Para Sempre Shadow-Kissed escrita por liljer


Capítulo 3
Capítulo 2




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Eu não sabia a quantidade de Guardiões que vieram atrás de mim, até que eu saí com Dimitri à minha cola, até o carro. Eram Três SUV’s.

O meu alter ego gritou dentro de mim, como uma buzina chata de um carro velho. Nós entramos, e eu senti alguns olhares pelas janelas de alguns vizinhos. Eu sabia que alguns deles começariam a contar histórias ao meu respeito. Mas se tudo corresse bem, eu voltaria o quanto antes.

Não fazia parte dos meus planos continuar no mundo Moroi por muito mais tempo.

Quando decolamos, eu nunca me senti tão exausta. Era como se toda a gravidade tivesse vindo até mim e me feito desmaiar de tanto cansaço. O que me fez agradecer. Porque fazia muito tempo em que eu não sabia o que era dormir direito por mais de duas horas. Obviamente, já que Lissa sempre me puxava para a sua vida quando eu tentava arduamente dormir. Mas em algum momento no meu sono, eu senti que era a hora de Lissa dormir, e a senti descansar. Como se fazia. O que me deixava um pouco mais contente, já que eu não entraria em transe enquanto eu estivesse trabalhando ou indo para algum lugar importante. E então, eu despertei com aquilo.

– Rose? – a voz baixa e forte de Dimitri soou ao meu lado. Foi então que me dei conta de que ele estava ali ao meu lado. Eu sorri débil. – Você está bem?

– Sim. – menti. Eu precisava de alguma coisa doce. Eu sabia que todo o fuso horário vampiresco me faria muito mal. Eu me voltei à janela. – Eu só não sei como me comportar... Como vai ser quando nos encontrarmos... Não é a mesma coisa estando dentro da mente dela... Escutando ela falar sobre mim.

– Eu entendo. – Dimitri disse, então, eu olhei para ele. Não, ele não entendia. Eu suspirei. – Você não sente falta de casa?

Era complicado para mim ver Dimitri falando tanto. Já que da primeira vez que nos vemos fora apenas com grosseria e falta de tolerância. Mas eu não tinha mais dezessete anos. Eu não era mais uma estudante imatura. As coisas haviam mudado.

– Nesse momento? Não. – eu disse – meus vizinhos já devem ter chamado a policia. Achando que eu faço parte de algum grupo criminoso... 

Ele balançou a cabeça, exasperado. Eu não o conhecia tempo o suficiente para dizer ou não se eu sentia falta de qualquer coisa. Longos minutos se passaram, de puro silêncio. Logo, eu notei ele se levantar e voltar ao seu assento. De alguma forma, eu me perguntava como um cara tão antissocial poderia ter matado tantos Strigois?! Eu soube do ataque ao St. Vladmir há alguns anos atrás, ainda quando Lissa estudava lá. E ela havia tido sorte que nada havia acontecido a ela. Naquela época, eu havia me sentido tão terrivelmente mal com o fato de não ter estado lá. Mas olhando para Dimitri agora, eu soube que ela estava em boas mãos. Ele havia matado Strigois o suficiente. Ele sempre a defenderia...

– Guardião Belikov? – chamei. Ele parou, olhando por cima do ombro para mim. – Obrigada por tomar conta dela.

Dimitri apenas assentiu, enquanto voltava a caminhar de volta e eu sentia o tempo passar.

Depois de algumas horas, o avião pousou. Eu não sabia ao certo se me sentia amedrontada, feliz ou nervosa. Ou talvez, tudo de uma só vez.

O clima ali era frio. Sobrenaturalmente frio. O clima sobrenatural dos altos muros e torres. Eu podia esperar os corvos voando, e aquela coisa agourenta, mas não veio. E aquilo me fez rir internamente. Aparentemente, para os humanos, ali era apenas um colégio de Elite, mas para os que sabiam da verdade oculta, só era mais um lugar de Elite. Eu suspirei.

– Isso aqui continua monótono como sempre foi, desde a última vez que eu estive aqui. – eu murmurei, logo, o carro passou pelos portões.

Alguns outros minutos se passaram, enquanto me arrastavam para dentro. Era noite para os Moroi, mas eu ainda sabia que muitos ainda deveriam estar acordados. Eu senti um guardião às minhas costas. Provavelmente, eu poderia ser perigosa, já que me tratavam como tal. Eu fitei Dimitri, significativamente. E ele pareceu notar meu desconforto. Eu não era tão perigosa assim. Já que não me consideraram boa o suficiente para continuar em St. Vladmir.

– É necessário. – ele murmurou, como se pudesse ler meu pensamento. Eu suspirei exasperada. Foi nesse instante, que eu esbarrei em alguém.

– Oh, puta-merda! – alguém exclamou. Eu olhei para cima, para ver um Moroi de cabelos castanhos bagunçados e cheirando a bebida e cravos da índia.

– Me desculpe. – eu murmurei, entregando de volta seu casaco que havia caído. Ele sorriu, não mostrando suas presas, já que todos os Moroi sempre foram ensinados desde cedo a esconderem suas presas.

– Tudo bem... – ele me estudou por alguns instantes. – Wow. Você é... Forte.

– Lorde Ivashkov. – a voz de Dimitri soou, repreensiva. O cara, o tal Ivashkov sorriu arrogantemente para os guardiões ali. Eu senti um pouco de tensão vir.

– Então – eu me afastei, chamando a atenção do Ivashkov para mim. – tenha cuidado da próxima vez. Não queremos um acidente.

Ele sorriu, agora sedutor e piscou para mim, assentindo.

– Nos vemos por aí, Pequena Dhampir. – ele disse, caminhando até alguns dos prédios ali perto. Provavelmente, para alguma festinha.

– Espero que não. – eu murmurei, voltando a caminhar com os guardiões. Que me levaram para algum tipo de sala fechada.

O sol entrava pelas janelas, suas persianas talvez algum dia fossem bonitas durante a noite, enquanto estivessem fechadas, mas naquele, me pareceram boas o suficiente. Fazendo aqueles pequenos grãos de poeira no ar, com o sol. Aquilo era aconchegante. E logo, provava que se tratava de um prédio de Guardiões.

– Então... Essa é a Srta. Hathaway? – uma voz perguntou, um vampiro na casa dos cinquenta anos, com um bigode cinzento e branco. O cheiro de fumaça de charuto sempre o rodeando. E também, ele era um imbecil. Não precisava de muito convívio para saber daquilo. Sua expressão já o entregava. – Você nem sequer se parece com Janine.

O nome da minha tão renomada mãe, Guardiã Janine Hathaway, me trouxe um desconforto. Que apenas Dimitri pareceu notar. Ele continuou encostado na parede, como se fizesse parte da decoração da sala. Junto da janela, fazia com que o sol batesse um pouco em seus cabelos castanhos. O que o deixava divinamente bonito.

Embora a presença de Dimitri fosse um pouco mais confortável para mim, eu não podia mentir que eu estava incomoda com tudo aquilo. E depois do tal Hans Croft, o cara responsável por todos os responsáveis no Tribunal de Justiça e alguém que era fundamental nas atribuições da guarda, mencionar minha querida e distante mãe, aqueles maldito desconforto apenas só aumentou.

Ele puxou uma cadeira, ficando à minha frente na mesa. Eu senti a tensão aumentar ainda mais.

– Então, Hathaway, me diga... – ele apoiou seus braços na mesa. – Porque você fugiu?

Eu podia sentir minha mandíbula querer pular para de encontro com a mesa quando ele pronunciou aquilo. “Fugiu?”, qualquer imbecil – até mesmo como Hans – poderia saber que eu não havia fugido. Eu abri a boca para lhe dar uma resposta bastante mal criada, foi quando Dimitri se mexeu.

– Não se trata disso. – ele disse, caminhando até a mesa e se sentando, também. Hans e eu o encaramos. – Ela não está aqui para responder qualquer tipo de interrogatório sobre como fugiu ou o que quer que seja que tenha feito nesses últimos dois anos desde a volta da Princesa.

– Eu não fugi. – eu soltei por fim. Dimitri me lançou um olhar desaprovador, talvez por eu tê-lo o interrompido ou por ter dito qualquer coisa. Hans pareceu me ignorar ao menos.

– Janine ao menos sabe que está aqui?

– Não. – disse Dimitri. – E eu espero que não saiba tão cedo.

– Acho difícil. – disse Hans, pensativo. Eu me senti incomoda, com a conversa de ambos, como se eu nunca estivesse ali. – Mas acho difícil não contarem a ela, já que fofocas são tão fáceis de se espalhar por aqui na Corte.

Tão logo, uma batida soou na porta. Um guardião colocou a cabeça para dentro, e eu senti, inutilmente, a ansiedade pelo laço.

– A Princesa Dragomir está aqui. – disse o guardião. E pela cara que Dimitri me olhou, aquilo

não era surpresa para mim.

Lissa entrou na sala, e eu senti minha respiração parar. Eu soube, também, pelo olhar de Dimitri, que ele sabia como eu me sentia. E eu tentei relaxar. As pessoas não precisavam saber que eu estava ansiosa e morrendo para ver minha melhor amiga depois de dois anos longe dela.

E quando Lissa entrou naquela sala, eu vi o quão linda ela realmente era. Era a perfeita visão de um anjo. E eu desconfiava de que ela fosse um.

Eu me senti levantar, assim como nesse instante, senti os guardiões ficarem tensos, exceto por Dimitri. Hans me encarou, pronto para me deter. Mas então, Lissa os encarou, com aquele ar de realeza, ao qual, ela fazia parte, e correu para mim.

Eu senti meus músculos se relaxarem no mesmo instante, enquanto eu a sentia nos meus braços.

– Oh, Rose... – ela chorou. O que me cortou em milhares de pedaços. Nem mesmo nos nossos sonhos divididos, eu poderia ter imaginado que fosse como aquele instante. – Eu senti tanto a sua falta...

– Eu também senti sua falta, Liss. Muito... – eu murmurei.

– Eu não acho que devamos ficar aqui. Pelo menos... Você não é nenhuma prisioneira para ficar trancafiada aqui. Você precisa dormir e...

– Espere! – Hans Croft disse. Parecia irritado. – Ela não vai sair daqui. Temos algumas perguntas...

– Ela não é uma prisioneira. – disse Lissa em minha defesa. – E ela precisa descansar. Ela é minha convidada, Guardião Croft.

Lissa voltou a caminhar para a porta, sendo seguida por Dimitri. E eu continuei ali, estática.

– Anda, Rose. – disse ela. – Você precisa descansar um pouco.

Eu assenti, enquanto saiamos do prédio dos guardiões. Dimitri e Lissa me encaminharam até um dos prédios para convidados. Alegando um quarto para eu descansar. E eu agradeci por isso.

– Qualquer coisa, você pode falar comigo ou com Dimitri, tudo bem? – Lissa dizia, enquanto adentrávamos no cômodo de um banheiro, quarto e uma pequena sala com TV. Ao visto, infelizmente, Lissa havia movido bastante para meu conforto.

– Tudo bem. – eu disse, dessa vez, não consegui não olhar para Dimitri. Ele apenas continuou com sua expressão ilegível, de guardião, logo atrás de Lissa.

– Então nos vemos mais tarde. Quando amanhecer.

– Claro. – eu disse, me lembrando do maldito dia vampiro. Mas eu tinha bastante tempo até anoitecer, ou amanhecer para eles, então, formei minha cara boa e sorri. – Obrigada, Lissa.

E assim, ela se foi com Dimitri às suas costas. Ele deu uma olhada por cima do ombro antes de fechar a porta e se foi. Eu senti aquele grande vazio de volta a mim. Mas alguma coisa me dizia que dessa vez, as coisas poderiam funcionar. Bem... Ao menos, eu podia tentar. E com essa ideia, eu tomei um banho e me joguei na cama macia. Me permitindo dormir em paz.



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