Verdade Ou Desafio? - 9a Temporada escrita por Eica


Capítulo 7
2 anos


Notas iniciais do capítulo

Aqui estão os links para as fotos dos personagens, ou melhor, de alguns dos personagens. Mais pra frente posto dos demais.
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Donatelo

Ele quis que eu lhe fizesse companhia durante algum tempo, mas eu precisava ver minha filha e voltar para casa e descansar. Teria um (não tão) árduo dia de trabalho nesta segunda-feira. Ocasionalmente, minha cama me aguardava. Ele me fitou com seus olhos claros, que brilhavam. Ainda não era noite, por isso eu podia ver o quanto o azul dos seus olhos estava claro.

- Te vejo semana que vem então. – sorriu ele, gentilmente.

Seu rosto estava um pouco rubro e os olhos inchados. Eduardo chorara um pouco mais durante a viagem de volta a Sorocaba. Convenci-o, dentro do carro, a não falar sobre a discussão com Leonardo, pois eu não queria forçá-lo a relembrar o que se sucedera na chácara. Tenho consciência de que o certo seria ele se abrir e falar sobre o assunto, mas creio que, a questão é que eu não estava querendo ouvir o que ele tinha a dizer. Como parecia muito magoado, o insulto de Leonardo dirigido a ele deve ter sido forte demais, suponho.

Na despedida, ganhei um beijo no rosto e acenei quando ele entrou na garagem e trancou o portão. Esperei que ele entrasse pela porta da sala para então entrar no carro. Dei partida no motor do carro e dirigi para a casa de meus pais. Neste meio tempo, ponderei sobre os eventos na chácara. Por mais que não tenha acontecido uma tempestade durante a festa, o chuvisco foi suficiente para deixar os ânimos abalados.

Liguei o rádio para me distrair. Nenhuma estação chamou minha atenção. Algo como apreensão se apertou dentro do meu peito e me inquietou. Moléstias a parte, estacionei em frente da casa de meus pais e entrei. Sofia jantava.

- Comeu alguma coisa durante a festa? – indagou minha mãe, quando me juntei a eles na cozinha.

- Não, não havia o que comer.

- Festa sem comida? – soltou meu pai, admirado.

- O alimento daquele pessoal é o álcool.

Sofia estava no colo de minha mãe e comia sopa com aqueles macarrõezinhos em formato de letras. O aroma dos legumes e dos condimentos da sopa impregnado por toda a casa deu-me muita fome. Acabei jantando ali mesmo. Enchi o prato mais de três vezes e bebi suco de laranja. Demorei tanto para acabar a comida que minha mãe e Sofia já se haviam saído da cozinha. Meu pai foi o único a ficar comigo à mesa.

- Está se alimentando bem? – indagou, me avaliando.

- Quando posso.

- Então a resposta é não.

Virou as páginas do jornal que lia. Deu uma tossida e tornou a ler o jornal.

Fiquei na casa de meus pais até Sofia pegar no sono, e isto só aconteceu duas horas depois de eu terminar o jantar. Era a hora de partir. Beijei minha princesa no rosto e parti desejando uma boa semana a todos.

Chegando em casa, a noite já se fazia presente. Acendi a luz da sala e fui para o quarto me trocar. Assim que vesti roupas velhas e confortáveis, fui ao banheiro. Depois de escovar os dentes, pus-me na cama para dormir.

Esta semana, a empregada que eu contratei começou a trabalhar em casa. Pedi a ela que apenas deixasse a casa organizada e limpa e que o resto cuidava eu. Seu nome era Angela, uma mulher muito simpática de meia idade com experiência e boas referências. Ficava apenas as horas necessárias para se terminar o serviço e depois ia embora. Eu não a vi um dia sequer, mas quando chegava do trabalho, tudo estava limpo e organizado.

No sábado, antes de pegar Sofia na casa de meus pais, passei na casa de Leonardo porque a inquietação já me castigava o espírito. Estaquei o carro em frente da sua casa e chamei-o em frente ao portão. Aguardei um instante e então Leonardo apareceu na garagem.

- Oi, tudo bem? Está ocupado?

- Não. – disse ele, não muito feliz, mas também não desgostoso. Aproximou-se do portão para abri-lo.

- Não vou tomar muito o seu tempo. Só quero conversar. – falei, atravessando o portão.

- É bom que tenha vindo. Eu pensei muito esta semana e te devo desculpas.

- Ah? Você não me fez nada.

- Ao contrário. Tenho agido de modo errado desde que terminei com Eduardo e desde que vocês começaram a namorar. Não pude agir de outro modo, me desculpe. Eu estava chateado.

Observei-o, admirado. Entramos na sala e nos acomodamos cada um num sofá.

- Foi um erro achar que eu conseguiria superar tudo. – continuou, olhando para mim. – E outro erro que cometi foi ter deixado minhas suspeitas me dominarem e me induzirem a terminar meu relacionamento com ele.

- Que suspeitas?

Não sei por que lhe fiz a pergunta, pois imaginava do que se tratava.

- Depois que Eduardo e eu voltamos, - disse, abaixando o olhar. – eu estava feliz. Realmente fiquei feliz e achei que as coisas voltariam a ser como eram. Só que me enganei. Com o tempo uma velha cisma rondou minha cabeça e por mais que eu tentasse, não conseguia me livrar da idéia de que Eduardo talvez pudesse gostar de você.

- Não! – exclamei, com um sorriso cheio de surpresa. – Ele nunca sentiu nada por mim. Posso confirmar isso por suas próprias palavras. Ele mesmo me confessou que sempre me viu como um irmão. Você sabe de que forma éramos ligados. Minha amizade com ele era igual a dos nossos outros amigos. Você, por outro lado, era especial.

- Isso deixou de ser a muito tempo. – disse ele, com um olhar amargo.

Vacilei em dizer algumas palavras. Leonardo passou a mão pelos cabelos e prosseguiu:

- Tentei esquecê-lo... Tentei sair com outras pessoas... Tentei me ocupar para não fixar minha mente em um único ponto, mas tem sido difícil. Você sabe que terminar um relacionamento não é fácil. Eu o amei demais e aceitar que sua vida continua é martirizante. Não me entenda mal. Não lhe desejo o mal, mas sou egoísta. Sou desgraçadamente egoísta. Me diga o que isto significa: amo-o demais ou Eduardo já virou minha obsessão?

A pergunta era fácil de responder, mas eu não a respondi.

- Se gosta dele, por que não pede para voltarem? Já pensou em fazer isso?

Um dos cantos de seus lábios se curvou em um sorriso:

- Ele não voltará comigo, Donatelo.

- Tenho minhas dúvidas.

De repente ele ergueu o rosto para mim, sério, como se tivesse ouvido uma ofensa:

- Não confia nele então. Ele te namorou e isto deveria significar alguma coisa para você. Ou não confia nele ou não confia em si mesmo.

- Não entendi. – movi-me no sofá, disfarçando o incômodo.

- Acha que ele começou o relacionamento com você sentindo qualquer outra coisa que não amor? Não penso o mesmo que você e é por isso que afirmo mais uma vez: ele não voltará comigo.

Considerei suas palavras por alguns instantes e senti-me mais uma vez responsável por sua infelicidade.

- Eu não devia ter sido hostil com você – disparou. – E não diga que não fui. Eu fui. Espero que não me considere um mau caráter por sentir inveja de você, mas não estou conseguindo evitar no momento.

- Há um detalhe importante que você se esqueceu.

- Qual?

- Não estamos juntos. Eu não estou com ele, por isso não tem que sentir inveja, e honestamente, se vocês voltassem, eu ficaria feliz.

Após um suspiro, Leonardo inclinou o corpo para trás e encostou-se ao sofá.

- Tenho que pedir desculpas a ele. Fui rude com ele. Um completo idiota. Deixei que o ciúme tomasse conta de mim e o machuquei. Só espero que não seja tarde demais para pedir desculpa.

- Não, não é.

Após um momento de reflexão entre nós, disse:

- Quanto a nós dois? Como ficamos? Não quero que se afaste de mim de novo.

- Não, não vou me afastar de você. – respondeu, sorrindo suavemente. – É do Eduardo de quem eu devo me afastar, ao menos por um tempo para ver se eu consigo me adaptar. E, agora que tocou no assunto...

Ele levantou-se. Continuou:

- Queria ir vê-lo agora para pedir desculpa.

Levantei do sofá:

- Sim, pode ir.

Leonardo seguiu-me até a calçada.

- Tenho que buscar a Sofia na casa de meus pais. Boa sorte.

- Valeu.

Pelo caminho à casa de minha mãe, refleti sobre a nossa conversa. Embora me alegraria ver meus amigos retomando o antigo relacionamento, a alegria viria fatalmente acompanhada por um desgostoso amargor. Apeguei-me a Eduardo de um modo que me assustava, pois não considerei que tal sentimento por ele pudesse chegar ao nível que havia chegado. Se antes de pedi-lo em namoro eu não me sentia tão culpado pelos meus sentimentos, hoje estes mesmos sentimentos me provocam culpa e me agridem a consciência.

Eduardo

Eu ouvia mp4 no meu quarto. Estava trocando o lençol da minha cama quando senti alguém dar um tapinha no meu ombro. Virei-me e vi minha mãe atrás de mim.

- Estão lhe esperando lá na frente, meu amor. É o Leonardo.

De repente, senti meu coração cair dolorosamente num poço sem fim. Tirei os fones dos ouvidos e deixei meu mp4 sobre a cama. Acompanhei minha mãe até a sala. Abri a porta e vi Leonardo em frente do portão. Ele não expressava irritabilidade, mas alguma emoção que me causou comiseração.

Aproximei-me do portão social e o abri. Encarei-o.

- Tem um tempo?

Balancei a cabeça afirmativamente.

- Não precisa me convidar a entrar se você pensava em fazer isto. Vim apenas para me desculpar.

- Ia deixar passar a história do jogo, quando você me tirou da sala e mandou que eu colocasse minhas roupas, mas não consigo esquecer as coisas que me disse depois disso.

- Imagino que não. Eu fui muito rude.

Deixei a mágoa invadir o peito e controlar meu tom de voz:

- Nunca me ofendeu tanto em todos esses anos que nos conhecemos. Sabe como você fez eu me sentir? Como se eu fosse lixo.

- Me perdoe. Me desculpe. O que eu disse não é o que penso de verdade. Sabe que eu jamais pensaria algo ruim de você.

- Então por que disse o que disse? – falei, um pouco mais alterado.

- Porque eu estava com ciúme. Ainda te amo e não suportei te ver nu daquele jeito.

Olhei-o fixamente, tentando assimilar a revelação. Se a pouco eu tinha dúvidas sobre seus sentimentos, agora não tinha mais.

- Só peço que me perdoe. – disse, pegando na minha mão.

Olhei para suas mãos que me agarravam e depois levantei os olhos para ele.

- Você me perdoa?

Apesar da mágoa e raiva que sentia dele, eu o perdoei. Estava claro que ele se arrependera. Contudo, deixei uma coisa bem clara:

- Nunca mais me insulte daquele jeito.

- Não, - disse ele, com a expressão iluminada. – prometo. Jamais vou te insultar de novo. Nunca, nunca, nunca.

Naquele momento, houve um silêncio não muito confortável entre nós e Leonardo ainda não soltara a minha mão. Foi só eu pensar neste detalhe que, coincidentemente ele a soltou.

- Estamos bem?

- Estamos.

Michelangelo

Encontrei com Rafael e Lucas no shopping Sorocaba. Como havíamos combinado de nos encontrar ali para comer, fomos direto a uma lanchonete da praça de alimentação e nos sentamos numa mesa vaga depois de pegarmos nossos lanches com a balconista.

- Espera, explica de novo. Quem terminou com quem? – indaguei.

- O Muca terminou com o Juliano. Foi o que fiquei sabendo. – respondeu Rafael. – Agora o Muca colocou seu status do Face como “solteiro”. Mandou o Juliano tomar naquele lugar.

- Você fala como se eu conhecesse os seus amigos. – disse, abanando a cabeça.

- O Muca estava na chácara. Eu falei dele pra você, não lembra?

- Não, não lembro.

Paramos para comer.

- Eu vi você conversando com o Cocão. Ele não bate bem da cabeça. – comentou Rafael.

- Eu conversei com vários caras. Como vou saber quem é Cocão?

- Ele não disse que se chamava Cocão?

- Que?? Não me lembro.

- A maioria dos carinhas com quem vi você conversar são meus amigos chegados virtualmente, tenho que deixar isso claro. O Magnata é um cara bacana, por exemplo.

Ri:

- Magnata? Quem o apelidou assim?

- Ele me disse que o chamam de Magnata porque ele não é nada magnata. Às vezes a gente chama o Cocão de Cocada só pra zoar. Mas também tem o Teta.

- Ai, Rafael... – ri. – Pare, vai.

Agora ele riu:

- Combinei de encontrar com a galera no Pub hoje. Quer ir com a gente?

- Não sei... Se me der vontade eu me encontro com vocês lá.

Olhei para Lucas e perguntei se ele iria ao Pub também. Ele disse que o horário em que o Pub abria era muito tarde, por isso não estava a fim de ir.

Mesmo depois de terminarmos nossos lanches, passamos mais um tempo sentados em frente à mesa observando a movimentação do shopping.

- O Donatelo quer levar a filha pra praia nas férias dele. – disse Rafael. - Você irá se ele te convidar?

- Vai depender do dia em que ele for.

- Eu não sei quando serão as férias dele. Você não sabe?

- Não me lembro quando ele começou a trabalhar em São Paulo.

- Eu vou à praia. Você também vai, né, Lucas?

- Sim.

Quando nos levantamos, passeamos pelo shopping em constante colóquio. Passamos em frente à sala de cinema 3D e decidimos assistir ao próximo filme que ia começar dali à uma hora mais ou menos.

Rafael

Neste mesmo dia, à noite, encontrei com quatro amigos meus no Pub: Cocão, Toga, Muca e Giúlio. Dentro do Pub, nos aproximamos do bar e pedimos bebidas a Roger. Na espera, Toga revelou:

- Estou saindo com uma gata...

Rimos.

- Você conseguiu namorada? – indagou Cocão, surpreso.

- Que milagre! – disse Muca.

- Ela não é feita de plástico, é? – perguntei.

Os demais riram. Durante as piadas, Muca me perguntou por que Lucas não veio. Respondi:

- Ele disse que a hora do encontro era muito tarde pra ele.

- Ah.

- A música é muito boa, mas não estou a fim de dançar. – disse Muca.

Após um tempo, Roger entregou nossas bebidas.

- Quem ficará sóbrio pra nos levar pra casa? – disse Toga, rindo.

- Muca. – disse Giúlio.

Concordamos. Muca suspirou e respondeu:

- O que eu não faço pelos meus amigos?

De repente Hiro se aproximou, atrás do balcão.

- E aí, Rafa-san? Como vai?

- Vou bem, cara. – disse, dando-lhe a mão num cumprimento.

- Tomando uma caipiloska?

- Ooh! Vou te convidar pra ir ao meu aniversário pra me fazer essas bebidas deliciosas.

Ele riu:

- E quando é seu aniversálio?

- Em dezembro. Vai demorar, mas já vai se preparando.

- Tudo bem.

Hiro se afastou, sorrindo.

De súbito, recebi uma acotovelada. Olhei para minha direita. Era Cocão.

- Dando em cima do barman? – perguntou.

- Jamais! Sou comprometido.

- Lucas não se incomoda de você sair sem ele? – indagou Muca.

- Não.

- Isso é perigoso. Não pra você, mas pra ele. O pouco que sei de você, já é o bastante para reconhecer as más intenções escondidas no fundo dos seus olhos.

Ri:

- Sou mal intencionado?

- Eu não seria seu namorado, a menos que você fosse bom de cama.

Os demais gargalharam.

Marco

Estava na sala de casa. Já era noite. Assistia a um filme no canal FX. Não estava com muito sono e mesmo sem me impressionar com o filme, queria saber como ele terminaria. Fiquei sozinho durante um tempo. Eu ouvia sons vindos do quarto, mas não sabia o que Bruno estava fazendo. Quando o filme voltou dos comerciais, aumentei o som da televisão e foi neste exato momento em que Bruno apareceu na sala.

Ele não veio até mim. Parou no limiar da porta e encostou-se a parede, cruzando os braços. Não vestia camisa, somente uma cueca de tule transparente. Vi todo seu pênis através do tule.

- Onde comprou isso? – indaguei. – Ou melhor, quando comprou?

- Há pouco tempo. Gostou?

- Sim. – falei, disfarçando o meu excessivo agrado.

Ele veio a sentar-se do meu lado.

- Miii, estou carente. - disse, pondo os braços sobre meus ombros.

Olhei-o por um momento até que o filme voltou da propaganda, chamando minha atenção. Enquanto olhava para a televisão, Bruno tirou os braços dos meus ombros e, com as mãos, levantou a minha camisa. Deu-me um beijo no queixo e depois alternou entre beijos e lambidas no meu mamilo esquerdo. Aquilo me desconcentrou totalmente e fez meu corpo enrijecer. Ficou quase trinta segundos naquele ritmo lento e enlouquecedor. Quando parou, beijou meu pescoço enquanto escorregava a mão esquerda sobre meu peito descoberto. Momentos como estes eram extremamente estimulantes.

- Posso ver o final do filme?

- Estou sendo ignorado? - disse ele, sem se afastar de mim e sem expressar mágoa na voz.

- Acredite, não totalmente.

Soltou um riso:

- Pode continuar assistindo. Não vou atrapalhar.

Ele tornou a levantar minha camisa e deu beijos no meu pescoço. Passou a mão por meu abdômen e, num átimo, pulei de surpresa quando Bruno levou a mão a minha bermuda.

- Que foi? – perguntou, assustado.

- Nada.

Acomodei-me no sofá, sentindo minhas orelhas queimarem e meu corpo enrijecer ainda mais. Ele não tornou a me agarrar e olhou para a televisão também.

- O filme é de terror?

- Suspense. – respondi.

- E é bom?

- Uma droga.

Riu:

- Então por que assiste?

- Quero ver se o final é melhor do que os atores e a trama.

- Ah! É o ator que fez o Jack Bauer!

- É.

Agora ele ficou quietinho ao meu lado, com o cotovelo apoiado às costas do sofá e a mão a afagar as próprias madeixas. Bruno não me atacou até que veio a próxima propaganda. Virou o rosto para mim e pediu um beijo. Achei que iríamos nos beijar uma única vez, mas sua língua me lambia os lábios e me procurava incansavelmente.

Afagou meu abdômen e peito até pedir que eu tirasse minha camisa com as mãos. Tirei. Agora ele me beijou mais e me deu beliscões no peito enquanto exigia beijos de língua um atrás do outro. Controlei-me quando ele beijou meus mamilos e observei-o em silêncio.

- Abaixa um pouquinho...

Ele mesmo abaixou minha bermuda e cueca. Naquele instante, vi que minha excitação estava bem óbvia e Bruno resolveu atacar minha fraqueza. Sexo oral era a gota d’água para mim e ele sabia muito bem disso. As sensações que ele me causava com o simples toque dos seus lábios bastavam para me tirar do sério.

De repente, ele parou o que estava fazendo e pegou minha mão:

- Vamos pro quarto. Não estou mais agüentando.

Levantei do sofá, erguendo minha bermuda e cueca. Fui guiado até o quarto. Lá dentro, Bruno tirou a cueca, depois pegou uma camisinha sobre a cômoda, tirou-a da embalagem e veio até mim. Entregou-a na minha mão, dizendo:

- Desculpe, mas não estou a fim de preliminar hoje, Mi. Fiquei pensando em fazer amor o dia todo e não quero mais perder tempo.

- Se queria fazer amor, por que levou todo este tempo para me dizer?

- Eu não estava me sentindo bonito hoje de manhã e nem de tarde. Precisei me preparar.

Recebi um beijo nos lábios e depois o fitei deitar-se de bruços na cama de casal, deixando as pernas bem abertas. Apoiou a cabeça no travesseiro e o abraçou em seguida.

- Vem, Mi. – disse, com o rosto virado de lado e os olhos mirando em minha pessoa.

Passando meu atordoamento, retirei as roupas que me restavam do corpo, coloquei a camisinha e aproximei-me do colchão. Ele alargou um sorriso no rosto e deitou a face no travesseiro. Debrucei-me sobre ele, ajoelhando-me e me posicionando para penetrá-lo, mas eis que me lembrei:

- Onde está o lubrificante? – perguntei, com a boca próxima ao seu ouvido.

Bruno bufou e gemeu:

- Aaaaaaaaah, que droga! Me esqueci! Não sei onde ele está.

Quando me movi para sair da cama, ele perguntou rapidamente:

- Aonde vai?

- Procurar o lubrificante.

- Deixa. Fazemos sem mesmo.

Pulei para fora da cama de qualquer jeito e fui encontrar o lubrificante no banheiro. Tornei ao quarto e, já pronto, debrucei sobre Bruno outra vez. Ele, bastante animado e ansioso, deitou o rosto no travesseiro e espreguiçou os braços. Entrei devagarzinho dentro dele e ouvi-o soltar um risinho abafado. Seu rosto estava enterrado ao travesseiro e as mãos tocavam na cabeceira da cama.

Fiz movimentos suaves e, mesmo que meu corpo quisesse ir mais depressa, intencionava proporcionar-lhe o máximo de prazer durante o maior tempo possível. Um tempo depois, notei que seus ombros se moveram de modo estranho e, quando Bruno virou levemente o rosto para o lado esquerdo, ouvi-o fungar. Saí de dentro dele imediatamente.

- Que houve? Te machuquei?

Eu constantemente me preocupava em machucá-lo quando fazíamos amor por causa de certa parte do meu corpo ser muito bem desenvolvida. Por isto mesmo, tinha medo de ir muito longe e acabar machucando-o. Às vezes tinha tanto medo de machucá-lo que simplesmente evitava fazer amor com Bruno.

- Não, Mi. Não me machucou.

- Então por que chora?

- Porque sou muito feliz. Porque sou feliz tendo um namorado como você que me aprecia tanto.

Sorri e passei a mão em seu rosto.

- Você gosta de tudo em mim e eu fico até sem jeito. – disse ele.

- Eu gosto mesmo... Quer parar agora?

- Que? Não, não quero parar. Pode continuar. Quero que você me ame até não ter mais forças pra continuar, porque gosto quando você fica cansadinho em cima de mim.

Corei.

Donatelo

Fui ao centro comercial da cidade com Sofia e com minha mãe duas semanas antes do aniversário da minha princesa. Quando passamos em frente a uma loja de artigos para festas, não resisti e quis entrar. A loja era grande e havia muitos temas para decoração. Aquele que me chamou a atenção foi o tema das princesas da Disney.

- Pensa em comprar já? – indagou minha mãe, quando viu as minhas intenções fulgirem nos meus olhos. – Tem espaço na sua casa pra guardar o que você quer comprar?

- Não vou comprar muita coisa.

“Não vou comprar muita coisa”? Mentira. Comprei duas bandejas decorativas para doces, três pacotes com Chapéus Princesas, uma coroa de aniversário pra minha Soffy, um enfeite para bolo, dois tipos diferentes de enfeites para mesa, cartões de agradecimento princesas Disney, um centro de mesa princesas 3D (comprei por frescura), comprei também os convites, copos descartáveis com o desenho das princesas, uma estrela que pisca para a Sofia, um painel decorativo, pratos descartáveis com o desenho das princesas, uma faixa “feliz aniversário” e balões nas cores rosa, lilás e perolado. Gastei, ao todo, R$ 193,84 só nestas coisas.

Minha mãe ainda me ajudou, nos próximos dias, a arranjar alguém que fazia e vendia salgadinhos e doces para festa por um bom preço. Quando encontramos uma mulher cujo serviço era mais ou menos barato, encomendei cem coxinhas, cem bolinhos de queijo, cem quibes e cem risoles. Também encomendei cem brigadeiros e cem beijinhos. Com isso, meus gastos subiram para R$ 353,84. Fazer festa de aniversário custa caro, mas custa mais caro ainda quando se é um pai idiota como eu.

Adiantei também um bolo decorado. Encomendei um bolo com o tema princesas e confesso que fiquei bastante ansioso para ver como ele ficaria.

Uma semana antes do aniversário, sábado, fui à calçada de casa para varrê-la. Sofia montou no seu triciclo – colocou Tashinha dentro da cestinha - e ficou andandinho pela calçada e também pela garagem. Deixei o portão escancarado para que ela tivesse mais facilidade para ir e vir quando quisesse. Em meio a minha atividade, virei o rosto para o lado e vi que uma moça me observava. Fitei-a, parando de varrer.

- Oi.

- Oi. – respondi.

A moça, a julgar pelas suas roupas, parecia ser da classe média alta.

- É sua filha?

- É.

- Uma gracinha. Como se chama?

- Sofia.

- Sou Roseli. Me mudei para a casa ao lado da sua mês passado. Pode me chamar de Rose.

- Donato, mas pode me chamar de Donatelo.

- Prazer.

- Igualmente.

- Mora há bastante tempo aqui?

- Não, não. Mais de um ano.

Ela olhou mais um pouco para Sofia e depois disse:

- Se precisar de alguma coisa, pode me procurar em casa.

- Ah, obrigado.

Ela sorriu, virou-se e entrou num carro que estava parado em frente a sua casa já fazia bastante tempo, e foi embora. Sinceramente, se ela não tivesse vindo me cumprimentar, eu nem saberia que ela era minha nova vizinha.

Enfim, voltei a varrer a frente, enquanto Sofia pedalava da nossa calçada a calçada ao nosso lado. Em dado momento, quando ela se afastou um pouco, disse:

- Ande perto do papai, tá, Sofia?

Ela olhou para trás, encarando-me, e disse:

- Tem gatinho ali, papai.

- Onde?

Apontou com a mão. Havia um gato malhado andando do outro lado da rua.

No dia 21 de maio, meus pais vieram bem cedinho em casa para me ajudar a arrumar a mesa da cozinha para a festinha. Antes disso, na sexta-feira, enchi o máximo de balões possível para que, quando chegasse o dia, tudo já estivesse adiantado. Este início de sábado foi uma correria. Busquei os doces e salgados na casa da mulher, com quem os havia encomendado, depois recebi a ajuda dos meus pais para organizar tudo sobre a mesa da cozinha.

- Este é o bolo? – indagou minha mãe, quando coloquei uma caixa de papelão sobre a pia.

- É.

- Quero ver. – disse ela, ansiosa.

Abri a caixa e tive uma surpresa. O bolo era maravilhoso! O primeiro andar do bolo era coberto por pasta americana rosa e lilás. Em volta do segundo andar do bolo havia um laço, também feito de pasta americana, rosa. O segundo andar era lilás e enfeitado com minúsculas bolinhas brancas. Havia florzinhas de cor lilás, branca e rosa em volta do terceiro andar, que era branco e lilás. E no topo do bolo havia uma coroa prateada com pedras lilás adornando-a. Havia também as princesas da Disney em volta do bolo feitas de pasta americana: Cinderela, Aurora, Branca de Neve e Bela. O nome da minha Soffy estava escrito no primeiro andar do bolo.

- Que lindo! – comentou minha mãe.

Fiquei tão emocionado que não consegui dizer nada. Guardei o bolo e continuei decorando a cozinha e a mesa de jantar. Quando chegou a hora da festa, tudo já estava em seus devidos lugares. Pus os salgados e refrigerantes sobre a mesa da cozinha. A decoração estava perfeita. Os balões formavam um arco logo atrás da mesa. Eduardo (junto com sua mãe e irmã) e Clarissa foram os primeiros a chegar. Depois Rafael, Lucas, Mick, Bruno, Marco e Leonardo chegaram por último.

Estes foram os únicos que eu convidei. Não convidei parentes e outros amigos que tinha. Convidei meus amigos do trabalho, mas eles disseram que não poderiam comparecer. Sofia recebeu muitos presentes. Em sua maioria, roupas, porque brinquedos ela já tinha de monte. A televisão foi ligada. Minha mãe colocou o DVD de músicas preferido da Sofia para tocar. Minha Sofia estava linda como sempre.

Rafael

Peguei um pratinho descartável lá na cozinha e pus vários salgadinhos nele. Fui com Lucas a garagem e ali ficamos a observar o céu escurecer pouco a pouco. Enchi minha pança com salgados.

- Você acha que vou conseguir me lembrar de mais coisas? – indagou Lucas, de repente.

- Ah, as chances de isso acontecer são muito grandes. O médico disse que há muitos casos de pacientes que, progressivamente, começaram a se lembrar de alguns fatos da sua vida. O jeito é você continuar indo ao médico para ele acompanhar a sua melhora.

- E se eu não me lembrar?

Olhei-o de novo.

- E se eu não me lembrar de mais nada? E se parar por aqui? – disse, com expressão preocupada.

- Não se preocupe com isso. – sorri. – Eu não acho que isso vá acontecer.

- Você acha?

- Acho.

Ele olhou para a rua. Para acalmá-lo, pus meu braço em volta do seu pescoço, fazendo-o olhar para mim.

- Não sei, mas tenho a sensação de que você vai se lembrar de muita coisa. – disse, sorrindo, olhando para seus lábios.

- Contanto que eu não me esqueça de você...

Suas palavras me tocaram. Nos olhamos fixamente e, sem esperar, recebi um beijo rápido nos lábios.

Bruno

Vi Marco e Leonardo conversando no quintal. Depois de sair da cozinha, com um copo de refrigerante na mão, uni-me a Duda e Michelangelo na sala. Estavam sentados em cadeiras (da mesa da cozinha) próximos da porta que dava para a garagem. Parei, encostando-me a parede, ao lado de Eduardo.

- O Rafael está namorando lá fora. – comentou Mick, rindo.

- Ah, é?

- Está na garagem com o Lucas. – disse Duda.

Infelizmente não dava para espiá-los pela janela, por isso desisti de dar uma de chato.

- Ah! Estou cansado. Me dá um espaçinho, Du? – disse, me sentando no colo de Duda. Ele riu e abraçou minha cintura. – Não estou pesado?

- Não, você é magrinho... Está cheiroso!

- Estou usando o perfume do Mi. Ele tem muito bom gosto para perfume.

- Eu percebi quando nos cumprimentamos.

Mick concordou:

- Quem não gosta de homem cheiroso?

- Vou confessar: - murmurei, virando o rosto para Mick e Duda. – não posso senti-lo bem perfumado que me dá vontade de tirar a roupa dele.

Riram.


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