O Coração de um Caçador escrita por Joanna
Ela está na arena. A Cornucópia é na parte de cima de um vulcão, e todos saem correndo com medo de uma erupção começar. Katniss não. Ela mudou, está sem expressão, quando pega um arco e flecha e começa a atirar. Mas nenhum dos tributos é o que eu vi na televisão. Katniss atira uma flecha em Posy, e outra em Vick, uma na minha mãe, grito para que corram, mas minha voz é inaudível. Ela atira em Madge e o canhão soa. Eu quero correr até lá, mas um puxão do filho do padeiro me joga longe. Eu caio vulcão abaixo e uma erupção começa. Eu ainda consigo ver o rosto da minha família deformado pela lava quando acordo.
Tento entender o que se passa na minha mente para imaginar Katniss matando minha família. E Madge também. Talvez a falta dela me tire do que antes era o foco, penso. A minha família. Tudo é a sobrevivência de Katniss. E aquela droga de filho do padeiro? Eles eram aliados? O que acontecia entre os dois enquanto meu corpo queimava na lava? Eles comemoravam? Ele pegava a mão dela assim como fez no desfile? E o que Madge fazia no meu sonho?
Katniss não o aceitará como aliado. Ela é independente, irá ficar sozinha na arena. Não consigo voltar a dormir mesmo sendo de madrugada.
A escola no dia seguinte é normal, ainda com os olhares de todos em cima de mim, mas nem se comprara com o que Prim passa. Tantas pessoas em volta dela, perguntando, perturbando. Eu vou até ela e a retiro da multidão.
- Sua mãe deu o recado?
- Do padeiro? Deu sim, depois eu entrego a ele.
- Ok. Estão te perturbando?
- Não, tudo bem.
Decido que é melhor me afastar de todos e ser o mais discreto possível. Avisto Madge e me sento ao lado dela. Ela não diz nada, então entendo que minha presença não incomoda. E também não digo nada. Comemos em silêncio e então o sinal toca. Ela me dirige um sorriso e vai até a sua sala.
Passo pelo buraco na cerca perto da minha casa e vou caçar. O meu arco fica embaixo de um tronco de árvore caído, escondido embaixo de algumas folhas secas. Eu o pego e decido para onde eu vou. No lago existem peixes e ovos, perto no meu ponto de encontro com Catnip existem morangos e amoras, e no outro lado da floresta nunca faltam esquilos e coelhos. E é para lá que eu vou.
Avisto um coelho perto de sua toca e puxo meu arco. Tudo que eu vejo agora é a caça, a minha flecha encosta em meu rosto e eu e meu arco somos um só, e então eu atiro. E um coelho gordinho vem para a minha mochila.
A sensação de usar o arco e flecha é incrível, é superioridade, você é inatingível, a precisão e tudo o que essa arma tem foi um presente do meu pai que garantiu a comida na mesa.
Eu pego mais três coelhos e preparo algumas armadilhas. Eu prefiro deixa-las de um dia para o outro, já que isso garante que ela esteja ocupada, mas também existem seus pontos fracos, o animal pode morrer antes de eu chegar ou outro animal pegá-lo. Mas eu corro o risco.
E então eu vou colher morangos. Colho alguns e coloco uma flor em torno da cesta. Ok, ela é a parte de cima de uma raiz que eu colhi, mas quem se importa? A flor é bonita.
Madge estava no meu pesadelo. Mas ela não é da minha família. Nem é minha amiga direito.
Eu vendo morangos. O pai dela compra. Mas ela se importa com Katniss, talvez se importe um pouco comigo também. E ela não rejeitou minha presença na escola. Colho mais algumas flores e ponho no topo da cesta.
Uma caçadora e a filha do prefeito. Você está mesmo perdido.
Um cachorro selvagem caiu em uma das armadilhas de ontem. Deve ter pego o que quer que tenha caído na armadilha antes e acabou preso. Minha faca de caça passa pelo seu pescoço. Greasy Sae terá uma surpresa.
O Prego está barulhento, e o cheiro de coisa velha que ele exala há tempos é familiar. Ao entrar falo direto com Greasy Sae, que troca o cachorro selvagem por um prato da sua sopa, parafina, sal e um pouco de dinheiro. Ela anda generosa depois do que aconteceu com Catnip.
Vendo a Kyle, um pacificador não tão amigável um coelho e saio do Prego. Bato na porta dos fundos de Rooba e vendo mais um para Rooba, o preço que Kyle pagou foi maior, e eu quase não o vejo no Prego, o que me leva a pensar se ele está acostumado com esse tipo de negócio.
O som do piano vai ficando maior a cada passo até a porta dos fundos. Bato na porta e Madge abre.
- Oi. E ai?
- E ai. Trouxe morangos. E uma surpresa.
- Qual? Você é muito previsível, os morangos devem estar mais doces e só.
- Nem passou perto.
- O que é?
- Vai ter que pagar para ver.
Ela dá o dinheiro dos morangos e eu dou a cesta a ela. Dou um beijo no rosto dela e quase morro de rir quando ela derruba a cesta no chão. Vou até Prim e entrego um terço do que ganhei hoje a ela. Uma parte para mim, uma para ela e outra para Catnip. E eu vou para casa pensando no perfume de Madge, tão doce quanto os morangos que vendi a ela.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Gostaram? Acho que vocês nem olham mais para minha fic, vish.. Deixem reviews com sugestões, críticas construtivas, etc... Capítulo dedicado a GabsSalvatore1862, que pediu um Gale mais ciumento (não sei se saiu do jeito que você queria mas k, estou me esforçando)