Para Sempre Shadow-Kissed escrita por liljer


Capítulo 33
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Olá. Tenho boas e más noticias... Mas isso depende do ponto de vista.
Bem, o capítulo tá cortado. ¬¬', porque ficou muuuuuuuuito grande e assim que eu notei que já tinha passado das duas mil palavras, eu cortei ele numa parte que não fosse tão brusca. E bem... Assim... Eu vou ver se consigo postar antes do sábado, porque, ok, hoje é domingo.
Então... É isso, acho.
Leitoras novas, sejam bem vindas!!
Um beijo, boa leitura e se cuidem!! ;3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/211434/chapter/33

Eu esperei mais do que nunca havia esperado antes, para que as horas passassem. E à medida que eu escutava sons — que eu nunca soube se se tratava de realidade ou minha imaginação — eu tinha a certeza de que a hora havia chegado. E nesse processo de esperar por Braddy, eu me permiti descansar. Claro, se isso se aplicar à fechar os olhos e tentar relaxar num lugar lotado de strigois prontos para sugar seu sangue e quebrar seu pescoço. Eu só não conseguia entender uma coisa. O porquê de Braddy me ajudar. Ele era um strigoi agora. Ele queria me matar... Eu me senti suspirar em frustração. Foi exatamente quando a porta rangeu e se abriu. Não havia outro lugar para olhar, além da maldita porta, já que eu estava amarrada numa cadeira que parecia ter sido parafusada ao chão. Eu não sabia nem quantos dias eu não comia, não bebia água ou qualquer outra maldita coisa. E aquilo, com certeza, havia me deixado com um péssimo humor, ou melhor dizendo... Com um não humor. Já que nem forças para soltar mais piadinhas eu tinha.

 Com apenas um click, a porta se abriu, deixando entrar um Braddy muito calmo e cauteloso. Ele olhou ao redor, como se pudesse haver algum perigo, e por Deus, até eu começava a acreditar naquilo. Num movimento rápido, Braddy fechou a porta e correu até mim, se abaixando à minha frente. Seus olhos vermelhos queimando em um brilho perigoso, em contraste com aquela pele pálida que tomou o lugar daquele bronzeado que antes tivera.  Outra vez, pensei em um maldito por que dele estar ali, me ajudando. Se arriscando.

– Preste atenção... – ele sibilou, me puxando dos meus devaneios. Braddy puxou de traz dos seus jeans preto um pedaço de papel e um lápis. Eu estava confusa, mas apenas assenti.

“Eu chamei por ajuda” rabiscou “Seu pai e alguns guardiões estão à caminho”

Eu senti uma pontada estranha. Algo que soou como um mau pressentimento.

“Agora” ele voltou a rabiscar “vou te tirar daqui, tempo o suficiente para você sair daqui, e ir para a luz.”

Outra vez, eu assenti, me perguntando internamente se eu conseguiria sair à tempo dali. Eu não tinha a mínima ideia de que horas poderiam ser. Mas se Braddy disse que eu iria para a luz, muito provavelmente, ainda era dia.

O mais silenciosamente que pode — o que foi muita coisa para mim —, Braddy andou ainda agachado até o nó nos meus pulsos, nas costas da cadeira de madeira presa por parafusos, e os desamarrando com uma precisão que me lembrou Dimitri. Mas obviamente, eu me limitei a pensar ou falar sobre ele. Tudo o que eu menos precisava era de uma distração. E caso eu conseguisse sair dali, eu o veria. Assim como daria um jeito de passar o restante da minha vida ao seu lado. Sem mais mentiras...

Com um puxão, a corda resistente de náilon caiu no chão, não esboçando nenhum som ao menos. Eu me perguntei se algum strigoi poderia ter escutado aquilo. Eu apenas torcia para que não.

– Vem. – Braddy me estendeu uma mão, que prontamente, eu peguei. Sua mão era gelada, e ao contrário do que eu imaginava, não tinha cheiro da morte. Mas bem... Aquele lugar, sem sombras de dúvidas, tinha. Num movimento rápido, ele pegou meu cabelo desgrenhado e o colocou ao redor do meu pescoço, mesmo que de uma forma desajeitada. Eu abri a boca para perguntar o que diabos ele estava fazendo, mas antes disso, ele respondeu. – Nenhum strigoi precisa saber que você é prisioneira.

– Mas eu não pareço uma...

– Acredite, Rose. Você está com cara de qualquer coisa, menos de alguém saudável. – ele sorriu torto, cheio de malicia. Eu suspirei, ajeitando meu cabelo ao redor do meu pescoço. E quando ele acenou com apenas um movimento quase que imperceptível, eu deduzi que estava tudo ótimo. – Siga-me.

Nós saímos do pequeno quarto, e como eu havia acreditado, tratava-se de um subsolo. Eu quase sorri com a ironia daquilo. Antes de chegarmos ao lance de escadas de madeira, Braddy me puxou para um canto mais escuro. Eu abri a boca para protestar, mas ele fez apenas um sinal de silêncio, com o dedo indicador contra os lábios. Eu prontamente me calei.

Alguns passos soaram, assim como algumas risadas frias, que fizeram até mesmo minha alma congelar. Após alguns longos instantes tentando não respirar, Braddy me soltou, ainda silencioso, tirou novamente o pedaço de papel do jeans e a caneta, pressionando o papel contra a parede, ele rabiscou.

“Eu não faço ideia de que isso vai dar certo, mas... Você precisa ir pelo corredor da biblioteca. Há um escritório ali e uma janela que dá no jardim dos fundos.”

Eu apenas o encarei, como se ele pudesse vir a entender o significado do meu olhar. E ao que pareceu, ele entendeu. Mas ainda assim, o ignorou, anotando coordenadas até o tal escritório.  Eu peguei o papel ainda que com relutância. Eu não sabia se conseguiria... Pelo menos, eu tinha que acreditar, mas minha maldita covardia acumulada com os últimos anos no mundo humano, não me permitiu.

Braddy fez um sinal com os dedos, suspendendo-os a medida de sua contagem para a ação.

Um... Dois... Três...

Nós saímos do pequeno cômodo, suas mãos segurando meus pulsos, como se eu fosse uma espécie de prisioneira. Eu deixei minha cabeça cair para baixo, evitando mostrar meu rosto para os strigois ali, para que não me reconhecessem. Tentando manter um sorriso sonhador no rosto, tais como os alimentadores costumavam fazer. Sem muito problema, chegamos às escadas. Nós a subimos sem muita dificuldade. E eu evitei suspirar quando chegamos ao andar superior.

– Hey! – alguém chamou. Braddy me deixou de lado, mas ainda segurando meus pulsos. – O que você está fazendo?

– Acho que dá para ver o que eu estou fazendo. – Braddy respondeu, sua voz ríspida.

– Mas de onde você tirou essa? – o strigoi perguntou, se aproximando de mim. Eu tentei relaxar, tentar não demonstrar que eu estava apavorada seria uma boa ideia. Bem, claro... Se eles não pudessem identificar.

– Fique longe. – Braddy rosnou, para em seguida, o strigoi se afastar, também rosnando.

– Marcus mandou dizer que era para todos estarem em seus lugares. Para hoje a noite. Você sabe... Segundo os planos dele... Ele irá despertar alguns. – o strigoi riu pelo nariz. Eu permaneci calada, quase sem me mexer.

– Bem. Isso é bom... – Braddy disse, parecia sorrir. Uma nota tão perigosa que eu tive um tanto de medo dele. Bem, as coisas pareciam ter mudado para nós dois. – De qualquer forma, eu vou me alimentar.

– Claro. – o outro strigoi disse, com descaso. Então, Braddy e eu voltamos a andar. Estávamos em um dos corredores vazios, onde eu não prestava muita atenção ao redor. Mas talvez, eu devesse. Braddy me deu um leve aperto no pulso, eu levantei minha cabeça, para encará-lo, ainda com desdém. Sibilando um “o que”.

“Escritório” ele mexeu seus lábios, onde eu não pude deixar de notar suas presas. Eu apenas assenti, enquanto caminhava mais apressadamente até as portas duplas. Braddy as abriu, e quando entramos, eu não pude deixar de não admirar.

– Escute. – ele sussurrou, agarrando meu braço. – Eu vou olhar lá fora, para ver como as coisas estão. Você tem pelo menos, cinco minutos até alguma coisa acontecer, ou Marcus aparecer. Está anoitecendo. O que vai ser mais fácil para os outros strigois virem para cá. A equipe de guardiões já deve estar posta. Se algo acontecer e você não sair dentro de alguns minutos. Eles entram. Você compreende, Rose?!

Eu assenti, não tendo forças para formular uma pergunta coerente.

– Ótimo. – ele disse, cético. Então, ele deu passos para trás, caminhando até a porta, mas antes que ele saísse, eu o chamei. Ele se virou.

– Porque você está fazendo isso? Me ajudando? – a pergunta de um milhão de dólares.

– Apenas um ‘obrigado’ serviria. – ela sorriu torto, ainda que daquela maldita nova forma. Eu permaneci o encarando, sentindo que precisava daquela resposta. E eu realmente precisava. – Você foi a primeira namorada que eu amei. Eu... Eu não preciso te dar boas razões, Rose. Você só tem que sair daqui.

– Não minta para mim... – insisti. Braddy suspirou exasperado.

– Marcus me despertou à força, Rose. Por sua causa. Nada mais justo do que eu me vingar, tirando você dele. – ele sorriu, deixando suas presas expostas. Eu assenti, realmente considerando que a primeira justificativa era melhor do que a segunda. Mas o que diabos eu queria, mesmo?! Ele era um strigoi agora. Eu tinha sorte dele não ter me matado de primeira.

– Obrigada. – balbuciei. Ele apenas deu um pequeno aceno, e saiu pela porta. Eu encarei a janela do escritório. Observando a distancia em que iria correr até os portões. Uma distancia do que me parecia uns cinquenta metros. Era muito. Principalmente, se eu não quisesse ser pega.

Eu me pressionei contra o vidro frio da janela, enquanto tateava à procura da fechadura. E quando eu a encontrei, eu me dei conta de uma maldita coisa; ela estava trancada.

– Oh, merda. – xinguei baixo, enquanto voltava para a mesa do escritório, procurando pelas chaves. Era dia ainda, mas o céu já estava pintado de um quase laranja. Eu não tinha quase tempo algum. Eu suspirei.

Após passar mais algum tempo tentando encontrar, eu me dei conta de que Marcus não tinha a chave ali. O que me fez odiá-lo ainda mais. Foi quando eu tomei a decisão mais perigosa. Eu agarrei uma estátua de cobre de uma mulher com as mãos para cima, e antes que eu pudesse pensar em qualquer outra coisa, eu a arremessei contra o vidro. Depois outra, depois mais outra. Até então, ter um buraco grande o suficiente para eu passar. E sem hesitar, eu pulei dele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Para Sempre Shadow-Kissed" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.