Born To Be Together escrita por Julia A R da Cunha


Capítulo 2
Gale




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Eu tinha vergonha de mim mesmo. Não deveria ter deixado que ela fizesse tudo o que fez se eu não queria. Não deveria deixar as coisas chegarem àquele ponto.

Agora Jodelle estava vazia, e por minha culpa.

O outro sentimento que me dominava era a raiva. Aquela maldita filha de Afrodite era a maior culpada de tudo… Ou era eu mesmo?

{10 de fevereiro de 1999}

Os pequenos estavam brincando na sala, com peças e blocos de montagem. Na mesa de vidro dentro da sala estava o pai deles, concentrado no serviço, porém de tempos em tempos virava-se para olhar os dois, certificando-se de que estava tudo bem.

Os dois eram um casal de gêmeos. Bem parecidos em alguns traços como os cabelos louros e os olhos claros. O garoto, Gale, olhava constantemente para o pai assim como o mesmo fazia. Já a menina, Jodie, estava mais concentrada em seus blocos. Não conseguia fazer nada de muito bom, e quando se irritava, derrubava tudo e tentava começar novamente.

Depois de muito olhar, Gale levantou-se e foi até o pai.

– Papai, vem ficar com a gente.

Ele o olhou e deu um pequeno sorriso.

– Agora não, Gale. Papai está trabalhando. Assim que terminar eu vou, está bem?

Gale ficou quieto apenas olhando-o por um tempo. Por fim, assentiu, mas não foi embora por alguns minutos. Depois dirigiu-se novamente até onde estava Jodie.

O homem voltou ao trabalho, mas ouviu um som do lado de fora. Levantou-se e olhou pela janela. Ele via através da Névoa, via a verdade. E sabia que o que estava ali não era humano. Ele ficou pálido e engoliu em seco. Foi em direção aos filhos e pegou-os no colo.

– O que foi? - Perguntou Jodie.

– Vocês se lembram de quando brincamos de esconder? No nosso quarto secreto, e quem ficar mais tempo em silêncio, como se realmente estivesse escondendo, ganhava um prêmio?

Os dois sorriram e ficaram animados.

– Sim! Sim!

– Então, que tal brincarmos agora?

Chegando então até um pequeno armário que havia na casa, ele retirou um fundo falso muito bem feito e colocado e levou os filhos para dentro. Olhou para o lado, onde podia ver a porta de entrada e via a sombra da criatura se aproximando. Rapidamente entrou, fechou a porta do armário e enfiou-se pelo buraco, recolocando acima da cabeça o fundo falso.

Desceu alguns degraus e lá estava, em um espaço pequeno como um lavabo. Acendeu uma lanterna e direcionou-a a uma parede. Sentou-se em uma pequena cama que havia ali e colocou os dois em seu colo.

– Quem fizer barulho, perde - lembrou em sussurro.



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