Maldita Magia escrita por luvfiction


Capítulo 5
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

obrigada pelas reviews maravilhosas ^^
Boa leitura!



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V

O Pedido

O resto do treino foi tranquilo. Tirando os olhares de ódio que Jake me lançava e os "oferecimentos" da Leah, principalmente pra ele. Enquanto eu anotava o tempo de todos os corredores e pegava água pra equipe inteira, ela ajudava o Jake a alongar. Certo, eu não sei nada de esportes, mas um atleta não precisa se alongar de dez em dez minutos, precisa?

Tudo bem. Eu estava tão feliz te deixar Jake com raiva que nem me importei de verdade com isso. Eu estava por cima.

O treino durou três horas. Dá próxima vez eu trago os deveres de casa.

Eram cinco horas da tarde quando aquilo tudo acabou e eu finalmente pude ir pra casa. Eu iria a pé, pela segunda vez naquele dia, mas eu gostava de andar sozinha, era a única hora do dia em que eu me sentia independente. Eu só não notei quando Jake veio atrás de mim:

- Nessie?

Eu não acredito nisso. Eu parei de andar e ainda sem olhar pra ele que estava ao meu lado disse:

- Tudo bem, eu tenho US$ 13, 75 e um chiclete.

- Ãhn?

- Ok. Dois chicletes.

- Do que você ta falando Nessie?

Eu me virei pra ele, séria.

- Quanto você quer pra não falar comigo?

- Eu pararia de falar com você por muito menos que isso, se você quer saber. Só acho que preciso pedir permissão pro seu pai pra te levar pro baile.

- Manda um email, um SMS, um fax...

- Se fosse pra não falar com você, eu mandaria até uma coruja ou um sinal de fumaça, mas acho que se tratando do seu pai vai ter que ser pessoalmente mesmo.

- De qualquer maneira, eu não estou indo pra casa agora. – Eu voltei a andar e ele também. Lá se vai meu momento independência!

- Pra onde você vai?

- Vou comer... Ah! Não te interessa!- Eu acelerei, mas ele continuava do meu lado.

- Olha, eu acho que para o seu pai me deixar levar você ao baile, ele vai ter que pensar que estamos bem, ou pelo menos, que queremos estar.

Eu olhei pra ele tentando não concordar, mas era a verdade.

- Não vai ser nada fácil mentir pro meu pai.

- É, eu sei, mas vamos ter que tentar. Ou pelo menos pensar de forma diferente... – Ele sorriu, como quem teve uma ideia.

- Fala.

- Só falo quando nós chegarmos à lanchonete!

- Não vai rolar. Você não vai comigo! – Eu disse séria.

- Então você não vai à festa.

- Aaah! Ta bom, é logo ali!

Faltava pouco pra chegar à lanchonete. Como todo lugar naquela cidade, não estava muito cheia. Era uma lanchonete até agradável, colorida. Entrávamos por uma porta de vidro e só podíamos ver um grande balcão atrás das mesas que estavam bem dispersas pelo salão. A luz entrava pela porta e por duas vitrines que também compunham a fachada do lugar.

Jake e seu sentamos em uma mesa encostada em uma das vitrines e logo fomos atendidos por uma jovem garçonete. Loira, olhos claros, boca e seios fartos. Problemas.

- Em que posso ajudar?- Ela disse mais para o Jake do que pra mim. E ele também não escondeu a sua empolgação.

- Ah... Oi!- Ele disse.

- A-aram...

Ninguém deu a mínima. Então eu tomei o cardápio da mão dela, muito sutilmente, é claro. Me dá essa merda aqui!

Enquanto o Jake perguntava o nome, a idade, o lugar onde morava, o CPF e até o RG da garçonete, eu procurava alguma coisa pra comer, eu realmente estava com fome. Pelo visto o Jake quer comer outra coisa!

Então eu fiz o meu pedido, gentilmente:

- Me vê o número 5.

- Ãhn? – AH AGORA LEMBROU DE MIM?

- Me – vê – o – nu-me-ro cin-co! E com muita batata, por favor.

- Sabia que isso engorda muito, meu bem? – Ela disse enquanto anotava o pedido, a idiota tinha que anotar o número cinco? O Jake achou graça.

- Como você sabe? Foi isso que você comeu antes de ficar desse jeito? – Com um dedo indicador eu apontei a barriga dela. Ela não era gorda, mas magra como eu ela também não era. HÁ-HÁ!

Ela saiu de perto imediatamente. E eu comecei a encarar a rua pelo vidro.

- Pego pesado Nessie. – Jake cruzou os braços, se encostou na cadeira e começou a me encarar.

- Ah. Ela sobrevive. Dá uma piscadinha pra ela antes de sair e ela já ganha o dia. – Eu respondi ainda olhando a rua.

- Ta com ciúmes? – Ele colocou os braços cruzados na mesa, pra chegar mais perto.

- Óbvio que não. Foi só uma sugestão! – Eu olhei pra ele e depois pra rua. – Não vai falar como nós podemos enganar o meu pai?

- Ah sim. É só selecionar o que você pensa.

- Não entendi.

- Eu li em um lugar que você só pensa a verdade, tipo, quando te fazem uma pergunta à primeira coisa que você pensa é na verdade, mesmo que depois você pense uma mentira, entende?

- Nossa não sei se eu estou mais impressionada com o que você disse ou com o fato de você saber ler!

- Ah qual é Nessie, eu to tentando te ajudar!

- Tudo bem, foi mal. – Eu levantei as mãos pro alto, em sinal de rendição e ele continuou:

- Continuando... Quando eu for pedir pra te levar pro baile seu pai muito provavelmente vai querer saber o que você esta pensando, então ao invés de mentir, pensando que você não vai comigo, só peça pra ele te deixar ir!

O nosso pedido chegou. A garçonete colocou na mesma e foi embora.

- Acho que entendi. Não vai comer nada? – Eu disse reparando que ele não tinha pedido nada.

- Não, eu sei que você não vai agüentar comer tudo isso. – Ele sorriu.

- Não duvide muito eu estou realmente com fome! – Eu peguei o meu sanduíche.

- Eu te conheço Ness, nem após três dias sem comer você come isso tudo. – Ele apontou o meu lanche.

Ele tinha razão, eu realmente não iria comer aquilo tudo. Comida humana era a parte menor do meu cardápio. Eu podia passar dias sem comer algo humano, mas pra nutrir a minha necessidade de sangue Carlisle disse que eu deveria comer como uma humana normal. Resumindo, eu só caçava de vez em quando.

Eu não vou comer tudo isso.

- Ah, ta bom, pede pra sua amiguinha trazer uma faca que eu divido o lanche com você!

- E um outro copo também?

- Eu te odeio.

Jake e eu comemos, e por algum tempo até parecíamos os mesmos de antes. Mas sempre que podíamos um meio que criticava o outro. Ele me explicou mais uma vez aquela história de "selecionar as verdades" e eu vi que, talvez com um pouco de sorte, aquele plano maluco pudesse dar certo.

Eram seis horas quando terminamos de comer. Já estava escurecendo, era hora de ir. Saímos da lanchonete e começamos a andar pela estrada retilínea que nos levaria até a casa de meus avós.

- E então? – Ele tentava puxar assunto.

Normalmente quando éramos só Jake e eu, assunto era uma coisa que não faltava, falávamos sobre tudo, bem, tudo sobre mim. Era a primeira vez que eu andava ao seu lado sem mostrar nenhuma intimidade e sem falar nada.

- E então o que?

- Como é que anda?

- O que?

- Como você ta? A gente não conversa direito desde...

- Desde que você transou com a Leah. – Eu completei séria.

- É... Não! Para Ness!

- Ta bom, não precisa ficar assim. Isso é normal.

- Normal? Você acha isso normal?

- É nós já somos bem crescidos né?

- Somos?

- É fica tranquilo!

- Nessie você ainda é vir... –Ele ia perguntar, mas pai apareceu na porta de casa.

- Ah, até que enfim chegaram! Vamos, entrem!

- É agora, sorria e acene! – Eu disse entre dentes, pegando a mão de Jake e o puxando pra dentro de casa.

Nós entramos e encontramos minha família inteira na sala, sentamos assistindo TV. Devia ser um jogo de futebol, a se julgar pela cara de interessado do Emmet e da desinteressada da Rosali.

Meu pai já ia se juntar a minha mãe em uma poltrona quando eu o chamei:

- Pai, será que a gente pode conversar com você?

- Ah... Sim, claro.

Jake, eu e meu pai fomos até a cozinha. Eu me sentei no balcão, ao lado de Jake e meu pai se acomodou na nossa frente.

- E sobre o que querem falar? – Eu pai perguntou calmamente.

- Sobre o baile da escola. – Eu respondi.

- Sabe que esta de castigo, não sabe?

- Sei... Mas, ah fala Jake!

- O que você tem a ver com isso Jacob?

- É que, eu quero levar a Nessie ao baile.

- Você? E você quer ir com ele Nessie?

Deixa eu ir, deixa eu ir, deixa eu ir!

- Tudo bem. Então ta. Você pode ir. Sei que você cuidará dela não é cão?

- Sempre. – Jake sorriu pro meu pai e meu pai. Ele respondeu o sorriso e foi pra sala.

Tão fácil assim!

- Foi bem fácil né? – Eu levantei e coloquei as mãos na cintura.

- É. É porque eu sou um bom partido.

- HAHAHA! Você? Bom partido? – Se pudesse chorar ia chorar de rir.

- É! E porque eu não seria? – Ele se levantou e veio andando em minha direção.

- Ah qual é Jake? Olha pra você, ta escrito confusão em néon na sua testa. – EU fui me afastando.

- Pois eu acho que você adora confusão. – Sorrindo torto.

- PARA AI AGORA MESMO!

Ele se assustou e parou.

- Ficou nervosa Nessie? – Ele estava rindo muito de mim.

Eu sou tão idiota que até com a aproximação de um menino eu já fico nervosa! E olha que eu conheço o Jake desde... Sempre!

- Claro que não. Só acho que você ta confundindo as coisas. Você vai me levar ao baile e ponto. Você é só... Um meio de transporte entendeu?

- Ah, um meio de transporte?

- Exatamente.

- Tudo bem. Então te vejo no sábado as oito.

- Jak...

- Até sábado.

MERDA. MERDA. MERDA.

Minha segunda-feira acabou assim, tudo estava mal, obrigada.


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Notas finais do capítulo

Mais reviews? *-*