Just In One Direction escrita por CostaSalazar


Capítulo 60
Capítulo 60




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Niall estava já mais calmo. As conversas com a Sofia tinham esse poder. Ela sabia ouvir e aconselhar e naquele momento era mesmo isso que ele precisava… para além de um bom jantar. No final de comerem e de uma conversa animada, Sofia ia acompanhar Niall à saída. O rapaz necessitava de descansar um bocado e de se refugiar no silêncio da sua almofada. No entanto, ao chegar à porta, recebe uma mensagem. Pegou no telemóvel, confiante de que seria um dos companheiros de casa, quando leu “Mónica” no visor do seu telemóvel. O coração bateu mais forte. Já imaginava o conteúdo daquela mensagem. Olhou para a amiga com um sorriso esperançoso, deixando-a curiosa:

- O que foi Niall?

- A Mónica. É a Mónica!

- O que é que ela diz?

- Não sei. Mas acho que é o número da Débora.

- A sério?

- Ya!

- Abre a mensagem!

O loiro abriu e constatou o que mais lhe agradava.

- Tens de lhe ligar, já! Ou melhor, daqui a bocado. Vais para casa e ligas lá. Assim ficas mais à vontade para falares.

- Achas que devo ligar agora mesmo?

- Claro Niall! Vê se acabas com esse sentimento de ansiedade. Isso faz-te mal!

- Tens razão. Obrigado por tudo. Adoro-te miúda!

O rapaz despede-se da amiga e voa ao seu carro.

Niall começou a conduzir e achou melhor não ir para casa. Era melhor parar em algum sítio calmo para telefonar a Débora e não ter ninguém a ouvir. Ia-se sentir mais à vontade para lhe dizer tudo o que ele sentia. Decidiu ir até ao rio Tamisa. Só que no caminho para lá começou a sentir-se sem coragem para lhe telefonar. Não sabia o que lhe dizer porque tinha a certeza que ela ia ser, como de costume, difícil. Ele não sabia lidar com isso. Então continuou a conduzir, perdendo um pouco a noção de por onde andava. Também Kelly lhe vinha ao pensamento e isso fazia o seu coração contorcer-se. Por fim parou o carro. Saiu e logo viu um barco-bar. Sabia que não devia, mas entrou para beber qualquer coisa para ganhar coragem para telefonar-lhe. Pagou e saiu com uma outra garrafa de cerveja na mão. Andou um bocado e, enquanto isso, pegou no telemóvel e lentamente procurou o número da Débora. Sentou-se por fim no muro de frente para o rio, sorveu um longo gole da sua cerveja e por fim ganhou coragem e carregou na tecla de chamada.

- Sim.

- Débora?

O coração da loira começou a bater a mil. Reconheceu a voz, mas ainda assim perguntou:

- Quem fala?

- Débora, não desligues por favor. É o Niall.

- Está. Eu não desligo, mas quero uma explicação para teres o meu número.

- Isso não importa Débora. Eu preciso de falar contigo.

- Tens sempre o que falar comigo. Eu não entendo. É assim ó Niall, fala de uma vez por todas e deixa-me em paz.

- Deixa de ser tão dura. Sabes que o facto de eu ser rapaz não implica que eu seja um insensível, que não tenha sentimentos.

Do outro lado a loira suspirou.

- Sim… É isso que tens para me dizer?

- Não. Primeiro quero pedir-te desculpa pela vergonha que te fiz passar no domingo. Ainda por cima era a tua festa e eu…

- Pois, estragaste-a com aquela cena.

- Pois.

- E é só isso?

- Não. Espera. – O rapaz, como ganhando coragem, pausa um bocado e respira fundo. – Eu quero, preciso que saibas que tudo o que eu disse era, e continua a ser, a mais pura verdade. Débora, eu…

- Niall, não. Eu lamento mas não te correspondo a esse sentimento. E agradecia que tentasses esquecer isso porque senão não nos vamos dar.

- Mas Débora…

- Relativamente a domingo estás perdoado e espero que não volte a acontecer. De resto, acho que não tens mais nada a dizer por isso, desculpa, mas tenho de desligar.

- Débor…

Era tarde de mais. Ela tinha já desligado. Sentiu um misto de raiva e tristeza. Pegou na garrava, meia cheia ainda, e bebeu num só trago o que restava atirando-a no final com toda a força ao rio. As lágrimas mais uma vez desciam-lhe pelo rosto. Só sofria por culpa das raparigas. Só para isso elas entravam na sua vida. E como se não bastasse ter de sofrer por amor pela Débora, tinha ainda a consciência pesada por estar a fazer com Kelly a mesma coisa que Débora fazia com ele. Entendia o sofrimento da amiga e isso deixa-o com uma raiva descomunal a si próprio. Limpou as lágrimas, respirou fundo e voltou ao bar. Sentou-se e a partir daí nunca mais voltou a ter noção das horas. Bebeu uma, duas, três… muitas cervejas. Começou a sentir-se tonto mas ainda assim não parou. O homem do bar tentou aconselhá-lo a não beber mais, contudo o loiro impôs-se ameaçando escrever no livro de reclamações se não fosse servido. E ali estava o pobre irlandês a um canto do bar entre lágrimas e álcool.

O próprio barman tinha já perdido a conta de quantas cervejas Niall tinha consumido. No entanto o bar estava a fechar e o empregado teve de avisar o rapaz. Foi ao computador fazer a conta e apresentou-a. O loiro sentia-se com sono e bastante zonzo mas dizia estar ainda bem. Pagou o que devia mas exigiu que lhe dessem uma garrafa de vodka. Pagava quanto eles quisessem. Não era habitual venderem garrafas de bebidas brancas mas também não queriam escândalo e assim dispensaram a garrafa ao loiro. Pouco dinheiro lhe sobrou no bolso. A aventura saíra-lhe cara.

E agora ali estava, fora do bar, diante do Tamisa, com uma garrafa na mão, sem ter noção de tempo ou lugar mas continuando a ter o coração feito num oito. Aquele sono! Tinha noção de que não podia conduzir, mas também não tinha dinheiro para um táxi. O sono continuava a apoderar-se do corpo dele, mas ele não cedia. Abriu a garrafa e vodka e de repente sentiu uma vontade enorme de chorar. A tristeza transformava-se numa enorme dor física. Ali, sentado no chão, encostado ao muro, aproximava os joelhos da face e agarrava-os com os braços, chorando. Levava as mãos à cabeça com um grande desespero. Não sabia o que fazer para remediar todo o sofrimento que o rodeava. Bebia, chorava, exclamava o nome de Débora e de Kelly, dizia querer desaparecer, morrer, não fazer mais ninguém sofrer e não sofrer mais ele próprio também. Começou a perder os sentidos. Via tudo branco, deixou de ouvir o rio e os carros a passar, a garrafa escorregou-lhe das mãos, partiu-se e ele ali caiu, desmaiado.


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Notas finais do capítulo

Os acontecimentos deste capitulo vao influenciar muito os proximos capitulos. Esperamos que continuem a acompanhar ;)



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