Just In One Direction escrita por CostaSalazar
- A estas horas? Mas quem é o filho da pu… - Reclama antes de atender.
- Está sim? Imagino que seja Menina Débora.
- Quem fala? Sabe que horas são? – Resmunga.
- Desculpe. Fala Dr. James Preston do Hospital de Chelsea e Westminster… - O coração da loira disparou. - … e estamos aqui com um problema.
- Como assim, desculpe mas não estou a perceber.
- É o seguinte: um rapaz deu entrada aqui no hospital, acerca de uma hora, em estado relativamente grave, só que não temos qualquer identificação. A única referência que temos disponível é o telemóvel, cuja última chama foi para si. De tal forma… Não sei se faz ideia de quem eu estou a falar…
- Niall… - Murmurou Débora com uma gorda lágrima no olho.
- Desculpe?
- Eu vou já aí. Hospital de Chelsea e Westminster, certo?
- Sim. Esperamos então. Obrigado e desculpe mais uma vez pelo incómodo noturno.
A loira desligou sem conseguir dizer mais nenhuma palavra. Desatou a chorar, sufocada. Tinha de ir para o hospital mas não sabia como. Acalmou-se um bocado e lembrou-se da pessoa em quem mais confiança tinha para telefonar aquelas horas. Entre choros, a loira não hesitou mais:
- Zayn! Por favor, Zayn! Desculpa acordar-te, mas veste-te e anda cá ter.
- Débora? Tu estás bem?
Os rapazes no quarto de Zayn começaram a reclamar, a pedir para ele desligar. Queriam dormir.
- Zayn! É urgente. Por favor!
O rapaz, mais desperto, saiu do quarto para falar mais à vontade. Via a aflição na voz da amiga, mas queria perceber o que se passava.
- Tem calma Débora! Queres que eu vá aí porquê? O que se passou?
- Eu explico-te depois. Anda rápido. Temos de ir para o hospital e tu és a única pessoa a quem eu posso recorrer. Por amor de Deus! Ou de Allah, ou que tu preferires, mas anda!
- Hospital? Mas o que tens?
- Eu nada, é outra pessoa. Mas anda! – Enerva-se Débora.
- Pronto. Eu vou já.
- Obrigada.
- Tem calma!
- Está. Mas despacha-te!
A loira estava realmente preocupada. Sentia o coração apertado e só queria ver Niall. Decidiu não dizer nada a Zayn pelo telemóvel porque não queria alertar os amigos e deixa-los a todos igualmente preocupados. Também era melhor não gerar a confusão no hospital. Achava que era o melhor a fazer. Nem sabia o que tinha acontecido e só imaginava que talvez Niall tivesse sido assaltado, atropelado, que tivesse tido um acidente ou algo do género. Mas fosse o que fosse, sentia necessidade de o ir ver. Foi-se vestir e minutos depois já Zayn lhe estava a dar um toque para o telemóvel. Depressa correu para a saída só que Mónica nessa altura chamou-a:
- Débora? Onde vais a estas horas?
- Estás acordada?
- Vim beber um copo de água. Mas onde vais?
- Depois falamos. Desculpa. Não te preocupes comigo. Eu estou bem.
- Débora!
A loira fechou a porta e foi à sua vida. A prima obviamente ficou preocupada. Passava das 3h30 da manhã e no dia a seguir tinham aulas e ela estava a sair… Mas para onde? Foi olhar a janela e viu-a entrar no carro de Zayn. Ficou ainda mais confusa. Conhecia bem a fama de mulherengo do rapaz e sempre pensou que a relação dele com a Débora era amizade, uma amizade bem bonita aliás, mas só isso. Não… Não imaginava a prima a cair nas garras de um come-todas. Não… Ela detestava esse tipo de rapazes. Não tinha lógica. Mas então que iria ela fazer com ele àquelas horas da noite?
- Então loira que se passa? Podes explicar tudo agora?
Débora não se conseguiu conter e desatou a chorar. Zayn abraçou-a.
- Ouh, ouh! Tem calma linda. Pronto. Se não quiseres falar agora, não falas.
- Desculpa Zayn.
- Não tens nada de pedir desculpa. Diz-me só então para onde queres ir.
- Hospital de Chelsea e Westminster.
O rapaz, preocupado com a amiga, começou a conduzir tendo-a sempre em atenção. Ela deitara a cabeça no vidro e ia relembrando as últimas palavras que dissera ao Niall, bem como todos os gestos mais rudes que tivera para com ele. Não sabia explicar o porquê mas sentia remorsos de tudo isso. Era como se lhe faltasse dizer-lhe qualquer coisa e tivesse medo de não lhe poder vir a dizer. Sentia-se culpada por ele estar naquele hospital. Se não fosse por ela muito provavelmente ele estaria em casa a dormir sossegado.
- Desculpa fofinha mas… Eu estou a ir para um hospital e é natural que queira saber o que se está a passar.
- Eu prometo explicar-te tudo quando pararmos em frente ao hospital.
O rapaz sentia-se muito preocupado. Sabia que tinha de ser algo muito grave para a sua amiga o chamar a meio da noite e querer ir a um hospital.
- Pronto. Chegamos. Podes agora explicar-me tudo?
Ela soltou um leve riso de nervosismo.
- Ó Zayn, o Niall? Ninguém deu por falta dele? Tu, que te levantaste a meio da noite, não reparaste que a cama dele estava vazia?
- O Niall? Eu… não. Não Débora! O que se passou com o Niall? Como é que tu soubeste?
- Ligaram-me do hospital porque… - A loira voltou a chorar. – Eu fui a última chamada dele. Ele está sem documentos. Só tinha o telemóvel.
- Mas tem calma. Explica-me o que é que se passou com ele.
- Não sei! O médico não me disse. Só disse que era grave.
Zayn suspirou como para evitar o choro.
- Ai Niall, Niall… Que andaste tu a fazer?
Débora fez-lhe uma festa no rosto e sorriu.
- Tão lindo. Gosto tanto desse teu lado sensível.
- É meu amigo Débora. Para mim é um irmão. Ele e os outros com quem divido a casa. São os irmãos que sempre pedi aos meus pais e eles nunca me deram.
Débora sorriu mais uma vez.
- Vá, sê forte. Temos de entrar.
Já dentro do hospital pouca informação sobre Niall tinham conseguido. Tentavam falar com todos os médicos mas ninguém sabia nada. Até que conseguiram encontrar o médico que falar com Débora ao telemóvel.
- Dr. Preston… - Chamou-o ela.
- Sim menina…
- O doutor falou comigo por causa de um rapaz que cá deu entrada sem qualquer tipo de identificção…
- Ah… sim sim. Precisava aliás que deixa-se os dados dele na secretaria se fizesse o favor.
- Mas doutor, podemos vê-lo? – Pergunta ela
- Ele neste momento está nos cuidados intensivos.
- Doutor o que se passou com ele? – Intervém Zayn.
- O vosso… amigo, penso eu…
- Sim, sim. Amigo. – Confirma Zayn.
- Pois bem, ele chegou cá em coma alcoólico e com uns ferimentos no braço. Foi um anónimo que reportou o caso e não sabemos mais nada.
- Mas está em estado muito grave? – Pergunta a loira.
- É assim, o coma alcoólico costuma-se resolver facilmente ao injetar glicose no sangue só que o caso do vosso amigo complicou-se um bocado. É que nestes casos o tempo é crucial e ele chegou cá, ao que nos pareceu, muito tempo depois de entrar em coma e isso pode vir a ter as suas consequências…
- O que quer dizer com isso doutor? – Preocupa-se Zayn.
- Não vamos pensar no pior. Mas não precisam de se alertar tanto porque o vosso amigo não está de todo em perigo de vida. E vamos fazer o possível para que ele recupere totalmente e não fique com sequelas devido ao efeito do álcool em excesso. E agora, se me dão licença…
- Mas doutor, só mais uma questão: quando vamos poder vê-lo? – Volta a questionar Débora.
- Talvez daqui a umas horas seja já possível. Enquanto isso tratem de preencher a identificação dele na secretaria.
- Obrigado doutor. – Agradece o rapaz.
O médico afasta-se e Débora abraça o amigo a chorar.
- Ouviste Zayn? Ele disse que o Niall pode ficar com sequelas devido a isto.
Zayn nunca tinha visto assim a amiga. Nem sabia muito bem como lidar com ela naquele estado. Abraçou-a e de seguida segurou-lhe nos braços e pediu-lhe para ela o olhar nos olhos.
- Tem calma! Ouve-me: tem calma Débora. Acredita em mim: o Niall vai ficar bom e vai voltar para casa e ser aquilo que ele sempre foi.
- Mas Zayn…
- Mas nada! Não acreditas em mim?
Ela olhou-o bem fundo nos olhos e acalmou-se. Abraçaram-se de novo e ele afaga-lhe a cabeça como se de uma filha se trata-se, tentando esconder a preocupação que ele próprio sentia.
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