Eu estava olhando pra minha imagem naquele espelho do vestiário feminino, no qual só havia eu lá, todas as lideres foram embora depois da vitória da nossa escola. A menina ruiva que usava um vestido branco soltinho com um cinto dourado no quadril, sapatilha vermelha, maquiagem básica e um batom bem vermelho, sorria como nunca, eu sorria como idiota na verdade. Sinceramente não acredito que vou sair com ele, o Matt, o menino que amei minha vida toda, que drama, tudo bem parei.

Dei mais uma olhada e sai me deparando com um loiro parado na porta do vestiário muito cheiroso e lindo, como sempre. Matthew deu sorriso singelo, jogou o casaco sobre os ombros e começou a andar junto comigo.

- Já pode tirar esse do rosto loirinho, hoje eu não... – Matt me interrompeu antes que terminasse

- Qual é Samantha, desarma um pouco vai e olha pra frente.

Assim o fiz, tinha uma limusine preta parada bem na porta da escola, agora minha boca tinha um formato de ‘’O’’.

- Fecha a boca pra não entrar mosca ruivinha. – Matthew passou por mim e abriu a porta do ‘’carro’’ esperando eu entrar. Agora seu sorriso era zombeteiro.

- Rá, rá, rá, engraçadinho.

Entrei no carro e o loirão logo em seguida. Foi um silêncio total durante o trajeto, algumas vezes Matt pegava na minha mão e como eu não podia dar mole, empurrava-o para longe de mim, ele já estava de saco cheio e eu querendo rir. Chegamos ao tal lugar, o motorista abriu a porta pra mim e fiquei de boca aberta ao sair do carro.

- Um parque de diversão? Você parou o parque mais frequentado da cidade para o nosso encontro? – perguntei ainda boba

- Como você pode ver Sammie, eu fiz isso.

O parque era extremamente grande, o meu parque de diversão preferido da cidade. Agora estava pouco iluminado, pequenas luzes coloridas passavam pelos brinquedos, deixando uma aparência fofa e romântica, balões em formato de coração estavam por todo local, tocava uma musica lenta e tinha agora uma pessoa corada, eu. Matthew se aproximou de mim, colou seu corpo ao meu e começou a balançar lentamente no ritmo da musica, me fez recostar a cabeça em ombro, estávamos dançando ou tentando, por que eu não sei dançar.

- Se você perceber Matt, eu não sei dançar e acho que não é muito legal ficar assim ... Tão próxima de você. – me afastei dele

- Isso é um problema sabe, você não saber dançar. – ele se aproximou

- Como assim? – me afastei

- Por que você vai ter quer aprender dançar para ir ao baile comigo. – se aproximou ainda mais e agora me segurava firme em seus braços.

‘’Um segundo na minha mente:

NOOOOOOOOOOOOOOOOOOSSAAAAAAAAAAAAAAAAA, NÃO ACREDITO, PULA SAMANTHA, NOOOOOOOOOOOOOOOOOOSSAAAAAAAAAAAAAAAAAA, NOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOSSA, COMO EU SOU SORTUDA, DEPOIS DE TANTO TEMPO, NOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOSSAAAAAAAAAAAAAAA, NEM ACREDITO, QUE VONTADE DE AGARRAR ESSE LOIRO DELICIA, NOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOSSAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!’’

- Ah, eu posso pensar, quem sabe, tem tanto tempo para o baile ainda, vamos ver.

Matthew sorriu, era sacana seu sorriso, ele olhou em meus olhos e quando percebi, seus lábios já estavam no meu e sua língua pedia passagem. Dei passagem para o beijo e retribui com toda vontade do meu ser pequeno e ruivo. E era isso, talvez não tão lindo pra vocês, mas para mim foi mais que lindo, considerado meu primeiro beijo da minha vida toda, Matthew era quem sempre importou e mais ninguém, nem ao menos Enzo, que é eu amigo e como uma ponte para o arco-íris. Tudo bem, não vou pensar no japonês, dar meu melhor ao Matt e cara como é estranho pensar durante um beijo.

Não sei quanto tempo passou, mas senti cada segundo do beijo e também quando o loiro parou o beijo com leves mordidas e um sorriso enorme.

Fingi indiferença, fiz cara de deboche, o empurrei, limpando minha boca. E ele riu, divertido, não se importou com o que fiz, pegou na minha mão, conduzindo-me até a roda gigante, que coisa mais clichê e totalmente linda. Sentamos ali, ele mesmo que fechou a trava e por um controle ligou o brinquedo.

- Como você sabe mexer nisso tudo? – perguntei

- Meu pai é dono daqui e todos os outros parques em Seattle, cresci por aqui, sei mexer em tudo.

Como se eu não soubesse, como se todos não soubessem, eu ri sozinha e ele ignorou, segurando meu rosto e se aproximou para beijar-me, virei o rosto.

- Como é lindo aqui não é?

- Como você é cínica não é? – Matt apertou um botou que parou o brinquedo e estamos lá em cima – Você que sabe ruivinha, podemos ficar aqui a noite toda se continuar fugindo de mim, aliás nós aqui em cima não tem muito lugar para ir.

- Droga! – eu disse rindo me rendendo ao encantos do loiro

Ele me abraçou de lado e não tirava o sorriso do rosto.

- Sabe Sammie, você é a primeira garota que faço isso e foi até divertido convencer meu pai para ceder o parque e também muito difícil, mas valeu a pena, pelo menos pra mim.

Cansei de resistir, merda, eu estava ficando louca com todo aquele charme, qual é, não sou de ferro.

- Pra mim também Matthew.

Aproximei-me dele, deixando que me beijasse, apenas senti aquele momento de olhos fechados, coração a mil e girando lentamente naquela roda gigante.

(...)

- Pronto mocinha, como está esse cachorro quente?

Eu devorava meu lanche com velocidade, estava com fome, em segundos eu já tinha acabado de comer. Tomei um copo cheio de coca e agora já estava bem.

- Estava muito bom.

- Tá meio, hm, sujinho aqui. – ele passou a mão no canto da minha boca e depois sorriu.

- Obrigada! – disse corada

- Já disse o quanto você fica bonita corada? Não? Você fica bonita corada Samantha Redding.

- Você andou pesquisando demais sobre mim não é?

- Quem sabe.

- Lógico que sim, mas eu não caio nesse seu papinho fajuto de que gosta de mim, um garoto de várias de coleira, qual é Matthew, engane outra.

- Não estou te enganando, você acha que eu faria tudo isso só para mais uma?

- E por que não faria?           

- Por que quero você e não mais uma.

- Oh! Que lindo! – fingi emoção

Matt me pegou no colo.

- Vou te levar pra casa, está na hora de criança ir pra cama.

- Só se for criança que faz criança, por que né – sussurrei, mas o loiro ouviu, riu e me colocou no chão.

- Isso é uma proposta? – perguntou, malicioso.

- Não fofinho, não.

- Ah, por que se fosse ...

- Hm?

- Não podia fazer nada.

Ele começou a rir e eu também. A noite estava sendo ótima e ao lado dele, melhor ainda, hoje posso dizer que estou feliz e via agora tudo em câmera lenta, guardando tudo, filmando cada segundo, uma noite feliz, com ele, o loiro sedução.

E mais uma vez tinha uma menina sorria no recinto, a tal ruiva, eu.