Para Sempre Shadow-Kissed escrita por liljer


Capítulo 26
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Oláa. Bem, o capítulo era para ontem, mas... Tive um lapiso de falta de inspiração. Ou seja... Não saiu ABSOLUTAMENTE NADA! Mas hoje, consegui terminar. ô/
Espero que gostem. Boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/211434/chapter/26



Seus dedos deslizaram pela minha garganta. Aqueles olhos que eram familiares para mim. Eu sorri. Dimitri inclinou-se sobre a cadeira onde eu estava deitada, tomando meu banho de sol — tão raro. Seus lábios serpentearam por minha pele, mandando ondas de arrepios. Enquanto eu me deixava a mercê do seu toque. Tudo tão perfeito. Então, tão rápido demais, alguma coisa tapou minha visão... Mas os beijos de Dimitri continuaram, serpenteando pelo meu corpo. Por meu colo, até chegar novamente ao meu pescoço. Ele depositou um leve beijo ali, e em seguida, uma forte fisgada soou. E Deus... Doeu como o inferno. Mas... O que diabos estava acontecendo, afinal?

Eu abri meus olhos, notando então que não havia mais sol, apenas um céu negro e sombrio, e o que me ocorreu a seguir foi ainda pior; Dimitri estava bebendo de mim. Então, eu gritei. Parecendo estar na beira de um precipício. Eu não queria me entregar à sensação de estar sendo sugada. À toda aquela dor. Eu quase desfaleci, mas quando sua cabeça se levantou, eu notei... Não era Dimitri ali. Era Marcus. E ele sorria, com suas presas afiadas brilhando em uma intensidade terrivelmente assustadora. Seu cabelo curto, bagunçado, como eu costumava me lembrar. E então, ele passou a língua pelo canto dos seus lábios, enxugando o restante do sangue ali, ele gargalhou, fazendo alguma coisa que me pareceu mais como pânico acordar dentro de mim.

– Rose? Acorde! – uma voz ao longe soou. Eu abri meus olhos, sentindo o suor escorrer por minha testa e pingar nos lençóis. Dimitri estava à minha frente, sentado na cama onde dividíamos, seu rosto era uma máscara de preocupação. – Você está bem? Foi só um sonho ruim. Está tudo bem...

Eu suspirei, puxando os lençóis mais para mim. De repente, Connecticut me pareceu tão fria.

– Foi só um pesadelo – concordei, me aconchegando nos travesseiros. Dimitri acariciou o meu braço, beijando meu ombro e em seguida, se levantando. Eu o observei entrar no banheiro, enquanto eu permanecia na cama, ainda enrolada nos lençóis e pensando em como eu iria me livrar de Marcus. Bem... Porque eu teria que dar um jeito, certo? Todos os anos fugindo me deram alguma experiência, certo? Mas qual era a melhor forma de fazer isso? Eu tateei meus dedos pelo criado mudo, encontrando o telefone celular de Dimitri ali. Eu o abri, procurando pelo número de Lissa. No terceiro toque, ela atendeu.

– Dimitri? – ela chamou.

– Não. É a Rose... – apertei o aparelho em minha mão – Liss... Está tudo bem? Quero dizer. Você não fez parte desse plano de fuga, uh?

Lissa soltou uma risada do outro lado da linha.

– Bem que eu queria. Mas eu não pude, infelizmente. – sua voz ainda parecia divertida. – Alguém precisava ficar para domar Tasha e Tatiana. Você sabe... Tasha enlouqueceu quando descobriu que o Chris não estava na Corte, e havia viajado com alguns guardiões. Assim como Tatiana. Ao menos, ela se acalmou quando soube que Adrian estava com Dimitri.

Eu não consegui evitar um suspiro.

– Bem, as coisas estão bem... Amanhã mesmo estamos de volta, quero dizer... Estaremos no voo. Com sorte, chegamos cedo aí. – um suspiro saiu do outro lado da linha.

– Ótimo. – ela disse – eu realmente acredito que nós duas devessemos conversar.

E com isso, eu me dei conta de como havia deixado as coisas na Corte. Não era para Lissa saber que eu na verdade estava sendo uma tremenda mentirosa, contando que eu estava por perto. Porque, bem... Eu não estava. Eu estava na verdade bem longe, tendo pesadelos com um Strigoi.

– Quem era? – a voz grave e baixa de Dimitri me assustou, eu levantei meus olhos para ele, em seguida, sorrindo preguiçosamente.

– Lissa... – me estiquei, colocando o telefone de volta sobre o criado mudo. Dimitri se sentou na cama, ao meu lado. Eu me estiquei até ele, colando nossos corpos, minhas mãos deslizando por sobre seu peito. Dimitri segurou minhas mãos, entrelaçando nossos dedos. – Onde estão os outros?

– Muito provavelmente, dormindo à uma hora dessas. – ele disse, virando-se para mim, seu cabelo molhado em seu queixo. Eu deslizei uma mão ali, tocando-os, assim como a seu rosto. Dimitri aceitou a caricia de bom grado.

– Acho que isso é uma coisa boa, uh? – sorri, me inclinando para beijá-lo. Dimitri sorriu, colando nossas testas.

– Você precisa dormir um pouco, Rose. Você não é de ferro e além do mais, amanhã será um longo dia, cheio de Lissa questionando o porquê de tê-la deixado. Ou sobre com quem você estava, como havia escrito na carta.

Oh, Deus. Minha mandíbula quase caiu. Dimitri havia lido a carta?

– Você... Você leu a carta que eu deixei para Lissa? – Ele sorriu, quase que segurando uma risada. Eu gemi frustrada.

– Está tudo bem... Anda. – ele acariciou meu braço

– Não era para você ter lido. – cruzei meus braços sobre o peito, me sentindo idiota. Dimitri gargalhou, deitando e me puxando consigo. Eu me aconcheguei em seus braços, sentindo o cheiro tão maravilhoso e familiar.

– Não é Braddy quem me preocupa. – ele sussurrou, beijando o topo da minha cabeça. Eu levantei meu rosto, para assim, poder olhar seu rosto.

– E quem seria?

– Marcus. – ele disse, fazendo uma careta. Eu senti meu corpo se encher de tensão, apenas pelo nome dito. As imagens do sonho voltando como uma avalanche. – O que foi? – Dimitri levantou uma mão, acariciando meu rosto, eu inclinei meu rosto contra sua mão e fechei os olhos.

– Eu tenho medo dele. – admiti, me encolhendo um pouco. – Eu tenho medo por Lissa, por você... Por todas as pessoas que eu amo. Eu não aguentaria se ele tirasse as pessoas que eu amo de mim.

– Eu não vou deixar nada acontecer a você, nem as pessoas que você ama, Rose. Nunca. – prometeu. Eu sorri, enquanto me inclinava para dar um beijo nele. Eu sabia que Dimitri não poderia me proteger de todos os males do mundo, mas apenas a promessa de que iria fazê-lo, fazia com que 55% de mim se sentisse mais segura — o que era muita coisa, comparada aos 2% de certeza de que eu não iria me dar mal no final.



~ VΛ̴ ~

Eu acordei com o som irritante do despertador agonizando todo o meu ser. Eu odiava aquelas coisas irritantes. Argh! Como já poderia se esperar de mim, eu passei o restante do dia com um tremendo mal humor.

Enquanto eu bebericava uma xícara de chá e abocanhava algumas garfadas de o mais puro e abençoado bolo de chocolate.

Adrian cantarolava alguma maldita canção ao meu lado, o que me parecia ser Bon Jovi. Next 100 Years. Pelo menos, alguém estava de bom humor. Christian mantinha sua cara tão amarrada quanto a minha. Eu acreditei que aquele fosse um péssimo momento de soltar uma piada, afinal... Hoje eu estava disposta a quebrar o nariz — ou Deus sabe o que mais — de um Moroi.

– Quanto tempo ainda vamos ficar aqui? – Adrian resmungou de seu assento, enquanto eu agradecia por ele parar de cantar. Bem, a verdade seja dita! Eu cantava mal. Muito mal, mas Adrian cantando era ainda pior do que um dia de chuva em pleno verão. E bem, pelo olhar que Christian lançou para ele, alguém pensava a mesma coisa que eu.

– Mais algum tempo. – a voz carregada de Eddie me fez pensar em com aquilo estava desgastando eles. Provavelmente, pelo fato de estarmos num aeroporto cheio de humanos e muito provavelmente à essas horas, de Strigois. Eu suspirei. Não precisávamos de mais merda no ventilador.

– Com quem será que eu tenho que falar para conseguirmos voltar para casa, agora?! – exclamou Adrian irritado. Eu me levantei, terminando de beber meu chá e engolir meu último pedaço de bolo de chocolate. – Hey, Rose! Para onde está indo?

Eu dei meu melhor sorriso de inocência

– Para o banheiro.

Adrian balançou sua cabeça exasperado, enquanto voltava a sentar e eu seguir meu caminho. Os banheiros do aeroporto eram o que poderíamos chamar de “okay”, afinal... Eram limpos, mas ainda eram públicos. Eu joguei um pouco de água no rosto, tentando acordar. Algumas mulheres saíram de suas cabines, cochichando alguma coisa. Eu suspirei, me sentindo pronta para sair daquele banheiro e chutar alguns traseiros, se necessário.

Eu saí, me sentindo mais segura de mim — como se aquilo fosse necessário com o humor que eu estava. Nem parecia que eu havia feito as coisas que havia feito ontem. Eu prendi meu cabelo em um rabo de cavalo mal feito, enquanto caminhava pelo corredor, até onde Adrian e os outros estavam esperando o avião. Foi então que aconteceu. Eu o vi.

Marcus estava de pé, com seus braços cruzados sobre o peito, trajando um terno preto de marca, e com seus cabelos curtos e bagunçados. Usava uns óculos escuros, e olhava para mim. Não era preciso de muito para saber, afinal, ele sorria. Um sorriso malicioso que me arrepiou dos pés à cabeça.

Ele era tão alto quanto Dimitri, e anteriormente, havia sido um Moroi. Maldito Moroi. Eu havia escutado as histórias sobre ele. Que ele havia se transformado por vontade própria. Pela sede de vida eterna. E aquilo me assustava como o inferno. Eu estava desprotegida. Muito desprotegida.

Marcus acenou para mim, enquanto eu permanecia congelada em meu canto.

– Rose?! – uma voz me puxou do transe. Dimitri. Eu suspirei aliviada por ver um rosto protetor, apesar de saber o quão rápido um strigoi era, e como ele podia matar metade daquele aeroporto se quisesse. – Rose?! Está tudo bem? – ele me sacudiu pelos ombros. Eu encarei Dimitri e sua máscara de preocupação.

– S-sim. – gaguejei.

– Anda. Vamos... Já vamos embarcar. – ele disse, sua mão ainda em meu ombro. Eu caminhei com Dimitri, e antes de eu sair do corredor, eu olhei para trás, e Marcus não mais estava lá.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!