Clove, Uma Garota Adorávelmente Violenta escrita por Izzy Figueiredo


Capítulo 1
A Colheita




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Acordo feliz, muito animada. Hoje é o Dia da Colheita no Distrito 2, e eu preciso ser escolhida.

Meu nome é Clove Foster, tenho 15 anos. Minhas armas são as facas, sempre usei elas. Faz 10 anos que as jogo, ou seja, tenho uma mira perfeita.

E agora eu preciso entrar nesses Jogos e vencê-los. Minhas chances de trazer honra para meu Distrito estão se acabando, preciso mostrar à Panem que sou capaz, mesmo ainda tendo 15 anos e não sendo muito alta, de ganhar a 74ª edição dos Jogos Vorazes.

A Colheita seria às 11:00, ainda eram 9:00. Saio de meu quarto e vou tomar um banho, um banho demorado e delicioso, pra ficar mais aliviada. Depois escovo os dentes e vou comer alguma coisa; minha irmã e meu pai estão na cozinha.

_Oi! - disse, sorridente.

_Olá filha, prepara para hoje? - pergunta meu pai, meio preocupado. Ele sempre achou uma ótima ideia eu ir para os Jogos, mas não podia deixar de ficar preocupado. Ele já perdera minha mãe, não queria me perder também.

_Claro pai. Eu vou ir para os Jogos esse ano. - faço uma cara brava, e percebo que minha irmã está um pouco assustada. Ela tem 10 anos, e tem cabelos castanhos, não se parece nada comigo. Eu a amo muito, eu e minha irmã mais velha (de 19 anos) sempre cuidávamos dela. O seu nome era Spark. - Relaxe tá mana?

Fui fazer um misto quente para mim, e depois me sentei na mesa. Logo depois, minha irmã mais velha chega.

_E aí Clo, preparada? - ela pergunta e me dá um beijo na testa, como sempre faz.

_Claro!

Ela se senta do meu lado, e nós ficamos conversando sobre os Jogos, até que deu 10:15 e eu fui trocar de roupa.

Queria uma bem bonita, peguei uma calça jeans escura, uma blusa de manga roxa e uma sapatilha bege. Vou ao banheiro e faço uma trança nos cabelos, uma cara brava ao espelho e saio de casa, junto com meu pai e minhas irmãs.

Chegamos à praça em cerca de 10 minutos, ela estava toda enfeitada, bonita. Vou para a fila para me inscrever, decidida. Meu nome estará no pote apenas uma vez, pois nunca precisei de tésseras.

Na verdade, raramente alguém precisa de tésseras no Distrito 2. Depois que saio da fila vou para um canto, junto com minha amiga, Bonnie; e consigo avistar minha família me procurando.

Uns 5 minutos depois o prefeito de nossa cidade aparece e faz o discurso de sempre, de como é bom ele estar ali e como é ir para os Jogos, esse tipo de coisa; e depois Emília Dunsty aparece e começa a sortear os nomes.

_Primeiro as moças! - ela grita e tira um nome do pote de papel. Faz uma pause dramática e depois diz. - Clove Foster!

Olho ao redor, procurando pela sortuda, mas segundos depois me toco de que sou eu. Dou um sorriso discreto e subo determinadíssima até o palco, me gabando por ter sido sorteada.

_Parabéns Clove! E boa sorte! - ela falou e me cumprimentou. - Uma salva de palmas!

Todos batem palmas, mas as garotas não batem tão forte, estão com inveja de mim. Todas elas queriam ter a sorte que eu tive, a sorte de poder finalmente ir para os Jogos.

Quando as palmas terminaram, ela foi para os meninos. Estou animada, sei que praticamente todos os meninos de meu Distrito também treinaram a vida toda para os Jogos Vorazes, e poderíamos ser aliados.

_Harry Winshers! - ela fala e eu de repente fico séria.

Harry Winshers é o primo mais novo de Cato, meu melhor amigo. Conheço ele desde pequena, ele sempre treinara comigo, sempre me ensinara golpes e esse tipo de coisa. Nós sempre tivemos uma relação ótima, ele gostava de mim, por mais que eu fosse chata e impaciente (eu mesmo pensava isso de mim, mas gostava de meu temperamento); e eu também gostava dele.

Já sabia o que vinha pela frente. Cato não tinha irmãos, então ele só tinha um primo, de 13 anos. Ele o amava muito, não deixaria ele ir. Também queria ter a honra de participar, mas não queria ver seu priminho sendo morto.

Quando Harry estava quase chegando ao palco, ele empurra os guardas e se voluntaria no lugar de seu primo. Seus cabelos loiros estão agora desarrumados, seu primo abraçou-o e depois tentou ficar perto dele.

Logo após o rolo, ele sobe ao palco e lança um olhar triste a mim.

Legal. Estava admirando minha sorte minutos atrás, e agora estou desprezando-a. Por que logo Cato? Não queria matar meu melhor amigo. Ele era carreirista, poderíamos lutar juntos. Mas e caso sobrássemos apenas nós dois e nós termos que matar um ao outro. Droga.

O povo bate palmas para Cato também, minha cara de brava sumiu. Agora estou sem feição nenhuma. Chocada.

Eu e Cato nos comprimentamos, evito olhar em seu rosto. Depois, aplausos novamente e somos levados ao Edifício da Justiça, para vermos pela última vez nossos familiares.


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