Para Sempre Shadow-Kissed escrita por liljer


Capítulo 22
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Boa noite. Enfim, passando rapidinho, enquanto termino de editar umas coisinhas... Então, uma boa leitura. C=



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Tudo se passou num espaço de segundos. Braddy me jogou umas chaves de carro, e eu as peguei prontamente.

– São Strigois? – sussurrei enquanto enfiava a estaca que um dia fora de Dimitri no cinto que eu usava. Eu corri até a janela, sendo que a mesma seria a melhor forma de dar o fora dali, apesar da altura. Nada que me fizesse quebrar alguma coisa. Mas faria barulho o suficiente.

– Está cedo para Strigois, não acha? – ele zombou.

– E o que são? – resmunguei. – Guardiões?

– Humanos. – corrigiu. – Bem treinados. Eles vieram atrás de você, caso chegasse cedo demais. O que foi o caso. Sorte sua.

– Ótimo. – resmunguei. Tudo o que me faltava era ser caçada por Strigois e ainda por cima, humanos.

– Anda. – Braddy fez uma careta, me dando um empurrãozinho nas costas, para que eu pulasse logo a janela. Eu podia apostar que se fosse ele, ele nem ao menos teria pulado. – Você precisa ir antes que eles subam.

– E você? – questionei. Braddy me deu o que seria um sorriso inteligente.

– Eu vou ficar bem, Rose. Eu não sou de ferro como vocês, mas... Eu sobrevivo. Quando a poeira baixar, eu te procuro. – prometeu. Eu assenti, enquanto tomava impulso e tão logo, deslizei para fora da janela. Eu nunca tive medo de altura, mas naquele instante, bem, me pareceu que eu iria morrer se caísse.

– Não seja covarde, Rose. – murmurei para mim mesma, enquanto me agarrava às bordas, tentando manter um equilíbrio quase que sobre-humano. Assim que consegui avistar uma árvore, no que seria no final do longo quintal seco dos tios de Braddy, eu me joguei. Me segurando nos longos e grossos galhos do carvalho.

Eu deslizei o mais suavemente que consegui pelo tronco, tentando não fazer nenhum tipo de barulho, e se tivesse sorte, os humanos contratados por Marcus, não iriam me pegar tão facilmente.

Quando alcancei a garagem onde Braddy guardava sua caminhonete, eu pude ver dois homens conversando. Merda, pensei. Mantendo toda a minha calma, eu serpenteei pelo chão, chegando até a porta do veiculo. Eu desejava que Braddy usasse um carro menor... Talvez toda aquela sua ideia de veículos grandes, excelentes para transportes e chamar atenção tivesse sido uma grande besteira. Mas eu não me permiti pensar muito nisso. Eu apenas entrei sorrateira, enquanto observava os homens voltarem para a casa.

Assim que não consegui escutar suas vozes por perto, eu liguei o carro e em seguida, abri a porta da garagem com o pequeno controle, seguindo para fora. A rua lotada me fez acreditar que não seria muito difícil fugir, bem... Exceto pelo tamanho do veiculo. Talvez eu tivesse que roubar outro.

Por um instante, a imagem de Dimitri me dizendo o quão irresponsável eu estava sendo me atingiu em cheio. Se ele estivesse ali comigo, muito provavelmente, ele teria desaprovado, com sua lição Zen de como não podia-se roubar carros por aí, ou o diabo que viesse a ser... Assim como Braddy certa vez, o teria aprovado com um sorriso idiota nos lábios, dizendo o quão cheio de adrenalina aquilo era.

Enquanto eu dirigia pela rua movimentada, eu podia pensar em como eu havia chegado aquele estado.

Eu não sabia qual era a pior parte; ter descoberto que todo o tempo com Braddy poderia ter vindo a ser uma mentira, ou descobrir que eu realmente estava apaixonada por Dimitri. Mas de qualquer forma, nenhuma das alternativas eram fáceis. Afinal, eu havia fugido de Dimitri da última vez. Ele provavelmente não iria querer ver minha cara tão cedo... E bem, ainda havia Lissa em jogo. Eu havia deixado uma carta em sua mão. Eu não sabia qual a repercussão que ela viria a ter, mas qualquer que fosse, seria melhor do que deixá-la em perigo por conta de um Strigoi que eu fugia há dois anos. De repente, fugir de psi-hounds não me parecia tão ruim agora...

Assim que eu alcancei um dos postos de gasolina, eu saí, indo diretamente para o banheiro feminino, acreditando ter despistado os caras que poderiam vir a me seguir.

Assim que adentrei ao cubículo imundo, uma senhora me lançou um olhar suspeito, saindo em seguida, e me deixando sozinha. Eu soltei um longo suspiro de alivio. Eu não precisava de plateia. Eu sentia que meu corpo tremia, eu estava definhando naquele lugar imundo enquanto me perguntava como diabos eu havia me metido naquela enrascada. Eu teria me jogado naquele chão, se o lugar não fosse tão sujo. Eu caminhei até a pia e joguei uma água contra meu rosto. Outra vez, me perguntando o verdadeiro propósito de ter ido até Connecticut, apenas para jogar Braddy contra a parede e saber por mais, certo?! Ou eu estava sendo tão covarde a ponto de querer chutar o traseiro de Braddy por ele estragar meu relacionamento com Dimitri e todos os outros? De qualquer forma, as duas alternativas me fazia sentir náuseas.

Eu encarei a garota no reflexo, sentindo vontade de me estapear.

– Você é estúpida. – ela sussurrou. Eu soltei um gruído, olhando para longe, de volta a para a porta. Talvez eu tivesse algum maldito tempo de me livrar daquilo tudo. Então, eu senti algo vibrar no meu bolso. Eu pulei com o susto, e em seguida, enfiei minha mão no meu jeans, arrancando meu celular. O número no identificador de chamadas fez meu coração quase explodir. – Atenda... – sussurrei para mim mesma. Eu apertei o botão verde e o coloquei junto à orelha.

– Rose? – a voz soou. Eu notei então que lá deveria ser noite.

– Liss... O que aconteceu? – murmurei, me sentindo preocupada demais.

– Onde você está? Eu vi a carta... Por Deus, para onde você foi?

– Eu vou voltar, eu prometo. Eu... Está tudo bem com você?

– Não! – ela exclamou, eu podia sentir que o espírito a estava enlouquecendo. Ou pior... Eu estava a enlouquecendo. – Volte para casa! Porque está fazendo isso?! Você não é tão burra a esse ponto e-

– Eu disse que eu voltaria. – apertei o telefone em minha mão, me sentindo irritada. Eu não queria descontar todas as minhas frustrações nela. – Eu preciso ir. Está tudo bem aí, não é?!

– Sim... Bem, exceto por... – parecia que alguém falava do outro lado da linha, com Lissa. Eu não me dignei a prestar atenção na conversa. Eu não precisava de mais nada me frustrando. Nem a mim, nem a Lissa. E antes que ela fizesse seu discurso do quão irresponsável eu estava sendo, eu desliguei o telefone. Notando então que minhas mãos tremiam.

Outra vez, eu joguei um pouco de água no rosto e caminhei para fora. Bem, exceto que fora tempo o suficiente para eu ser pega.

Uma mão agarrou minha boca, me puxando para dentro do banheiro feminino. Eu estava estática demais para lutar.

– Shh! – soou. – Eles estão ali...

Eu me senti relaxar, enquanto reconhecia a voz. Quando notou que eu ficaria quieta, me soltou.

– O que diabos faz aqui? Como sabia que eu estava aqui? – eu o encarei, sentindo uma pontada poderosa de raiva.

– Wow! Relaxa, pequena dhampir. – Adrian levantou suas mãos, em rendição.

– É perigoso, o que diabos está fazendo aqui? – insisti.

– Você estava em perigo, eu vim. – ele deu de ombros, daquela forma aliás. Eu suspirei frustrada, passando os dedos por sobre meu cabelo desgrenhado. Eu encarei Adrian, que parecia tão cansado. – Anda. Vamos dar o fora daqui.

Eu não precisei de uma segunda ordem, eu o segui para fora, serpenteando pelo local, até a caminhonete de Braddy, mas antes que eu abrisse a porta, Adrian segurou meu pulso. Parecia sério.

– Você está brincando?! Nós não precisamos de uma placa de “hey, estamos aqui”. Vamos, a cavalaria sempre traz o melhor.

– Cavalaria?! – questionei, enquanto corria atrás de Adrian. Ele apenas deu um sorriso por cima do ombro. Fazendo eu me sentir uma idiota. Seguimos para o final do estacionamento, junto à pequena loja ali. Um Honda estava estacionado. O único no local. – Anda.

Eu senti minha mandíbula quase cair, quando o vidro da janela do carro se abaixou e um Dimitri mal humorado nos encarou.

Adrian murmurou alguma coisa, abrindo a porta do carro e quase que me jogando no banco de trás. Do lado de fora, podia-se ver os primeiros vestígios da noite. O que significava que muito provavelmente, Strigois estariam lá fora.





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