MARI’S POV

Eu acho que me despedir foi a coisa mais difícil que eu já fiz, e olha que nem foi uma despedida real. Será que os meninos tentaram ir lá em casa? Será que eles tentaram me impedir de ir ? Acho que não . Eu sei que ele não me amam, do jeito que eu os amo,mas mesmo assim.. Eles sempre vão ser os meus melhores amigos.

Encostei a cabeça no vidro gelado do avião,pensando em como nunca mais os veriam,quero dizer tirando a fama deles,mas eu nunca mais vou abraça-los,nunca mais vou ouvir aquela risada do Louis,os conselhos do Liam, do espelho d zayn .. Me deu um aperto no coração,fechei os olhos tentando ir para qualquer lugar,qualquer lugar aonde eu esteja perto deles,aonde eu volte a “morar “ com eles, um lugar aonde essa criança não exista.

No fundo eu sabia que a culpa não era da criança,muito menos do sinistro.Eu acho que tudo estava escrito nas estrelas,eu nunca vou poder ser feliz,sempre vai ter alguém me impedindo. Eu estava deixando o meu amor para tras e a única coisa que eu podia fazer era chorar.

O sono chegou mais rápido que eu esperava,fechei os olhos e acabei adormecendo.

( Recomendo que escutem : http://www.youtube.com/watch?v=f1tVk-QlBKs )

SONHO

Estava de volta aquela arvore, a arvore onde tudo começou,aonde eu estava morta e o Niall chorava por mim, estava vendo tudo o que acontecia ao meu redor,só que dessa vez foi diferente.Eu via duas de mim, uma sorrindo,como se debochasse de mim, e a outra chorando,meio que sangrando. De repente, eu vejo o Niall abandona meu corpo na floresta, e sai andando em busca de algo.Ele esta ouvindo algo,esta seguindo o som de algo,eu não consigo ouvir,eu tento mais infelizmente eu não escuto nada.

Ele esta abaixando,tem algo atrás do arbusto eu só não consigo ver.Ele pega e levanta,quando eu me dou conta,é uma criança.Ele esta segurando uma menina, uma criança linda,morena dos olhos azuis. Começo a me aproximar mais e mais dos dois, ele começa a fazer carinho nela, os dois são lindos juntas, a primeira coisa que eu consigo ouvir é a risada da menina, os olhos do Niall estão cheios d’água.

Eu percebo que ele esta colhendo flores, linda margaridas. Esta botando ao meu redor,me cobrindo com flores,eu sinto,sinto as pétalas de flores encostando em minha pele, eu sinto quando ele pega a minha mão e bota flores dentro delas. Eu sinto seu beijo em meu rosto, um beijo de despedida. As lagrimas correm pelo o seu rosto,consigo ouvir o seu batimento cardíaco. Ele me da um ultimo sorriso e simplesmente diz um “ eu te amo “ sem voz, só sei pela a leitura labial. Com a criança no colo,ele chega perto do meu corpo sem vida, faz a doce menina me dar um beijinho e vai embora. Me deixando para tras, caminhando na floresta com a linda menininha, brincando com o seu cabelo. Com uma ultima virada de rosto,olha de novo para o meu corpo e diz em voz alta:

– Eu nunca vou te esquecer,eu te amo. Essa criança é a prova do nosso amor.

Lagrimas descem mais rápido pelo o seu rosto,abraça a menina com mais força,da um beijo em seu rosto e percebo que ele diz “ Você é nossa menininha “ . E ele vai embora,andando em direção ao por do sol, o lindo sol estava brilhando mais uma vez.

Eu percebo indo embora,o meu corpo ainda esta em volta das flores,linda flores. Eu sei que nunca mais vou voltar para aquele mundo, eu sento do lado do meu corpo e começo a chorar,passo a mão em meus cabelos sem vida e tudo fica preto.

FIM DO SONHO

Eu acordei desesperada,o meu coração estava muito acelerado,eu estava chorando muito. Eu enxugo a lagrima do meu rosto,abraço com força as minhas pernas,estava tremendo tanto que nem percebi que uma pessoa estava do meu lado.

– Você esta bem ? – perguntou um menino de cabelos castanhos e grandes olhos azuis. Parecia ter mais ou menos a minha idade.

– Estou – respondi,soluçando. Ainda estava tentando voltar para a realidade.

– Bom,mas você não parece bem .. – ele insistiu

– EU ESTOU BEM OK ? – eu disse, o poder das palavras foi maior.Eu tentei me segurar para não chorar,porém,simplesmente não consigo, eu desabafei. Desabei na frente de um completo estranho,que aposto que depois de sair do avião iria ficar rindo de mim. Que odio,por que eu era tão fraca ? Virei o rosto para a janela do avião tentando o ignorar.

– Desculpa,eu só fiquei preocupado. Eu ia te acordar em quanto você dormia,mas eu achei melhor não. Você parecia feliz e triste ao mesmo tempo. Só dizia dois nomes “ Niall e Melanie “. Quem são eles ? – eu não respondi nada – desculpa,deve ser estranho para você,quero dizer,uma pessoa que você nunca falou na vida.

– Ah ... – eu comecei dizendo,mas por um momento eu parei para pensar. MELANIE ? QUEM ERA MELANIE ? Será,que era o nome da pequena menina ? Mas eu não a conhecia,quero dizer,eu não lembro de ter visto ela na minha vida. E tem mais,eu não lembro de ter chamado ela assim no sonho, que esquisito.

– Ah .. ? – ele perguntou, nossa como era insistente.

– Desculpe,mas eu não lembro direito do sonho – eu disse,mas ele não acreditou.

– Já sei, não quer contar tudo bem . – ele ficou meio triste,mas se tinha uma coisa que eu tinha aprendido nesse tempo em londres,era não confiar em estranhos.

– Desculpa .. – por que eu estava me desculpando ? Eu não fiz nada errado. – é que eu estou meio triste. – por que eu estava contando isso para um completo estranho ?

– Tudo bem,mas não fica triste. Quero dizer,eu nem sei o motivo e eu não vou te perguntar,você deve querer guardar isso para você . – disse dando um sorriso muito fofo.

Nossa,ele era meio embolado nas palavras,mas mesmo assim era fofo. Era estranho por que já confiava nele,não sei,esse era o meu problema confiava rápido demais nas pessoas. Daqui a pouco o avião pousa e eu nunca mais olho para a cara dele.

Falando em avião,eu tinha esquecido do meu medo. Foi tudo tão rápido,deixar Londres,deixar o meninos que eu tinha esquecido do meu medo de altura,de avião de tudo.Eu nunca fui muito fã de montanha russa mesmo. Algumas horas se passaram,a chuva só piorava.Eu não sabia se o aperto no coração era por causa dos meninos ou por causa do medo,mas ..

O meu pensamento foi interrompido, pela a grande turbulência, o avião estava balançando muito ,“ Senhores passageiros,por favor permaneçam sentados e coloquem o sinto de segurança “ a voz da aeromoça ecoavam no avião. Todos começaram a entrar em desespero depois de um tempo, o avião não parava,só piorava cada vez mais . O pânico foi aumentando,pessoas chorando. Na hora que o avião caiu para frentes,todos gritaram, o avião caia um pouco e levantava. O medo foi tanto que eu peguei na mão do desconhecido que estava tão apavorada quanto eu :

– Deus,por favor,faça o avião parar com a turbulência,por favor. – eu implorei.

Eu senti a mão do menino me apertando mais, olhei nos olhos,aqueles olhos azuis que expressavam desespero.

– Calma,vai ficar tudo bem.

– Promete ? – eu grite,por que era tanta pessoa chorando,gritando,que nem dava para ouvir.

– Prometo.

O avião estava caindo cada vez mais, choro de crianças estavam mais altos, namorados abraçando uns aos outros, famílias chorando abraçadas,aquilo tudo soava mais com uma despedida.

O meu coração estava acelerado demais,eu quase não tinha mais pulsação,estava chorando muito. Eu só conseguia pensar em 5 pessoas,se eles viriam na minha despedida,mas eu lembrei que tinha mais uma pequena pessoinha que dependia de mim,passei a mão na barriga e senti de novo, aquele chute. Eu tinha raiva mas ao mesmo tempo amava, eu sabia que era real agora.Pude sentir o olhar do menino para a minha barriga,tentando entender o por que de eu estar passando a mão na barriga nessa hora.

Depois de alguns minutos, a turbulência passou,todos ficamos mais calmos. Alguns soluços ainda eram ouvidos no avião,algumas pessoas ainda estavam desesperadas. “Senhores passageiros,desculpem pelo transtorno. Estamos quase chegando ao nosso destino”.Aquilo soou como música para os meus ouvidos, não consegui me conter e esbocei um grande sorriso. Percebi que ainda estava de mãos dadas com o menino.

– Desculpa – eu disse sem graça.

– Tudo bem,todos estávamos com medo. – ele sorriu

– Eu sempre tive um pavor de avião – eu disse

– Medrosa – ele riu – eu sempre fui muito corajoso

– É,eu percebi pelo o seu olhar na hora da turbulência – eu disse sarcasticamente

– Aquilo tudo era encenação – ele riu

– Ate parece – eu dei um tapa em seu braço, como se fossemos grandes amigos.Continuamos conversando um pouco, ate que o avião parou. Levantamos e fomos em direção da porta. Apenas sorri e disse:

– Então é isso, adeus.

– Adeus – ele retribuiu com um sorriso.