Um amor imperfeito escrita por Hachi182


Capítulo 11
Fuga - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Postei mais cedo porque tenho certeza que vou ficar um tempinho sem dar sinal de vida.
Um beijo a todos e boa leitura !!!!



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No capitulo anterior...

[...]
Chegando na tal cela do subsolo, eles prenderam uma corda as minhas mãos e empurraram minhas costas cela adentro. Cai no chão, fiquei deitada lá um bom tempo...Agora teria que trair a minha própria tribo.. Estava tão fraca que mal conseguia chorar, apenas fechei os olhos, invadida pelo cansaço.

.....................


Kouta narrando

Sinceramente, pensei que Cassandra tinha chances de ganhar, e ela estava me dizendo que ia perder porque não treinava a muito tempo. Que nada !!! Ela estava incrível, como sempre, mas dessa vez em uma arena de verdade.

Os movimentos da dominação de água me fascinaram, eram bem mais delicados em comparação a dominação de fogo.. Mas assim que Osai saltou para trás dela, me deu uma vontade louca de gritar para avisa-la. Se meu pai não estivesse do meu lado depois que tomou um banho da onda que bateu na parede e me impedido de fazer alguma coisa.. eu acho que seria capaz de entrar no campo e dar um soco daqueles desgraçado no qual eu passei a vida toda de cabeça baixa.

Para os movimentos finais, Osai fez questão de usar golpes pesados, além de usar toda sua força, para mostrar a ela que antes tudo não passava de brincadeira e, ainda usou os ataques de choque !! Depois que Cassandra caiu no chão, supus que provavelmente eles a arrastariam até a cela, nem me deu o trabalho de verificar.

Cheguei em casa e a primeira coisa que vi foi minha mãe ninando Bom, ele estava quase caindo no sono, antes de me ver e começar a levantar os braços em minha direção. Eu pretendia chegar de fininho, mas graças ao meu querido novo irmãozinho, a minha tentativa foi por água a baixo. Minha mãe se virou com um olhar de preocupação

– Kouta.. a Cassandra, ela... ? – perguntou preocupada, enquanto eu me sentava ao seu lado, aproximando a mão dos bracinhos de Bon, enquanto brincava com ele

– Não conseguiu, mãe.. ele fez questão de arrasar com ela nos últimos golpes... eu na quero comentar isso

– E eu tambem não vou perguntar pro seu pai, ele vai se vangloriar tanto da derrota dela, nunca soube o que aconteceu no dia que Cassandra veio parar aqui

– Mãe.. – chamei, ela me passou Bon enquanto ia preparar alguma coisa

– Diga, meu amor – ela pegou uma caixa de chá e pôs a água para ferver

– Você.. sabia, que ela... bem, que ela vinha da Tribo da Água do norte ?

– Seu pai não me esconde muita coisa – disse, se sentando do meu lado novamente, com duas xícaras na mão, a segunda ela colocou na mesa a minha frente – Desculpe querido, mas eu achei que isso não te interessaria, você só tinha 12 anos

– Eu tenho 14 anos agora..

– Passou rápido né ? Agora você tá um homem lindo !! E ela também ficou uma mulher com pinta de poderosa !!

– “Pinta de poderosa” ?? – repeti

– Ahh meu filho, você não viu aquele corpão ??

– Eu não tive essa oportunidade – falei, sorrindo sem graça – Eu vou dormir um pouco tá bom mãe ? – disse, entregando Bon novamente em seu colo, até que ele é bem quietinho pra um bebê recém-nascido

– Não vai beber o chá, Kouta ? É de boldo, seu preferido !!

– Guarda que eu esquento mais tarde – falei, adentrando no quarto, tirei toda aquela roupa pesada e me taquei na cama, de shortão mesmo. Fiquei pensando e tudo que aconteceu nesses 2 anos desde que a Cassandra chegou.

Nunca tive uma amiga com quem pudesse contar de verdade ou que me disse se tantas verdades para me ajudar, não me deixar pra baixo. Além do que, eu... me apaixonei pelo caráter dela. A Cassandra não merecia aquilo.. não merecia estar em uma cela por simplesmente defender sua tribo de um massacre maior..

Ela não merecia nada daquilo.

Levantei rapidamente, minha visão ficou turva por alguns segundos, mas assim que voltou, peguei uma roupa mais leve : uma calça e uma blusa larga e as botas de couro para amaciar os passos. Me dirigi ao banheiro, fiquei matando tempo até o pôr do sol, mais ou menos. Me vesti e coloquei uma capa escura, nunca tive tanta certeza em alguma coisa na minha vida.

.........

Dois guardas tomavam conta da porta que dava acesso a cela de Cassandra, falsifiquei a assinatura de meu pai, autorizando a minha entrada na cela.

– Tem 20 minutos, senhor – disse um dos guardas, fechando a porta de ferro, me dando as chaves da cela. Assim que me virei e vi o estado da Cassandra, não evite as lágrimas.. é a primeira vez em muito tempo que choro tanto. Ela estava jogada no chão feito lixo, em posição fetal, as mesmas roupas de hoje cedo, os arranhões já tinham cicatrizado, pequenos mas numerosos, e os longos cabelos castanhos estavam despenteados como nunca vi igual. Ela nem se mexia, fiquei com medo de estar morta :

– Cassandra !! – Me assustei com a minha voz chorosa, cheguei perto dela e afaguei seu cabelo, ninguém sabe o alívio que sentir ao ver seus olhos abrirem, mas não estava com o mesmo brilho azul

– Kouta.. que sonho te ver aqui..- disse com uma voz fraca, parecia um sussurro. Peguei-a em meus braços e a coloquei em meu colo, enquanto ela estava deitada no meu tórax, minhas costas estavam apoiadas na parede

– Por que você... como só você consegue me deixar assim ? – perguntei meio aos soluços

– Me desculpe.. não queria fazer você chorar, mas eu não me arrependo de ter quase ter conseguido bater naquele desgraçado, principalmente porque eu ensopei seu pai – consegui rir um pouco depois que ela me lembrou dessa cena, aquilo realmente foi hilário – Pronto, agora para com isso

– É.. acho que eu estava precisando, é bom chorar de vez em quando pra limpar a alma – ela sorriu ao ver meu entusiasmo voltar, ambos estávamos bem melhores

– Então, algum motivo especial da sua visita a prisão ?? – perguntou ela, depois de descer do meu colo e se sentar do meu lado, eu fiquei meio triste por isso, mas disfarcei

– Vou te ajudar a sair daqui – ela arregalou os olhos, eu parecia ter dito uma coisa impossível

– Você é maluco..

– Escuta, eu já tenho um plano totalmente formado,se você me escutar nós já vamos estar fora daqui amanhã a noite !!!

– Pretende vir junto ??

– E eu vou fazer o que aqui ?? Ter tachado de traidor ?? Eu vou ser expulso de qualquer forma por te ajudar..

– E a sua mãe ?? E o seu irmãozinho ?? – me interrompeu ela, de novo

– Ela vai entender... além do mais, os dois estão protegidos enquanto meu pai estiver ao lado dela.. E é a minha oportunidade de sair daqui para conhecer outros lugares sem precisar seguir ordens, e sim o meu próprio instinto, vai ser legal !!!

– Você é maluco mesmo – disse ela, balançando a cabeça negativamente e sorrindo, depois ela me deu um beijinho da bochecha, me fazendo arregalar os olhos

– Ahm... então, é.... tenho pouco tempo pra falar, em..então você.. presta atenção.. tá ?? – Droga, ela me atrapalhou todo !!! E ainda riu da minha reação !!!

Depois de ter explicado o plano, coloquei a capa e sai da cela antes do guarda de chamar, sai com a cabeça baixa, afinal, voltaria na noite seguinte, ele não podia saber que o filho do general estava com a prisioneira antes da fuga.

Uma aventura com ela, não é ?? Mal podia esperar..

.....................

Acordei mais ou menos na hora do almoço, ter chegado tarde da minha visita a cela não foi muito bom, ainda tinha umas coisa pra fazer antes de colocar a fuga em ação.

Levantei rápido, coloquei uma roupa qualquer e fui direto aos pertences confiscados dos escravos, logo fui barrado por Lien.

– Ei Kouta, não tem permissão pra passar daqui – falou ele, droga

– Ah deixa de ser mala Lien, mais do que você já é né.. deixa eu passar, quero ver se algum deles tem algo de valor

– Vai perder seu tempo, aqui dentro só tem lixo

– Posso ver então ??

– Vai arrumar o que fazer moleque – ele não faz ideia de nada...

– Lien, deixe-o passar – disse uma mulher formosa.. da onde eu já a vi ??

– Sim.. Senhora Lorraine – ah, Lorraine.. o braço direito da princesa Azula, pelo menos assim eu acho né, minha mãe vive falando mal dela..

– Se divirta no lixo, garoto – disse seca, enquanto passava para longe – Quando sair, feche a porta, Lien, preciso de você para selecionar novos escravos

– Sim Senhora !!!

“uhm.. cachorro sem-dona” , pensei. Agora, tinha que procurar uma bolsa de couro clara. Cassandra me dissera que seus pertences estavam lá dentro e precisaria deles lá fora. Demorou mais ou menos umas 2 horas e uns quebrados, mas consegui achar a tal bolsa.

Estava com um cheiro de mofada, mas o que eu esperava né ? Depois de encontra-la embaixo de uma pilha de mochilas.. Não resisti em abrir, lá dentro tinha roupas aparentemente não usadas, um pouco de água, 3 pergaminhos de dobra e.. uma pintura ??

Peguei a pintura com cuidado, parecia ser antiga, será que ela roubou de algum lugar ?? Não, Cassandra não faria isso. Assim que abri o papel dobrado, meu queixo caiu.

Era a mãe dela.

E provavelmente a própria Cassandra, quando pequena, o pai deve ter pintado. Ela realmente era muito parecida com a mãe. O pintor, sei lá quem for, foi bem detalhista. Todos os traços, sombreamentos e contorno foram muito bem feitos.

Me arrependi de ter aberto aquilo, acho que é uma coisa que Cassandra não ia gostar que eu olhasse sem permissão. Guardei de novo na mochila e fui embora dali, fechei a porta, esperando que eles esquecessem minha presença ali.

Voltei para casa no sapatinho, ainda era cedo, matei tempo lavando as coisas dela. É isso mesmo, lavei tudo, as roupas e a própria mochila e depois usei a dominação de fogo para secar mais rapidamente. Depois guardei tudo novamente e dei uma olhada nos pergaminhos de água, pareciam ser bem fáceis, mas eu garanto que devia ser mais difícil que aquilo.

Reconheci alguns golpes da luta de ontem de manhã, um deles se chama “Polvo”.
“Polvo” ?!?!? Mas o ataque era literalmente um polvo!!! E.. ahm.. enfim.. Quando comecei a não reconhecer os golpes, coloquei tudo na mochila de volta, estava bem mais cheirosa.

Agora, o próximo passo.. e o mais difícil : me despedir na minha mãe.

Como explicar pra ela o que pretendo fazer ?? Como saber se ela realmente vai estar em segurança ?? Eu não seu como.... Algum bateu na porta. Meus reflexos me fizeram chutar a mochila de Cassandra para debaixo da cama, enquanto me posicionava de pé. Minha mãe entrou no quarto com Bom no colo

– Estou atrapalhando ?? – perguntou, inocente

– Não.. na verdade...eu tava..quer dizer, eu estava querendo mesmo falar com a senhora.. quer dizer!! Senhorita !! Não, é que... ahm..

– Kouta, o que tem com você hoje ?? Parece que tá com gagueira – quase levantei as mãos pro céu quando ela me interrompeu

–É que.. mãe... – mordi o lábio, se ela soubesse de alguma coisa, meu pai com certeza a machucaria. Então, eu a abracei, tomando cuidado com Bon. Aquela estava sendo a minha despedida para os dois – Mãe.. eu te amo, amo muito tá ? Obrigada por tudo que você fez por mim até hoje...

– Kouta, o que você esta querendo dizer ?? – perguntou ela, sem entender nada, mas mesmo assim me abraçou de volta

– É que eu nunca te disse isso antes, você merecia ouvir isso de mim a mais tempo, desculpe por demorar tanto.. – senti suas lágrimas caírem no meu ombro – Ei, pra que chorar ?

– Nada, meu filho.. é que eu..do jeito que você está falando agora.... tenho a impressão que não vou mais te ver.... Mas obrigada também por nascer meu filho, e me dar essa alegria de ouvir essas palavras..- mesmo com um dos braços, ela me abraçou com bastante força, enquanto o outro estava segurando Bom colado ao pescoço dela, de costas pra mim.

Ficamos assim um bom tempo, quando me soltou, mamãe já estava mais calma, ela me deu um beijo na bochecha

– Vou fazer o jantar, está bem ??

– Eu vou sair, papai disse que queria falar comigo no por do sol, acho que vai demorar..

– Ahh que pena.. mas tudo bem, quando vocês chegarem, avise a ele que a janta está na panela – e assim, ela saiu do quarto.

Olhei pela janela, estava quase na hora, tinha que me despachar.


Cassandra narrando

Da janelinha da prisão, podia ver o céu escuro, falta muito pouco para o Sol sair de cena totalmente e deixar o “palco” para a Lua Crescente. Poucos minutos depois, a porta de ferro se abre, um garoto com uma capa preta apareceu e fechou a porta, não evitei um sorriso

– Que pontual, hein??

– Deixa de ser chata, Cassandra – disse, abrindo a porta da cela

– Isso foi um elogio !! Alias, como eles te dão a chave ??

– Não dão – disse Kouta, com um sorriso travesso, ele tirou a capa preta e, embaixo dela, avistei minha mochila de couro – Você pegou mesmo.. ?

– Bem.. ela esta aqui, certo ?? – ele me entregou a mochila, estava bem cheirosa, eu esperava menos. Abri-la novamente me trouxe lembranças boas, tudo estava certinho. Quando levanto o olhar para agradecer, eis que me dou de frente comm um Kouta sem camisa e tirando as calças

– Kouta !!! – disse, fechando os olhos – Me avisa pelo menos !!!

– Tarada – não entendi o porque disso, assim que abri os olhos, vi que tinha uma roupa mais leve embaixo da que ele estava usando antes, ele jogou as outras roupas pra mim – Vista-se rápido, hoje temos menos tempo

Isso tudo era parte da fase 1 do plano : eu me vestir com a roupa do Kouta, matar algum tempo lá dentro e sair cabisbaixa, enquanto ele se cobriria com o tecido que me deram para me proteger do frio, fingindo ser eu. Não sei como ele vai conseguir.

Kouta estava vestindo roupas longas de propósito, para que os guardas não vissem a nossa diferença de pele, vesti o casaco, que logo ficou largo em mim (nele ficava justinho) e coloquei a calça, tive que usa-la como se fosse de cintura alta, por que se não, a bainha arrastaria no chão. E ainda tinha as botas.. Kouta disse que poderia tirar depois para correr, mas até lá eu tinha que me virar pra caminhar com as botas com o dobro do meu pé.

– Vire-se – pediu Kouta

– O que você vai fazer ??

– Cortar seu cabelo – rapidamente fui para o outro lado da cela, pra que ele precisa do meu cabelo ? – Ahh qual é, tem bastante na sua cabeça, e eu vou precisar fingir que sou você tendo o dobro do seu tamanho, pelo menos até a metade das suas costas... – cedi, afinal, ele tinha razão, seria mais difícil para ele do que para mim. Kouta pegou uma faca e cortou a metade do meu cabelo, mesmo assim ele ainda conseguia passar da metade das minhas costas. Os prendi em um rabo de cavalo, coloquei a mochila nas costas e ajudei Kouta a posicionar meu cabelo em sua cabeça, escondendo os fios loiros.

– Lembre-se – me disse ele, imóvel, antes de eu colocar a capa preta e sair – 10 minutos e nada mais

– Entendi.. – disse, fechei a cela e coloquei a chave no bico do pé, iria larga-la discretamente no chão enquanto continuaria caminhando. E assim fiz.

Tinha somente 10 minutos para sair porque, era esse tempo que os guardas iriam me sentir o “jantar”, o tempo que Kouta usaria para locautear os guardas e correr em meu encontro na ponte que dava acesso a saída do castelo.

Depois que me vi livre dos guardas e finalmente consegui sair da confusão de corredores do subsolo, coloquei toda a roupa de Kouta dentro da minha mochila, até mesmo as botas, e sai correndo. Perdi mais tempo que o necessário tentando achar a saída.

Depois de correr mais ou menos uns 30 metros, comecei a ouvir explosões vindas do subsolo, me escondi dos guardas que seguiam para lá o que acontecia.

Meu tempo acabou, Kouta já está agindo.


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Notas finais do capítulo

Reviews, opiniões, sugestões, o que vocês quizerem, podem me mandar V.V
Não esqueçam de ler tambem a minha outra fic "Me ensine de novo a sorrir" !!!
Obrigada por favoritarem a história !!!
Para os curiosos, sim a Cassandra vai aprender a dominação de sangue e não, eles não vão encontrar o Avatar e seu time, se não perde a graça !!!!
Outras dúvidas podem perguntar nos reviews ou mandem uma mensagem privada.
Obrigada por não decistirem da fic !!! Amo todos vocês !! Um beijos !!!
OBs.: Leitores fantasmas, vocês já podem se manifestar V.V



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