Shindu Sindorei - as Crianças do Sangue escrita por BRMorgan


Capítulo 38
Capítulo 38




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Brill mesmo instante.

                Oxkhar estava com a boca cheia de doces e guardava o restante no bolso. Imladris estapeou a mão do noivo.

 - Isso é feio! Deixa os doces para as crianças órfãs!

 - Ma-ma-gulhu-gu-ma!! – ele gaguejou com a boca cheia.

 - Não quero saber! Devolve já os doces! – Oxkhar grunhiu uma resposta e foi mastigando seus doces. Colocou mais dois dentro da boca e deu o restante para os meninos órfãos vindos de Silvermoon.

 - Obrigada Paladino Oxkhar, o Piedoso! – agradeceu as crianças, e Oxkhar engoliu os doces com dificuldade.

 - Como é que vocês... – tossindo por engasgar um pouco – Como vocês sabem quem eu sou...?

 - Embaixadora Imladris contou da aventura que vocês tiveram em Stratholme! – disse um, outro se colocou na frente.

 - E a terrível Abominação de Deatholme: Ramstein! – o menino imitou os passos largos de uma Abominação.

 - E as arenas de Orgrimmar!! – a criançada pulou de alegria.

 - É verdade que o senhor lutou contra Drusk, o Bárbaro?

 - Quem? Aquele baixinho metido a besta que carregava um martelo de construção pra bater nos outros? – vangloriou-se Oxkhar, as crianças riram. – Deixe-me contar uma coisa: Aquele baixinho não era de nada... Mas a luta foi boa!

 - Embaixadora Imladris... Gostaria de apresentar uma pessoa... – disse um Elfo do Sangue que fazia parte do Covenant de Magia de Silvermoon. – Magistrado Aminel, essa é Imladris...

 - Oh é claro! A tão famosa Imladris que não visita mais os parentes em Tranquillien porque tem vergonha de ser uma Elfa do Sangue...

 - Aaaah Magistrado Aminel, muito ocupada para saber que a irmã mais nova sobreviveu a Cicatriz Letal e preferiu deixá-la sozinha com um bando de magos irresponsáveis...


Undercity.

 - Eis aqui a Sala do Trono... – apontou Sorena ao grupo de Trolls. Alguns orcs de Orgrimmar passaram por eles e os cumprimentaram. – Vocês podem ir até lá, passear um pouquinho e tudo mais.

 - Não vai nos acompanhar?

 - Ela não pode entrar. – disse uma sentinela atrás deles.

 - Fiz besteira, sou proibida de chegar perto da Sala do Trono. – o grupo teve que se afastar um pouco, já que uma comitiva diferente entrou. Uma mulher finamente vestida de preto se aproximou na escuridão do corredor, mas quando virou para entrar, Sorena deixou o queixo cair atrás da máscara. – Oh meu esquilinho mecânico de cada dia...! – suspirou ela. – Uma Latrodectus Nerubiana aqui em Undercity...?

 - Você não pode passar!

 - Walla walla bang bang! – ela gritou puxando o capuz da sentinela de elite e saindo correndo para a Sala do Trono. Lembrou-se de colocar a máscara de bruxo-doutor e ficar em um canto não tão óbvio.


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Brill.


                Concurso de corrida no saco. Imladris conversava animadamente com o chefe de estábulo, Morganus, sobre cavalos esqueléticos reanimados. Ficara desapontada um pouquinho por não ser capaz de reanimar um desses por conta própria, mas se empolgou por poder comprá-los quando quisesse por ser representante da Dama Sombria. O título a deixara bastante orgulhosa de si, ainda mais por anos e anos fazendo o que podia para ajudar a todos que vinham aos Abandonados. Oxkhar chegou suado em sua roupa de pirata. O menininho troll que dividira a perna na corrida de saco pulava de alegria, ganhara um brinquedo em formato de dragão verde.

 - Esses guris correm como o vento, poxa vida! – respirando pesadamente. – Estou ficando velho...

 - Você não sabia que os trolls são os corredores mais rápidos de Azeroth?

 - Não?! Por isso ele correu feito diabo fugindo da cruz! – a clériga o olhou com estranheza. – Expressão lá da Ordem... Tenho que parar de falar como um humano... – Immie riu um pouco e segurou bem a mão dele.

 - Mas é disso que eu gosto em você...

 - De eu ser humano?

 - Não... De ser o meu ex-paladino de armadura cintilante... – dando um beijinho nos lábios de Oxkhar que o fez dar um sorriso bem grande.

 - Agradeço todos os dias por sair daquele lugar... – ele sorriu malicioso. – Senão eu não conquistava a Embaixadora Clériga da Horda, oras...! – Imladris o estapeou no ombro e entrelaçou seus dedos mais nos dedos dele. – O que são essas coisas...? – ele perguntou indicando as montarias dos Abandonados.

 - Cavalos Reanimados. Eu quero um... – ela murmurou com um bico pidão. Oxkhar a olhou com pena.

 - E quanto é que custa?

 - 50 moedas de ouro. – Oxkhar piscou várias vezes e fez careta.

 - Vou começar a vender meus pertences... Quanto será que custa um escudo da Ordem completamente amassado e riscado? – Imladris riu e o enlaçou pela cintura.

 - Não se preocupe com isso, sim? Os preparativos para nosso casamento primeiro, depois vamos ir a alguma aventura por aí e pilhamos bastante coisa de monstrengos e vilões...

 - É uma ótima idéia! – ele concordou alisando de leve os cabelos da clériga. – Entrar no calabouço, matar o monstro, pilhar o tesouro...

 - Belo estilo de vida que teremos...

 - Não me importo se você estiver ao meu lado... Aliás... Sempre quis ir lá em Blackrock Mountain... Dizem que o irmão sarnento da Onyxia mora por lá...

 - Dragões!! – Imladris pulou nos braços de Oxkhar. – Eu aaaamo dragões!! Podemos ir visitar a Ysera algum dia? Hein, sim? Sim?

 - Mais outra coisa para fazermos! E saber onde fica Ratchet. A Sorena vive falando daquele lugar... – e dando um beijo demorado na testa da futura esposa, ele encarou bem ela. – Você está bem? – Immie concordou com um sorriso bobo. – Tem certeza?

 - Sim, por quê?

 - Desde que saímos de Dalaran, você não... ahn... demonstrou que estava com a Nova Praga... Era pra ficar como meu velho pai...

 - Eu agüento. Sei muito bem controlar certas coisas em meu corpo. – o ex-paladino deu uma piscadela para ela.

 - Vou levar isso como um comentário e não uma provocação...

 - Eu não faria isso antes do casamento, senhor Atwood... Sou uma clériga muito íntegra... – e rindo depois. – Apesar de sua irmã cismar sobre a história de meio-elfinhos... Ela acha que vou engravidar rapidamente e povoar o mundo de paladininhos e clérigazinhas...

 - O que meio-elfinhos tem a ver com isso tudo?

 - Oras! Meio-elfos, Ox! Se tivermos filhos... eles serão... meio-elfos, por que está com essa cara?

 - M-mas ahn... meio-elfos... Engravidar você disse?

 - Sim, eu disse...

 - Mas engravidar não é uma coisa que está grave e depois piora? – a clériga estranhou.

 - Não! Isso é “agravar”... Assim como “agravamento do estado” de alguma pessoa doente... – o paladino balançou a cabeça em completa confusão.

 - E o que tem a ver essa palavra que você falou com meio-elfos? – Imladris arregalou os olhos e abriu a boca.

 - Ox... Você não sabe o que é gravidez? – o rapaz franziu as sobrancelhas e negou.

 - Não...


Undercity – Sala do Trono.


 - Você é parente de Mael Shelub? – perguntou Sorena com a boca aberta e os olhos brilhando atrás da máscara de Bruxo-doutor que usava. A dama misteriosa aracnídea a sua frente respondia suas perguntas com um sorriso cheio de dentes afiados e olhos sagazes.

 - Oh sim, meu amigo Shelub se encontra nas redondezas não? Eu soube que ele resolveu se pronunciar quanto a Eterna Guerra... – Sorena ainda tinha a boca aberta.

 - Meu antigo servo, Blarus Whitrick cuida de um posto de observação na Floresta Silverpine... Não recebo notícias deles há anos... – disse Sylvanas assinando pergaminhos com as mercadorias trazidas de Fowling Fjord. A comitiva da nerubiana Carrie era de leais servos da base dos Abandonados em Northrend.

 - Ele era um feiticeiro muito poderoso no Apotecário... – completou Sorena para a surpresa de Sylvanas. – Deve ter ficado lelé da cuca depois que se aliou a aquele Nathrezin... – a nerubiana virou-se para Sylvanas com um sorrisinho malicioso.

 - As histórias sobre Vossa Majestade realmente são lendárias... Controlar Nathrezins é algo digno de admiração...

 - O último a pisar aqui foi algo espetacular mesmo de se contar para as próximas aquisições... – comentou Sorena fechando sua mochila com dezenas de doces. – Quer um doce de Brill? – ela ofereceu a nerubiana, ela aceitou com delicadeza e deu uma mordida. – É o melhor de toda Azeroth...

 - Devo concordar... – a elfa menor pensou um pouco.

 - Eu poderia ter te oferecido veneno, sabia? – a aracnídea riu para dentro e terminou de degustar o doce. – Ou algo com leite de vaca. Leite é veneno pra vocês nerubianos não?

 - Impressiona-me um mamífero saber tanto sobre minha espécie. – e olhando para Sylvanas que agora encarava Sorena com desprezo. – Devo me preocupar quanto a isso, Vossa Majestade? – Sylvanas fez uma evasiva enquanto escrevia uma carta rápida em um pergaminho já escrito.

 - Cara Carrie, a criaturinha é inofensiva como um inseto. – Sorena devolveu o desprezo a tia. Se afastou um pouco e ficou no mesmo lugar onde Varimathras costumava ficar. Fez alguns gestos largos, imitando o ex-general dos Abandonados.

 - Estranho... já ouvi essa mesma desculpa em algum lugar... Mas aonde mesmo? – e olhando para cima, fez cara de espanto. – Nossa, o lustre está medonho daqui! E quem será que irá espanar o teto? Bater a poeira da tapeçaria? – ela murmurava com um olhar perdido no espaço vazio do antigo majordomo.

 - A criaturinha carrega muita raiva por Vossa Majestade... – sorriu Carrie fitando as unhas perfeitas pintadas de preto. – Isso sim me preocupa. – Sylvanas trocou de mão a pena que assinava os pergaminhos.

 - Myrtae!! – exclamou ela de repente. Sorena pulou no lugar.

 - O que é?! – respondeu ela ainda verificando o espaço.

 - Aqui!! – a Rainha apontou para um lugar vazio ao seu lado. Sorena foi arrastando os pés.

 - Sim, “Vossa” Majestade... – com a voz cheia de tédio.

 - Certifique-se que todos os mandatos estão assinados e sele-os com meu brasão. – ordenou Sylvanas tirando um anel grande do dedo indicador da mão direita que continha o brasão dos Abandonados talhado no metal.

 - Sim senhora... – a elfa mais nova respondeu se debruçando na mesinha de madeira improvisada para se acoplar ao trono, para que assim a Rainha tivesse toda liberdade de escrever sem precisar sair do trono. – E essa mesa está péssima... Quem foi o idiota que fez isso? Está bamba!

 - Sylvos Windrunner. Conhece? – respondeu a Dama Sombria com um leve sorriso zombador no rosto. Sorena fechou a boca e a cara. – Mestre Derris do Apotecário...

 - Oh o inteligente Derris... – Sorena balançou a cabeça para afastar a memória do pai e voltou a se concentrar no que fazia. Deixou a vela vermelha queimar um pouco e pingou a cera que derretia para prender a carta. – Dizem por aí que ele ensinou bem o ofício para a criaturinha... Que até ousou desafiar Vossa Majestade em um duelo... Como pode uma coisinha tão pequenininha como você ser tão audaciosa ao ponto de travar um duelo com a melhor arqueira de Azeroth?

 - Eu poderia ter acabado com ela em um segundo... – respondeu Sylvanas com orgulho.

 - E por alguma razão bem boba não fez... Opa, acho que pinguei errado, droooga! – Sorena cutucou sua mochila no chão e tirou um tinteiro de cor cinza.

 - O que você pensa que vai fazer?! – gritou Sylvanas tirando o envelope das mãos dela. – Essa recomendação é importante demais!! Você vai apagá-la? – Sorena mostrou a funcionalidade do tinteiro. Fez um dos pingos de vela desgrudar de um pergaminho de rascunho. Sylvanas olhou para a nerubiana, depois para a sobrinha. Colocou a carta na mesa e esperou ela completar a tarefa dada. - Nathanos Brightcaller estará aqui para orientá-la quando aos Deathstalkers. Ele tem a missão de mantê-los fora de ação e extirpar qualquer foco de rebelião.

 - Pode confiar em meus serviços, Vossa Majestade... Trouxe comigo alguns amigos de Azjol-Nerub... Eles são peritos em detectar, deixe-me ver uma palavra mais apropriada...

 - Traidores de uma figa debaixo de nossos narizes e que negligenciamos porque somos muito arrogantes para percebermos...? – murmurou Sorena fingindo limpar mais outro envelope com seu tinteiro. Sylvanas a olhou com a cabeça tombada e pouca paciência, a nerubiana sorriu. – Pronto, acabei. Posso ir embora?

 - Não. – respondeu Sylvanas secamente desviando o olhar para qualquer lugar.

 - Isso quer dizer que posso ficar aqui?

 - Não. – repetiu a Rainha dos Abandonados.

 - Então você quer o quê então? Não posso sair, não posso ficar. Decide logo! – Sylvanas apontou veemente para o lugar vazio ao lado do trono. Sorena sentou-se ao chão e tirou algumas coisas da mochila. Uma delas era a agulha e linha imbuída com sua Soulshard. Do manto velho do Apotecário, ela pegou alguns remendos internos para costurar, Sylvanas massageou um ponto acima do nariz e voltou sua conversa com a nerubiana.

 - Onde estávamos...?

 - Meus amigos sabem como retirar certas verdades de alguns mentirosos... Mas gostei da descrição dada pela criaturinha ali... – apontando um fino dedo para Sorena cortando a linha com o dente e enfiando a ponta na agulha. – A prisioneira de Northrend será interrogada assim que as festividades acabarem.

 - Quero apenas que a ordem seja restabelecida. Essa é a minha prioridade por ora.

 - Sei que pode não ser de meu interesse, Dama Sombria, mas estou curiosa quanto restrições de minha ida a territórios da Horda...

 - Sua passagem está autorizada em qualquer cidade da Horda, Mistress Carrie. Assegurei isso em minha última reunião em Orgrimmar.

 - Fico agradecida, Vossa Majestade... – Sylvanas foi interrompida pela chegada de Aleric Hawkins mensageiro oficial de assuntos Reais.

 - Dama Sombria, peço permissão para relatar informe de bravo Capitão Bragor... – ele pediu, Sylvanas consentiu com um aceno de cabeça. – Os embaixadores em Brill irão se atrasar em algumas horas. O zepelin vindo de Durotar teve problemas ao embarcar. – Sylvanas estava perdida no tinteiro que Sorena deixara em cima da mesa. Como se estivesse com a mente em outro lugar. A menina elfa cantarolava uma música de infância enquanto costurava cuidadosamente um remendo na lapela do manto.

 - Myrtae...? – questionou a Rainha. A menina cantarolava a música que só Sylvanas e Sylvos conheciam, pois era a música deles para o Natal no Windrunner Spire.

 - O que é? Eu estou tentando costurar minha fantasia...

 - Fantasia...? – e elevando os olhos avermelhados para o teto, ela fechou-os logo em seguida.

 - Hallow’s End? – e vendo a reação da tia, ela sorriu. – Hehehe, parece que alguém esqueceu a data... Quer vergoooonha... – provocou com um muxoxo decepcionado. – Até eu que não pertenço a esse povo, que morei anos e anos com humanos em Goldshire sabia da data...

 - Aleric, avise aos responsáveis pelas festividades em nossa linda cidade sobre o atraso. Nada sairá da programação.

 - Sim Dama Sombria... Mais algo que eu possa ser útil?

 - Enxotar essa elfa do sangue aqui. – indicando Sorena terminando de ver se a lapela estava certa. A nerubiana andou alguns passos até Sorena.

 - Eu posso me encarregar dela, minha Rainha? – com um olhar mortífero e o sorriso maldoso. A elfa menor sentiu o peso das palavras vindas de cima e não ousou encarar a nerubiana. – Adoraria conhecer melhor a criaturinha... Ela me parece bem interessada em vossos assuntos... – retirando um chicote fino e de haste flexível de um prendedor em uma de suas pernas aracnídeas.

 - Aleric, avise a Garret para disponibilizar mais Morcegos para o transporte de mercadorias...

 - Sim Senhora...

 - Você criaturinha costura bem para uma elfa insolente... – sussurrou a nerubiana alisando o chicote com certo prazer.

 - É de família... – explicou Sorena com a cara enterrada no tecido para não encarar os olhos da nerubiana. A elfa feiticeira sentia bem quando o perigo estava por perto, aquela sensação horrível da Morte estar espreitando a fazia ter idéias não muito boas sobre o mundo.

 - Oh senhor Hawkins, por favor... A elfa...? – pontuou Carrie levantando Sorena em um puxão forte, a elfa exprimiu um gemido de dor, a costela fraturada ainda incomodava no abdômen.

 - Ahn, me perdoe Conselheira... mas... ahn... – o Abandonado recolheu a mochila de Sorena com cuidado e deu para ela. – Mas e-eu não gostaria de me meter em... ahn... nessa situação... – Sylvanas levantara do trono e observava a cena distante, estava mais preocupada dando uma volta atenta em seu trono prestando atenção em alguma coisa além de qualquer um.

 - Por que não, senhor Hawkins? – questionou a Conselheira Real.

 - Todo mundo está comentando... – indicando Sorena com a cabeça, ainda segurada pela parte detrás do pescoço pela mão fina e parecida com garras de Carrie. – E-ela venceu a Dama Sombria em um duelo de feiticeiros... – o Abandonado baixou os olhos com embaraço. Sylvanas agora estava na entrada do alçapão para a parte baixa de seu trono. Parecia uma caçadora atrás de sua presa. Já Sorena sorrira exageradamente por ser temida pelos guardas.

 - Myrtae!! – exclamou Sylvanas com aflição, atrás do Trono.

 - Sylvanas!! – devolveu a menina elfa se livrando da mão poderosa de Carrie. A Rainha arregalara os olhos porque a voz da sobrinha saíra quase do mesmo jeito que a de Sylvos. – Viu como é chato alguém ficar chamando seu nome o tempo todo?! Ainda o nome que a gente NÃO gosta de ser chamado?

 - Dama Sombria, posso usá-la? – pediu Carrie estalando o chicote na mão que Sorena iria pegar sua mochila.

 - À vontade.

 - Hey!! – o chicote estalou bem perto de seu nariz e ela fechou os olhos com uma careta. – Isso incomoda!! Pára com isso!! – outro estalo bem perto do ouvido. – Gaaaah!! – a menina elfa recolheu sua mochila e saiu correndo da Sala do Trono quase tropeçando nas vestes.

 - Tão fácil assustar uma criança no Hallow’s End... – e percebendo no silêncio de Sylvanas, Carrie foi em passos curtos até a Rainha. – Você está bem Sylvanas...? – perguntou com uma voz preocupada. A Dama Sombria dos Abandonados segurava a mão em que antes estava seu anel com o brasão.

 - Sylvos ainda está aqui... – ela confessou indo em direção de onde Sorena havia saído.


Brill no mesmo instante.


 - Mi...? – resmungou Oxkhar tirando a mão de gancho.

 - O que foi? – vendo que ele estava com uma das mãos em cima do abdômen.

 - Ta doendo.

 - O quê? O quê?

 - Minha barriga...

 - Também! Comeu todos os doces e não quer ficar com dor de barriga?

 - Mas foram poucos... Deve ter sido um estragado...

 - Você comeu 16 daqueles roxos e 4 daqueles ali grandões de abóbora!

 - Você contou? – disse o paladino com a vozinha infantil.

 - Sim...? – respondeu Imladris com certa irritação.

 - Isso é tão fofo, Immie! Você agora regulando o que eu como... – abraçando ela devagar e dando um beijo demorado no pescoço dela, a clériga tentou afastá-lo, mas acabou se encolhendo pela cosquinha.

 - E vai acostumando, seu... comilão! – estapeando o braço dele.

 - Vou ter que parar de comer carne?!

 - Não vou te obrigar a virar vegetariano... Vou te obrigar a parar de comer tanta bobagem pra eu não ter que gastar a minha magia de cura com dores de barrigas... – ele franziu a testa com mau-humor fingido, depois abriu um sorrisão e a puxou para um beijo roubado. – N-não faça isso!

 - Por que...? Tem vergonha de mim...? – mordiscando a borda do chapéu de abóbora que ela usava.

 - Não, claro que não!! – ela exclamou o puxando bem para si. – É que... eu... eu... – perdendo a concentração e focalizando bem os olhos escuros de Ox a encarando seriamente. – Eu não sei lidar com isso tudo ainda...

 - Aaaah, então está com vergonha!

 - Calado! – se afastando do abraço, mas o rapaz a enlaçou pela cintura. Um beijo de leve fez a clériga segurar bem em volta dos ombros de Ox.

 - Acho que isso não foi vergonha não... – ele murmurou segurando as mãos dela e as beijando.

 - Pára com isso... – estapeando ele com seu livrinho de anotações.

 - O que tanto escreve aí? É o seu diário secreto?

 - É meu livrinho de anotações. Anoto os eventos importantes aqui. Reuniões, essas coisas...

 - Tem a data do nosso casamento aí? – Imladris ficou muito ruborizada. – Vergonha de novo? – a clériga concordou de cabeça baixa. – Mi... você já teve namorado antes de mim?

 - Meus deveres com os Abandonados são bem importantes, sabe? Demanda muita dedicação e força de vontade e tempo...!

 - Isso tudo para me falar que nunca teve namorado? – a clériga abriu a boca para falar, mas o sorriso que Oxkhar deu a fez pensar novamente. – Eu fico feliz por ser seu primeiro namorado... Me sinto abençoado por ter sido escolhido por você...

 - Isso tudo pra me dizer o quanto me ama...? – devolveu ela.

 - Mi...

 - O quê...? – enquanto ela anotava algumas coisas.

 - Posso comprar mais doces?

 - Gaaaaaah!! Mas você não estava com dor de barriga até um tempo atrás?!

 - M-mas...!!

 - Crianção!




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