Entre a Luz e a Escuridão escrita por zariesk


Capítulo 35
Capitulo 30 – vitória alcançada.


Notas iniciais do capítulo

oficialmente esse é o fim da guerra, mas não se preocupem que ainda tem mais alguns caps pela frente, o verdadeiro desfecho se aproxima!



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A torre de ossos de Tenebra em seu plano de escuridão era o lugar mais bonito na opinião de Kyara que olhava a bela paisagem sombria do reino, um mundo em eterna escuridão longe da descriminação da luz, longe dos problemas que rondam a vida, um mundo onde todos são iguais e ninguém é julgado pelo que é.

Enquanto estava encostada ao parapeito da grande sacada ela sentiu seu esposo Zariesk atrás de si, ele aproximou-se mais e a abraçou por trás encostando os lábios no ouvido dela.

 

- Pensando nela? – perguntou ele.

- Será que a batalha já acabou? Eu estou ansiosa pelo resultado!

- Se ela não tivesse vencido já saberíamos, Tenebra já estaria aqui soltando raios em todo mundo!!

- Disse alguma coisa queridinho? – perguntou Tenebra aparecendo ao lado deles.

 

Os dois quase engasgaram de susto, só Tenebra conseguia ser tão sorrateira pra se aproximar deles ao ponto de surpreendê-los.

 

- Como estão as coisas por lá? – perguntou Kyara ansiosa pela resposta.

- Quando eu sai as coisas estavam indo muito bem – respondeu Tenebra orgulhosa – sua filha dominou aquele reino e completou seus objetivos, só falta Khalmyr julgar a causa a nosso favor e a vitória será nossa!

 

Tenebra rodopiou de alegria e os mortos em seu reino urraram de fervor, a noite na terra ficou inesperadamente fria, mas no reino abaixo dela onde tudo acontecia o sol já estava nascendo e a influencia dela não afetou em nada o céu estrelado que sumia aos poucos.

 

- Então a minha filha venceu sua primeira guerra – disse Zariesk orgulhoso – ela está honrando o sangue em suas veias!

- Agora você diz isso não é? – disse Kyara apertando a bochecha dele.

- O que você acha que ela fará com aquele reino? – perguntou Tenebra.

- Eu não sei, depende de o quanto ela ainda conservou do seu coração – respondeu a mãe satisfeita – depende de o quanto ela ainda se lembra de como era antes.

- A propósito, seu marido vai ficar aqui com você? – perguntou Tenebra o olhando de cima a baixo.

- Pode tirar o cavalinho da chuva que não divido ele com ninguém! – avisou ela pousando a cabeça sobre o peito dele.

- Nem com sua deusa querida fabulosa? – ela fazia uma carinha de pidona.

- Principalmente com você – disse ela convicta – é capaz de gostar e não devolver mais!

- Não sei se vou me arrepender de ter me mudado pra cá – disse Zariesk imaginando possíveis confusões futuras.

 

 

*******************************************

 

 

Para Isawa o calor do deserto era insuportável logo pela manhã, o sol nascera a poucos minutos e ela observava pela sacada da pirâmide a cidade se iluminar por completo, seu exercito partiu para se refugiar no túnel que eles próprios criaram pra chegar a cidade, agora os sobreviventes do ataque podiam finalmente sair de seus esconderijos.

Observando tudo lá do alto ela via as inúmeras pessoas recolhendo os mortos, procurando sobreviventes nos escombros e reunindo tudo que podiam pra sobreviver a próxima onda de ataques que eles imaginavam que viria no próximo anoitecer, agora os sobreviventes já não acreditavam que seu deus Azgher pudesse protegê-los dessa catástrofe, quanto a Isawa que observava toda a movimentação ela se perguntava se em Daí-Lung também tinha sido assim, pelo que soube foi muito pior por que o exercito invasor não parou de atacar até destruir o ultimo prédio ou exterminar a ultima criatura que ainda insistia em permanecer lá, alguns nem tiveram essa escolha pois muitas criaturas da noite não sobrevivem sob a luz do sol e não podiam fugir, pensando nisso Isawa se perguntava se ela deveria fazer com eles o mesmo que fizeram ao seu povo, e talvez ela nem sentisse remorsos por isso.

Seus pensamentos foram desviados pelo vento quente que soprou no interior da pirâmide, o próprio ar parecia inflamado e uma grande presença foi sentida, aparentemente um deus furioso se fez presente, Isawa sorriu ao imaginar como seu algoz deveria estar se sentindo sabendo que possui poder pra destruir o mundo mas não poderia tocar em sua inimiga que estaria bem diante dele encarando-o diretamente.

- vamos acabar logo com isso – disse ela se ajeitando para encontrá-lo.

Isawa abriu a grande porta que separava a sacada da pirâmide da sala de reuniões, na grande mesa todos os seus amigos estavam reunidos de um lado, do outro lado da mesa estavam alguns generais, alguns conselheiros, a princesa e seu noivo e como não poderia deixar de ser lá estava o faraó, na extremidade mais afastada Khalmyr ocupava a maior cadeira, ele seria o juiz que determinaria o destino desse reino, mas quem ditaria qual destino aguardava essa cidade seria a própria Isawa.

Assim que Isawa sentou-se na cadeira da extremidade oposta a de Khalmyr uma grande chama se formou ao lado do deus da justiça, a chama ganhou a forma de um poderoso guerreiro vestindo uma armadura egípcia e um elmo em forma de águia, sua capa parecia estar em chamas assim como a espada que ele carregava na cintura, mesmo que seu rosto não pudesse ser visto Isawa sentiu que ele lhe encarava profundamente, talvez tentando sondar a alma dela lhe pressionando, Khalmyr deu um olhar de reprovação para Azgher que diminuiu a intensidade do olhar.

 

- Então finalmente estamos cara a cara não é? – disse Isawa retribuindo o olhar hostil dele.

 

Azgher não disse uma única palavra sobre isso, sua insatisfação estava mais do que visível pra todos, talvez se não fosse a presença da outra divindade ele não hesitaria em atacá-la.

 

- Você já sabe por que estamos aqui reunidos não é? – perguntou Khalmyr.

- Marah já me adiantou um pouco o assunto, mas eu quero ouvir isso de você pra confirmar – respondeu o deus do sol – quero ouvir de você essa historia de que meu reino foi maculado e que uma traição aconteceu.

 

Seguindo a vontade do outro Khalmyr resumiu toda a historia e apresentou todos os fatos, Sszaas já não estava mais presente mas o testemunho dele não era importante quando o próprio juiz apresentava a verdade.

 

- Venham até mim meus servos – ordenou ele – eu quero explicações!

 

Menefer e Naziah curvaram-se diante de Azgher com as cabeças ao solo, o faraó ajoelhou-se envergonhado diante dele sem ousar erguer a cabeça.

 

- Meu lorde, eu não tenho palavras que possam lhe compensam por tamanha vergonha – começou ele – mas eu imploro pra que entenda que tudo o que fiz foi pelo senhor e pelo seu reino!

- Não ouse tentar justificar sua vergonha em meu nome! – grunhiu Azgher sob a mascara – jamais eu teria apoiado alguém que trai sua própria família e fecha acordos com o corruptor! Eu jamais teria dado permissão para iniciar uma guerra pelos seus próprios interesses!

- Lutei pelo senhor meu lorde! O inimigo estava reunindo poder naquela terra profana e ameaçavam conquistar nosso reino através da fraqueza do meu pai!

- Então você chama de fraqueza o ato de desejar a paz e prosperidade do seu povo submetendo-se a aquela que já foi sua inimiga? – disse Isawa intrometendo-se na conversa – do que você tinha mais medo? De uma possível reconciliação entre os povos que representavam lados opostos ou que você perdesse seu poder e status como líder dessa nação caso minha mãe fosse a salvadora desse povo?

 

O faraó a encarou com ódio, Isawa o estava humilhando ainda mais diante do seu grandioso deus, e para piorar ela não demonstrava qualquer temor ou respeito para com ele, ao contrario, permanecia altiva e determinada como se ela fosse a pessoa mais importante ali.

 

- E quanto ao senhor, agora que sabe que seu servo o enganou você sente alguma compaixão pelo meu povo? – ela perguntou diretamente a Azgher – ou será que só está com o orgulho ferido?

- Essa vai deixar marcas – sussurrou Daneth aos ouvidos de Turok que quase riu.

 

Azgher encarou Isawa que não desviou o olhar sério, ela realmente queria ouvir uma resposta e Azgher percebeu que estava diante de uma mortal muito ousada, certamente esse destemor que ela apresentava diante dos deuses se devia ao fato de ter crescido num mundo onde eles não se faziam presentes.

 

- O que você quer saber é se eu teria impedido a guerra caso soubesse os reais motivos que a iniciaram não é? – perguntou ele – pois saiba que cedo ou tarde eu mesmo teria dado a ordem para que aquele reino profano desaparecesse! Mas eu jamais teria agido de maneira covarde, inescrupulosa e impiedosa como aconteceu, eu jamais teria simplesmente destruído aquele reino, o que eu teria feito seria expurgar desse mundo a influencia nefasta que Tenebra tinha.

 

A resposta de Azgher não era nada diferente daquilo que Isawa esperava, ela sabia que os deuses não conseguem pensar de uma forma diferente a qual eles próprios se impuseram a pensar, ela sabia que assim como Tenebra jamais perderia uma chance de varrer a luz desse mundo Azgher também não mudaria de idéia, mas ela esperava um pouco mais dele mesmo assim.

 

- Eu agradeço sua resposta sincera Azgher – disse ela com um olhar frio – graças a isso já tomei minha decisão, em resposta a isso eu vou matar cada habitante dessa cidade e depois queimar tudo para que as cinzas se espalhem pelo deserto lembrando a todos como seu próprio deus condenou essa gente.

 

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Tenebra estava radiante (no sentido figurado da palavra) sobre como tudo estava indo exatamente como ela planejou, em sua grande sala mobiliada com o que havia de mais belo e cercada de inúmeros servos ela vangloriava-se que poderia ser sua maior vitória desde que ela conseguiu o empate com Azgher pelo domínio do mundo e assim cada um passou a governar o mundo por 12 horas de cada dia.

Um pouco depois a porta se abriu e por ela passou uma serpente conhecida, era Vulthar que se apresentava para sua mestra e criadora, Tenebra sorriu ao ver o réptil sibilando e rastejando na direção dela.

 

- Olá Vulthar, veio trazer alguma novidade? – perguntou ela.

- Azgher já se manifestou por lá – relatou ele – e parece que Isawa tem a faca e o queijo na mão.

- O que isso quer dizer? – perguntou Tenebra confusa.

- Me desculpe lady Tenebra, é uma expressão lá da terra – desculpou-se ele – isso quer dizer que é ela quem dita as regras.

 

Seu outro convidado também estava satisfeito com o resultado da batalha, graças a Tenebra e sua protegida uma grande batalha gerou um numero imenso de vitimas e com isso o deus da morte cumpriu sua cota para esse ano e ainda tinha muito mais por vir.

 

- Não sei dizer quem se saiu melhor nessa historia – comentou Ragnar antes de tomar mais um gole de champanhe – eu obtive muitas vitimas, Sszaas lucrou varias almas e corrompeu um reino supostamente puro, Keen conseguiu sua guerra e você a sua vitória.

- Podemos dizer que o único que saiu perdendo foi o coitadinho do Azgher – zombou ela – acho que agora ele está queimando de raiva!

- Sua menina vai estragar tudo! – reclamou o deus da guerra entrando na sala violentamente – ela quer exterminar todos os seres daquele reino e queimar a cidade até o ultimo tijolo!

- Pensei que essa fosse a parte que você mais gostava no final de uma batalha – disse Tenebra confusa.

- Se ela exterminar a todos terá uma vitória absoluta e não sobrará ninguém pra se vingar – reclamou ele – sem sobreviventes o ódio não voltará a crescer e não haverá um novo conflito, ela pos fim a tudo com isso!

 

Tenebra gargalhou com o que ouviu, ela nunca esperou que Keen tivesse esse tipo de reação, agora ela entendia por que ele permitia que houvesse longos períodos de paz entre uma grande guerra e outra, era apenas um meio de recuperar forças e se preparar para uma nova guerra.

 

- Olha meu querido, sempre haverá alguém disposto a lutar – consolou ela – se Azgher perder aqui ele voltará a lutar através de qualquer um que o venere, essa guerra só acabará definitivamente quando um de nós destruir o outro.

- Mas ainda assim eu queria aproveitar mais dessa guerra – disse ele inconformado.

- Não se preocupe quanto a isso, creio que minha menina ainda vai nos surpreender mais um pouco – depois de consolar Keen Tenebra voltou-se pra Vulthar – e você volte para o lado dela, quero saber de tudo o mais rápido possível.

 

 

*******************************************

 

 

A declaração de Isawa pegou a todos de surpresa, mesmo seus amigos ficaram espantados com a decisão dela de exterminar cada pessoa daquela cidade, todos a olhavam espantados e esperando que a qualquer momento ela dissesse ser apenas brincadeira e sorrisse da cara deles, mas ela parecia extremamente séria quanto a isso.

 

- Você está brincando não é Isawa? – perguntou Menefer de pé em frente a ela – isso não é coisa que se diga numa hora dessas.

- Eu estou falando sério, já que seu deus nos vê como inimigos não me resta escolha a não ser acabar com esse povo antes que eles façam isso conosco, você não acha que eu tenho razão?

- Eu deveria ter acabado com toda a sua raça quando eu tive a chance! – gritou o faraó – eu sabia que vocês seres das trevas só trariam a ruína para nosso reino!

- FOI VOCE QUE TROUXE ESSA RUINA!! – gritou Menefer antes de se ajoelhar perante Isawa – eu imploro por tudo que é sagrado Isawa, por favor reconsidere sua decisão e poupe o meu povo!!

 

A jovem princesa estava praticamente beijando os pés de Isawa, ela chorava e implorava por piedade, a maioria dos presentes também concordavam que Isawa deveria poupar essa gente.

 

- Por que eu deveria poupá-los quando vocês não tiveram essa piedade para os pobres habitantes de Daí-Lung? Porque eu deveria dar uma segunda chance a alguém que matou minha mãe a sangue frio e tentou me matar mesmo quando eu sequer sabia de nada sobre minha vida ou meu passado?

 

Com as palavras de Isawa Menefer finalmente entendera onde estava errado esse tempo todo, não se pode culpar todos pelos erros de alguns, os seres das trevas em sua maioria são malignos mas esse mal não se estende a todos eles, o reino de Houran era um perfeito exemplo de como seres das trevas podiam se dar bem com pessoas comuns e viverem em paz mesmo que seus hábitos e costumes ainda fossem fortemente diferentes, ela finalmente percebeu que estava cega para a verdade, cega graças a grandeza que ela acreditava ser o seu próprio mundo de pura luz.

 

- Se você estiver disposta a ter piedade do meu povo eu farei qualquer coisa que desejar – Disse Menefer – se você quiser eu serei sua escrava, nós serviremos ao seu povo mas eu peço apenas que nos poupe.

- Não ouse vender nosso povo para ela! – protestou o faraó.

- Você cale a boca agora – ordenou Azgher – de qualquer forma você fez muitos daquele povo como escravos desse reino, entregar-se a ela seria o mínimo que poderia fazer pra compensar isso.

- Então você está disposto a fazer um acordo comigo? – perguntou Isawa.

 

Azgher caminhou na direção dela e parou próximo o bastante para tocá-la se quisesse, Turok levantou-se para proteger Isawa caso fosse necessário, Fou saltou a mesa para ficar ao lado dela e Menefer continuou ajoelhada entre os dois.

 

- Diga seus termos e se forem razoáveis eu os aceitarei – disse Azgher sério.

 

Um sorriso amistoso se formou nos lábios de Isawa, ela jamais desejou matar todo aquele povo mas ela não hesitaria em faze-lo se fosse necessário pra proteger sua gente, mas o que ela realmente queria era por fim a essa guerra da melhor forma possível, ela sabia que caso Tenebra vencesse isso abriria caminho para vitórias futuras, vitórias que provavelmente não seriam justas como essa, portanto o único jeito de acabar com isso seria fazer os dois lados se entenderem e entrarem em acordo.

 

- Meu primeiro pedido é que encerre a batalha que certamente já recomeçou em Daí-Lung – pediu ela – retire seu exercito das minhas terras.

 

A única indicação de que ele aceitou o pedido foi um brilho forte, nas terras de Daí-Lung onde a batalha ainda começaria esse brilho se manifestou do céu e vários celestiais enviados por Azgher detiveram a marcha que começava, as criaturas que estavam reunidas em Daí-Lung certamente notaram que o grande plano havia dado certo e uma comemoração foi ouvida além dos muros, o primeiro desejo de Isawa foi cumprido.

 

- Acho que não adiantaria nada deixar seu povo vivo se apenas deixássemos tudo como está – disse ela – então eu proponho que nossos povos se ajudem a reconstruírem seus reinos.

- Eu aceito a oferta – disse Azgher – você está de acordo princesa?

- Jamais poderia discordar de uma oferta tão generosa – disse Menefer sorrindo.

 

Isawa estava conseguindo tudo aquilo que ela mais quis desde que tomou a decisão de começar essa guerra, agora só faltava a parte mais importante.

 

- Algo que não posso abrir mão é que de agora em diante reconheçam a nação de Houran como uma nação legitima e que jamais estendam sua guerra até nós – começou ela firme – que permitam ao meu povo adorar a divindade que mais lhe convier e que não nos maltrate ou persigam apenas por nossas crenças origem ou raça.

- Aceitarei essa condição apenas se você prometer que seu povo jamais servirá a Tenebra para outros propósitos – avisou Azgher – que você e seu povo jamais se envolverão nas futuras disputas entre eu e Tenebra e que ela também respeite o nosso povo e não os envolva em nenhum conflito.

- Em nome do meu povo eu aceito esse termo, mas não posso prometer nada quanto a Tenebra – disse Isawa.

- Quanto a ela eu posso assumir a responsabilidade – avisou Khalmyr que até agora só ouvia tudo calado – eu a conheço suficientemente pra saber que ela vai concordar com isso.

- Eu também sei quais motivos nem um pouco nobres ela teria pra aceitar isso – comentou Azgher – mas por hora isso está bom.

- Então estamos de acordo senhor Azgher? – perguntou Isawa estendendo a mão para ele apertar.

- Acho que vou deixar essa menina cuidar disso – disse Azgher parecendo ter nojo da mão de Isawa – a partir de agora Menefer é a nova líder desse povo e dou a ela o direito de continuar essa negociação.

 

Azgher desapareceu em um redemoinho de fogo, aparentemente ele não queria ter que ficar até o final para ver esse tratado de paz ser firmado oficialmente perante Khalmyr, assim que ele se foi o faraó deposto se ergueu para falar.

 

- Espero que esteja satisfeita Menefer – disse ela com muito rancor – você destruiu em poucas horas o que nosso povo levou gerações pra erguer.

- Acho que você se enganou pai, eu estou salvando aquilo que sobrou depois que você nos traiu e condenou nosso povo a aniquilação, olhando pelo ponto de vista dela apesar de achar uma crueldade sem tamanho exterminar nosso povo ainda seria pouco pra compensar o que nós fizemos a ela e todos que viviam em Houran.

- Mas ainda tem uma ultima coisa que preciso pedir para que esse acordo seja valido – disse Isawa – por mais que eu tente eu simplesmente não consigo aceitar deixar vivo aquele que matou minha mãe, destruiu minha vida e tentou destruir tudo que tinha significado para minha mãe, portanto eu exijo que esse homem sofra a pior punição possível que exista nesse reino, para compensar tudo o que ele nos fez passar!

 

Menefer encarou seu pai que tinha o olhar perdido como se estivesse diante de um pesadelo, o coração de Menefer estava dividido entre seu amor pelo pai e sua responsabilidade com seu povo, no fim das contas ela realmente teve que tomar uma decisão.

 

- Você disse que tudo o que fez foi pelo nosso povo – começou Menefer – você sacrificou nosso povo pela sua própria ambição, agora você deve se sacrificar pelo bem do nosso povo.

- Então você vai mesmo me sacrificar por ela não é? – disse ele com a voz pesada – sua amizade com esse monstro falou mais alto que o sangue que corre em suas veias e sua própria dignidade não é?

- Eu diria que minha alma sofre por dentro pai, mas você vendeu minha alma para Sszaas não foi? Então agora eu sou só uma casca vazia que não pode sentir mais nada!

- O pior castigo que nosso reino aplica a alguém é a mumificação em vida – disse Naziah sacando sua espada – o faraó terá seus órgãos devorados pelos escaravelhos e jamais poderá descansar em paz, seu corpo seco será trancado para sempre num sarcófago onde ela ficará aprisionado sofrendo pela eternidade.

- Eu jamais lhe darei esse prazer! – gritou o faraó sacando sua espada e avançando contra Isawa.

 

Ele jamais teve qualquer chance de feri-la, Menefer e Naziah junto com Fou e Turok detiveram o homem derrubando-o no chão e imobilizando-o, os guardas que esperavam do lado de fora entraram e seguindo as ordens dadas pela nova rainha trancafiaram o faraó numa cela, assim que esse problema foi resolvido Khalmyr levantou-se e caminhou até as duas que no mesmo instante se colocaram de frente a ele respeitosamente.

 

- Estou satisfeito que o desfecho dessa batalha tenha sido resolvido de forma diplomática – disse ela com sua voz mais branda – eu promoverei uma reunião entre Azgher e Tenebra pra acertar os detalhes e depois disso um representante meu procurará vocês duas.

- Pode nos dizer quanto tempo levará? – perguntou Daneth.

- Será uma reunião rápida, acredito que em 20 dias teremos uma resposta – disse ele casualmente.

- 20 dias é uma breve reunião para vocês? – disse Fou surpreso.

- Sim, já que ambas as partes parecem dispostas a fazer um acordo será mais fácil, da ultima vez levamos 269 anos pra chegar a um acordo e mais 30 anos pra por em pratica.

 

Quando o deus da justiça já ia se retirar Karin aproximou-se timidamente dele.

 

- Deseja alguma coisa criança? – perguntou ele calmamente.

- É que eu tenho uma duvida – disse ela meio que com medo – mas se for um incomodo eu...

- Pode perguntar o que quiser criança – autorizou ele.

- É que eu queria saber como vão fazer pra ter uma reunião de Azgher com Tenebra – disse ela acanhada – eu não sabia que o dia e a noite podiam se encontrar.

 

Por um instante Khalmyr ficou totalmente em silencio como se estivesse meditando sobre a resposta, sem perceber a garotinha havia proposto um dilema que teria que ser resolvido.

 

- Creio que seja melhor esperarem 30 dias – disse ele com a mão na testa como se estivesse sentindo dor de cabeça.

 

O deus da justiça partiu deixando todos para trás, Isawa finalmente livre de toda a pressão finalmente deixou de lado sua figura durona e abraçou Menefer com toda a força.

 

- Finalmente acabou akiko-chan – disse ela chorando.

- Esse nome... você voltou a me chamar por esse nome – disse a outra visivelmente satisfeita.

 

 

Continua.


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Notas finais do capítulo

esse final era esperado ou eu consegui surpreender voces?
nem tudo sai as mil maravilhas mas até que pode-se dizer que é um final feliz