não está morta! – Disse Glimmer.

– Será? – Exclamou Marvel. – Para mim ela estava morta.

– Ou ela é uma atriz bem convincente! – Exclamei.

– Como assim? Ela está morta tenho certeza! – Disse Peeta na defensiva.

Paramos na clareira mais ou menos a dez metros de uma gigantesca arvore.

– A gente não deveria ter ouvido um canhão? – Perguntou Cato.

– Eu diria que sim. Não há nenhum empecilho para que eles atirem imediatamente. – Respondeu Peeta.

– A menos que ela não esteja morta. – Eu disse irritada.

– Ela está morta. Eu mesmo a acertei. – Disse Peeta se virando para mim.

– Então onde está o canhão? – Exclamei novamente irritada.

– Alguém devia voltar. Para ter certeza de que o trabalho foi feito. – Disse Glimmer, e finalmente ela falou alguma coisa que preste.

– É mesmo, ninguém vai querer caçá-la de novo. – Concordou Marvel.

Uma discussão tem início e só acaba quando um tributo silencia os outros.

– Nós estamos perdendo tempo! Vou lá terminar o serviço nela e a gente segue caminho! – Exclamou Peeta irritado.

- Vai lá então, conquistador. - Eu disse sem paciência. - Veja Você mesmo.

Peeta caminha bufando em meio das árvores até a garotinha. E nós quatro  ficamos em silêncio até termos certeza de que ninguém poderia mais nos ouvir.

- Por que a gente não mata ele agora e acaba logo com isso? - Reclama Glimmer.

- Vamos continuar com ele. Qual é o perigo? E ainda por cima, ele é bom com aquela faca. - Exclamou Cato olhando diretamente para mim, o que me deixou irritada. Apenas eu sou boa o suficiente com facas!
          - Além disso, ele representa nossa principal chance de encontrar a garota. - Menciona Marvel em meio das árvores.

- Por quê? Você acha que ele comprou aquela histórinha romântica? - Bufei afiando uma de minhas facas.

- Talves sim. A coisa toda pareceu muito simplória para mim. Sempre que penso nela rodopiando naquele vestido sinto vontade de vomitar.  - Disse Cato, arrancando algumas risadas de Marvel.

- Gostaria de saber como foi que ela conseguiu aquela nota 11. - Exclamei guardando a faca em meu sinto.

- Aposto que o conquistador sabe. - Diz Glimmer me encarando.

O som de Peeta voltando nos silência.

- Ela estava morta? - Perguntei.

- Não. Mas agora está. - DIz Peeta. Só então ouvimos o tiro do canhão. - Vamos indo?

Nós cinco apenas saímos quando surgem os primeiros raios da manhã.

AInda não sabíamos direito o que iriamos fazer, mas andávamos feito loucos até anoitecer novamente. Peeta, e Glimmer arrumavam as barracas. Glimmer parecia estar tendo muitas dificuldades. Marvel organizava a comida e as armas. E Cato e eu rondamos o acampamento, para ter certeza de que era seguro. 

Eu estava caminhando destraídamente, quando tropecei em uma pedra gigante  que apareceu no meio do caminho, do nada. Cato me segura e encara fundo os meus olhos.

- Epa! - Exclama ele sorrindo. -  Só não caia!

- Pode deixar. - Eu disse me recompondo.

- Então...

- Eu faço aprimeira guarda, pode ser? - Exclamei sorrindo.

- Se você quiser eu posso ficar com você. - Diz Cato com um tom sedutor.

- Tanto faz. - Tive que olhar para o lado, para que Cato não visse o meu sorriso, que ia de orelha á orelha.

Voltamos para o acampamento e Peeta, Marvel e Glimmer já estavam comendo. 

- O que estão comendo? - Questiona Cato.

- O menú de hoje é, para cada um: uma maça, meia porção de carne seca e água. - Exclama Glimmer.

- Como dividiremos as barracas? - Questiona Peeta. - Afinal são apenas três e nós somos 5.

- Por mim as meninas dividem uma, e eu, você e Cato decidimos no graveto quem fica com uma barraca sozinho. - Exclama marvel jogando longe a embalagem da carne seca.

- Tá me chamando de gay? - Se exalta Cato.

- Foi mal cara! - Se desculpou Cato. - E como você está pensando em dividir?

- Sei lá, cada distrito em uma barraca, ou eu e a Glimm, Marvel e Clove e Peeta sozinho...

- De um jeito ou de outro eu fico sozinho não? - Questiona Peeta.

- Sim fica. - Disse Cato.

- E como ficamos nós? - Questiona Glimmer sorrindo.

-Que tal eu e você Glimm? - Pergunta Cato com um sorriso malicio.

- Pode ser... - Disse ele sorrindo.

- Ok então... - Disse Marvel olhando para os dois assustado. - Então ficamos eu e você né Clove?

- Pois é, eu vou fazer a primeira guarda.

Além de querer matar a Glimmer. Queria entender o que se passa na caabeça de Cato. Primeiro ele disse que queria ficar de vigia comigo, e depois quer dormir com Glimmer? E depois dizem que as garotas são complicadas!