“Oh Meu Deus, oh Meu Deus! Está acontecendo!” É o que repito em minha cabeça a todo o instante.

Correndo para o carro, procuro desesperado pela chave. Quando finalmente a encontro eu quase tendo um enfarte. Entro no carro e dirijo feito um louco para chegar ao hospital. Mesmo não sendo religioso, agradeço a Deus pelo horário em que meu filhos escolheram nascer, pois são duas da tarde e a rua encontra-se quase que deserta.

Finalmente estou no terreno do hospital! Estaciono de qualquer jeito e após passar pelas portas automáticas vou até a recepção. Penso que minha cara é de pânico, pois quando falo para a moça atrás do balcão que vou ser papai, ela me indica rapidamente para onde ir.

Dou passadas largas e apressadas, já que não é permitido correr na ala da maternidade. Viro o corredor e o encontro com o rosto colado a um vidro. Chego perto dele arfando, sem fôlego. Para me ajudar, ele se joga em cima de mim, me abraçando e nos beijamos, sem ligar para quem possa estar encarando.

_Eles nasceram Rodrigo, nossos filhos nasceram! Ah, eu te amo tanto!_ Ele diz apertando o abraço, com lágrimas nos olhos.

_Eu sei meu amor... Eu te amo tanto, tanto!_Falo dando um beijo em sua testa.

Viramos-nos para o vidro, e ele aponta onde estão nossos bebês. Os gêmeos são lindos! Quando olho seus rostinhos rechonchudos, eu penso: “Finalmente o sonho se torna real, pois agora sim, minha.. Não, a nossa família está completa”.