Born To Be Together escrita por Julia A R da Cunha


Capítulo 9
Jodie




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{4 de fevereiro de 2003}

Hoje era um dia especial, tanto para mim como para Gale. Era nosso aniversário de sete anos. Como em todos os aniversários, nós saíamos do Acampamento Meio-Sangue e íamos até a casa de nosso pai. Todo aniversário.

Mas o desse ano tinha um fato em especial. Jodelle estava vindo conosco. Carregava consigo uma bolsa pequena, onde dizia estar o nosso presente que ela estava preparando, e não nos mostraria de modo algum. Já havia tentando ver, mas não consegui. Ela é ótima quando quer esconder algo material.

E as coisas haviam mudado nesses dois anos e meio desde que ela chegou em nossas vidas. Nós agora éramos melhores amigas. Ela e Gale não falavam muito, apenas se olhavam algumas vezes. Jodelle apenas o via pois era meu irmão e ficava várias vezes junto comigo. Ela não era mais aquele ser esquelético e desconfiado de todos. Era uma simples menina de oito anos, como qualquer outra. Risonha, brincalhona, mas mais solta entre os mais íntimos, nesse caso, nós dois.

Já estávamos no carro há um tempo, e estávamos começando a provocar Argos com os típicos: “A gente já chegou?”.

E enfim, pudemos ver a casa onde morávamos antes de nos mudar. Gale olhou para ela e abriu um sorriso enorme. Ele adorava nosso pai, vê-lo, ver aquela casa. Também sorri ao ver o local. Jodelle estava quieta, olhando com curiosidade visível. A porta se abriu, e lá estava ele, com aquele olhar e aquele sorriso, que podia encontrar em meu irmão, que herdara isso dele.

Finalmente ele abriu a porta do carro, e fomos correndo até ele, abraçando-o. Ele nos pegou em seus braços, nos abraçou, nos beijou. E então percebeu Jodelle ali parada, olhando-nos distante.

- Venha cá, pequena - chamou meu pai. - Venha. É você a Jodelle que falaram tanto?

Ela se aproximou e ficou um pouco calada.

- Sim.

- Que bom te conhecer enfim. Vamos lá para dentro. Preparei algumas coisinhas para vocês.

Ela simplesmente assentiu. Eu e Gale continuamos olhando-a por um tempo, pois sabíamos que algo a havia incomodado ou lhe trazido alguma lembrança ou sensação ruim. Por fim entramos e lá haviam balões e fitas coloridas. Logo na entrada, estava na parede: “Parabéns, Gale e Jodie”. Meus olhos brilharam vendo aquilo.

Quando percebi havia pisado em algo e retirei o pé. Era um papel dobrado em origami, em forma de um cisne. Comecei a abri-lo cuidadosamente. Iria perguntar ao meu pai o que era mas ele já havia fechado a porta da casa e desaparecido dentro dela. Olhei no papel.

- Sigam os nós amarelos - li em voz alta.

- Nós? - perguntou Jodelle.

- Nosso pai gosta de dar nós quando está pensativo, distraído ou nervoso - explicou Gale. - Alguns simples, outros mais… como se diz? Menos simples!

- Ele fez uma caça ao tesouro com a gente - falei. Um sorriso se abriu em meu rosto. Aquilo era demais. - Vamos procurar.

- Espera! - disse Gale de repente, nos fazendo parar e olhar para ele curiosas. Ele olhou para Jodelle. - O que houve? Quando chegamos aqui.

Ela olhou para baixo por um tempo, distante. Aproximei-me e segurei sua mão, chamando-a de volta a realidade.

- Podemos ajudar.

E então seus olhos encheram de água. Os lábios tremeram levemente. Os sinais de que queria chorar.

- Nada - disse já se controlando. Apontou para um canto. - Ali tem um nó.

[…]

Já havíamos seguido vários nós. Os amarelos deram até um cômodo onde estavam todos os presentes que meu pai comprou para nós dois. Depois achamos o bilhete dizendo para seguirmos os nós vermelhos.

Acabamos parando na cozinha, onde haviam marshmallows, balas, pirulitos, salgados, refrigerante e chocolate quente. E lá estava meu pai com aquele seu típico sorriso enquanto estava com uma corda em mãos, dando nós, passando a corda para a esquerda, direita, esquerda, direita, até finalizá-lo.

- Enfim chegaram.

Nossos queixos caíram olhando para tudo aquilo. Só me ocorreu correr até os braços de meu pai, abraçando-o com força.

- Obrigada - falei. - Muito obrigada.


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