Todos estão me encarando imaginando talvez que eu fosse chorar ou algo parecido, mas sinceramente aquela nota para mim não significou nada. Então a Capital acha que sou fraca? Bom para eles, vão ter uma surpresinha amanhã. Levanto do sofá com autoridade.

_Ruphus já vão dar cinco horas o que acha de irem me arrumar?

Mais uma vez sou recebida com olhares confusos. Nem eu mesma me imaginava com essa reação. Sou levada a minha equipe de preparação. Arrumam meus cabelos, pintam minhas unhas novamente... Enfim, me deixam uma pessoa bonita, ou algo perto disso.

Estou desesperada por Ruphus, não sei bem porque, mas gosto desse carinha. Ele chaga dando olá a todos da equipe empolgadíssimo.

_Olá meus queridos! -ele bate palmas entusiasmado demais e eu rio. -Que foi pequeno diamante? -Ruphus faz um beicinho e continua. -Peço que me desculpem, mas Gemmy vem c-o-m-i-g-o!

Pego em sua mão e sou conduzida até um dos muitos camarins. Passo por todos já que eles começam no 12. Imagino meus aliados e meu irmão. Entro no camarim de número 12 F. Há uma mesa com alguns docinhos e minha roupa está em um cabide coberta por um negócio branco.

_Fique quietinha que já volto. -concordo e Ruphus sai.

Minha ansiedade é maior que eu. Me levanto da cadeira em que mal tinha sentado e vou em direção a minha roupa. Levanto o pano branco lentamente, mas sou obrigada a para quando ouço a maçaneta da porta. Por um triz Sally não me pegam mexendo nele.

_Oh Gemmy, você está tão linda que seu irmão nem vai acreditar ao vê-la! -Sally exclama ao me ver, mesmo que eu só esteja com um vestido branco curtinho e simples.

_Bem ele vai me ver daqui a pouco.

_Não Gemmy, não ele.

Como assim ela não está falando de Lucky, de quem mais ela poderia estar falando? Minha cabeça está a mil e eu não consigo me concentrar.

_Do que você está falando Sally? -pisco algumas vezes para ter certeza que não estou sonhando.

_Gemmy eu devia ter te contado muito antes...

Ela gesticula para eu me sentar e então começa. Segundo ela a história é essa: Meu pai namorava com a minha mãe, mas não por gostar dela, mas por a família deles terem obrigado os dois devido as melhorias que o hospital da família do meu pai receberia. Meu pai gostava mesmo era Da Sally, uma das meninas mais lindas do distrito, mas que não era importante. Dois anos se passaram com essa história de namorar as duas, até que Sally engravidou, inicialmente ficou muito feliz, mas não durou muito pois Handrea (minha mãe) também engravidou. Foi nesse dia que Sally descobriu que Handrea gostava do meu pai sim. Ver sua felicidade com a gravidez foi a gota d'água para Sally, ela simplesmente não podia mais continuar com essa farsa. Arrumou um namorado e disse que o bebê era dele. No dia do parto minha mãe perdeu o bebê. Sally ficou sabendo e em acordo com meu pai que era chefe dali fez um acordo. Um dos seus gêmeos que tinham acabado de nascer iriam para Handrea. Como minha mãe sempre quis uma menininha eu fui a escolhida para ir.

Não sabia como reagir aquela história. Mais uma vez me surpreendi por não chorar. Em vez disso peguei um jarro ao lado do sofazinho e atirei na parede. A sensação era boa, podia fazer isso a noite toda. Levantei do sofá e calmamente fui até o espelho. Eu realmente não lembrava em nada minha mãe, eu era igual meu pai, que por acaso era igual ao Dan.

_Bem se isso é verdade eu preciso que me prometa uma coisa. -ela concorda com os olhos cheios de lágrimas. -Você vai proteger mais Lucky do que a mim.

_Mas.. -ela tenta retrucar, mas eu não posso voltar atrás.

_Mas nada, odiaria saber que caso ele morra seja porque cuidou mais de mim pelo fato de euser sua filha. -a raiva em mim é grande, mas eu tenho um lado fria o suficiente para isso. -Olha vou ser sincera, não estou nem um pouco feliz com essa história e não quero que ninguém mais saiba, então fica quieta e finge que não me disse nada. Quero que a Tita me acompanhe. E só mais uma coisa, caso eu ganhe minha mãe continuará sendo a Handrea.

Deixo Sally sair chorando, mas não posso ter pena, tenho que manter minha cabeça calma para essa entrevista de hoje. Fingir que não sei de nada é o certo, sei que é. Ruphus e Tita entram no meu camarim preocupados.

_O que aconteceu? -Ruphus pergunta realmente preocupado. 

_Nada, ela só está nervosa por nós dois. 

Ruphus se acalma e me mostra finalmente minha roupa. É... Lindo! Como sempre fico sem palavras. O vestido é um espartilho rosa até a cintura, depois têm várias tiras de pedrinhas coloridas. Visto e vejo o efeito magnífico que isso dá. Nós pés calço um salto enorme e prateado. Meus cabelos recebem uma tiara de princesa. Não pereço bobinha, estou poderosa.