Para Sempre Shadow-Kissed escrita por liljer


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Olá, boa noite.
Bem, a Lêh acabou de mandar eu postar.
E desculpem-me a demora.
Sábado tem mais. Boa leitura!! C=



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/211434/chapter/20

          Eu não sabia dizer quanto tempo havia se passado, talvez horas ou minutos. Eu nunca saberia. Eu podia ver os vultos, guardiões me arrastando para longe, de volta para a Corte. E tão rápido quanto se pode, os guardiões cuidaram dos detalhes, ocorridos na loja Marcy. Bem... Exceto o grande estrago com vidas que os Strigois haviam feito.

          Era o dia de ação de graças. Obviamente... Eu só havia percebido pela movimentação pela Corte. Pessoas apressadas, comprando seus presentes e perus e sabe-se lá mais o que... Eu me sentia exausta.

Eu escovei — o que deveria ser a quinta vez — meu cabelo, encarando o espelho. Eu estava o que eu chamaria de horrível. Olheiras de uma péssima noite de sono. Os pesadelos haviam voltado potencialmente após o ocorrido no shopping.

Pesadelos que eu havia tido certeza que não voltariam mais à medida que o tempo fora passando. Eu podia ainda sentir cada pequena sensação...

 Eu balancei minha cabeça, tentando espantar aquelas lembranças. Eu precisava dormir... Estava perto do amanhecer para o mundo humano, e o anoitecer para o mundo Moroi. Com um suspiro frustrado, eu deixei minha escola de cabelo de lado, me perguntando se eu precisava de outro corte de cabelo. Quando escutei as batidas na porta.

Seria hipocrisia da minha parte dizer que eu não me senti nervosa, que meu coração batia forte contra meu peito, com o pensamento de poder vir a ser Dimitri e seu sorriso, perguntando se eu estava bem do outro lado da porta...

Mas eu havia escutado os boatos. E a verdade seja dita, boatos sempre têm malditos fundamentos, e o da vez era que Hans Croft, aquele tremendo imbecil, havia dado a Dimitri uns longos dias de folga. E desde então, eu não o vi. Embora ainda perguntasse frequentemente à Lissa, sua protegida, para onde ele havia ido. Mas nunca recebendo uma resposta decente.

– Hey, Rose! Você ainda não se arrumou! – Mason Ashford estava parado, encostado  na soleira da porta. Sua cabeça de cabelos vermelhos extremamente arrumada, o que fez eu me perguntar o porquê. Bem, pelo menos, parecia que ele estava de folga.  Ele sorriu da sua forma Mase, o que me fez sorrir em resposta.

– E porque eu estaria arrumada? – murmurei, abrindo a porta do quarto e o deixando entrar. E ele o fez. Mase deu uma boa olhada ao redor, à procura de qualquer perigo que pudesse vir a surgir. E logo, se sentou em uma cadeira, próxima a cama.

– Natasha Ozera está planejando um jantar de Ação de Graças, ué. Pensei que você também iria, já que você é amiga de Christian e Lissa. – deu de ombros.

– Eu não estou em clima de festa, Mase. Desista. – joguei minhas mãos para o ar, de forma desdenhosa, me jogando em um dos sofás.

– Eu soube... Bem, quero dizer. Eu não estive lá, eu estava fora com meu protegido, mas eu soube o que aconteceu com você. Que se não tivesse sido Belikov, você poderia estar morta nesse instante. – ele fez uma careta. Eu não consegui não reprimir um gemido frustrado. Eu não queria me lembrar daquilo, também... Não queria me lembrar de Dimitri, já que ele estava em algum maldito lugar por aí, com sabe-se lá quem!

– Bem... Isso não importa. Eu estou bem, para a sua felicidade – dei meu melhor sorriso. – Eu estou cansada. Não me importaria de ir dormir um pouco.

– Não minta, Rose... – ele sorriu, não sabia ele que não era nenhuma mentira. – Vamos... É só uma festa. Assim que terminar, eu a trago de volta para o quarto. Será divertido. Eu prometo.

Eu ponderei.

– Ok. – murmurei, me levantando do sofá. Mase sorriu vitorioso. – Mas sairemos cedo de lá. Eu não consigo dormir faz algum tempo.

Mason assentiu, se levantando e caminhando até a porta.

– Anda. Vá se arrumar. Você não vai aparecer por lá, com esse moletom, uh?!

Outra vez, eu sorri. Logo, eu estava fechando a porta e indo caçar alguma coisa para vestir. Encontrando um par de jeans e um suéter vermelho. Eu deixei meu cabelo, uma vez escovado e arrumado, solto e apliquei maquiagem. Me sentindo simples, e ainda assim, pronta para qualquer coisa, eu saí, dando de cara com Mase com sua mão no ar, pronto para bater na porta. Eu sorri para ele, após ele me dar uma bela olhada dos pés à cabeça.

– Estou mal? – murmurei, ele sorriu, balançando sua cabeça negativamente.

– Está ótima. – ofereceu seu braço e eu enlacei o meu no seu. Caminhamos pela Corte, à caminho do prédio onde a maioria dos “visitantes” ficavam. Tais como Natasha Ozera — segundo Mase. Assim que chegamos, demos de cara com Christian, que abriu a porta do quarto, totalmente contente. Provavelmente, comemorando por eu não estar lá, até aquele instante.

– Oh. – vacilou – Oi, Rose.

– Hey, Christian. – sorri, provavelmente, Christian não me esperava ali. Bem, nem eu me esperava ali.

Mason e eu adentramos no quarto, onde se podia escutar o som de música e das risadas altas ali. Ambos conversavam furtivamente, sobre alguma coisa que aconteceria em alguns dias. Eu apenas escutei, ignorando o que quer que possa vir a ser.

Logo, uma Moroi, com um longo cabelo preto brilhoso e envolta de seu rosto bonito que, no canto de seu rosto, em sua bochecha, podia-se ver algo que soava como uma cicatriz, caminhou até nós. Ela sorria, o que me fez acreditar que fosse Natasha, tia de Christian.

– Tasha, essa é Rose – apresentou Mason. Eu estendi uma mão e ela a pegou.

– É um prazer conhecê-la, Lady Ozera. 

– Me chame de Tasha. E é um prazer conhecer você... Eu escutei muito ao seu respeito.

– Você nem imagina o quanto – Christian fez uma careta. Tasha riu graciosamente, mas de alguma forma, fez uma careta para ele tão rápido que foi imperceptível para quem não prestava atenção.

– Bem, vamos... O jantar já será servido. – ela se afastou, indo pelo corredor. Christian, Mason e eu nos encaramos.

– Venham. Lissa está esperando vocês. – disse Christian, caminhando para outra sala, onde eu podia sentir Lissa pelo laço. Mason ainda com meu braço entrelaçado com o seu, me arrastou por um corredor de paredes pintadas de um verde musgo.

Antes que chegássemos na sala onde Lissa estava, Christian puxou meu braço, quase que rudemente. Eu o encarei, estática, assim como Mason. Christian sorriu para Mason e pediu para que o mesmo nos esperasse à frente. Mase assentiu, tomando uma distancia segura.

– Rose... – ele sussurrou, aproximando-se do meu ouvido, ainda com sua mão apertando meu braço – Hoje, por favor... Mantenha a calma. É Ação de Graças, minha tia não vem tanto à Corte. Não arrume confusão hoje.

Eu o encarei, sentindo minhas bochechas arderem. Eu sempre arranjava confusão?! E com um suspiro depois de tanto hesitar, eu assenti.

– Ok. – murmurei, e em seguida, ele soltou meu braço. Nós voltamos a caminhar, eu me aproximei de Mason e enlacei meu braço no seu novamente.

O som da sala à frente, estava ainda mais alto. Eu me perguntei se algum vizinho logo viria reclamar. E com um suspiro contido, dei de cara com uma Lissa sorridente e um Adrian já bebendo. E quem poderia vir a piorar toda a situação; Janine Hathaway.

Janine virou-se, como se pudesse ter sentindo minha presença ali. Seus cabelos ruivos e agora um pouco acima de seus ombros pequenos estavam domados em um penteado elaborado. Usava seus usuais jeans e uma camisa de mangas preta, o que me parecia de seda. Ao contrário do que eu imaginei para uma recepção vinda dela, ela apenas assentiu. Eu me senti chocada, enquanto me aproximava de Lissa e ia abraçá-la.

– Fico tão feliz que tenha vindo – sussurrou Lissa ao meu ouvido. Ela usava um vestido pastel até o joelho e seu cabelo escovado, solto.

– É. Eu não viria se não fosse pelo Mason. – sorri, me afastando um pouco.

– Acho que eu devo uma a ele. – ela sorriu.

Eu me voltei para Adrian, que ao meu notar, havia exagerado na sua bebida, mas parecia bem. Eu sabia que se ele continuasse naquele ritmo, alguém teria de levá-lo para casa.

– Hey, pequena dhampir. Você veio... – ele sorriu preguiçosamente, me puxando para um abraço. Eu o correspondi.

– Mas muito provavelmente, eu vá embora cedo, para te levar para casa. – eu disse, recebendo em resposta, apenas um sorriso. Logo, uma risada soou atrás de Adrian. E tão mal quanto ele estava, encontrava-se Avery Lazar. E eu que havia acreditado que ele estaria longe por algum tempo.

– Tenho certeza que eu não me incomodaria de você me levar para casa, Rose. – Adrian piscou. Eu reprimi minha vontade de bater nele. Um dos garçons contratados por Tasha havia me servido um drink. O que eu quase recusei, se não fosse pela minha insônia. Eu não queria voltar para casa como um Adrian da vida, mas a situação quase que pedia por isso.

Alguns instantes depois, todos tinham voltado à seus papos. Enquanto eu me perguntava se aguentaria ficar ali por muito mais tempo. E em algum momento — enquanto eu ria, e fingir estar me divertindo — me levantei, alegando ir ao banheiro. Tasha como uma excelente anfitriã, me indicara onde ficava.

Eu serpentei pelos corredores cor de musgo, procurando por qualquer lugar, até que me deparei com uma porta, no final do corredor. Eu a abri, dando de cara com uma sacada. Logo amanheceria. O vento chicoteou meu rosto, tão bem vindo, e eu o inalei.

Enquanto mantinha meus olhos fechados, caminhei pela neve, que cobrira o chão da sacada. Chegando ao parapeito. Olhando para baixo, me perguntei o quão alto seria ali.

– Rose – escutei. O que me fez pular com o susto. Mas assim que antes que eu pudesse me conter, meu sorriso aumentou, enquanto eu me virava. Dimitri estava lá, em pé, encostado contra a parede, junto à porta.

Eu me contive para não jogar meus braços ao seu redor.

Dimitri parecia parte da paisagem, tão lindo e sereno em seu suéter verde e jeans. Seu cabelo preso. Mas havia algo diferente, e aquilo só se tornou verídico quando eu olhei sua expressão. Dura.

– O que... Aconteceu? – murmurei, evitando me aproximar. Mas ele o fez, chegando centímetros de mim, me encarando com seus olhos castanhos tão duros.

– Eu conversei com Braddy. – eu congelei.

Eu senti todas as células do meu corpo se congelarem. Eu estava ferrada... Outra rajada de vento soou contra nós dois, fazendo nossos cabelos voarem. Meu sangue estava gelado, e mesmo por debaixo de tantos tecidos, eu podia sentir meu coração querer pular para fora.

– O que ele te disse? – exigi. Dimitri trocou seu peso para a outra perna, parecendo preocupado. Ele só não imaginava o quão preocupada — risque, desesperada eu estava.

– Ele me contou sobre você e os strigois. Você deveria tê-lo me dito. Ou até mesmo à Lissa. – ele cerrou seus punhos, assim como sua mandíbula e olhos. Esvaia fúria. E eu tinha medo de que ela fosse direcionada a mim.

– E o que vocês iriam fazer?! – cerrei meus punhos, eu quase gritava. A ideia de Lissa se machucar por minha causa me enfurecia ainda mais. Diabos! Eles nunca entenderiam. – Vocês não podem me proteger, Dimitri.

– Eu nunca deixaria nada acontecer com você, Rose. Eu iria te proteger. – sua voz era tão baixa. Não passava de um suspiro.

Eu deixei minha mão ser levada por si só até seu rosto, tocando-o. Dimitri inclinou seu rosto contra minha mão, aceitando a caricia. Eu me inclinei na ponta dos pés, beijando-o tão suavemente quanto me era cabido. Ele correspondeu, tão suavemente quanto eu. Eu ainda mantinha minha mão em seu rosto quando terminamos. Seus olhos que um dia fora cheios de fúria se amenizaram para carinho. E aquilo doeu como o inferno.

– Você não pode me proteger. Você não pode ser meu anjo da guarda – sussurrei. – Anjos caem, Dimitri.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Para Sempre Shadow-Kissed" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.