FLASHBACK de 12 ANOS ATRAS ON

Pedro Narrando

Estava escuro ali, e frio. “Aqueles garotos”, me lembrei de repente. Eles disseram que iam brincar comigo!!!
Tentei chama-los, mas estava frio demais para fazer qualquer movimento. Será que foram eles que me prenderam aqui ? Mas então.. por que diriam que queriam brincar ??

Chorei em silencio dentro daquela gruta de gelo, não conseguia mover os braços para me desfazer daquilo.

– EI!!!! POR FAVOR, AJUDEM!!!!! – ouvi as vozes do lado de fora. Seria esse um dos meninos ?? - Por favor!! Ele está dentro do gelo!!!!!!

Não precisa se preocupar amigo. Eu estou bem, de verdade. Pelo menos creio que vou ficar... Eu quero minha mamãe e meu papai!! Você pode traze-los de volta ??

– Cassie!! Venha aqui e me ajude !!!!! Sozinho não vou conseguir desfazer o gelo!!!!

Ele conseguiu uma ajuda ?? Uma ajuda veio por mim ? Ainda existe esperança para um garotinho como eu...

– Ok, no 3 !!! – essa voz eu não conhecia, seria a menina que ele chamou ? Como era o nome mesmo?... esta tão frio...- 1!...2!.....3! AGORA LUCAS, QUEBRE O GELO!!!!

CREC!!! CREC!!!!CREC!!!! BUM!!!!!

E de repente, eu esta livre. Com muito frio, mas livre. Dois pares de mãos rapidamente me envolveram e me deram um cobertor. Fiquei quentinho, acho que chamei a moça de “mamãe” em algum momento..

– Qual o seu nome, menino? - Perguntou o menino

– P-pedro- disse ainda tremendo

– Aonde estão seus pais ? – Perguntou a menina, dessa vez

– Eles brigaram.. – Olhei no fundo dos olhos azuis da menina - Você foi muito legal comigo!!! Obrigado!

– Ei! Eu também te ajudei! - reclamou o menino

– Obrigado também!! Eu amo vocês!!

Acho que causei um pouco de espanto neles.. Eles não querem ser mais meus amigos ?

– Eu também te amo menino!!!! Mas só sou sua amiga, ok ? – disse ela

– Ok, amiga!!!

FLASHBACK OFF

No capítulo anterior...

– É melhor assim... – Disse Lucas – Mas então Kouta, creio que você não vai se incomodar de responder isso para nós...

“Como você e a Cassandra se conheceram ??”

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Kouta narrando

Confesso que foi muito descuido da minha parte não me prevenir para essa pergunta. Fiquei alguns minutos gaguejando alguma coisa até finalmente dizer algo coerente.

– Ahm.. então.... E-ela.... um dia, ela apareceu perto da vila aonde eu moro, pedindo por água e comida.. E d-depois, meus pais que eram hm fazendeiros ficaram pena dela ao ve-la desmaiando e meio que "resgataram " ela quando ela...desmaiou? Ai ela ficou lá na minha casa por alguns dias porque tava se recuperando das...err viagens..ai ...ela me contou do objetivo dela e como eu sempre fui um aventureiro fugi de casa com ela em busca do polo sul.. mas nos perdemos varias e varias vezes no caminho... E ahm.. enfim, estamos aqui!!

E o prêmio de pior mentiroso do ano vai para... exatamente, a minha querida pessoa.

Mas o prêmio de melhor cara do mundo vai para o Pedro, mas disparado. Sua cara me deu mais vontade de rir do que a minha própria história fracassada. Nós dois caímos na gargalhada, enquanto Lucas nos olhava como retardados.

– Serio, quantos anos você tem mesmo ? – perguntou ele

– 18 – respondi assim que terminei meu acesso de risos. Pelo visto, Pedro não o conseguiria tão facilmente

– Por que está me escondendo isso ?

– Não estou escondendo nada, estamos à 5 anos procurando, como você acha que vou lembrar todos os detalhes ?? – HÁ! Provando que posso melhorar o nível essa coisa que contei agora pouco!!!

– Uhm.. Pode pensar que eu sou tão estúpido quando ele – apontou para Pedro, que aos poucos, voltava ao normal – Mas vou descobrir a relação de vocês, e se você estiver fora da linha.. Tenho certeza que Giotto vai ser o primeiro a cortar a sua goela.

E dito isso, ele saiu da.. o que se pode chamar de taverna, e foi embora no frio da noite. E isso logo desencadeou a mesma reação em mim!! De ir embora e procurar Cassandra o mais rápido possível e falar pra ela o que eu tentei expressar aqui.

Mas uma mão grande pegou a mim e ao Pedro, nos sentando novamente para a direção do cara. Era enorme. Um característico habitante dos polos, de 2 metros de altura, com os cabelos raspado de uma tal forma que só lhe sobrou uma linha no meio da cabeça formada por cabelo.

– Então moças.... Qual de vocês vai pagar as bebidas ??

Nós engolimos em seco.

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– Não existe coisa mais humilhante que isso.. – disse Pedro

– Eu pensava que esse tipo de coisa só acontecia no Reino da Terra... Mas vejo q é pelo mundo todo mesmo...- falei

E lá estávamos os dois, lavando pratos, na água fria da cozinha dessa espelunca. E com um guarda-costas de 2 metros atrás de nós, duvido que eu termine a tempo de procura-la e avisa-la.

Mais um coitado havia se juntado a nós. Eu o ignorei, mas Pedro foi mais solidário.

– Hey cara, bem vindo ao inferno no Polo Sul.

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Cassandra Narrando

Eu havia passado bastante tempo com o meu pai, a nova esposa dele, e o membro mais importante : meu irmãozinho!!!

Quase não acreditei no quão rápido eu passei a amar aquele pequeno ser que se enroscava em minhas pernas, e que no meio da conversa me pedia para brincar com ele.

Eu simplesmente amei Leo, e o sorriso de satisfação do meu pai ao perceber que nossa relação estava se construindo bem e rapidamente era enorme!

Quando pensei não ter nada mais para ouvir deles,e os detalhes do casamento, o nascimento de Leo e a vinda para cá, chegou a minha vez de dar os detalhes. Mas como mentir ao meu pai sobre algo tão sério ? Quer dizer.. eu simplesmente não podia falar para ele de onde conheci Kouta e em que circunstancias eu o conheci, especialmente o motivo da minha demora para chegar ao polo sul. Optei por uma meia verdade.

– Pai, como o senhor sabe, o Reino da Terra está cada vez mais sendo dominado pelos dominadores de fogo, e eu-

– Não me diga que você foi pega ?

Gabrielle, percebendo que a gravidade da conversa aumentaria dali em diante, pegou Leo no colo e se retirou no local, nos deixando a sós.

– Pai... não foi bem assim.. é que..

– Cassandra, olhe nos meus olhos e diga a verdade.

E eu olhei. Os olhos do meu pai eram de um azul massacrante e hipnotizador, que podia ser capaz de induzir qualquer, por medo,a falar a verdade, e ele nunca se importou em diferenciar as pessoas que sofreriam com esse olhar, contanto que ele soubesse o que queria.

– Pai.. Não vou mentir para o senhor... Eu fui pega pela nação do fogo, sim. Fiquei lá por 3 anos antes de achar Kouta, que também era um prisioneiro do palácio, mas estava preso a mais tempo.. E como ele conhecia melhor a estrutura do local que eu, nós conseguimos fugir com a minha dominação e o plano dele.. Desde então, tivemos problemas para sair do País do Fogo, e atravessar o Reino na Terra sem que os soldados nos vissem.. E então, conseguimos chegar aqui..

– Entendo..

Me sentia culpada por mentir para o meu pai, mas pela segurança de Kouta, não podia sequer tocar em sua descendência do palácio para o meu pai, não depois de tudo que ele fez por mim para me trazer aqui. Ele pareceu acreditar naquilo e acalmou os ânimos.

– Bem, mas e o garoto agora ? ... Como ele se chama mesmo ?

– Kouta

– Isso mesmo!.. Bem, já que ele fugiu, o que pretende fazer ?

– Isso ele não me contou pai.. Talvez ele tente achar o seu lugar no mundo, em todo o tempo que ficamos juntos, ele não me falou nada sobre a família. – Já que eu descobri a maioria dos fatos sozinha...

– Bom, por trazer minha filha de volta, acho que estou em débito com o jovem rapaz... Quando o encontrar, diga-o que pode ficar no Polo Sul com minha proteção durante a estadia dele. Eu prometo.

– Pai!!! Não sabe o quanto estou feliz por ouvir isso!! Obrigada !! Sei que ele vai ficar muito feliz com a notícia!!!

– Não prefere contar a ele agora ? Deve estar junto ao Pedro, eles pareceram se dar bem

– Sim ! Com licença, meu pai – e com uma reverencia seguido de um abraço carinhoso , me despachei para o iglu de Pedro.

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3º pessoa narrando

Assim que sua filha partiu, Giotto senti-se a vontade para bebericar seu chá a sós, hábito que a muito conservava. Em muitos aspectos, com certeza a filha lhe lembrava a sua mulher.

Giotto largou o chá próximo a lareira, se dirigiu a um canto isolado no Polo Sul. Lá, os nativos do Polo Norte haviam construído outro templo para os deuses do Mar e da Lua, para criar elos culturais em comum com seus irmãos.

Em um canto específico, Giotto dominou a água, e abaixo da espessura de gelo, se encontrava um pequeno baú. Lá de dentro, ele tirou coisas antigas, de quando sua esposa ainda era vida.

O lenço favorito dela, o colar que entalhou para pedi-la em casamento, o adorno do cabelo... E especialmente, um retrato feito a mão por ele mesmo quando ambos foram visitar o norte do Reino da Terra, que não estava tão caótico como estava atualmente.

Era linda, Olívia com certeza foi um marco na vida de Giotto, não haveria mulher que chegasse aos pés do que ela foi. Ao menos, é claro, sua própria cria.

Cassandra, em vários aspectos, era igual a mãe. Um longo cabelo castanho claro, os olhos azuis escuros como o oceano congelado, a mesma paixão pela dominação de água, e também, a mesma paciência e perseverança da mesma.

Por um lado ele sempre soube que ela puxaria mais a ex-esposa do que a si mesmo, mas nunca que chegaria tão perto. Talvez seus traços estavam mais distintos que antes.

Giotto guardou o baú com tudo o que havia dentro dele novamente, usando a dominação de água para encobri-lo. Ficou pensando mais um tempo sobre como sentia falta de Olívia. Afinal, eles se amaram por mais de 30 anos, e juntos, cuidaram de Cassandra até que ela completasse 8 anos. Olívia não teve mais tempo de cuidar da filha do mundo físico, pois a vida lhe tinha sido tirada cruelmente há 9 anos atrás..

POV 9 ATRÁS ON

– Eles estão nos atacando novamente! – disse um de meus amigos combatentes.

– Já é o 5º ataque nesse mês! Eles estão determinados a conquistar a nossa nação..- disse meu eu mais novo.

– Não podemos desistir! Se a Nação do Fogo não a tomou com fez a Omashu, foi graças aos nossos esforços! Nem que precisemos reconstruí-la em outro lugar, vamos proteger nosso povo como a quase 100 anos estamos fazendo!!! – disse nosso líder.

E com um grito de guerra vindo de cada um, nosso exército se espalhou em pontos estratégicos de nossa fortaleza, protegendo todos os pontos estratégicos da Tribo da Água do Norte.

Ficamos o dia inteiro esperando um ataque, nossos guerreiros tinham câimbras nas pernas pela falta de circulação sanguínea e não tínhamos muito pessoal para fazermos dois turnos.

O ataque que esperávamos somente aconteceu durante a madrugada. Completamente cansados, eles quase conseguiram penetrar completamente nossa fortaleza de gelo. Os poucos que conseguiram fizeram um bom estrago.

Quando meu batalhão finalmente conseguiu expulsar alguns navios, o dia já havia clareado. Estávamos comemorando um pouco, antes de nos dispersamos para ajudar outras tropas ao litoral. Estava prestes a ir com um grupo pequeno de 15 homens para a parte leste, mas uma mulher da tribo veio correndo em nossa direção, e se ajoelhou no chão pela exaustão.

– Por favor... Por favor, as mulheres da tribo estão sofrendo com os ataques também! Eles querem nossas crianças!!

Aquilo foi o suficiente para me colocar em alerta. Rapidamente direcionei o grupo para onde as mulheres haviam se refugiado. Eles haviam ido longe demais.

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Corria a todo vapor, as crianças da nação era em sua maioria mulheres, e por isso, precisávamos zelar pelas crianças do sexo masculino.

Isso pelo menos era o que todos eles pensavam. EU estava mais concentrado em proteger minha filha, Cassandra, de 8 anos, e minha esposa Olívia, que deviam estar no mesmo abrigo.

Ao chegarmos no local, a visão era atormentadora. Nossos guardas estavam no chão, tingindo a neve de vermelho com seu próprio sangue. Lá dentro, as crianças gritavam aterrorizaras, já que algumas ainda se arriscavam em colocar o rosto para fora do abrigo e ver a situação.

Mas era Cassandra ali, ela e seus olhinhos espertos estavam olhando para a única dominadora de água que havia se arriscado em defender as crianças e as outras curandeiras.

Olívia aprendeu a dominação de água muito rápido. Eu sempre lhe mostrei os movimentos, mas ela trabalhou duro para aperfeiçoar suas habilidades, mesmo sendo contra as leis da tribo.

E agora, ela estava de pé, com machucados espalhados pelo corpo e sangue que escoria por sua perna.

O batalhão estava a metros de onde o ataque estava. Ela se distraiu por um momento e vislumbrou a ajuda que deveria estar aguardando a muito tempo. Foram os segundos necessários para que um soldado do fogo a atingisse pelas costas.

Assim que os grupos se encontraram, a batalha ficou mais intensa e feroz. Apenas quando derrotamos a todos os soldados de fogo que pude chegar perto de Olívia.

Ela tentou curar a si própria, mas não tinha energias, a queimadura afetou seu sistema respiratório e danificou vários órgãos, de acordo com as outras curandeiras.

Em seu leito de morte, ela sorriu para mim enquanto eu a segurava pelos braços com a delicadeza que consegui.

– Obrigada por ter vindo a tempo..

– Eu não cheguei a tempo para você... E-eu.. falhei como seu marido..

Ela colocou uma das mãos frias em meu rosto, fazendo carinho.

– Você me deu uma vida maravilhosa!! Um marido igual a você eu nunca pensaria em querer melhor e-

– MAMÃE !!!!!!!!!!!!!!

Cassandra correu até nós em uma velocidade alarmante. Ela era esperta igual a mãe, mesmo para idade, ela percebeu o que estava acontecendo.

– Mamãe!!! Você vai deixar eu e o papai??? Eu quero que você fique com a gente !!!!!!

– Desculpe minha filha... Mas se você sentir falta de mim, é só você olhar seu reflexo! Querido.. Obrigada por tudo...

E assim, em meus braços e na frente de nossa filha, ela se foi.

POV 9 ANOS ATRÁS OFF

E como estava certa.. Cassandra era o reflexo da mulher por quem Giotto se apaixonou anos atrás. E agora que a tinha de volta, depois de pensar que havia perdido assim como a mãe, não abriria mão desse privilégio tão cedo, ou para qualquer um.

Ele ainda estava preso em seus pensamentos, mas logo despertou ao ouvir passos em sua direção.

– General Giotto – cumprimentou formalmente o garoto.

– O que você quer Lucas?

– Senhor.. temo que Kouta seja um traidor.