Para Sempre Shadow-Kissed escrita por liljer


Capítulo 32
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Ok!! Capítulo que acabou de sair do forno e maior do que eu tinha escrito de primeira mão. Mas bem... Aí está.
Aproveitem e boa leitura!!!



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Eu havia passado vinte anos da minha vida sem conhecer meu pai. Sem saber ao menos como ele era. E bem, eu havia lidado bem. Claro, se isso contar viver quase como órfã num mundo desconhecido. E agora, bem...  De forma tão brusca, eu havia conhecido meu pai.

– Bem, eu não acho que você seja da realeza ou algo do tipo. E o senhor deveria saber sobre o protocolo. – disse Hans, ainda que com aquela arrogância na voz, mesmo que ainda fosse evidente que ele havia tremido por conta de Abe. – A Srta. Hathaway é uma dhampir, muito provavelmente, uma meretriz de sangue.

A minha mandíbula quase caiu, e eu rezei internamente para que quando eu conseguisse sair dali — caso eu conseguisse esse feito —, eu pudesse chutar o traseiro pessoalmente de Hans Croft. Eu pude ver, através dos olhos de Lissa, a aura de Dimitri se tornar um vermelho forte, o que mostrava o quão contrariado ele estava. E eu queria estar lá, de preferência, para segurá-lo. Seus punhos estavam cerrados, e se Dimitri não fosse tão Senhor Zen-Autocontrole, eu teria certeza de que ele teria avançado em Hans.

Outra vez, Adrian deu um passo a frente, sendo seguido por Christian.

– Sinto muito. – Adrian se intrometeu, recebendo a atenção de todos.  – Mas você não iria querer que eu mexesse meus pauzinhos, Guardião Croft.

– Bem, não acho que seja preciso. – Abe disse, coçando sua barbicha e sorrindo perigosamente para Hans. – Até a manhã, eu espero que tenha no mínimo uma dúzia de guardiões prontos. Afinal, nós não queremos que algo ruim aconteça, não acha?

Abe ainda sorria para Hans, que engoliu à seco. Foi quando eu senti Avery se mexer ao lado de Lissa. Ela coçou a garganta, encarando à todos.

– Rose não está morta. – começou – Lissa seria capaz de sentir isso. Quando Simon, meu guardião, morreu após eu ter salvado ele e o transformado em meu Shadow Kissed, eu pude sentir ele morrer... Eu não sei explicar, mas... Foi perturbador o suficiente para qualquer pessoa sentir.

Lissa se virou para ela. Sua mente trabalhando à mil. Ela pensava em como eu poderia estar, ou onde eu estava. E eu tinha que admitir que era perturbador para mim, também. A ideia de não conseguir sair dali e submeter Lissa e os outros a um suposto sofrimento por minha causa, era torturante.

– Oh, se vocês parassem com toda essa discussão, eu agradeceria. – Abe disse, balançando sua mão no ar. Tão impaciente. Fazendo Lissa lembrar-se de mim quase que imediatamente. Para ela, éramos tão parecidos. O que me fez bufar.

– E o que você tem em mente?! – perguntou Christian, sarcástico. – Sairmos chutando vários traseiros e abrindo todas as portas possíveis para encontrar ela?

Abe sorriu perigosamente para ele, fazendo Lissa e até mesmo eu, lembrarmos mais uma vez de mim mesma.

– Oh. Poderíamos começar com o seu. – respondeu afiadamente. E eu teria rido.

– Discutir não resolve nada. – Dimitri soou, sua voz tão repreensiva quanto cansada, como se ele fosse o único adulto ali, lidando com milhares de crianças. Ele se voltou para Abe. – O que o senhor tem em mente?

– Vamos resgatá-la. – disse simplesmente. – Pensilvânia não tem tantas casas ao redor da casa de Vasilisa. Eles podem, sim, estarem longe, mas... Muito pouco provável. Sem contar que... Eu tenho contatos o suficiente para trazer Rose junto com a cabeça do maldito que a sequestrou.

– E como pretende fazer isso? – essa foi Lissa, sua voz não saiu mais alto do que um sussurro, mas todos a escutaram, afinal, o silêncio ali, era quase que perturbador, já que Hans Croft havia calado sua maldita boca e apenas escutava.

– Somos guardiões. Fomos treinados para isso. – minha mãe disse, sua voz firme, assim como sua postura. – Com ou sem ajuda – lançou um olhar ameaçador para Hans antes de continuar – nós fazemos o que podemos por quem amamos.

Eu senti uma pontada agridoce dentro de mim, me fazendo repensar em como — caso eu saísse dali — conversaria com minha mãe. Nos resolvendo.

Então tão de repente eu senti alguma coisa me puxar para fora da cabeça de Lissa. Algo brusco e repentino. Eu podia sentir minhas mãos tremerem violentamente. Enquanto um pensamento apenas vagava minha mente; mas que porra é essa?!

Alguma coisa se mexeu na minha visão periférica, me fazendo deixar completamente a mente de Lissa para ver algumas sombras por debaixo da porta, provando então que até Marcus tinha receio de mim. Uma coisa que teria me feito sorrir. Claro se não fosse a excelente situação em que eu me encontrava.

E quando eu notei a maçaneta se mexer, eu congelei. Eu estava estática demais, imaginando que aquele não era um horário para as malditas visitas estúpidas e frustrantes de Marcus. Então, quando a porta se abriu, eu me espremi na cadeira onde eu estava amarrada.

– Hey, Hathaway. Almoço. – alguém disse, e quando eu levantei meu rosto, eu vi quem eu não esperava; Braddy. E pior... Ao contrário do que eu poderia vir a imaginar, ele não era como eu. Ele era um strigoi.

Meus olhos se alargaram tanto que eu tive certeza que poderiam cair, assustados tanto quanto eu. Eu procurei palavras para que pudessem expressar a mistura de coisas estranhas dentro de mim. Braddy virara um strigoi.

Braddy se aproximou, aqueles antigos olhos azuis agora diferentes, vermelhos. O que viria a ser assustador. Eu nunca havia lidado com um strigoi que eu conhecera ainda humano. Ele sorriu, o tipo de sorriso totalmente diferente do doce e quente sorriso que ele costumava esboçar em vida, era um sorriso frio, quase que perverso.

– Eu... – eu sacudi minha cabeça, tentando manter meus pensamentos em ordem. – Você está morto... Deus. Eu não sei o que dizer. Você... Braddy é você?

– Acho que sim. – ele revirou os olhos, se aproximando ainda mais, ele se abaixou à minha frente, seus olhos fixamente em mim. Sua pele tão pálida que me fazia pensar em algo como filmes de terror. E talvez, aquilo fosse um.

Suas mãos tocaram meus joelhos, os apertando um pouco. Eu tremi de medo. O que o fez sorrir.

– Hey, está tudo bem... – ele ainda sorria, mas parecia mais como se de forma triste.

– Você não é mais o mesmo. Eu... Eu muito provavelmente vou acabar como você. – murmurei. – Um strigoi sedento.

– Eu sei. – concordou, se levantando e dando a volta no pequeno cubículo que vinha a ser o meu cativeiro. Olhando para as paredes úmidas. – Eu realmente sinto muito sobre isso, Rose.

– Qual é, Braddy?! Você não sente. – ri pelo nariz, sem nenhum humor.

– Você sabe sobre os planos de Marcus, uh? Pelo menos, tem noção. – ele cruzou seus braços atrás de suas costas. Eu o olhei, por cima do ombro.

– Me libertar não é uma ideia de plano para ele. – dei de ombros. Aquela foi a vez de Braddy rir sem humor.

– Te libertar, com certeza, não é uma ideia de plano para ele. – outra vez, ele se aproximou, me fazendo senti-lo atrás de mim. Enquanto me encolhia, receosa de que ele pudesse me fazer algo realmente ruim. Então, eu senti sua mão sobre meu pulso. Eu congelei.

– O que você está fazendo? – murmurei. Ele se abaixou, deixando seus lábios próximos à minha orelha.

– Eu vou libertar você. – ele sussurrou. Então, foi exatamente quando a porta se abriu, e um outro Strigoi adentrou. Surpreso demais.

– O que diabos está acontecendo aqui? – perguntou ele. Braddy sorriu para ele, de uma forma maliciosa.

– Nada que seja da sua conta. – em menos de um espaço de segundos, Braddy havia pressionado o outro strigoi contra a parede, rosnando.

– Ela é propriedade de Marcus. – rosnou o strigoi.

– E o que você faz aqui afinal? – assoviou Braddy. O outro strigoi não respondeu. Apenas me lançou um olhar de ódio, então, Braddy o soltou, e a briga havia acabado. Eu encarei, estática. O strigoi saiu pela porta, a fechando em seguida, enquanto eu tentava normalizar meu coração. Sem muito sucesso. – Nós não temos muito tempo. – Braddy disse, sua voz com aquele tom de ódio e maldade. Eu apenas assenti. Então, ele se aproximou e me encarou com aqueles grandes olhos que algum dia haviam sido azuis. – Mais tarde, Rose.

Eu estava pronta para reclamar sobre como ele estava esperando que eu morresse de vez por todas. Mas não veio. Eu apenas não entendi muito — talvez ele estivesse usando compulsão, eu não sabia dizer. Eu apenas sabia que de alguma forma, eu havia encontrado uma forma de sair viva daquilo. Bem, pelo menos, se Marcus não mudasse de ideia e eu acabasse me tornando o lanchinho.


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