Os guardiões estavam atrás de mim. Faziam dois anos que eu havia sido expulsa completamente de St. Vladimir. E dentro de mim, eu agradecia por aquilo. Talvez eu não aguentasse permanecer ali... Ou talvez, eu realmente aguentasse. Por Lissa.

Lissa...

Eu sentia sua falta. E era ainda mais difícil quando eu ia dormir. Seus sonhos vinham para mim como uma avalanche. Todas as suas emoções. E por mais que eu tentasse continuar fora de sua vida, eu não conseguia.

Agora ela tinha novos amigos. Um novo namorado. Christian Ozera. Um garoto estranho que seus pais haviam se tornado Strigois por escolha própria. Mas um lado de mim me dizia com toda a convicção do mundo que não fazia mais parte de mim, a vida de Lissa. E não fazia. Mas era difícil se manter longe. Diabos, era muito difícil. Mas o mundo Moroi não mais fazia parte de mim.

Eu lutei contra os sentimentos vindos para mim, eu me lembrava dos pequenos detalhes vindos... Eu me lembrava de como poderia ser uma Guardiã. Eu poderia estar formada agora. Diabos, eu poderia ter me tornado a guardiã de Lissa.

Eu puxei meu casaco mais para mim, como se pudesse diminuir mais o frio que Montana me trazia. Eu odiava aquele lugar, mas eu não mais tinha dinheiro para fugir para um lugar melhor. Era como se eu tivesse me estabilizado ali. Os Moroi não mais ligavam para mim, me deixando a deriva no mundo, como uma meretriz de sangue. E no fundo, eu não sabia se aquilo era bom ou ruim.

Eu me vi adiantando meus passos na escuridão de um beco. Eu era mais forte do que qualquer humano que pudesse me atacar, mas também, havia o fato de não haver apenas humanos no mundo. Eu havia abandonado o mundo Moroi, mas havia também as criaturas noturnas. Strigoi.

Mas eu podia ter certeza de uma coisa. Eu estava sendo seguida.

Eu observei as sombras nas paredes, mas não havia muitas ali. Nenhum humano teria percebido que havia alguém mais ali, exceto que eu não era humana. Sendo uma dhampir, eu podia escutar melhor, e sendo que eu havia tido o principio de um ensino para me tornar uma guardiã, eu sabia melhor. Eu realmente estava sendo seguida.

Eu apressei meus passos, como se fosse alguma maldita forma de me provar que não estava, e talvez... Para ter certeza. Os meus perseguidores continuaram no mesmo ritmo.

Eu adentrei em outro beco, um com varias saídas. Golpe de sorte... Lutei para que fosse. Eu tinha medo de enfim Janine descobrir que eu não estava morta e vir por mim. Eu me escondi em um canto escuro, perto de alguns latões de lixo. Me abaixando cautelosa e cuidadosamente, eles não me encontrariam, pelo meu tamanho.

– Vá por aquele lado! – alguém com um sotaque ridículo ordenou. Talvez o líder da operação “vamos pegar Rose Hathaway”. E logo, eu avistei a sombra de alguns homens correndo para fora do beco onde eu estava. Eu lutei contra o suspiro que me veio aos lábios. Eu não seria pega. Não depois de tudo.

Logo, tudo se tornou silencioso novamente. Exceto pelo som dos carros distante, na saída do beco. Eu me permiti suspirar, silenciosamente. E tirando um pequeno espelho da minha bolsa, eu o posicionei para que eu pudesse ver direito ao redor sem que fosse vista, nem o espelho notado. E não havia nada.

Eu me permiti, depois de alguns outros segundos, suspirar e levantar. Limpando meus Jeans e caminhando para fora da escuridão. Foi exatamente quando eu senti uma mão me agarrar.

Merda! Eu havia sido capturada por Guardiões.