Pov Edward

Conforme o carro ia andando meu coração se acelerava. Eu imaginava Bella, como ela estaria, o que aquele maluco tinha feito com ela. Minha menina, tão frágil, nas mãos de um homem que a queria usar.

– Olha o que eu achei... – disse um policial entregando o tablet para o delegado.

– Aqui diz que esse Aro tem uma filha de 16 anos que mora com ele, provavelmente deve estar junto com Isabella. A mãe da menina foi assassinada e Aro acabou ficando com a menina... O que será que esse homem deve fazer com a filha?

Balancei minha cabeça, não queria nem pensar no que poderia acontecer. Só de imaginar, minha boneca, nas mãos daquele homem, sendo obrigada a fazer coisas horrendas por ele, trazia uma ânsia de vomito a minha garganta. Porque logo agora? Estávamos bem, tudo resolvido, ela havia me aceitado, tudo iria ficar bem e esse idiota vem e acaba com nossa paz.

Olhei para o lado tentando esquecer aquelas coisas e me deparei com Jacob quieto ao meu lado. Eu podia ver – e entender – o que ele estava sentido. Mesmo odiando Riley com todas as minhas forças, me arrependo amargamente por tudo que lhe fiz. Ele tinha uma família, pais que choraram em seu enterro, uma irmã pequena que nada entendia, mas que no futuro saberia que ele fora tirado cedo de sua vida. Eu entendia Jacob, entendia que ele se arrependia pelo que havia feito com Alice, pelas vezes que magoara Bella e seus pais adotivos e tantas outras pessoas. E por esses motivos que eu vi que podia perdoá-lo e tinha certeza que Bella o faria.

Senti como se o carro estivesse parando e encarei o delegado.

– O que está havendo? – vi seus olhares apreensivos – Alguém pode me dizer o que está acontecendo?

– Entramos no território deles – afirmou o delegado – Garrett chame os reforços, vamos precisar deles. Edward, Jacob, peço que obedeçam as minhas ordens e em hipótese alguma saiam de perto de nós. Estão me entendendo? Nossa prioridade é salvar quem estiver sendo preso por esse bandido, não quero me preocupar com dois moleques metidos a herói...

Diante ao seu pedido, só nos restou assentiar. Descemos do carro e fomos por entre a mata, foi quando ela começou a ficar mais densa e escura que avistamos a casa. Ele sabia como se esconder. Não era uma casa muito luxuosa, tinha dois andares e um possível porão, julgando pela entrada subterrânea na sua frente.

– É bem provável que Isabella esteja lá, junto com a filha de Aro – disse Garrett – Nossa base avisou que a menina era vitima de maus-tratos quando ainda morava com o pai, que foi denunciado por uma empregada, que dias depois, supostamente retirou a queixa alegando estar embriagada. Isso me parece bem suspeito. – afirmou.

Eu me desliguei deles completamente, se aquele monstro fazia coisas com a própria filha, imagine o que faria com a minha Bella. Involuntariamente dei um passo para frente, pronto para ir até lá, mas senti uma mão forte segurar meu braço.

– Ei, nem pense nisso – disse Jacob – Não vá fazer nenhuma besteira, Bella só tem a você, não vou permitir que ela saia mais magoada disso tudo.

– Mas ela também tem a você – Jacob sorriu, era um sorriso de desdém e me pareceu que ele tinha medo de algo.

Passaram-se alguns minutos até que avistei vários homens saindo correndo da casa, eles estavam armados.

– Merda – grunhiu o delegado – Algo está acontecendo... OH DEUS, OLHEM SÓ

Todos olharam para cima assim que escutamos seu grito e meu coração disparou ao ver as grandes labaredas de fogo sair de trás da casa. Tudo estava se incendiando.

– BELLA – gritei enquanto corria.

– CORRAM, ALGUÉM O SEGURE...

Fora tudo tão rápido que logo eu estava no chão, com alguém por cima de mim. Tentei lutar, mas a pessoa era forte. Tudo parou quando escutamos uma longa explosão e todos os vidros se quebraram.

– BELLA – gritei novamente, agora com lagrimas nos olhos. Não posso perdê-la. Deus, não agora.

Pov Bella

Não sei por quanto tempo fiquei num estado de sonolência. Senti meu corpo sendo carregado de um lado para outro. Escutava vozes. Até esse momento... Abrir meus olhos, esperando encontrar Edward, sorrindo e dizendo que me ama. Mas vi apenas o escuro. Era um lugar bem escuro e que me dava certo medo. Parecia-me um porão. Escutei a porta bater e dei um salto, foi ai que percebi que meus braços estavam presos.

– O que mais quer de mim Aro? – perguntei com fúria

– Desculpa se te assustei – disse uma voz fina e amedrontada – Vi apenas te trazer um lanche.

De início pensei ser algum truque, ser alguém mandado por Aro, mas quando a luz se acendeu – me deixando cega por alguns segundos – reparei na menina. Ela tinha cabelos longos e castanhos claros que caiam em suas costas, em seu corpo havia um vestido surrado e sujo. Seu rosto era perfeito, ela me parecia uma boneca. Tirando os olhos tristes e sofridos.

– Quem é você? – perguntei ainda insegura.

– Meu nome é Renesmee e eu sou filha desse monstro que está fazendo isso com você – olhou para o chão colocando a bandeja na minha frente – Mas não me odeie, eu estou aqui para ajudar.

É claro que duvidei de primeiro momento. Ela poderia estar muito bem ajudando o pai. Mas ao olhar em seus olhos e enxergar tantos sentimentos ali escondidos, principalmente dor e angustia, abaixei um pouco a guarda.

– Porque devo confiar em você? – perguntei ainda insegura.

– Isabella, eu já vi tantas coisas que Aro fez, que acho que está na hora dele ser parado – ela se sentou na minha frente – Pode ficar calma, essas comida não está envenenada nem nada parecido. Eu quero te ajudar e já sei até como.

– Como? – perguntei sem conseguir conter minha curiosidade. E então ela começou a falar e eu escutei, não acreditando em suas palavras e por mais que tudo fosse pura maluquice, eu toparia. Seria minha última chance de sair daquele inferno.

[...]

Já passava da tarde e eu vi o sol se pondo pela única janela que havia ali. O nome de Edward rondava a todo o momento. O que ele estava fazendo? Estaria preocupado? Estaria com raiva de mim? Eram tantas perguntas não-respondidas. Balancei a cabeça expulsando aquela sensação do meu corpo, era a hora e como Renesmee havia dito, vi a figura de Aro entrar no quarto. Suspirando e tomei a coragem.

– Olha só, minha princesa já esta acordada – fez um carinho em meu rosto, mas eu me afastei – Esta bem acomodada? Isso aqui é melhor que o galpão, devo dizer que é até um palácio, considerando a forma como vem em tratando.

Estava prestes a rebater quando um barulho alto foi escutado. Estava começando. Aro olhou para porta por alguns segundos, mas virou em minha direção esquecendo o barulho, que voltou a acontecer, agora com mais rapidez.

– Que merda é essa – bufou fechando as mãos em punho – O que está acontecendo?

Tomando toda coragem e adrelanina em meu sangue, liberei minhas mãos, agradecendo por Renesmee ter me soltado e peguei a pequena barra de ferro ao meu lado e indo em direção a Aro. Infelizmente ele fora mais rápido e segurou meu braço com força, me fazendo gritar e soltar a barra de ferro.

– Pensou que me enganava, vadia – deu uma risada irônica – Eu sou Aro Volturi, ninguém é mais esperto que eu...

– Errado, papaizinho ­– Renesmee estava parado atrás de nós – e como o combinado – tinha uma arma apontada para Aro – Você esqueceu que existe uma pessoa mais esperta que você... Eu

Dizendo isso ela atirou, fazendo com que Aro fosse ao chão, com uma bala alojada em seu peito. Demorou segundos até o sangue começar a ensopar o chão. Olhei para Renesmee e ela estava paralisada.

– Renesmee? – chamei me aproximando – Você está bem?

– Ficarei – tentou sorrir mais o máximo que saiu foi uma careta – Escute Bella, você tem que sair o mais rápido possível daqui, consegui colocar fogo na cozinha e todos os capangas fugiram, seu caminho está livre...

– Mas é você? – segurei sua mão

– Tenho que ajudar as outras pessoas a sair... VÁ!

Preparei-me para sair, mas antes a abracei apertado sussurrando um “obrigado” em seu ouvido. Corri o mais que podia e logo avistei a porta. Aquilo estava um caos, pessoas correndo e gritando por todos os lados enquanto grandes labaredas de fogo tomavam conta da casa. Continuei a correr quando finalmente cheguei a gramado, mas não tive chance de descansar, porque um grande estrondo fora ouvido e com a força fui jogada para longe, junto com vários cacos de vidro. Meus últimos pensamentos era que Deus, ajudasse Renesmee e que ela tivesse saído logo.

Logo a escuridão me tomou, mas antes eu escutei uma voz, chamando meu nome. É, acho que chegou minha hora, meu anjo veio meu buscar.