My Dear escrita por Hoppe, Mih Ward


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal o/ ok, nos matem, nos torturem, qualquer coisa. Nos perdoem a demora D: mas esperamos mt que gostem desse cap, nos empenhamos mt nele (: foi feita por ambas ushauhsa boa leitura! E nos perdoem mais uma vez.
Beijoos ♥



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– Realmente tocante... Não sabia que me observava tanto assim, minha querida... – e a surpresa me atingiu quando me dei conta que a voz não pertencia á Gleen.

Me virei abruptamente, em um ato reflexo, pegando uma de minhas facas em meu bolso e a arremessando no garoto, que facilmente se esquivou, fazendo com que a faca cravasse na porta.

- Calminha – ele disse risonho, levantando as mãos em sinal de rendição.

Bufei irritada, ameaçando jogar-lhe outra faca, que já havia tirado de meu bolso.

Caato... – a adorável voz da minha irmã se fez presente, me fazendo revirar os olhos – Vamos nos atrasar...

- Aonde vocês vão? – Gleen perguntou, curioso. Seus olhos brilhavam ao olhar para o garoto a sua frente.

- Á festa de Stevie – minha insuportável irmã disse, assim que apareceu na porta, se enroscando em Cato.

- Você vai? – o garoto me perguntou, tentando parecer desinteressado.

- Odeio festas – falei, guardando minhas facas.

- É, a Clove é muito pirralha para ir em festas, ela mal sabe dançar! – minha irmã disse, em falso tom de brincadeira.

Senti o sangue subir em meu rosto assim que fitei seu rosto falsamente amigável e sorriso felino.

- Quer saber? Eu vou! – exclamei irritada, saindo do quarto de meu irmão e indo na direção do meu, para colocar um jeans e uma blusa qualquer.

Tomei um banho rápido e coloquei a roupa, passando apenas um lápis preto, que destacava o verde de meus olhos. Estava pronta.

Desci as escadas, encontrando o casalzinho conversando no sofá. Minha irmã em um vestido azul, curto e colado, os cabelos claros e longos caiam como cascata em seus ombros e passara tanta maquiagem que eu nem sabia o que era real ou não. Os olhos cinzas tempestuosos me observavam, irritados. Ela não queria que eu fosse, com certeza não.

- Vamos? – Cato perguntou, se levantando. Ele vestia uma calça jeans escura, uma blusa vermelha e a jaqueta de couro. Os tênis surrados eram parecidos com os meus, diferenciando apenas na cor, pois os dele eram pretos e os meus, vermelhos.

Assenti, saindo primeiro e dando de cara com o luxuoso carro que o garoto possuía. É claro. Entrei no banco de trás enquanto esperava a princesa e o idiota se acomodarem na frente.

Eu estava completamente perdida naquele lugar que cheirava a bebida e cigarro. As luzes escuras atrapalhavam minha visão, assim como os adolescentes repletos de hormônios que se agarram em todos os lugares imagináveis.

Consegui chegar até a cozinha com dificuldade, respirando aliviada ao perceber que estava sozinha. Depois que chegamos, minha adorável irmã logo sumiu com o idiota Stroke, me deixando sozinha com adolescentes desconhecidos e bêbados, ótimo.

Abri a geladeira procurando algo que não possuía álcool e bufei irritada quando não encontrei, qual era o problema dessas pessoas?

Desisti de beber algo e resolvi voltar para a sala, tentaria achar minha irmã e avisar que eu estava indo, não agüentava mais as cantadas baratas e o cheiro de álcool daquele lugar, o que eu tinha na cabeça quando falei que vinha?

Andei até o lado de fora da casa, finalmente achando a princesinha e Stroke, sentados em um banco no jardim destruído pelos adolescentes com retardos mentais. Antes, porém, que eu pudesse cogitar chamá-la, o idiota Stroke se aproximou dela, tomando seu rosto em suas mãos e a beijando.

Cerrei os punhos, irritada. Não porque eles haviam se beijado, claro que não, por que ficaria irritada com isso? Mas sim porque agora eu não poderia falar com minha irmã, já que ela estava ocupada, é claro. Só por isso.

Virei-me para ir embora, desistindo de avisá-la, quando um grito chamou minha atenção.

- Hey, Stroke! – um garoto alto e forte andava em direção ao casalzinho, suas mãos cerradas em punhos e o rosto vermelho – Larga a minha garota!

Assim que Cato se virou, o garoto desconhecido lhe deu um soco, fazendo com que Stroke caísse no chão, atordoado.

- O que é isso? – ele perguntou irritado, se levantando e lançando um olhar mortal ao garoto que era um pouco mais alto que ele.

- Não. Encosta. Na. Minha. Garota – o cara falou pausadamente, trincando os dentes.

- Engraçado, não ouvi ela falar que era sua – ele provocou e quando o garoto ia lhe dar outro soco, ele se esquivou, acertando um soco na barriga do adversário, que se encurvou de dor.

Curiosos começaram a chegar de todos os lugares e eu já não conseguia ver o que estava acontecendo, apenas ouvia os gritos histéricos de minha irmã e o coro de “Briga! Briga!”dos adolescentes idiotas.

Bufei irritada, adentrando a pequena multidão facilmente, uma vantagem em ser pequena.

Os dois garotos estavam no chão, Cato por cima, dando socos na cara do outro, que, de repente, virou, invertendo as posições e começando a bater em 
Cato, que nem ao menos conseguia se defender.

Ponderei as opções em minha cabeça, me xingando mentalmente quando resolvi intervir antes que acontecesse algo pior.

Aproveitei que os dois já haviam se levantado e, puxando rapidamente a faca que estava escondida no tênis, entrei no meio dos dois, golpeando o rosto do garoto, que parou estático, me observando com ódio e com as mãos no corte de onde saia sangue em abundancia.

- Sua vadia! – ele ameaçou avançar para cima de mim, mas Cato se postou em minha frente, dando outro soco no estômago do garoto, que caiu, sendo ajudado por alguns amigos.

Limpei o sangue que havia ficado na faca na grama e a guardei novamente, abrindo caminho pelas pessoas e caminhando até a saída.

- Clove, espera! – escutei a voz de Cato me chamando e me virei, impaciente.

- O que quer? – perguntei ríspida.

Ele me olhou em silencio, parecendo confuso.

- Quem vai pra uma festa com uma faca no tênis? – ele perguntou incrédulo e eu revirei os olhos, irritada.

- É por isso que eu odeio festas! – exclamei – Sempre tem um idiota que faz de tudo pra arrumar briga.

Virei novamente, voltando a caminhar, mas ele me puxou antes, me obrigando a parar. Voltei meu olhar para ele, ainda mais irritada.

- Aonde você vai? – ele perguntou, sem me soltar.

- Para casa – respondi, conseguindo me separar dele.

- Está tarde, eu te levo – ele disse calmo.

- Claro que n...

- Se esconde! – ele me puxou para trás de uma arvore, colocando a mão em minha boca antes que eu pudesse reclamar.

Escutei ao longe o inconfundível barulho do salto da minha irmã, enquanto ela chamava por Cato.

- Fugindo, Stroke? – arqueei minha sobrancelha, rindo em escárnio, assim que ele tirou sua mão de minha boca.

- Sua irmã é insuportável – ele falou irritado, olhando para ver se ela já tinha ido embora.

- Pensei que demoraria mais para perceber isso – falei divertida, saindo de trás da árvore.

Consegui dar apenas poucos passos até que sua mão me interrompesse novamente, me fazendo virar para ele, lançando-lhe o olhar mais ameaçador que eu conseguia, que não pareceu surtir efeito no idiota.

- Aonde está indo? – ele perguntou novamente, com o sorriso típico na face.

- Para casa, Stroke, para casa – eu respondi lentamente, tentando fazer que ele absorvesse minhas palavras.

Ele riu sarcasticamente, ainda me segurando.

- E se eu tiver uma idéia melhor? – ele abriu um sorriso convencido e eu arqueei a sobrancelha, esperando – Revanche?

- Onde? – perguntei, abrindo um sorriso, animada em derrotá-lo.

- No centro de treinamento – ele disse como se fosse obvio, e era.

- Já se passa das duas, Stroke – eu respondi – Já está fechado.

- Será que a santa Clove nunca ouviu falar de invasão? – ele perguntou irônico.

- Se alguém nos peg...

- Relaxe, querida – ele passou os braços pelos meus ombros – Somos carreiristas.

- E...? – insinuei, saindo de seus braços, fazendo ele revirar os olhos.

- Ah, vamos lá, Clove! – ele se pôs em minha frente – Nunca pensou em fazer algo errado ao menos uma vez na vida?

- Penso a todo minuto em te matar, isso conta? – sorri inocente, o fazendo gargalhar.

- Essa é minha garota! – ele passou os braços pelo meu ombro novamente.

- Eu não sou sua garota, Stroke – murmurei entre dentes e ele riu, me impedindo de sair de seu abraço.

- Adoro quando me chama de Stroke, soa tão sexy em sua voz – ele riu e eu bufei, irritada, mas me recusando a respondê-lo.

Caminhamos até seu carro exageradamente exagerado e fomos ao centro de treinamento, que ficava um pouco mais afastado da cidade.

Ele estacionou o carro em uma rua antes e saímos do carro, atentos.

Sempre havia dois guardas guardando a entrada principal, fora alguns outros espalhados pela área externa. Eu não fazia idéia de como entraríamos lá dentro.

Cato pegou minha mão, me puxando para algum lugar desconhecido e eu o acompanhei, um pouco contrariada.

- Pensei que não viria mais hoje – um cara apareceu de trás de uma árvore, suas vestes diziam que ele também era um guarda.

- Como sabia que eu iria aceitar? – perguntei indignada me virando de volta para Cato.

- Chame de intuição – ele respondeu sarcástico e eu bufei – Tive alguns contratempos – ele respondeu ao homem, que sorriu malicioso.

- Sei... – ele nos olhava insinuante e Cato pigarreou – Certo, a entrada dos fundos está livre, convenci a Terence que conseguiria tomar conta sozinho, ele estava estranhamente indisposto – o garoto piscou e Cato riu, me puxando novamente.

- Eu sei andar, Stroke – falei irritada.

- Sei que sabe – ele respondeu normalmente, sem me largar.

Bufei contrariada, mas deixei que ele me guiasse.

O centro de treinamento, de dia, era grande e amplo, os corredores largos para facilitar a passagem e a correria dos alunos e treinadores, habitual. Contudo, ao empurrar a porta dos fundos e me deparar com o largo e longo corredor á nossa frente, me dei conta de que ele parecia maior ainda vazio.

A luz da lua que refletia pela porta de vidro da entrada principal iluminava amplamente o corredor, o que não o tornava tão escuro.

Ao perceber que Cato voltara a andar em direção á uma das arenas, me apressei ao seu lado. Ele empurrou as portas duplas da quadra, que misteriosamente já estava aberta. As enormes lâmpadas que pendiam no alto do teto já estavam acessas, iluminando a imensa arena.

- Kirke deve ter arrumado tudo... – falou Cato ao ver a minha expressão de confusão – E não se preocupe, não estamos fazendo nada de errado. Tecnicamente, ele permitiu que entrássemos.

- Tecnicamente, ele é seu amigo e não devia ter feito isso – rebati e ele sorriu sarcástico.

- Eu sei que está louca para uma revanche – murmurou – Por isso não lhe responderei, minha querida.

- Você precisa parar de me chamar de minha querida – revirei os olhos cruzando os braços, observando-o ligar o restante das luzes que iluminavam a guarda de cada equipamento – Logo estaremos na arena e eu estarei com a faca em seu pescoço, e então... O que você dirá?

- Eu diria – falou, como se mostrasse que em um futuro incerto, talvez, eu conseguisse chegar ao momento de rasgar seu pescoço – “Ganhe por nós, minha querida...Amo você.”

Arqueei a sobrancelha em sua direção, tentando esconder o constrangimento embora eu sentisse meu rosto esquentar mais a cada instante.

A expressão de sinceridade no rosto de Cato aos poucos se desmanchava e dava lugar ao sarcasmo habitual.

- Por que está vermelha, minha querida? – perguntou inclinando a cabeça para o lado, o sorriso tão largo que deixava a mostra seus dentes reluzentes – Eu a desconcertei?

Escorreguei a mão discretamente em uma das facas e a peguei, no mesmo instante lançando-a contra Cato que agilmente, se abaixou. Contudo ele não estava á espera da próxima faca que lhe lancei, mas a lâmina apenas raspou pela sua jaqueta de couro e certamente, a camisa também e cravou na parede logo atrás de si.

- Uou! – ele exclamou, ofegante – Você precisa aprender a controlar suas emoções, querida.

- Eu aprendi, querido – lhe devolvi, com escárnio – Só me deu vontade de lançar as facas em você. Mas não se preocupe, não era minha intenção tentar matá-lo... Apenas ferir gravemente.

Ele sorriu perverso, e caminhou lentamente até a parede onde minhas facas estavam cravadas perfeitamente lado á lado e as tirou, repousando-as sobre uma das mesas ali.

E então percebi as outras mesas e guardas do quais repousavam os equipamentos. A luz azul, da mesa onde facas de todos os tipos repousavam, também estava acessa. Assim como a das espadas e lanças.

- Não iremos usar nada, além de nossas próprias mãos... E no meu caso, a força – sorriu presunçoso.

Lentamente, ele retirou a jaqueta de couro, permanecendo com a blusa vermelha do qual havia um rasgo na manga. E então, olhou para mim, fazendo um sinal para que eu avançasse.

Contudo, continuei imóvel lançando-o um sorriso seco. Seu sorriso sarcástico se desmanchou e ele andou até mim, seus passos cautelosos como os de uma cobra prestes a dar o bote.

Pisquei os olhos, tentando pela primeira vez parecer adorável embora olhar para os seus olhos me deixasse entorpecida. Sua mão tocou meu rosto e ele aproximou o seu do meu, contudo, recobrei os sentidos á tempo de enlaçar minha perna por trás da sua e o empurrar, fazendo-o cair no chão.

E aquilo fora um claro sinal de que a luta dera inicio.

Ele levantou-se rapidamente, prendendo suas mãos em torno dos meus braços tão rapidamente que não tive tempo de revidar e me empurrando para o chão, colocando o peso do seu corpo sobre o meu.

A passagem do ar tornava-se mais difícil, aos poucos e logo então, ele se esvaiu totalmente. Tentei empurrá-lo de cima de mim, em busca de ar, mas era em vão.

E no mesmo momento, me lembrei de uma tática que Gleen me ensinara havia á pouco tempo.

“- Feche os olhos, tente se manter imóvel... Como se estivesse morta – dizia ele – Será questão de tempo para que o seu adversário perceba que venceu e lhe dará as costas e lembre-se, Clove... 2° regra básica de sobrevivência – um sorriso leviano se abriu em seus lábios.

- Nunca dê as costas ao seu inimigo – murmurei, abrindo-lhe o mesmo sorriso.

- E quando ele fizer isso... – o seu sorriso se alargou.

- Eu o ataco – completei.”

E com as instruções de Gleen em minha mente, tentei me manter o mais imóvel possível embora meus pulmões começassem a doer pela falta de ar e aquela sensação fosse extremamente incômoda. Fechei os olhos e permaneci naquela posição.

O peso do corpo de Cato sobre mim, aos poucos, diminuía mas ainda não era a hora. Quando ele levantou-se por completo e tocou meu rosto, permaneci apenas mais alguns instantes.

- Clove? – perguntou com certa preocupação na voz dando um tapinha no meu rosto – Clove! Responda! Diga algo!

- Você está morto... – sussurrei abrindo os olhos, encontrando os seus próximos dos meus mas não tive tempo de observá-los de perto, pois no mesmo instante pulei sobre seu corpo prendendo-o contra o chão e me agachei ainda segurando firmemente seus pulsos contra o piso da arena. Sorri com escárnio ao ver sua expressão de surpresa, sentindo minha respiração ofegante – Eu ganhei de novo.

Sua expressão de surpresa, logo, dava lugar á habitual expressão de deboche e estremeci ao ver o sorriso perverso aparecendo em seus lábios.

Em um movimento ágil, ele inverteu a posição das nossas mãos, prendendo as suas em torno dos meus pulsos. Senti meu corpo ser puxado em sua direção e sua respiração bateu contra o meu rosto.

- Então acho que merece uma recompensa... – sussurrou, era como se sua voz também estivesse sorrindo em deboche para mim. Logo após suas palavras, ele elevou seu rosto para que seus lábios tocassem levemente os meus.

Um leve toque, fora apenas isso. Mas a corrente elétrica que correu pelo meu corpo, me pareceu negar aquilo.


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Notas finais do capítulo

Oq acharam? De qualquer forma, comentem nos dizendo a opinião de vocês! *-* iremos amar! Mt obrigada aos reviews do cap anterior e logo responderemos!
Beijoos ♥