Para Sempre Shadow-Kissed escrita por liljer


Capítulo 36
Capítulo 34




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Alguns dias haviam se passado desde a última vez em que eu havia estado internada na enfermaria da Corte. A vida havia passado, obviamente, como deveria tê-lo feito.

Naquela manhã, assim que me levantei, me dei conta de que Dimitri não mais estava no quarto. E com uma sensação estranha de semiabandono, eu me levantei, caminhando até uma das cômodas e abrindo uma das gavetas, encontrando-a vazia.

Eu sabia que havia a missão na Turquia com a bruxa Tatiana, mas... Eu ainda não queria pensar na ideia dele ter ido sem se despedir. Então, eu resolvi procurar por Lissa. Claro, se isso for ir até sua mente, e vasculhar, atrás de Dimitri, já que ele era seu guardião. E bem... Lá estava ele, com os braços cruzados, aguardando ela terminar seu longo diálogo com Natasha Ozera, sobre como as duas tinham que resolver sobre Lissa e Christian passarem algum tempo na casa dela. Eu não prolonguei minha estádia ali por muito mais tempo, correndo para trocar de roupas e ir em encontro à Dimitri, antes que ele fugisse sem se despedir de mim.

Eu tinha que admitir que a cura à contra gosto que Lissa fez em mim, após chegar ao hospital, havia me livrado de várias dores para chegar ao prédio dela. E quando eu cheguei, ainda que suasse um pouco, devido à corrida durante aquela noite, que só mais tarde eu viria a descobrir se tratar de 31 de dezembro, fazia um tanto de calor.

Eu corri mais alguns corredores, me batendo com Mason pelo caminho. Eu apenas acenara para ele, que me correspondera com apenas um balançar de cabeça simples, e tão logo, eu voltei a correr até Lissa, e com a mão na maçaneta, a porta se abriu, me pegando de surpresa. Era Tasha. E bem... Eu me senti um tanto que mal pela forma como eu havia tratado-a na última vez em que havíamos nos visto. E bem... Ela me ignorou, enquanto virava o corredor, me deixando ali, com a mandíbula quase no chão.

– Ninguém mandou você chamar ela de mal amada. – uma voz soou, me fazendo sair dos meus devaneios com um sacudir de cabeça, e me voltar para Christian Ozera, que estava em pé, junto a porta. Eu suspirei em seguida.

– Era só o que eu pensava. Eu preciso me expressar às vezes. – eu dei o meu melhor sorriso. Ele revirou os olhos.

– O que está fazendo aqui? – perguntou ao invés de soltar uma piadinha de volta. O que era bom, afinal, eu não queria começar o dia com alguns bons e velhos insultos com o Ozera.

– Eu vim ver Lissa e Dimitri. – dei de ombros, me aproximando de uma mesa de frutas ali, e pegando uma Maçã. Christian me encarou, incrédulo, e sabíamos que Lissa reclamaria por eu mexer na decoração do lugar, mas bem... Eu estava com fome. O que era um argumento válido.

– Eles estão tendo uma conversa séria. Algo me diz que sobre a viagem do Dimitri para a Turquia com a rainha. – ele disse, sentando-se no sofá cor de creme ali. Eu fiz o mesmo, sentando na poltrona ao lado. – Eu espero que a rainha não acabe roubando o seu homem. – Christian piscou sarcasticamente. E essa foi a minha vez de revirar os olhos. Eu sabia que Dimitri gostava de garotas maduras — o que não me colocava em um bom pódio naquela lista, mas... Tatiana?! Por Deus, aquilo chegava a ser nojento. E pela cara que Christian, compartilhávamos os mesmos pensamentos.

– Então, façamos assim... – Lissa se calou, assim que me notou ali. Ela piscou algumas vezes, como se eu fosse o tipo de fantasma. Eu apenas sorri para ela. – Rose...

– A própria. Acredito. – eu pisquei. Lissa sorriu para mim, o que viria ser um fraco, enquanto pelo laço, eu sentia que ela pensava se eu havia assistido sua conversa com Dimitri. Eu revirei os olhos. – Não se preocupe. E se quiser, eu saio. Para você ter mais privacidade. – eu acabei cuspindo a última palavra com bastante desagrado.

– Não... É que... São assuntos bastante pessoais.

Whoa! Eu fiz uma careta, assim como Christian ao meu lado. Eu apenas me levantei, tentando não aparentar ter sido afetada por sua resposta de como não podíamos dividir coisas pessoais.

– Bem. Aqui eu incomodo sua privacidade, então... Eu prefiro ir atrás de uma bomba de chocolate, o que é bem mais apropriado para mim. – eu soltei sem nem ao menos conseguir me remediar. Depois, sentindo através do laço o quão chateada ela havia ficado após isso, mas eu a ignorei, batendo a porta atrás de mim bastante mal humorada, enquanto eu saia do seu prédio e ia para um refeitório, numa área mais afastada dos morois e pedia uma bomba de chocolate. Enquanto estive na fila, eu me deparei com guardiões murmurando sobre alguma nova fofoca. Mas tínhamos que admitir que fofoca era a coisa mais comum num lugar como aquele. A Corte era repleta de fofoqueiros, dentre outras coisas. Eu suspirei, pegando minha bomba e dando uma mordida, para tão logo, apreciá-la.

– Você vai acabar se engasgando. – alguém disse, eu virei meu rosto para então ver Ibrahim Mazur e seus milhares de guardiões. Eu apenas balancei a cabeça, milimetricamente.

– O que houve? – outra pessoa perguntou, eu me virei para ver minha mãe, com um copo daqueles gigantes de café com leite. Ela se sentou no banco à minha frente, dando a volta na mesa, degustando de seu café com leite.

– Eu ia fazer a mesma pergunta, antes de você me interromper, Janie. – Abe disse, dando um pequeno sorriso para a minha mãe, que apenas revirou os olhos e voltou a me encarar.

– Nada. – respondi vagamente. – Só fome e muito mal humor.

– O Guardião Belikov fez alguma coisa? Eu posso pedir para darem um jeito nele. – Abe disse, como quem não quer nada. Eu o fuzilei com os olhos, o que não pareceu muita coisa para ele.

– Não. Ele não fez nada. – eu revirei os olhos, pensando em voltar para o quarto e dormir mais um pouco.

– Você soube sobre a reunião do conselho? – minha mãe perguntou, direcionada a Abe.

– Não... Sobre o ataque?! – perguntou ele, deixando de alisar sua barbicha.

– Que ataque? – perguntei, de repente, me sentindo interessada.

– Alguns strigois atacaram alguns guardiões durante uma escolta no final da tarde. – um dos guardiões de Abe se manifestou, ele logo em seguida, deu um passo para trás, como se se desculpasse por ter se metido na conversa. Eu só esperava que Abe não tentasse disciplinar seus guardiões. O que era bem a cara dele, tentar manter os outros na linha.

– E quem se machucou? – perguntei, temendo pela resposta. Eu não queria que nenhum dos meus amigos tivessem se machucado, tampouco, os outros. Mas ainda torcer pelos que eu conhecia e gostava, era a prioridade.

– Alguns guardiões. Alguns morreram, outros ficaram apenas feridos, apenas. – ele se limitou a dizer. Minha mãe balançou a cabeça, ao meu lado, tristemente. Eu apenas estiquei minha mão e agarrei a sua, apertando-a levemente, em sinal de conforto.

– E como você está lidando, mãe? Quero dizer... Está sendo muito difícil lidar com Adrian? – eu perguntei. Seus olhos se arrastaram até mim, talvez, por eu ter usado a palavra mãe. Ela fez uma pequena careta depois, demonstrando então todo o seu cansaço. Então, ela arrastou seus olhos para Abe, que nos assistia quase que encantado, o que me fez suspirar. Era claro que Janine não comentaria sobre esse assunto na frente dele. E ele pareceu notar isso em seguida.

Não era como se eu estivesse lidando bem com o fato de Abe ser meu pai, mas bem... Ele ainda era, e não havia nada que eu pudesse mudar. Eu apenas esperava que uma hora, ele não pedisse que eu o chamasse de pai. Seria o tipo de coisa bizarra demais. Até mesmo para mim e meus padrões.

Mas eu tinha que admitir uma coisa; eu estava lidando bem com isso. Às vezes, eu apenas torcia para que ele não se sentisse mal pelo fato de ter uma dhampir que não se tornou guardiã como filha. Mas ele não parecia se importar muito, afinal... Abe era definitivamente o que poderíamos chamar de estranho.

– Nada demais. – minha mãe murmurou, me puxando dos meus devaneios sobre paternidade. – Adrian tem uma mente curiosa, assim como pervertida.

Eu me permiti rir. Eu sempre havia pensado que ele tinha uma mente estranha e pervertida, mas escutar isso de uma pessoa séria como Janine era estranho demais.

– Se você se concentrar um pouco, você pode sair da mente dele com facilidade. Eu vou dar um jeito dele fazer alguma coisa a respeito. Eu não quero que você saia traumatizada. – eu sorri confortavelmente para ela.

– Rose... Você está preparada? – Abe perguntou. Eu me voltei para ele, terminando de comer minha bomba, enquanto eu esperava ele terminar. – Hoje os guardiões embarcarão. Você já falou com Belikov e se despediu dele?

Eu digeri. Não, eu não havia o feito. E da forma como eu havia saído do quarto de Lissa mais cedo, eu não o veria tão cedo, de preferência, se ele estivesse com ela. Eu apenas me limitei a balançar a cabeça, me levantando em seguida e jogando o restante da minha bomba fora. A minha fome havia passado subitamente, assim como todo meu bom humor.

– Você devia ir falar com ele. – Abe disse, daquela forma “tanto-faz” dele, mas nós sabíamos que havia mais ali. Talvez ele quisesse mais um tempo com Janine... Eu não me importaria. Claro... Se isso não se aplicasse a ter outro irmãozinho.

Eu caminhei para longe, me despedindo com um simples tchau, para ambos, e indo até o prédio dos visitantes, tal onde eu ficava. Eu bloqueei Lissa o máximo que pude, e consecutivamente, ela me enviou recados como “eu sinto muito” e “preciso falar com você”. Com apenas um revirar de olhos, eu a bloqueei por completo, assim como costumava fazer nesses últimos anos. Assim que pus meus pés dentro do quarto, eu notei um Dimitri de cabeça baixa, sentado na ponta da cama. Eu apenas suspirei, esperando por uma discussão. Apesar de eu, definitivamente, não estar afim de uma.

– Rose...

– Se for para discutir, eu não quero. – avisei, assim que fechei a porta. Dimitri se levantou, caminhando à passos largos até mim e parando na minha frente, me encarando com aqueles astutos olhos castanhos.

– Eu vim me despedir. – ele disse apenas.

– Eu pensei mais cedo que já tivesse ido. – confessei. – Então... Eu encontrei você, na mente de Lissa.

– Vocês deviam conversar. Ela se sentiu mal após a forma como você saiu. – ele disse, sua voz naquele tom de repreensão. Eu suspirei exasperada.

– Não posso fazer muito a respeito, Guardião. – resmunguei. Dimitri revirou os olhos, caminhando até a janela aberta, e dando uma boa olhada através da mesma. Eu me permiti me aproximar, abraçando-o por trás. Apesar de uma diferença muito grande, eu encostei meu queixo em seu braço, olhando através da janela, também.

– Você soube sobre o ataque? – murmurou ele. Eu apenas murmurei um “sim”. – Eu tenho que admitir que estou com receio de isso acontecer novamente. Com a rainha, e com os outros guardiões.

– E com você. – completei. Dimitri apenas assentiu milimetricamente. – Olha, isso não vai se repetir. Você é um dos melhores, senão o melhor. É por isso que está indo. Você vai se superar e vai voltar para mim.

Dimitri se virou, me encarando e colocando suas mãos em cada lado da minha cintura. Se abaixando um pouco, ele me beijou, de forma calma e abençoadamente maravilhosa.

– Eu vou sentir sua falta, Rose. – ele sussurrou ao meu ouvido. Eu apenas sorri, aproveitando daquele momento maravilhoso.

– Eu também. – Foi tudo o que eu disse, antes dele partir.



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Notas finais do capítulo

Hey, gente. Como vão?! ^-^'
Bem... Eu preciso dizer uma coisa a vocês... Meio que esse final de semana, até domingo à tarde, pelo menos, eu vou estar estudando (ok, eu sei o quão isso é estranho, até mesmo para mim é) para as benditas provas, que com fé em Jah, vou tirar notas boas, para pelo menos, meu histórico escolar esse ano, possa dizer que eu era uma boa aluna e tirei ótimas notas, já que aparece a mais alta, pelo menos, aqui. o/ Então... Consecutivamente, eu vou estar meio que sem postar a semana inteira, assim como há um bom tempo, já que haverá aniversário e o casamento da minha madrinha linda... Mas eu vou tentar postar algo antes, ok?! Acho que é isso. Eu espero que não tenha ficado muito confuso.
E tomara que o Dimitri não morra na viagem. e.e ~ imaginem se algo assim acontecer a ele?! e.e Seria muito ruim, uh?!
Enfim. Obrigada, beijokas e ótima semana para vocês, e me desejem sorte. Afinal... Eu vou precisar de um milagre para me livrar de português e matemática .-.



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