Alguns dias antes - Casa do Matthew

Matt estava sem fazer nada como de costume, mais cedo recebeu um telefonema de Joseph do time de basquete dizendo que Samantha estava internada em coma por qualquer motivo. Ele não ligou, não se importou, não sentiu pena, muito menos compaixão, ela era apenas uma garota no qual gostava dele e ele tinha nojo. Missie saiu do banheiro depois da tarde deles juntos, havia tomado uma ducha e claro ela também não era nada para ele. Matthew Campbell era o tipo que de garoto que só amou uma vez e mesmo assim fez uma burrada que vale por toda sua vida, digamos que o seu ego é enorme que nem cabe em si mesmo.

Mas parece que todos devem um favor para Missie e ela sempre cobra.

- Soube que minha amiga Samantha está internada. - Missie disse sentando ao seu lado

- O que você quer Missie?

- Nada, apenas um favorzinho.

- Mais? Não é muito te ajudar a tirar eu da sua amiga, forjar sua gravidez e ainda ser sustentada por mim?

- Não, eu acho que não. - sorriu

O loiro a olhou, tudo o que o prendia naquela menina era o fato de ela saber de seu passado aguado, digamos assim, tirando isso poderia a jogar da sua vida de vez.

Miss continuou:

- Sabe o que eu acho? Que seria muito engraçado ver a cara dos seus pais quando souberem que foi você que matou a Marie, iria acabar com essa sua marra de play boy bem rapidinho e já pensou em ficar sua vida toda na cadeia? Por que realmente, alguém abusar da própria irmã quando ela tinha apenas 12 anos é algo assustador, ainda mais quando a irmãzinha adorava isso e por um acaso engravidou. Que eu me lembre você pediu para ela tirar o bebê, tanto por que ele poderia nascer deformado por conta do incesto, mais não, Marie amava muito o irmão, o homem da sua vida para tirar o que os unia. Aí teve a grande festa, Enzo queria sua irmã, ela te amava e recusou, então ele a empurrou no riacho e claro, você nada bobo finalizou a morte da sua querida irmã, afogando-a na água. Nenhuma digital encontrada por conta dos dias em que a garota ficara na água, seu filho morto junto e caramba, sua atuação foi terrivelmente incrível. - a loira bateu palmas, mostrando seu entusiasmo, estava sorrindo e de repente uma expressão fria e calculista tomou sua face - Então Matthew, faça tudo o que eu mando, inclusive ir ao hospital fingindo de arrependido e dizer que ama a Samantha fazendo-a acreditar que é de verdade.

- Por que você quer que eu o faça? Ela já não está sofrendo o bastante?

Missie o olhou, parecia uma psicopata, apenas tirando seu olhar de dor.

- Não, ela nunca vai sofrer o bastante, não enquanto eu estiver por perto.

Matt não ousou em responder, sabia que aquela garota era louca, estava fora do juízo normal e se algum já esteve nele isso nunca demonstrou. A garota continuou:

- Enzo se afastou, claro por que eu mandei, ela foi procurar por ele e viu ele na cama, com a Lindsay, a dada das lideres. Coitadinha, caiu da escada, não estava nos meus planos, mas achei muito bom, Enzo ainda no seu ato de amor salvou a vida dela, mas não vai se aproximar dela e sim você meu anjinho. - a louca da cabeleira loira apertou a bochecha de Matt

- Enfim, qual o propósito disso tudo?

- Você é mesmo loiro né? Claro que é pra Samantha não se aproximar do Enzo e quando ele estiver bem longe ai você dá um chute nela.

- Ah, agora eu entendi. Mas sinceramente me dá nojo só de pensar naquela menina ruiva, beijar a boca dela e ainda dizer que eu a amo. A única pessoa que sou capaz de amar é a mim mesmo e já está bom demais.

- Fica tranquilo Matt, isso só vai durar até o depois baile, temos que torcer pro Enzo não estragar tudo.

- Como assim, você falou pra ele? - perguntou apavorado

- Não né, mas o Enzo é um muito bonzinho né e todo apaixonado pela ruivinha lá, pode babar tudo contando pra ela. E quem se ferra meu bem, sou eu e você junto. Então tenho que dar um jeito de ele não falar nada. - respondeu, pegando sua bolsa e indo em direção à saída

Matthew pegou no seu braço, a puxou pra perto de si e a beijou, sem paixão, apenas desejo e luxuria. Missie se afastou dele, deu uma risadinha sexy e limpou o cantou dos lábios arrumando o batom vermelho vivo.

- Já te falei que você é muito gostosa? - disse animado

- Já e já te falei que você é apenas meu cúmplice amorzinho? - sorriu

Missie virou e saiu do quarto do garoto, que alguns segundo ouviu a porta batendo. A solidão acompanhou a menina até sua casa, morava sozinha há muito tempo desde que foi expulsa de casa por seu pai, ela sentia uma falta enorme da sua mãe. Assim que abriu a porta um menininho loiro veio correndo, ela o pegou e o abraçou forte.

- Como foi seu dia meu amor? - perguntou o colando do chão

- Foi bem legal, eu fui pra escolinha e depois a babá me levou para o parque Central. - o menino respondeu enrolado como uma criança comum

- Nossa que divertido, já tomou um banho?

- Não, não.

- Então vou te dar um banho pra você ficar bem cheiroso pra mim. - ela riu

- Que maneiro, adoro banho!  - o menino foi correndo para o banheiro

- Tira a roupa que já estou indo Phillip.

A babá Lilian apareceu na sala.

- Boa noite dona Missie!

- Boa noite Lily, ele se comportou bem hoje?

- Sim, ele é um bom menino, você tem sorte de ser mãe dele.

- Tenho mesmo não é? - Missie disse sorrindo - Se quiser já pode ir pra casa, está dispensada.

- Obrigada, deixa um beijo para o Phill.

- Pode deixar.

Lilian pegou suas coisas e saiu da casa. Missie foi para o banheiro dar banho em seu filho, ela o olhou sorrindo, amava muito aquele garoto e única parte boa dela era ele. Talvez não fosse necessário fazer tudo aquilo com Samantha, não ser tão ruim, mas doía tanto a traição da amiga, um segredo somente dela e que jamais ela poderia esquecer.  Missie lembra que Samy ficou parada, sem fazer nada, enquanto ela estava sendo levado por quatro homens para um beco escuro, deu nojo só de pensar. Não havia um dia que não se lembrasse disso, que sentia raiva daqueles homens que acabaram com sua infância, ela só tinha 13 anos e ainda era uma criança. E então olhava para seu filho, uma partícula boa daquela grande tragédia, ela perdeu tudo, menos o filho, seu menino. Phill, como todos chamavam agora estava limpo e sorridente como sempre.

- Mamãe? – a chamou

Ela o olhou sorrindo fraco, tocou em cabeça loira com delicadeza, ele era a cópia dela.

- Diga meu amor.

- Amanhã é meu aniversário de 5 anos! – exclamou

- Como eu poderia esquecer o dia em que minha vida nasceu?

Phillip riu bobinho, os olhos fechando e logo veio o bocejo enorme.

- Eu te amo mamãe. – murmurou

- Eu te amo mais.