Entre O Brilho Das Estrelas escrita por Anny Andrade


Capítulo 11
Capítulo 11: Aceito!




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O dia já estava amanhecendo quando eles se deram conta de que ainda conversavam, que ainda riam, e que não tinha ficado nem um instante sem assunto. Era algo novo e mágico, e ela não conseguia se lembrar de ter passado tanto tempo conversando com uma pessoa só. Permaneciam na mesa, mas o macarrão já tinha acabado, o refrigerante também, mas os sorrisos continuavam intactos.


— Eu não acredito... — Ele suspirou cansado.


— Acredite! Eu estou realmente falando sério...


— Katty, acho impossível essa idéia de misturar doce com salgado, nunca fica realmente bom. — Brian disse sério. — Para mim salgado é salgado, e doce é doce... Cada um no seu lugar.


— Brian... Do que adianta ter tantas opções e não poder misturá-las? É incrível o sabor da maçã junto com saladas, é incrível o doce do morango, misturar é a melhor escolha... Se não nos misturássemos seriamos todos iguais e obviamente sem graça alguma. — Katty sorriu.


— Eu não acredito que está quase conseguindo me convencer... — Brian riu.


— É o meu charme natural... — Katty disse se levantando. — Oh Meu Deus...


— O que? — Brian perguntou rindo do jeito dela.


— O sol... Está nascendo... — Katty disse olhando pela janela. — Mas...


— Como assim nascendo? — Brian andou até ela. — Passamos tanto tempo assim conversando?


— Nem percebi que era tão tarde.


— Você quer dizer cedo né? — Brian disse rindo. — Mas já que o sol está nascendo, não devemos perder o espetáculo. Segundo a Mi, o nascer e o pôr do sol sempre são inesquecíveis. — Ele disse abrindo a porta e sentando-se no chão. — Vem Katty...


— Oh Meu Deus, não sei como vou trabalhar sem dormir. — Katty suspirou, mas olhou para a mão esticada de Brian. — Mas eu dou um jeito. — Ela pegou na mão do garoto sentindo um calor em seu rosto, e sentou-se ao lado dele.


Eles ficaram olhando o céu se tingindo de amarelo claro, e de outros tons enquanto a noite dizia um até logo silencioso e discreto deixando que o dia brilhasse com todo seu esplendor.


— É lindo... — Katty suspirou sentindo a brisa suave da manhã. Depois de um dia de chuva, sempre parece que as cores ficam mais fortes, mais límpidas, mas inesquecíveis...


— Renovador... — Brian sorriu, e seus olhos encontraram os olhos de Katty, com a luz da casa eles não pareciam brilhar tanto, antes eles não pareciam ter a mesma vida. Mas eles brilhavam tanto quanto o sol, e tinham uma vida tão grande que ele poderia se agarrar a ela para tentar se salvar das dores da alma.


— Sol é vida... Ele sempre nasce e sempre morre... Um ciclo. Nós somos assim também, nascemos e morremos todos os dias... Um dia estamos felizes e no outro tristes, um dia sabemos lutar e vencer, no outro abandonamos a batalha e escolhemos perder. Aprendemos, esquecemos, e sempre acabamos terminando o dia de um jeito, e começando de outro. — Katty disse distraída ainda olhando para o céu. Brian percebeu o quanto ela era diferente de qualquer pessoa que já tinha entrado em sua vida.


— Obrigado... — Ele sorriu e segurou firme na mão de Katty. — Por uma noite incrível...


Ela ficou sem saber o que dizer, sabia que estava deixando se envolver, estava gostando de morrer nos olhos dele, e de escutar a risada solta, estava até gostando de tentar convencê-lo de tudo que ela acreditava. Ela deveria agradecer pela noite mais perfeita de sua vida, mas quando pensou em fazer ele já tinha se levantando. Já tinha acenado. Já estava longe.


—Brian! — Katty o chamou e correu até ele quando viu que o garoto havia parado. — Obrigada, por não deixar que eu me afogasse na raiva. — Ela sorriu e o beijou no rosto.


O sol já brilhava forte quando ela fechou a porta atrás de si e ofegava pensando em o quanto queria descobrir o jeito certo de nunca mais se apaixonar. Infelizmente sabia que era algo impossível, e o jeito era aceitar.


XXX


Ela abriu os olhos e espreguiçou fazendo um esforço para se manter acordada, fazia muito tempo que não dormia tão bem. Quando os olhos ficaram em focos entendeu o porquê de está se sentindo tão bem. Os olhos dele estavam sobre ela, àquele azul puro e intenso.


— Bom Dia! — Ele sorriu depositando um beijo na testa dela.


— Bom Dia! — Hermione jogou seus braços no pescoço dele fazendo seus lábios se juntarem em um beijo doce.


— Assim vai derrubar tudo Mi... — Rony falou rindo.


— Fala isso de novo?


— Derrubar tudo? — Rony riu.


— Me chama de Mi... — Ela sorriu tímida.


— Minha Mi... — Ele disse acariciando o rosto dela.


— Parece até sonho... — Ela suspirou.


— Em sonhos não se tem café da manhã... — Rony disse se virando e pegando uma enorme bandeja completamente preenchida de delicias.


— Oh Meu Deus... — Hermione sorriu. — Ronald Weasley? Você existe?


— Claro que eu existo... E qual a vantagem de ter um namorado cheff de cozinha a não ser ter sempre surpresas assim? — Ele sorriu com as orelhas vermelhas.


— É a melhor escolha... Mas não farei propaganda! — Hermione sorriu. — Aquilo ali é bolo? Bolo de laranja?


— Bom... Eu achei no forno, acho que alguém fez ontem... Mas a decoração foi minha. — Rony riu.


— E está perfeito! — Hermione disse beliscando o bolo. — Tem como não te amar?


— Não sei... Me diz você...


— É impossível não te amar... Impossível! — Hermione o beijou com gosto de laranja.


— Eu te amo e é minha vida... — Rony suspirou quando se afastaram.


— Rony... Eu não resisto a você. — Seus lábios se juntaram novamente. E descobriram que não existia outro jeito de dizer Bom Dia. Esse era o melhor de todos.


XXX


Ele não esperava encontra-la naquela posição, mas não podia negar que era engraçada a situação, sua risada soou maldosa, mas naquele momento ser maldoso era tudo que ele queria.


— O que? Já te expulsaram de casa é?


Os olhos dela foram se abrindo lentamente sem saber ao certo onde estava, foi quando a imagem dele começou a entrar em foco, não podia acreditar na situação em que se encontrava. Perfeito. Estava dormindo encostada na parede do corredor, estava sozinha, amassada, com o rosto totalmente borrado e justo Ele tinha que acordá-la? Gina teve a certeza de que esse não seria o seu dia.


— O que quer Harry? — Ela respondeu mal humorada.


— Nada, apenas rir de uma pessoa completamente deprimente. — Harry disse sorrindo abertamente. — Essa pessoa é você.


— Harry me esquece... — Gina disse se levantando e tentando arrumar o cabelo completamente bagunçado.


— Eu já te esqueci! — Harry disse. — Mas não poderia passar por cima de você sem fazer do meu dia mais feliz... — Harry sorriu maldosamente.


— Não acredito que Brian não voltou para o apartamento. — Gina pensou alto enquanto ignorava o garoto de óculos.


— Possivelmente ele encontrou um lugar melhor para ficar. — Harry disse. — Olha, poderemos perguntar para ele... E ai Brian?


— O que? — Gina disse se virando bruscamente para enxergar Brian entrando pelo corredor, sem camisa e com uma calma irritante. — Não acredito... — Ela suspirou enquanto percebia que o sorriso do garoto estava começando a desaparecer.


— Bom Dia... — Brian disse secamente, sem realmente olhar para nenhum dos dois. — Tão cedo e já acordados?


— Onde estava? — Gina perguntou com a voz séria.


— Você está falando sério? O que tem haver com onde ele estava? — Harry falou implicante.


— Você não tem nada haver com isso Harry Potter!


— Bom... Eu não acredito que estão decidindo algo por mim... Por Favor, já não basta o fato de ficarem se agarrando enquanto supostamente estávamos começando um relacionamento? — Brian disse olhando para Gina. — Estou cansado, e com sono. Pode não parecer mas nerds também possuem sentimentos.


— Brian... Eu... — Gina suspirou.


— Eu sinto muito, me perdoa? — Harry disse imitando o jeito de Gina. — É assim que ela vai falar, estou só facilitando as coisas.


— E o que você faz aqui Harry? — Gina disse perdendo a paciência.


— Quando te vi dormindo aqui na porta quase me esqueci do que eu ia realmente fazer... Tenham um bom dia. — O garoto andou até a porta da frente e tocou a campainha duas vezes antes de escutar passos dentro do apartamento. — Achei estranho não ter nenhum companheiro de apartamento no apartamento. — Ele suspirou.


— Harry?


— Olha... Descobri dois companheiros e o motivo de não estarem no apartamento. — Harry sorriu. — Bom Dia Rony.


— Rony? — Gina disse correndo para perto de Harry e observando o irmão sem camisa. — O que faz ai? Sem camisa?


— Se vocês não ficassem se agarrando e enganando os outros possivelmente perceberiam que Rony e Hermione fizeram as pazes desde de ontem, mas acho que se preocupar com as pessoas é algo além da capacidade de vocês... — Brian disse.


— E ai Cara? — Rony disse acenando para o loiro.


— Bom Dia... — Brian respondeu acenando e finalmente entrando no apartamento para descansar.


— Mas... — Gina disse tentando se decidir entre chamar por Brian e pedir uma explicação para Rony.


— Então... Finalmente voltaram hein? — Harry disse abraçando o amigo e entrando no apartamento sem ser convidado. — Draco não voltou do show ainda.


— O que? — Rony disse entrando depois de puxar a irmã para dentro.


— Ron... — A voz de Hermione adentrou na sala. — Luna sumiu... E a Gina também...


— Encontrei minha irmã.— Rony respondeu aos gritos enquanto Hermione começava a se aproximar da sala.

— Draco sumiu. Luna sumiu. Eles obviamente estão juntos, mas onde? Sempre avisam sobre sumiços repentinos, como aquela vez que Luna insistiu em acampar por três dias... Mas ninguém avisou nada. — Harry disse pensativo.


— Por que todos estão me ignorando hoje? — Gina perguntou dramaticamente.


— Porque você é...


— Harry sem ofensas, por favor... — A voz de Hermione finalmente estava baixa, mas sua presença era suficiente para que eles se comportassem um pouco.


— Bom dia Hermione... — Harry disse abraçando a amiga. — Finalmente perdoou esse idiota ruivo hein?


— Sou uma pessoa de boa alma, mas e esse negócio de Luna e Draco sumidos?


— 100% ignorada... — Gina suspirou.


— Gina, isso é mais importante. E se aconteceu alguma coisa com eles? — Hermione suspirou. — Vou tentar o celular deles...


XXX


Seus olhares estavam unidos, e o mesmo sorriso iluminava grande parte do quarto. É normal sentir-se ansioso e completamente sem sono antes de momentos importantes, e nada mais importante do que a decisão de dividir sua vida eternamente com outra pessoa. Draco e Luna estavam acordados, deitados um em frente ao outro e seus olhos estavam completamente conectados aproveitando a paz que um dava ao outro.


— Deveria ter dormido.


— Você também Draco. — Luna sorriu colocando uma das mãos sobre o rosto dele.


— Nós deveríamos ter dormido então...


— É hoje.


— Sim é hoje...


— Está nervoso?


— Nem um pouco. Eu espero por isso há exatamente dois anos! — Draco sorriu.


— Eu também espero, mas estou nervosa...


— Talvez seja culpa desse toque insistente do seu celular. — Draco disse olhando para o aparelho. — Hermione novamente.


— Só vamos atender depois, agora preciso me arrumar... — Luna disse ignorando o barulho. — Sozinha.


— Acredita nessas besteiras Luninha? — Draco riu, ele sabia que se alguém acreditasse em tudo, esse alguém era a mulher da sua vida.


— Eu acredito em tudo. — Luna disse enquanto via o garoto se afastar.


— Te amo.


— Sempre Draco Malfoy, sempre... — Luna disse finalmente pronta para começar o melhor dia da sua vida.


XXX


Hermione andava de um lado ao outro enquanto segurava o aparelho telefônico nos ouvidos, o número discado chamava e chamava, mas nada de atenderem. Ela tentou o celular de Luna e também os dois celulares de Draco todos eles apenas chamavam e por fim caiam na caixa postal.


— Desisto... — Hermione disse sentando-se ao lado de Rony. — O que será que aconteceu?


— Notícias ruins chegam logo Mione, eles devem está bem... — Rony disse sensatamente.


— Quando você ficou assim? Tão centrado e calmo? — Ela sorriu deixando-se encostar-se ao peito do garoto.


— Acho que quando eu resolvi crescer... — Ele suspirou. — Bom, e vocês dois?


— O que tem? — Gina perguntou sem animação alguma.


— Juntos? — Hermione perguntou sorridente.


— Por favor... Que horror, não... Não mesmo... — Gina respondeu fazendo caretas.


— Eu incrivelmente concordo com ela... Só estava pensando onde estariam todos os meus colegas de apartamento... — Harry suspirou. — Mas todos estão bem e eu preciso resolver uns problemas, se souberem algo sobre nossos queridos noivos me avisem.


— Hei Harry não quer café da manhã? — Hermione perguntou sendo simpática e ignorando Gina imitando vômitos.


— Obrigado, mas olhar para o rosto de algumas pessoas me dá náuseas, e eu pretendo tomar café com outra pessoa. Depois conversamos mais. — Harry disse abraçando Hermione, o distancia não tinha acabado com o sentimento que tinham um pelo outro, eram praticamente irmãos.


— Até mais... — Hermione disse deixando o garoto finalmente sair. — E você onde estava Gina?


— Sinto que não quero escutar essa conversa, e preciso ir trabalha. — Rony disse se levantando e dando um beijo em Hermione. — Eu aviso se souber algo de Luna e Draco... E por favor, Gina, não arruma mais confusão... Lembre-se do que conversamos ontem. Por Favor...


— Pode deixar Rony, vai embora que quero conversar com minha amiga que voltou ao normal. — Gina disse praticamente expulsando o irmão.


— É sério Gina...


— Tchau Ronald. — E bateu a porta. — Hermione me ajuda... Por Favor...


— O que foi dessa vez Gina?


XXX


Depois que Brian se distanciou Katty finalmente se entregou ao curto, porém necessário descanso. Deitou-se pronta para dormir e o sono a pegou tão rápido que nem conseguiu pensar em como a noite tinha sido ótima.


Quando o despertador dela começou a cantarolar uma música qualquer, ela abriu os olhos e por mais que tivesse passado a noite toda acordada e dormido praticamente nada não conseguia esconder o bom humor que invadia todo o seu ser. E foi com um sorriso que ela começou a se arrumar e a fazer um excelente café da manhã.


Katty sentou-se em frente a um belo prato de ovos mexidos, de uma jarra de suco de laranja e com torradas e pães com a manteiga derretendo, mas assim que levou o copo até os lábios ela escutou batidas na porta.


— Não acredito que é você... — Katty disse perdendo todo o animo que tinha.


— Eu só quero conversar Katty, você é legal demais para me tratar assim... Não quero pedir perdão, quero explicar o tudo que me trouxe até aqui.


— Harry...


— Por favor, Katty eu quero ser seu amigo, se você ajudou tanto o Ron é porque é legal e quero pessoas legais perto de mim. — Harry disse sério. — Por favor...


— Tudo bem... Mas não sou tão legal assim... — Katty disse deixando-o entrar.


— Eu também não sou tão canalha... — Harry suspirou. — Eu era exatamente como você, exatamente como o Brian... O Harry Potter que você conhece não é o que realmente existe, aquele era só uma mascara, uma maneira de me proteger da vida.


— Já pensou que é uma péssima fuga?


— É eu percebi isso... — Harry disse sério.


— Quer café? Acho que essa conversa será longa... — Katty finalmente sorriu, ela não o odiava estava somente com raiva, mas sabia que logo passaria. Pessoas eram por natureza assim, capazes de magoar com apenas uma vírgula.


— Obrigado... — Harry disse sentando-se, ele queria se desculpar e não por querer tentar algo com ela, mas por que era justo contar o porquê de ter a usado.


XXX


O dia seria longo, para todos eles. Draco e Luna não conseguiam entender como o tempo poderia demorar tanto em um dia tão importante. Ela estava realmente sentindo falta das amigas, e de todos que tanto amava, mas era um dia e seria algo que ficaria eternamente guardado dentro dela, e ela queria essa memória só para ela. Podia está sendo egoísta, mas alguma vez na vida ela teria que ser, escolheu esse momento para tal.


Draco ainda estava tentando entender como sua vida tinha mudado tanto em tão pouco tempo. Dois anos e ele não era o mesmo, não possuía os mesmo sonhos, era melhor, cada centímetro dele sabia que os dias que vem pela frente serão de longe os melhores de sua vida. Porque só o fato de saber que Luna seria completamente dele e ele seria eternamente dela bastava para deixar sua vida perfeita, mesmo que no fundo soubesse que perfeição não existe nunca.


Aquela imperfeição deles era o que transformava tudo em algo bem real, e inesquecível. A tarde demoraria a chegar, mas a única coisa que poderia fazer era repassar cada palavra que falaria e que tinha em mente desde o dia que a beijou pela primeira vez. Colocar em palavras o amor que era maior que o universo inteiro.


XXX


— Então o que está acontecendo?


— Hermione eu estou confusa... Eu quero só ser feliz, mas parece que só deixo um rastro de dor, raiva, mágoa e sofrimento. — Gina disse finalmente deixando o sentimento falar mais alto. Seus olhos tinha um tom avermelhado e lágrimas manchavam sua pele. — Por que sempre estou assim? Sozinha e perdida? Por quê?


— Gina? O que houve? — Hermione deu a volta na mesa da cozinha e ajoelhou perto da amiga. — Por que está assim?


— Eu só queria ser alguém melhor... — Gina abraçou a amiga com força, deixando as lágrimas finalmente inundarem o seu ser.


Gina Weasley nunca foi aquele tipo de garota que chora atoa, que transmite seus sentimentos, o jeito dela resolver as coisas é se fechar ou gritar mais alto que todos, jamais chorar. Ela sempre acreditou que as lágrimas eram para as pessoas fracas, e quando não se continha acabava sozinha e trancada dentro do quarto. Era mais fácil se esconder do mundo, quando ele parecia está contra ela.


Foi difícil se acostumar com ausência de Hermione e com o relacionamento perfeito e estável de Luna, Gina sentia-se sozinha, triste, perdida e sem Harry tudo tinha tomado uma proporção extrema. Não foi por querer que terminou tudo, não foi por querer que a viagem da sua vida de repente se transformou em um inferno sobre a terra, foi por acaso que nada mais dava certo, que Harry e ela pareciam como água e óleo e nada fazia com que se misturassem.


De repente ela se viu no mesmo lugar, da mesma maneira. Os anos tinham passado, e todos em volta haviam mudado. Rony tinha conseguido realizar parte de seus sonhos, e mesmo que transparece a tristeza nunca era visto sem sorrir, sem lutar, seu irmão tinha crescido, mas ela... Com ela a história era outra. Draco e Luna pareciam casados antes de casar, e não eram os típicos casais que se viam. Eles eram apaixonados, loucos, entregues aos desejos e aos sentimentos, eles simplesmente viviam juntos por não conseguirem ter uma vida separados. Mas ela e Harry sempre pareciam distante de viver o amor que sentiam, alguma coisa os impedia. E acabou, a viagem, os acontecimentos, a escolha dela, a escolha dele, tudo fez com que voltassem a ser apenas Gina Weasley e Harry Potter conhecidos desde a infância.


Ela sabia que tinha culpa, mas era tão mais fácil culpa-lo, tão mais fácil tentar odiá-lo, tão mais fácil se apaixonar por outra pessoa, sorrir, viver, e ser feliz ao lado de outro alguém. Mas tudo tinha explodido em seus olhos, nas lágrimas que ficaram por tanto tempo presas entre o coração e a alma, nas lágrimas que não só Gina, mas que a maioria das pessoas tenta matar. Ser forte nesse mundo é mais fácil, dói menos. Mas deixa cicatrizes tão profundas que seria melhor deixar que fluíssem para fora da única maneira que sabemos. Chorar faz da alma um pouco mais limpa, do coração um pouco mais aberto, e de nós muito mais humanos.


— Gina... Mas... O que aconteceu? — Hermione perguntou novamente depois de a ruiva ficar minutos apenas abraçando-a e deixando as lágrimas caírem.


— Eu... Só preciso ser eu entende? — Gina disse respirando fundo tentando fazer que as lágrimas chegassem ao fim, ato inútil. Ela tinha muito que chorar ainda.


— Me conta o que houve, eu não estou entendendo nada... — Hermione disse tentando fazer a amiga olhá-la. — Harry tem alguma coisa haver com isso? De novo?


— Eu queria me desligar dele, queria me afastar, nunca mais vê-lo. Ouvi dizer que é mais fácil esquecer quando não vemos mais a pessoa... — Gina suspirou. — Mas também queria pedir desculpas, sabe quantas vezes nos vemos assim? Na mesma posição? Sentindo a mesma dor? Foram muitas... Nós não mudamos...


— Como? Como assim?


— Todos mudaram, cresceram, se transformaram em pessoas melhores, mas nós não... É como se tudo que aconteceu voltasse a se repetir, mágoas, dores, e nós sempre juntos, sempre provocando, sempre fazendo sangrar... — Gina suspirou. — Eu nego sempre, mas eu amo ele, mesmo depois de tudo... Eu nunca deixo de amar ele, e eu queria deixar.


— Depois de tudo o que? — Hermione não entendia o que aconteceu, ficar tanto tempo longe e isolada tentando se livrar das próprias dores parecia ter sido a pior decisão de todas, Gina precisava dela e ela não estava por perto, e deveria está. Amigas para sempre deveria ser uma promessa, e quase quebrará isso. — Me conta Gina...


— A culpa não foi dele, como sempre foi minha... mas por isso mesmo... por ser minha culpa eu deveria deixar de amá-lo, eu deveria ignorar a dor dele... eu escolhi isso, mas eu escolhi por ser boba, por não entender as entrelinhas... Mas eu o amo tanto, e eu não quero amar mais... Não por ele não merecer meu amor, mas por mim... Eu não acho justo sempre cravar facas em seu coração, eu não mereço o amor dele. — Gina disse fazendo as lágrimas caírem novamente. — Começo achar que não mereço o amor de ninguém, ele se aproxima de mim e transformo um sentimento tão bom, em mágoa, em lágrimas... — A ruiva suspirou.


— Gina eu não estou entendendo? O que foi? Por que diz que não merece o amor? Você é incrível, linda e merece muito amor... — Hermione disse abraçando-a. — O que aconteceu com você e Harry? O que aconteceu enquanto eu estava longe?


— Foi na viagem... — Gina suspirou.

XXX


— Pode começar...


— Desculpa, eu fui um idiota e sei que já disse isso.


— Harry eu sei que foi um idiota, te deixei entrar para dizer o porquê escolheu ser um idiota. — Katty disse séria, eles estavam sentados na mesa e o café da manhã permanecia intocado.


— Ser um idiota dói menos do que ser um cara legal. — Harry respondeu desviando o olhar para evitar que a garota visse seus olhos irritados.


— Para quem? Porque ser um idiota faz muitas pessoas sofrerem. — Katty disse séria. Ela entendia bem de idiotas e da dor que eles causavam.


— Dói menos para o idiota. Já pensou que idiotas um dia já foram caras legais?


— Já pensou que continuar um cara legal pode ser muito melhor?


— Você não entende Katty, é uma garota legal, diferente... — Harry suspirou passando as mãos pelos cabelos.


— Me faça entender Harry, quem sabe perdoou você... — Katty sorriu. — Ouvi dizer que era um cara legal, um amigo de verdade...


— Eu me apaixonei, me envolvi e me ferrei. — Harry soltou uma risada falsa. — Eu amo a Gina desde... acho que desde de sempre...


— Eu queria entender... Se ama ela, por que os jogos? Por que as brincadeiras? Por que o ódio? Por que usar as outras pessoas? Você ama ela, mas... — Katty falou fazendo com que Harry finalmente a encarasse, ele não queria falar sobre isso, mas precisava. Antes que isso deixasse ele perdido entre o errado e o certo.


— É uma longa história... — Ele suspirou tentando se lembrar de tudo que tinha vivido com a ruiva.


— Que bom que ainda está cedo para ir para o restaurante. — Katty disse. — Harry confia em mim, já me machucou o bastante para precisar esconder alguma coisa...


— Sinto muito.


— Sei que sente, mas não sabe expressar. — Katty disse. — Essa longa história começa aonde?


Harry não entendia o porquê, mas as palavras foram simplesmente escapando de seus lábios, era realmente uma longa história e nela estavam presentes Dino, Cho, Natal, e com toda certeza essas historias foram tão marcantes para ele que seria impossível deixar de falar sobre elas. Ele conseguia finalmente enxergar o quanto de coisas que haviam passado, como sempre estavam no mesmo lugar. Era sempre um ciclo de mágoas de um lado, mágoas do outro lado, e a maioria das vezes as mágoas começavam justamente com ela. Gina tinha feito tanto mal a ele, e mesmo assim ele continuava amando o jeito dela. O sorriso, a agitação, o jeito de ser muito mais forte e muito mais corajosa que ele. Ele amava como sempre que se lembrava dos beijos sentia o corpo formigar, e como conseguia se esquecer de tudo nos lábios dela. Mas isso só o deixava completamente arrasado, com ódio de si mesmo. Gina somente o magoava, mas ele amava tanto ela que se transformar em um idiota era a melhor escolha para magoá-la.


Ele queria ter mudado, ter sido superior, ter simplesmente dito adeus, ter se esquecido dela e de todas as lembranças. Mas não conseguia, era o mesmo garoto que foi traído e passou meses longe de todos. Fugir é fácil, mas esquecer não. Ele viu os amigos mudados, mas era inútil tentar fingir que também estava feliz, que também tinha motivos para ser melhor, ele só queria fazer com que ela sofresse como ele. Nem nisso era bom, acabou envolvendo pessoas que nem deveriam está nessa historia.


Ele precisava mudar, ele queria mudar, ele desejava que o amor acabasse. Amar não o levava a nada, poderia muito bem funcionar com Draco e Luna, com Rony e Hermione, e até com outras pessoas, mas para ele não funcionava nem um pouco.


— Se existe tanto amor por que não estão juntos? — Katty perguntou com os olhos marejados, ela entendia cada palavra que Harry tinha lhe dito. O amor também nunca foi bom para ela. — Por que se separaram nessa tal viagem de um ano?


— Eu tinha tomado uma decisão, eu sabia que era a decisão certa... — Harry começou a falar. Finalmente contaria alguém sobre tudo que tinha sido o pivô de uma mudança para pior, de um final sem previsão de volta. — Comprei o anel mais bonito, ele era completamente coberto de brilhantes, nem me preocupei com o preço. Meu padrinho disse que decisões daquelas tinham que ser presenteadas com o melhor. Eu escolhi o melhor anel para a melhor garota... — Harry tirou o objeto do bolso, era um lindo anel com um desenho diferente e encantador. — Ia pedi-la em casamento...


XXX


Hermione não sabia o que esperar, ainda mais vendo a expressão de Gina, ela conhecia aquela expressão culpada e tristonha. Ela passou muito tempo observando aquela mesma expressão há exatos dois anos. E infelizmente ela não estava preparada para apoiar a amiga novamente.


— O que houve na viagem? — Hermione perguntou com seu tom de voz se alterando.


— Já está me julgando e eu nem te contei o que houve. — Gina disse na defensiva.


— Não estou te acusando apenas perguntando, você está confessando sem eu ter dito nada... O que realmente houve? — Hermione disse tentando ser compreensiva, mas perdendo completamente a linha.


— Promete que não vai me julgar? Não novamente... — Gina perguntou apertando fortemente a mão da amiga.


— Você me julgou quando fui embora? — Hermione perguntou.


— Te julguei, mas não te abandonei... — Gina suspirou. Era obvio que ela havia julgado a amiga, ela abandonou a todos sem um adeus, ela deixou Rony em pedaços, mas Gina se lembrou de que fugiu de todos também, a viagem ajudou a se afastar da dor do irmão e da ausência da melhor amiga.


— Então... Sinto, mas vou te julgar... Mas não significa que vou te abandonar. — Hermione sorriu abraçando a garota. — Confia em mim amiga.


— Eu sempre confio em você, desde que nos conhecemos naquelas férias... — Gina suspirou. — Já desejou voltar a ser criança?


— Cada segundo que voltei, até ontem que percebi que ser adulto também pode ser legal.


— Nem acredito que vocês voltaram. Ficam diferentes quando estão juntos, ficam...


— Felizes?


— Isso. — Gina suspirou.


— E quando vai me contar o que está te deixando triste? — Hermione disse pensando que não adiantaria mudar o rumo da conversa.


— Não imagina? — Gina suspirou.


— Eu não quero imaginar... — Hermione também suspirou.


— Eu... Eu estraguei tudo por ser impulsiva, por ser ciumenta, por ser vingativa. — Gina respirou ofegantemente. — Eu... Droga... Eu o traí de novo... — Gina desabou, as palavras saíram falhadas, e se misturaram com as lágrimas. Ela detestava ter repetido tudo novamente. Trair Harry parecia a única coisa que sabia fazer. — Eu traí Harry com um desconhecido...


— Gina... — Hermione estava boquiaberta, era o que ela imaginava, mas no fundo esperava ser um engano. — Gina, por quê? O Harry sempre foi o cara perfeito. Por que voltou a feri-lo dessa maneira? — Suas palavras não eram acusatórias, apenas eram de quem não podia acreditar naquilo.


— Eu não sei o que me deu, só fiquei com raiva e fiz... — Gina disse a beira das lágrimas. — E me arrependi.


— Gina... Se arrepender às vezes não é suficiente...


— Eu sei disso, mas eu achei que ele estava me traindo... — Gina desabou finalmente, suas lágrimas voltavam a manchar sua pele acompanhada de soluços.


— O que?


XXX


— Parece que é muito difícil se lembrar disso. — Katty estava com raiva de Harry, mas não desejava que ele sentisse tanta dor como aparentava sentir. — Não precisa falar sobre isso.


— Eu preciso... — Harry suspirou. — Não contei a ninguém e acho que isso era o que estava me corroendo por dentro, sabe, deixando os dias sempre negros sem nenhuma esperança de luz, de alegria...


— Entendo... — Katty disse apertando a mão dele. — Confia em mim Harry...


— Eu confio, e peço desculpas por ter tentado te usar, nós nem temos nada em comum. — Ele disse mais confiante. Nem mesmo conseguia entender porque tinha resolvido se envolver com a morena.


— Não temos mesmo. — Katty sorriu. — O que deixa te perdoar uma atividade bem mais fácil.


— Obrigado...


— Você ia pedi-la em casamento...


— Eu sei que quero me casar com Gina desde que nos beijamos no quarto dela... E eu ia pedi-la antes de entrar no quarto do hotel, andar até o banheiro achando que ela estaria em mais um dia de “aprendizado espiritual”, mas na verdade ela estava em um aprendizado físico. — Harry disse e Katty pode sentir a dor nos olhos sem brilhos do garoto, não só dor, mas raiva misturada com rancor.


— Harry... — Ela falou voltando a apertar a mão do garoto.


— Eu a encontrei no banheiro do nosso quarto aos beijos com um estranho... Não que se fosse um conhecido às coisas mudasse, mas um estranho que a pegava como se fosse apenas uma qualquer, uma a mais... E eu lá com um anel querendo dizer que ela o quanto ela era única... — Ele suspirou segurando visivelmente as lágrimas. — E por míseros segundos eu olhei no fundo dos olhos dela e ela me encarou sem dizer nada, sem manifestar um arrependimento, uma vergonha... Me encarou e continuou lá, nos braços do cara... Eu quase joguei o anel nela, mas de que valeria? Esse anel é para alguém que vale a pena e ela não vale absolutamente nada... — A raiva foi mais forte que a dor.


— Mas por que ela fez isso? — Katty deixou escapar, ela e sua boca grande.


— Eu esperei que ela contasse, esperei ela me procurar... Mas quando voltei meses depois simplesmente me ignorou se fazendo de vitima... — A raiva de Harry era grande demais e pela primeira vez ele a deixava transpassar seu interior. — Porque Harry Potter sempre é o crápula e o cafajeste!


— Sinto muito Harry... — Katty disse pensando em uma oportunidade de ajudar o garoto.


— Não sinta... Não vale a pena, e eu nem sei porque contar isso justamente para você. — Ele suspirou. — Desculpa novamente.


— Contou para mim porque somos amigos. — Katty disse o abraçando sem aviso.


— Somos? — Harry se espantou.


— É somos, e amigos perdoam amigos... Por isso te perdoou. — Katty disse o soltando. — Que tal o café agora? Porque tristezas existem para serem superadas e tenho certeza que vai achar alguém que mereça esse anel, e esse alguém não serei eu, só para não criar esperanças. — Katty sorriu.


— Droga, eu ia te pedir agora mesmo... — Harry sorriu de verdade e a raiva parecia se conter novamente.


— Já tenho um pretendente maravilhoso que vai se casar comigo... Ele só não sabe disso ainda... — Katty riu voltando para seu lugar e pegando um pão.



— Já te disseram que você não existe?


— Já, mas sempre insistem que teriam que me criar.


— É eles estão certos...


— Tudo melhora Harry, e digo por experiência própria...


— Confio em você Katty... — Harry sorriu abocanhando um pedaço de bolo.


XXX


Hermione tinha os pensamentos a mil por hora tentando entender como sua melhor amiga tinha conseguido cometer o mesmo erro duas vezes, e tentava anotar em sua mente que jamais iria fazer a mesma coisa. Afinal não conseguiria ficar longe de Rony novamente, e queria entender como Gina pode ter tido sempre o amor da vida dela por perto e simplesmente afastá-lo dela por escolhas erradas.


— Desculpa, mas não posso imaginar o Harry te traindo Gina. — Hermione disse tentando ser sensata, mas na realidade ela começava a se cansar com essas histórias.


— Eu sei... Ele não traiu. — Gina respondeu com as lagrimas caindo sem parar.


— Mas você disse que achou que ele tinha lhe traído e por isso o traiu, o que na verdade aconteceu? Gina eu não quero te julgar, não quero te abandonar, sou sua amiga... Mas... Gina isso foi a pior besteira de todas, e olha que perder sua virgindade com o Dino enquanto namorava o Harry foi uma enorme besteira. — Hermione finalmente disse tudo que pensava, afinal amigas não são para passar a mão na cabeça quando se faz burradas, e sim dizer o quanto você deve mudar algumas atitudes idiotas.


— Mi... Eu... — Gina apenas chorava, ela sabia que amiga estava completamente certa.


— Desculpe Gina... Eu sei que não devia ter dito tudo isso, mas é que estou tentando entender... Me explica, por favor! — Hermione disse segurando firme nas mãos da ruiva.


— Vou explicar... — Gina suspirou, mas ainda chorava. — Nós estávamos viajando e resolvemos ficar um pouco em um hotel bonito com vários shoppings em volta, e Harry passava muito tempo em uma loja, eu vi ele conversando com apenas uma atendente, e de repente escutei uma conversa deles...


— O que diziam?


— Ele dizia que ela era única, que sua vida só estava feliz por causa dela, que o destina tinha os juntado, que os beijos eram incríveis e que ele estava disposto a viver para sempre ao seu lado. — Gina estava aos prantos e totalmente perturbada. — Eu só desliguei o telefone e me tranquei no quarto enquanto ele continuava a conversar com ela na sala do apartamento. Quando finalmente parei de chorar e sai do quarto ele não estava mais lá, então era o momento certo da vingança... — Gina contou os detalhes de ter jogado chame a um desconhecido e de tê-lo envolvido enquanto se lembrava das palavras de Harry ao telefone, por fim contou do banheiro, dos beijos, e dos olhos de Harry sobre ela. — Mandei o desconhecido embora, eu só queria que Harry se sentisse como me senti. Não me deitei com outro, mas ele simplesmente foi embora antes de conversarmos.


— Então não o traiu? — Hermione estava super aliviada.


— Beijei um desconhecido no banheiro, e sei que isso foi uma traição. Foi doloroso e nojento, mas eu queria me vingar... — Gina suspirou limpando as lágrimas, mas sem sucesso algum.


— Ele não te traiu né? — Hermione suspirou quando percebeu que as lagrimas tinham piorado. — Confia em mim amiga...


— No dia seguinte fui a loja que ele sempre ia, e a vendedora muito sorridente perguntou como tinha sido o pedido... — Gina não conseguia mais falar.


— Que pedido?


— Ele ia me pedir em casamento... — Gina suspirou com dificuldade. — Me pedir em casamento, e estava treinando o pedido com a vendedora que o ajudou a escolher o melhor anel, segundo ela, ele queria o melhor para mim, porque eu seria a melhor parte da vida dele. — Gina disse com dificuldade. — Quando na realidade eu sou o pior da vida dele.


— Gina... — Hermione a abraçou entendendo a dor que a ruiva sentia. — Por que não se desculpou? Não correu atrás dele?


— E dizer o que? Hermione eu fiz duas vezes a mesma coisa como você mesma disse... Ele nunca iria me perdoar... Resolvi continuar a viagem sozinha. — Gina finalizou sentido o abraço da amiga, agora ela estava mais leve por confessar tudo que havia acontecido, mas sabia que nunca poderia ter novamente o amor de Harry de volta, teria que seguir em frente e Brian parecia ser a pessoa certa para ajuda-la a seguir.


Mesmo que para sempre seu coração fosse bater por ele, pelo primeiro grande amor de sua vida.


XXX


Batidas nas portas fizeram com que a conversa deles fosse levemente interrompida. Katty se levantou e foi até a porta para ver quem poderia ser, ela nunca tinha visto sua casa tão movimenta como nas ultimas horas. De repente todos estavam querendo visita-la.


— Oi Rony... — Katty sorriu deixando o ruivo passar.


— Bom Dia Katty, eu queria ver como você estava e saber se pode trabalhar, porque hoje o restaurante tem que recuperar o que perdemos ontem. — Rony começou a falar tranquilamente, mas estava desesperado pensando no quanto faria falta o dia de ontem no orçamento do lugar.


— E ai Cara?


— Katty? Você realmente não vai cair nessa de novo né? O Harry é legal e meu melhor amigo, mas ele não é bom com relacionamentos, e eu não posso perder mais um funcionário. — Rony disse cansado se deixando cair sobre uma das cadeiras.


— Você anda bem dramático hein? Isso é convivência com a sua irmã né? — Harry disse com uma expressão de poucos amigos. — E minha vida amorosa não é algo que te interesse.


— Harry, você namorou minha irmã e tentou namorar minha melhor funcionária, eu acho que sua vida amorosa me interessa quando se trata de família e emprego.


— Não estou com o Harry, só fui uma pessoa bondosa escutando os motivos de ele ser um idiota. — Katty suspirou. — Ele nem faz realmente meu estilo, gosto de garotos inteligentes.


— O que? — Harry disse virando-se para a garota.


— Desculpe Harry, mas você não é lá muito inteligente né? E é completamente problemático, com vários dilemas, sinceramente isso não é para mim. — Katty disse dando de ombros.


— Ufa, ainda bem... Podemos ir trabalhar então? Já que o incidente de ontem foi resolvido e esquecido?


— Tudo bem Rony, não estou depressiva e posso ir trabalhar, mas podemos tomar pelo menos o café? Estou um pouco cansada e com sono e café forte sempre me ajuda.


— Tudo bem Katty, mas eu vou indo... Já tomei um excelente café da manhã. — Rony sorriu satisfeito.


— Vou com você Cara... — Harry se levantou. — Valeu Katty, por me escutar e entender...


— Não foi nada... Só espero que um dia possa resolver tudo, e ficar bem. — Katty disse sorrindo.


— Vamos... Até mais Katty... — Rony disse abrindo a porta e esperando Harry acompanha-lo. — O que aconteceu aqui? — Rony perguntou tentando entender como de repente tudo parecia normal.


— Longa história e não vale a pena repeti-la. Quer ajuda com o restaurante? Estou cansado de ficar sem fazer nada o dia todo. — Harry disse.


— O que aconteceu? E como trouxeram Harry Potter de volta? Eu até gostava do ET que habitava o seu corpo, ele até era engraçado... — Rony disse rindo.


— Hahaha hilário Ronald, agora responde quer ajuda ou não?


— Quero... Mas em que pode me ajudar?


— Conheço muitos vinhos, e sou ótimo em economizar... — Harry disse rindo.


— É bom te ter de volta Cara... — Rony respondeu enquanto abria a porta do restaurante e deixava o amigo entrar. — Podemos arrumar um lugar na faxina para você.


XXX


O café da manhã tinha sido ótimo, mas ver Gina se esbaldando com bolo de chocolate gelado, leite com achocolatado quente e uma super camada de cobertura de chocolate sobre o bolo estava embrulhando completamente seu estomago. Não que ela mesma já tenha feito exatamente isso para se recuperar das lágrimas que a assombravam de madrugada, mas aquela cena, aqueles cheiros, tudo estava a levando a uma única reação.


Hermione se levantou e saiu correndo para o banheiro pronta para se livrar do próprio café da manhã. Ajoelhada em frente o vaso sanitário ela expeliu tudo que tinha em seu estomago, e mesmo assim continua enjoada. Quando Gina se aproximou carregando consigo o cheiro de chocolate que aparentemente tinha se alastrado pela casa toda, a única coisa que Hermione conseguiu fazer foi voltar a se debruçar sobre o vaso.


— Hermione? Está tudo bem? — Gina perguntou assustada. Nunca tinha visto a amiga daquela maneira.


— Estou... — Hermione disse cansada, sentada no piso gelado e tentando tirar os cabelos suados de sua testa. — Só acho que o café da manhã não me fez bem... Estou um pouco enjoada... Daqui a pouco passa Gina...


— Tem certeza? — Gina parecia preocupada e se agachou junto a amiga. — Quer ir ao médico?


— É só um mal estar amiga... Deve ter sido algo da comida... Acho que só preciso de um copo de água, achar Luna, e me deitar um pouco. Não necessariamente nessa ordem. — Hermione sorriu.



— Certeza? Me deixou preocupada... — Gina suspirou.


— É sério amiga... Não se preocupe, me ajuda a levantar? — Hermione sorriu, sentia falta dessa parte das amigas. Sentia muita falta de ter sempre as amigas por perto para tudo que precisasse.


— Vou te deixar no quarto e buscar um copo de água... — Gina disse apoiando-a e ajudando Hermione a se levantar. — Mas ir ao médico seria bom...


— Bom mesmo seria ter a Luna aqui... Ela conhece todos os chás para todos os problemas, poderia fazer algo para melhorar meu estomago. — Hermione sorriu. — Mas a água será o suficiente.


— Certeza mesmo? — Gina perguntou.


— Totalmente Gina... — Hermione disse rindo. — Só me trás a água e podemos voltar a conversar.


— Tudo bem então...


Gina correu para a cozinha assim que Hermione passou pela porta do quarto. Hermione sentia-se com o estomago ruim ainda, mas sabia que logo passaria. Sentou-se na cabeceira da cama e tentou ligar para Luna mais uma vez, estava preocupada com o sumiço da amiga, mas sabia que noticia ruim chegaria rápido, e isso era a única coisa que deixava ela mais calma.


Fechou os olhos e começou a pensar em tudo que ela e Rony tinham dito antes de finalmente pegar no sono. Ele continuava perfeito como sempre, e as palavras pareciam fluir com muito mais facilidade agora. Ela até mesmo se lembrou da primeira vez deles depois de quase dois anos sem se verem. Corou lembrando em como tinha sido totalmente inesperado, quente, e até mesmo selvagem. Ela jamais imaginaria que voltaria a se entregar a ele, ainda mais no chão de um banheiro. Mas tinha sido intenso, e inesquecível como todas as outras vezes tinham sido, como ela espera que as próximas sejam. Um suspirou cortou sua garganta. Ela realmente desejava reviver tudo àquilo novamente, mesmo sabendo que Rony estava certo, que não deveriam ir com tanta sede ao pote, mas era inevitável para ela. Desejá-lo tinha sido uma constante durante os últimos dois anos, e continuará sendo pelo resto dos dias.


— Voltei... Toma... — Gina disse entregando o copo de água.


— Obrigada... — Hermione deu alguns goles e depois colocou o copo na mesinha ao lado. — Já estou melhor.


— Que bom... — Gina suspirou aliviada.


— Que tal voltarmos para a nossa sessão “amigas para sempre” sem uma das integrantes? — Hermione sorriu.


— Luna faz falta. Ela não pode sumir assim. — Gina suspirou. — Mas vamos continuar sim...

XXX


O dia foi passando como se cada segundo tivesse a obrigação de fazê-los relembrar de tudo que haviam passado juntos. Era preciso. Era totalmente esperado e foi exatamente o que aconteceu. Seu olhar no espelho quase não conseguia reconhecer aquela pessoa. Dois anos podem mudar tantas coisas, pode ensinar tanto e pode fazer com que o amor seja forte e real.


O sol começava a se pôr quando ela finalmente saiu do hotel em que estavam. Draco não estava mais lá, ele tinha preparado tudo. A praia era simplesmente linda e estava completamente vazia, afinal era época de aulas e de trabalhar, vantagens de namorar um músico completamente maluco. Ela suspirou olhando em volta e sentido aquela sensação de “é agora”.


E era. Lá estava Draco. Ele vestia uma roupa leve e branca bem diferente do tipo que usava normalmente, e seus cabelos se destacavam com a luz alaranjada que praia era banhada. Ao seu lado estava um senhor que aparentava ter uns cinquenta anos, mas que provavelmente tinha muito mais. O senhor usava branco e azul, tinha colares de cristais e um sorriso calmante no rosto.


Luna foi andando até eles. Em seu vestido rendado de flores, com suas poucas rosas na mão, com seu coração aos pulos, com os olhos marejados e obviamente com a certeza de que naquele momento os contos de fadas faziam sentido. Porque a cada passo que dava em direção a Draco era uma certeza de está iniciando o seu “felizes para sempre”. Ela riu de tal pensamento, jamais imaginaria ser feliz para sempre com Draco, jamais imaginou ser feliz com ele quanto mais para sempre.


Seus olhos se encontraram e sorriram juntos. Foi tão difícil o primeiro beijo, e todos os seguintes, foi tão difícil deixar de serem apenas amigos e se transformarem em namorados. Tudo com eles tinha sido inesperado, inexplicável. Os opostos que realmente se completam. Ainda existem aqueles que não acreditam em tal união. Eles dizem que não faz sentido, mas talvez eles ainda não saibam que no amor não existe sentido, existe sentimento.


Ela está quase se aproximando dele e é hora de suspirar. Respirar fundo e seguir em frente. Não se importar com o que ainda dizem sobre o Malfoy, não ligar para todas as comparações, frases como “sempre achei que ficarei com o Harry, ele combinava com você”, ou “deveria sair com Neville ele sempre foi seu melhor amigo”, Luna já sempre estava cansada de comparações e sugestões. Qual o problema em se apaixonar pelo melhor cara de todos? Ela tinha achado o garoto mais perfeito, porque mesmo com as imperfeições dele ele continuava sendo doce, envolvente, e totalmente amável.


Quando a distancia não mais existia tudo que restou foi à espera, a expectativa, e o sorriso. O sorriso deles jamais poderia ser descrito de maneira justa. Era aquele tipo de sorriso que a gente observa raramente, mas que é tão forte e sincero que nos inunda com a felicidade que transmitem. Draco envolveu a mãos vazia dela nas suas e entrelaçou seus dedos como se fossem nós em cordas que nunca poderiam ser desfeitos.


— Draco... — Luna suspirou seu nome para ter certeza que aquilo não era um sonho.


— Luna não sei se esse é o casamento dos seus sonhos, sem suas amigas e no meio do nada, mas acho que é o casamento dos meus sonhos porque esse tem que ser o nosso momento. — Draco disse enquanto Luna o olhava hipnotizada.


— Esse é o melhor jeito de casar Draco... — Ela suspirou contente.


Não importava que não tinha amigos, que não tinha parentes, que não tinha padre ou juízes. Não importava que não tinha festa, nem vestido longo. O que importava que era real, que era do jeito que ela achava que deveriam ser os casamentos. Puro. Leve. Verdadeiro. O próximo passo foi dado pelo senhor que sorriu para os dois enquanto erguei as mãos e diria as palavras que o universo abençoaria.


— Eu deveria falar coisas bonitas, e que jamais fossem esquecidas... Mas eu observo vocês, e os seus sorrisos, consigo sentir o amor. E o amor de vocês dois não precisam de palavras bonitas e nem inesquecíveis, o amor de vocês é simples e puro e por isso tudo que eu disser vai se tornar falso... Por isso eu digo que não posso jurar que ficaram juntos pela eternidade, mas sinto que é isso que vai acontecer... Não tenho poder, e não me considero sábio o suficiente, sou apenas um velho que acredita na vida, nos sentimentos, e nas pessoas... Nessa minha velhice eu peço aos elementos que abençoem o amor de vocês... Que a água do mar, da chuva e dos rios molhem vocês em sua limpeza, em sua pureza deixando o amor mais sincero... Que os ventos das montanhas, que as ventanias das tempestades, e que a brisa leve os envolvam em paciência e calmaria fazendo com que o amor de vocês seja sempre assim... Que o calor do fogo, das brasas, e dos dias quentes de verão façam com que o amor de vocês queime durante a vida toda, que seja forte e capaz de superar toda dificuldade... Que a força da terra os mantenham unidos como mantém as árvores antigas, as flores e a vida... Que o espirito os envolva em amor, em fé, em vida e faça de seus dias melhores, mais doces, mais calmos, e muito mais reais. Então com todos esses desejos eu quero não declarar vocês como marido e mulher, mas declarar que o amor reine em todos os dias, transformando vocês em parceiros, em uma única alma. — O senhor sorriu colocando a mão a frente do coração de ambos, e pedindo para que eles falassem, era a hora dos juramentos.


— Eu... — Luna disse emocionada. Era aquilo que ela queria, nada de palavras mentirosas, apenas a energia do universo os envolvendo. — Eu te amo Draco e só posso dizer isso, te amo mais que o próprio amor...


— Luna... Você é minha vida, e eu não deveria prometer, mas eu sei que vou te amar para sempre... — Draco disse sorrindo ao ver a emoção da loira.


— Eu apenas disse o que o universo deseja a vocês... AMOR e FELICIDADES... — O senhor disse pegando dois colares com cristais que estavam em seu pescoço. — Que meus colares banhados na luz da lua e aquecido na luz do sol sejam o ligamento entre vocês dois. Fazendo valer os desejos e promessas... — O senhor colocou um colar em cada um e beijou a mãos unidas deles. Sorriu e se afastou enquanto os lábios de Draco e Luna se uniam. — Que o universo conspire a favor desse amor.


Os lábios unidos eram a assinatura. Eles estavam casados! De uma maneira Draco e Luna.


— Você aceita ficar a eternidade inteira comigo? — Draco sorriu.


— Eu aceito... ficar com você além dela. — Luna disse enquanto seus lábios voltavam a se juntar.


Andaram o resto do pôr do sol, até finalmente observaram as estrelas. A água do mar lavando os pés deles, e a luz da Lua iluminando as peles tão próximas. Eles estavam finalmente juntos, e finalmente parecia que era eterno. Não foram somente as palavras doces e únicas daquele senhor desconhecido que resultaram em tal sentimento. Era o momento, a sensação de que nada poderia atingi-los, aquele toque de sonho. Estavam quase transformando a história em um conto de fadas, mas como conto de fadas não existem eles prefiram viver a realidade e ela sempre foi muito melhor que a fantasia.


Suas mãos que estavam entrelaçadas começaram a desfazer o nós para poder traçar caminhos trepidantes pelas peles um do outro. É de se esperar que depois de tantas noites e de tantos beijos trocados entre caricias doces durante as madrugadas fria que fosse simples e fácil para eles se entregarem. Mas quando o amor é grande demais, os atos também são, e precisam ser perfeitos. O medo de Draco não era um medo paralisante, mas um medo que te deixa inquieto, perturbado. Tudo deveria ser perfeito como na primeira vez, com aquela música, com aquela intensidade.


As mãos percorriam o corpo da loira ainda vestido com delicadeza, era como se ele estivesse mexendo em pétalas de flores delicadas, ou em cristais que a qualquer momento pudessem quebrar. Seus lábios sussurravam palavras tão doces e melodiosas que soavam como uma canção, dessas que escutamos no volume mais baixo, para fingir que está sendo sussurrada para nosso coração. As palavras de Draco não necessitavam ser sussurradas, mesmo que ele insistisse nisso, qualquer coisa que ele dizia acertava em cheio o coração de Luna.


Quando seus lábios finalmente se juntaram, acarretando um calor incontrolável, como quando a brasa da fogueira se transforma em algo forte, com poder de exterminar a floresta toda. O beijo deles sempre foi assim, e devia continuar. Beijos que levam a loucura, que surpreende, beijos dado não com os lábios. Beijos dados com o corpo, com o coração, muitas vezes com o espirito. Seus lábios sugavam um ao outro como se não existisse um amanhã, como se o mundo estivesse acabando naquele momento. Um beijo que tira o medo.


Então tudo foi muito mais fácil depois que o beijo chegou ao fim. E a luz estava tão linda no céu, e a água do mar faz um som muito mais bonito que qualquer música, a brisa fazia a pele de Luna se arrepiar, e o desejo já era tão intenso e grande que o momento não poderia ser mais perfeito. Concretizar o casamento não deve ser uma obrigação, deve ser um momento, um momento inesquecível.


Seus corpos se entrelaçaram de uma forma doce e leve, misturando-se com o sal do mar e banhados por uma chuva de prata que deixou tudo ainda mais perfeito. Luna sabia que seria da maneira certa, porque qualquer segundo ao lado de Draco se tornava inesquecível, e insuperável. Ela tinha se acostumado a se apaixonar todos os dias. E esse era o melhor do relacionamento deles. Esse jeito de se entregar, de viver, de se apaixonar sempre. Os dias eram mais ensolarados e as noites muito mais quentes.


— Draco, a eternidade será pouco para eu conseguir te amar... — Luna sorriu quando sua mente e seu corpo já não pertenciam mais a ela. Os tremores e os batimentos cardíacos descompassados ajudavam a ela ter uma única certeza. — Eu te amo.


— Eu também te amo, antes mesmo de te conquistar... — Draco disse com a voz ofegante, com um sussurro cortante. Seu corpo também não o pertencia, os desejos já tinham tomado conta do momento. Ele estremeceu sobre ela, e apenas conseguiu suspirar enquanto as unhas da loira rasgavam suas costas.


Os corpos permaneceram abraçados enquanto desenhavam nas estrelas, e descobriam que amores eternos existem, mesmo quando não se espera encontrar.



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Notas finais do capítulo

Quero pedir desculpas pelos erros gramaticais e ortográficos, é que não tenho beta, e sou meio "péssimamente ruim" em portugues...
E agora vou demorar um pouquinho para postar pois ainda estou escrevendo e meio que os capitulos parados...
Obrigada...
PS: Todos os post's dedicados à "Bola de Pelos" leitora mega fofa que não abandonou a fic mesmo depois de tanto tempos sem post's...
Espero que gostem e BEIJINHOS!!!



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