Greggory Field: Desvendando O Passado escrita por L Chandler


Capítulo 4
Capítulo 4 - A briga


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer pelo Review do Felipe Araújo, vou tentar melhorar a minha pontuação.
Bem agora vou deixar vocês lerem.
Te vejo lá em baixo (:



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Greggory avistou a cara de feroz de Kevin antes de entrar na quadra, pronto para seu fim. Greg caminhava lentamente, em direção ao menino, e em seguida depositou sua mochila no chão, sem pressa.


- Ah, cara-de-iguana, anda, vamos, eu tenho dentista daqui a pouco... – falou Kevin, e todos de sua “turminha” riram. Greggory, porém, não prestou muita atenção, pois acabara de ver Sabrina, dobrando a direita da quadra. A garota devia estar indo para o teatro. Sem mesmo olhar para os lados, Sabrina adentrou uma porta que Greg fora incapaz de ver.


Assim que ela o fez, Greggory retrucou:


- Não será necessário dentista, eu vou arrancar todos os seus dentes, faço questão, um por um... – disse, sem poder mediar as suas palavras. Depois o garoto pôs sua mão na boca, como quem tivesse se arrependido do que tivesse dito. Kevin soltou um rosnado, muito semelhante ao de um Pitbull e partiu para cima de Greg, com toda sua raiva.


Kevin agarrara Greggory pelas costelas, e o esfregava por toda a grade que envolvia a quadra, arrastando seu rosto, provocando muita dor. O outro tentava revidar, porém todas as suas tentativas foram em vão. Conseguia, de vez em quando, dar um ou dois chutes no Brutamonte. Agora, Greg se via pendurado no ar por uma mão de Kevin, e a outra mão, dava-lhe socos fortes em seu estomago, fazendo Greggory tossir incessantemente.


Ele o soltou, e, quando se deu conta, Greg estava largado no chão, apenas ouvindo vozes e risos, sem poder se mexer.


- Vamos... Cadê o cara-de-iguana valente? Levante e lute como homem, não fique ai no chão se lamentando feito uma garotinha... Quem vai arrancar meus dentes, mesmo? – berrava Kevin, rindo muito também.


Greggory não sabe de onde arrumou forças, mas levantou-se em um salto. Sentia um gosto metálico e amargo na boca, o que provavelmente significava que estava sagrando muito, por ter o rosto esfregado nas grades da quadra.


Logo que Kevin viu que o garoto tinha posto-se de pé, ele avançou, e deu-lhe três socos seguidos na garganta. Greg queria gritar, mas parece que os punhos de Kevin tinham atingido suas cordas vocais.


Greggory não podia cair. Fique de pé, fique de pé...


Tarde demais. O Brutamonte havia dado-lhe uma rasteira, fazendo com que o outro caísse, de bruços no chão.


- Cansou de apanhar, eh? – perguntou um da turminha de Kevin.


- Calma... Já estamos quase lá... Só falta o toque final. Acho que já está na hora! – rosnava Kevin, que, apesar de estar ganhando de lavada, tinha um tom amargurado em sua voz. O garoto abaixou-se e pegou Greg, que ainda se encontrava no chão, com as mãos no pescoço.


Os expectadores da luta soltavam exclamações, risos e vaias. Quando finalmente perceberam que Kevin ia levá-lo (ou o que restara dele) para fora da quadra, soltaram uns “Uhu’s!” e “OOOH’s!” e a multidão ia enfurecida e excitada atrás deles.


Kevin subiu uma escada que dava no “telhado” na escola. A direita da escada tinham grandes latas de lixo.


A turma não se arriscou a subir, apenas acompanhavam tudo da vista de baixo. A cena que se presenciava, lembrava um pouco King-Kong (carregando uma “dama frágil”, assim como berrou Kevin lá de cima). O Brutamonte ergueu Greggory e a turma soltou um “NÃO!” coletivo, porém, havia risos e polegares acenando positivamente para ele, como que estivessem atiçando Kevin a jogá-lo.


Algum tempo depois, ainda com Greg estendido no ar, estupefato, a turma começou a cantar em couro: “Joga, joga, joga!” e Greggory simplesmente não podia fazer nada. Se Kevin resolvesse jogá-lo, ele iria apenas contemplar a sua própria morte vir, inutilmente. O Brutamonte soltou um grito de guerra e logo largou Greg, caindo em alta velocidade, a uns 10 metros de altura. Por “sorte” Greggory ia cair dentro da caçamba de lixo. Antes isso do que morrer. Como o garoto ainda estava com os olhos abertos, respirou, aliviado. Todavia, ele estava ciente que o impacto ia ser grande... Talvez uns ossos fraturados.


Na hora que Greg ia bater de cara, com tudo na caçamba de lixo... Ele parou, por questão de segundos, a menos de um centímetro, e depois aterrissou, levemente. Greggory não entendera, e nem queria explicação. Por mais que ele estivesse machucado, sangrando, ferido e fraturado, sabia que era realmente uma proeza ainda estar vivo depois dessa “luta” – estava mais para surra, porque uma luta é quando ambos tem chances de vencer -, e pior, ainda estar vivo depois de ter sido lançado do telhado da escola.


Do nada, Greg ouviu um murmúrio, e passos vindo em sua direção. Logo deduziu que era algum professor, vindo reclamar do barulho. Na verdade, era uma professora. Ela disse algo como “Silencio, estou tentando dar uma aula aqui... Vou chamar o diretor se vocês não saírem daqui em: 10, 9, 8...” Não foi preciso terminar a contagem. Em menos de três segundos, a turma toda já tinha evacuado. Greggory soube devido ao silêncio que reinou.


Como Greg não podia gritar para pedir ajuda, bateu a mão, com toda sua força no fundo da caçamba. A professora olhou, espantada, para dentro do local proveniente do estrondo. Surpreendeu-se então, de encontrar um garoto, cujas vestes estavam sujas de sangue. A professora, em seguida, ajudou-o a sair.


- O que houve com você, querido? Vá para a enfermaria! – falou, tentando auxiliar o menino a pôr-se de pé. Greggory, porém, nada respondeu, apenas apontou para seu pescoço inchado. Ela logo entendeu e chamou uma de suas alunas que estava lá fora querendo saber o motivo do murmúrio e da demora da professora.


Coincidentemente, essa aluna era Sabrina. A garota fitara Greg por uns instantes. Em seguida, observou, concentrada, um vão entre a caçamba e a parede. Nesse vão, tinham duas muletas. Greggory ia precisar delas. Apesar de não ter sido atingido na perna, ele tinha de andar encolhido, devido aos fortes socos em seu estomago. Estranho... Ele não tinha reparado as muletas ali. Vai ver fora seu desespero, e, afinal, ele não era um rapaz muito detalhista.


Ele caminhou com dificuldade até as muletas, enquanto a professora instruía Sabrina, dizendo para ela o que fazer com o garoto, e para onde levá-lo. A moça sussurrou algo no ouvido de Sabrina, mas Greg nem percebera, afinal, estava ocupado demais, ajustando as muletas.


- Vamos? – falou Sabrina, fazendo sinal para Greggory segui-la. Além de estar machucado, o garoto não sabia onde era a enfermaria. Os únicos lugares que ele sabia ir eram o banheiro, o pátio, a quadra, e sua sala.


- Vai me explicar o que houve ou eu terei que perguntar? – perguntou a Greg, enquanto olhares curiosos os acompanhavam ficarem pequeninos, à medida que tomavam distância.


Greggory olhou para Sabrina, pedindo piedade em silêncio pelo seu pescoço dolorido, sabendo que iria doer muito falar, mas ela nem se preocupou. Então, ele explicou detalhadamente a história, e, de vez em quando torcia o nariz, expressando dor.


- Nossa você é brilhante. Arrumar briga com o garoto mais forte da escola logo no primeiro dia de aula? Brilhante, realmente brilhante. – falou a garota, sarcástica, e logo depois fechou a cara.


- Que foi? – perguntou Greg o mais inocente possível. Não sabia do que a garota ia reclamar primeiro.


- O que foi? Eu estava criticando Kevin, falando o quanto ele era perigoso e você nem para me contar que tinha se metido numa briga com ele? E nem para me ouvir, eu lhe disse: “Ele é um brutamonte!” não disse? – ela balbuciou, mais como um sermão. Em seguida, ela abriu a porta da enfermaria para Greggory.


- AAh, Srta. Thompson! Oh, céus! O que aconteceu com esse rapazinho?


Sabrina explicou toda a situação.


- Ah, este é a primeira vitima de Kevin este ano. – falou a enfermeira, como se fosse uma coisa muito comum. Seus cabelos eram quase tão grisalhos quanto o próprio jaleco branco que vestia. Tinha o rosto marcado pelo tempo, e possuía as mãos enrugadas e trêmulas, cheias de sinais, porém, habilidosas.


Enquanto fazia as bandagens de Greg, ela reclamava e soltava exclamações. Depois do que se pareceram uma hora, a enfermeira finalmente o liberara.


- Cuide-se, mocinho. Não faça muito esforço. Você fraturou a sua costela, e devido a socos muito fortes, teve lesões na área da garganta. Você deve evitar a fala até o final do dia, mas creio que amanhã já deve ter se recuperado. Tome este remédio para fazer a área da sua faringe desinchar. – disse, dando um frasquinho cor de mel na mão de Greggory.


Ele e Sabrina abandonaram a área da enfermaria juntos. Greg se espantou ao ver a hora e insistiu que precisava ir para casa, pois já estava escuro. Sabrina se despediu dele, e.

, a partir daí, ambos tomaram direções diferentes.

                      

Fora um caminho escuro e solitário, mas ele tinha chegado em casa. Kimberly estava atirada no sofá, dormindo feito pedra. Tiffany tinha o braço pendurado, segurando o controle remoto sentada, dormindo na poltrona da sala.


Greggory pegou uma caixa de cereal das irmãs, encheu uma tigela e foi para seu quarto, pensando, atordoado, no seu dia. Logo depois, ele tomou o remédio que a enfermeira havia passado. Depois de ter finalmente um “jantar” decente, acabou pegando no sono. Ele não queria nem um pouquinho ir para a escola amanhã. Não para os “colegas de turma” caçoarem do garoto, e para ouvir Sabrina reclamar que perdeu o resto de seu teatro. O que ele não sabia, é que iria aproveitar bastante seu dia. Bom, pelo menos, uma grande parte dele.


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Notas finais do capítulo

até o próximo capitulo (:



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