Um amor imperfeito escrita por Hachi182


Capítulo 2
Finalmente em Omashu


Notas iniciais do capítulo

Gente, perdão !!!!!!!!!!!!!! Eu demorei demais pra postar esse cáp.

Eu fui em uma viajem da escola fazer um trabalho que vale ponto pra 4 matérias no fim de semana, e o resto da semana estava sem computador, na viagem nao paramos em lugar nenhum que houvesse internet TT-TT

Me perdoem pela demora, ai vai o cáp. 2 !!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/212162/chapter/2

… De repente eu me vi em um lugar frio e sem meu grosso casaco , parecia um inferno gelado. Comecei a andar sem rumo, é tão familiar estar aqui... Mais adiante, vi um casal se encolhendo em uma manta gigante e tive vontade de sair correndo e me enfiar no meio deles, mas os meus músculos não respondiam, eles congelaram...

Melhor dizendo, algo me intuiu a esperar. “Por que esperar ? Vou morrer de frio! ” pensei comigo mesma. Olhei com mais atenção para o casal, e reconheci meu pai e a mulher que ele dizia gostar, apesar do frio ela fazia questão de deixar o colar entalhado amostra.

Fiquei feliz por ver papai mais uma vez mesmo que em um sonho, e aparentemente contente, agora nós dois podemos seguir nossas vidas com a consciência limpa... Mas então uma luz pura apareceu, tomando formatos de uma mulher, linda, jovem e cheia de vida.

Cabelos longos e olhos de um azul lindo e profundo....... iguais aos meus...

Reconheci minha mãe pelas vagas lembranças que tenho da minha infância, passaram-se 7 anos que ela nos deixou e partiu dessa para melhor, Olívia era seu nome. Seus últimos momentos foram terríveis, aconteceu durante um dos únicos ataques da Nação do Fogo ao Polo Norte. Ninguém nunca quis me explicar nada pois achavam que assuntos de guerra não eram do conhecimentos de garotas, eu só me lembro de vê-la morta tentando proteger a mim e as outras...

O espírito dela se virou para mim e flutuou em minha direção,e antes que eu percebe-se ela estava a minha frente. Houve uma rajada de vento muito forte e não pude ouvir o que ela tentava me dizer, talvez porque eu não lembra-se de sua voz, mas pelo movimento dos lábios, juro que ela disse “Vá em frente e siga seus sonhos”. Logo em seguida, sua forma luminosa tremeu como uma miragem de água e ela se desfez em luz.

.

.

.

.

Infelizmente, tudo foi um sonho, o melhor que tive até agora, fazia mais ou menos 4 semanas que eu tinha saído de casa. Acordei no chão do quarto comunitário e chorando, com um dos homens ao meu lado. Ao que parece, ele tentou me acordar e eu cai da rede com o balançar violento da embarcação, acho que ao bater a cara na madeira eu devo ter reagido ao impacto com o choro, porque não me lembro de pessoas normais chorarem em sonhos felizes. Assim que me levantei e enxuguei as poucas lágrimas que caíram, o homem foi direto ao assunto :

— Precisamos de você no convés , o capitão disse que em breve vamos enfrentar grandes ondas e uma chuva forte, ele quer que você amenize o barco.

Ele não precisou disser mais nada,assim que acabou de transferir o comando, o barco foi bruscamente atingido por uma onda,e assim que me recuperei, olhei para o homem que me acordara e sai correndo em direção ao andar de cima, para o convés.


Ao chegar, a chuva já havia tomado conta do local, havia ventos fortes que estavam me deixando com frio, mas um casaco não ia adiantar nada naquelas circunstancias. Assim que o capitão me viu, ele rapidamente apontou para o ponto mais alto do barco, logo entendi o comando e no meio da confusão, tentei escalar o mastro, onde daria para eu ver as ondas maiores se aproximando e desvia-las de nós.

Dez minutos depois, os ventos tinham piorado, todos estavam tentando manter o barco estável enquanto eu abria caminho entre as ondas que podia, caso contrário eu apenas diminuía o impacto de ondas menores, afastando-as. Estávamos balançando muito forte, quase cai lá de cima .

Duas horas depois e as ondas se acalmaram um pouco juntamente com os ventos, mas a chuva não tinha dado trégua. Desci lá de cima exausta, quase desabei no chão se um dos tripulantes não me segurassem :

— Muito obrigado garota – disse um deles, dando um tapinha bem de leve no meu ombro, mesmo assim consegui me desequilibrar, mas não cai.

— Foi a viagem mais segura que tivemos há meses !!! – disse outro.

Não evitei sorrir junto de todos, já ouvi diversas histórias de ondas enormes e correntezas traiçoeiras em mar aberto e eles já deviam ter enfrentado muitas dessas. Estava feliz também por conseguir fazer daquela situação um treino para minha auto-disciplina.

—Agora descanse criança – disse o capitão me conduzindo até o dormitório coletivo,pouco se importando com o fato de estarmos ensopados e molhando o chão do lado de dentro – Você é uma guerreira muito forte !

Movi a cabeça positivamente para agradecer o elogio e me joguei na rede.

— Estamos perto agora, mais 5 horas e estaremos no porto de Omashu, mais tarde mando te acordarem – disse fechando a porta.

Usei a dobra de água para ficar seca e adiantei o serviço de algum tripulante secando o chão e expulsando a água para fora. E cai em um sono profundo.

.

.

.

.

Dessa vez o sonho foi diferente, eu estava cercada de guardas da Nação do Fogo, vestidos com o mesmo vermelho intenso que havia matado minha mãe. Um amigo me traiu e logo foi morto na minha frente.

Depois a cena mudou, vi uma garota maltrapilha dentro de uma prisão, no canto de sua cela. Parecia mais velha que eu, mas tinha graves queimaduras dos cotovelos até os pulsos. De repente, 2 guardas passaram por mim como se eu fosse um fantasma, reconheci o uniforme de imediato : Nação do fogo.

Eles a seguravam com violência e a arrastaram para fora, não sei porque motivos eu os segui, mas ao chegar lá, vi uma tábua amarrada as extremidades de um penhasco, e a outra ponta solta, pronta para cair no abismo. Lá em baixo era cheio de pedras pontudas, no sol que devia ser de meio-dia, estava claro que eles já fizeram isso mais de 1 vez. Eles a empurraram para a tábua e a fizeram andar, “O que é isso ? O que esta acontecendo ?” queria gritar, mas a voz não saia,tentei empurrar os guardas mas eu apenas atravessava por eles, assim que a garota chegou na outra ponta, um deles começou a pular na tábua, pra ver se ela caia.

Os 3 primeiros pulos não tiveram sucesso e derruba-la, o soldado que estava tentando derrubá-la olhou para o Senhor do Fogo, esperando um comendo positivo,e assim que o recebeu, eles queimaram a tábua. A garota se deu conta tarde demais, quando a extremidade se partiu e ela começou a cair,quando eu finalmente consegui gritar alguma coisa, um sonoro e alto “NÃO”.

Porém, eu tinha voz de homem.

.

.

.

.

Acordei com o capitão me dizendo que tínhamos chegado no tal porto que havia uma trilha que leva para Omashu. Estava me sentindo muito melhor, apenas estranhei ser a única a descer do barco. Quando vi que um garoto vinha atrás de mim, perguntei a ele o porque de sermos os únicos, e parece que o porto dos tripulantes era um pouco antes daquele em que estávamos, e eles teriam que voltar.

— Então.....- começou o garoto – Você foi muito boa naquela tempestade....

— Obrigada, foi um bom jeito de ver quanto tempo eu aguentava lutar contra a mãe-natureza. O que você veio fazer em Omashu ?

— Vim ver meus pais, tinha entrado nesse ramo de navegações pra ver se eu conseguia algum dinheiro pra eles.

Pela primeira vez tive interesse em olhar para aquele garoto com mais atenção, era bem mais alto que eu e mais moreno. Tinha olhos cor de mel, cabelos pretos encaracolados e seus músculos são bem definidos. Ele não era bonito, mas o físico que ele possui é formidável.

— Ei... eu não sei como chegar a Omashu... – declarei para ele, já que seguíamos pelo mesmo caminho por enquanto, o porto era bem longe da cidade.

— Então por que você quer ir para lá ? – Indagou ele, confuso.

— Preciso chegar ao Sul do Reino da Terra, e tenho um mapa que me mostra que o melhor caminho seria passar por essa cidade.... Estou muito confusa!

— Bem, que bom que você está me seguindo então!!!

— Por que ??

— Bem, para você chegar até Omashu, é preciso atravessar a Montanha dos Dois Amantes, ou por dentro da caverna, ou contornando-a...

— E por que não podemos passar por dentro dela ?

— É uma antiga lenda.. dizem que só os verdadeiros amantes conseguem se guiar la dentro, os que tentam passar sem essas condições acabam se perdendo e nunca voltam de lá

— Nossa....

— Então... Se você quiser passar por lá, vai ter que admitir seu amor por mim logo!!

Eu ri da piada dele, apesar de ficar com um pouco de vergonha. Ele também riu, e seguindo esse ritmo agradável, chegamos a entrada da caverna. Logo vi como a montanha era alta, e suspirei alto ao perceber o caminho que teríamos de contornar. Mas logo o garoto me surpreendeu, mostrando ser um dominador de terra.

Ele manipulou uma grande rocha que estava aos nossos pés, me fez subir na mesma e a controlou para irmos por cima da montanha. Tinha uma visão linda lá de cima,e eu não pude deixar de ficar impressionada com a habilidade que ele possuía... Será que ele tinha um instrutor ou treinava por conta própria ???

Logo descobri que o nome do garoto era Tahiyo , ele era muito rápido e assim logo chegamos perto dos Portões da cidade antes do completo pôr do sol. Nós descemos da pedra e ela se desfez em pó, andamos um pouco até que , em certo ponto, a trilha estava dividida, assim que vi aquilo, eu olhei para ele em busca de confirmação para o que eu estava pensando.

— Bom...- começou ele - É isso ai, a trilha da esquerda segue para a minha casa no campo, e a da direita vai para Omashu, para voltar para o mar é só seguir o caminho que veio.

— Sinceramente, foi muito legal ter conhecido você – disse e troquei um abraço rápido com ele

Nos despedimos brevemente, e eu logo me senti sozinha de novo. Foi legal conhecer alguém interessante durante a viagem, eu nem esperava fazer tanto progresso em tão pouco tempo. Também havia todo o pessoal do convés do navio, e eu fiquei com saudade das fortes ondas e dos gritos de incentivo que eles me davam para continuar a lutar contra o mar.

O tempo se passou e logo eu estaria completando meu segundo mês de viagem. O último sonho que tive durante o trajeto marítimo novamente assombrou minha cabeça.A garota estava tão acabada que mal consegui ver seu rosto, o cabelo estava muito bagunçado e a pele, além das queimaduras estava machucada, cheia de arranhões e meio pálida, parece que perdeu sangue demais... Será que ela realmente existe ? Por que a maltrataram tanto ?


Essas perguntas sem resposta me deixaram entediada, por sorte Omashu estava pertíssimo !! Não aguentei a ansiedade, sai correndo feito uma criancinha. Era tudo tão diferente do que eu estava acostumada, as casas não eram de gelo!!!

Eu estava maravilhada, a noite a cidade toda estava iluminada por lamparinas, assim que entrei vi várias pessoas andando por ai sem rumo, os acompanhados estavam em um clima bem romântico, casas de chá e bares noturnos estavam lotados. Consegui um lugar para dormir aquela noite, mas tive que gastar parte do dinheiro que o capitão gentilmente me ofereceu. O quarto era pequeno, da janela podia ver algumas ruelas iluminadas, tudo ali era muito aconchegante e tumultuado.


Fui para o banheiro, atirei minhas roupas para um balde com água e sabão e entrei na água quentinha da banheira bem devagar, aproveitando o momento, nunca tive a oportunidade de fazer isso, fiquei lá dentro cerca de meia hora, quando sai pus minhas roupas para secar, estava sem pressa e com preguiça de fazer as coisas, depois de tudo que passei eu merecia ter preguiça !! Me enxuguei rapidamente e deitei com minhas roupas íntimas e de cabelo molhado na cama e dormi.

Quando acordei, o Sol que entrava pela janela vinha diretamente no meu rosto, não tive opção se não levantar. Já tinha perdido o sono e precisava de um pouco mais de dinheiro do que aquilo que me restou. Quando sai, fui diretamente para a casa de chá, eu poderia usar a dominação de água no trabalho se ficasse na parte da cozinha, mas eu tinha que conseguir falar com o dono antes.... Decidi entrar e pedir um chá, fui rapidamente atendida por uma garota que aparentava te 15 anos.

— Olá , eu sou Shion sua garçonete, quer alguma coisa alguma coisa antes do chá ?

— Não, eu... tem biscoito de canela ? – disse olhando a mesa ao lado, Shion apena deu uma risadinha com o espanto em meu rosto

— Tem sim, posso pedir para ser trago junto com o chá de... ?

— Ahm.. camomila ?

— Sério ? Com tantos sabores quer um tradicional ? – logo depois de falar, ela colocou a mão na boca, como se tivesse dito algo errado – Desculpe, eu não posso ficar empurrando aos clientes outros sabores... desculpe...

— Tudo bem, pode dizer, eu só conheço chá de camomila mesmo – disse dando de ombros.

— Bom... temos de maçã com canela e de morango também

— Esse de maçã com canela é bom ?

— Meu favorito !! Ao menos que você tenha alguma alergia a um dos dois....

— Tá, trás esse ai e os biscoitos por favor – ela anotou o pedido e foi para trás do balcão, depois voltou com uma bandeja, em cima havia um bule de água quente, umas ervas , uma colher, açúcar e a minha xícara vazia, provavelmente ela ia fazer tudo na minha frente.

E... sim, ela fez tudo na minha frente, depois de pronto ela me entregou o chá e trouxe os biscoitos. Eu humildemente agradeci, e depois de comer os biscoitos e beber o chá, pedi que ela me leva-se ao dono da loja. Ela fez uma cara assustada, acho que pensou que eu fosse reclamar do serviço, fiquei com pena dela ter que ficar do lado de fora, afinal realmente pensaria que eu iria reclamar. Eu e o dono ficamos a sós.

— O que você quer garotinha ? – disse me encarando, acho que estava tentando me intimidar.

— Quero trabalhar aqui

— Por quanto tempo ? – disse mostrando interesse

— Você nem sabe se é temporário ou não !!!!

— Escute garota, eu já ofereci trabalho temporário a muitos com a sua idade vindos do interior pedindo por dinheiro, mais um na minha cozinha vai agilizar o serviço e eu vou lucrar muito mais....Depois o dinheiro que vou te pagar não vai me fazer falta, quantos dias quer ficar aqui ?

— Posso ficar 2 semanas todos os dias se me pagar 100 moedas de prata

— 50 moedas de prata e 10 de cobre

— 70moedas de prata

— 55 moedas

— Pensei que esse dinheiro não te fazia falta... – disse em um tom calmo

— Não me faz, só queria saber se é boa em negociar preços.... 57 moedas de prata

— Oferta final ?

— Oferta final .

— Aceito – disse me levantando para apertarmos as mão e selar o acordo

— Comece amanhã

Bom... agora com essas futuras moedas que vou ganhar, dá pra comprar bastante comida, vou caminhando até o extremo sul do Reino da Terra, talvez tenha barcos para lá... ou não...


Me sinto cada vez mais perto do meu objetivo !!!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mereço reviews ?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um amor imperfeito" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.