Princesa Serpente - Secret escrita por Safira Michaelis Black, Alesanttos


Capítulo 7
Clube do Sluge




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Quando chegaram ao compartimento C, viram que não eram os únicos convidados de Slughorn, embora, a julgar pela recepção entusiástica do professor, Harry fosse o mais esperado.

 - Harry, meu rapaz! – exclamou Slughorn, erguendo-se rápido e de tal jeito que sua enorme barriga coberta de veludo pareceu ocupar o espaço que restava no compartimento. Sua careca lisa e a bigodeira prateada refulgiam tão intensamente à luz do sol quanto os botões dourados do seu colete. – Que bom vê-lo, que bom vê-lo! Srta. Stevens, como vai? – Slughorn estendeu a mão e Safira a apertou relutantemente. – E o senhor deve ser o Sr. Longbottom!

Neville assentiu, com ar amedrontado. A um gesto de Slughorn, eles se sentaram um defronte ao outro nos dois únicos lugares vazios, e mais próximos da porta. Harry correu o olhar pelos convidados. Reconheceu um aluno da Sonserina da mesma série que ele, um negro alto com os malares salientes e olhos muito puxados; havia ainda dois rapazes da sétima série que Harry não conhecia e, espremida a um canto junto a Slughorn, Gina, parecendo não saber muito bem como chegara ali.

Slughorn apresentou todas as pessoas que estavam lá, Blásio Zabini, Córmaco McLaggen e Marcos Belby. Depois de pouco tempo ficou claro a ligação entre todos os presentes, eles tinham algum parente famoso.

- E agora – disse Slughorn, virando o corpo no banco com a pose de um apresentador de TV anunciando sua principal atração. – Harry Potter! Por onde começar? Sinto que mal cheguei a conhecê-lo quando nos encontramos no verão!

Ele contemplou Harry Potter por um momento, como se ele fosse um pedaço particularmente grande e suculento de faisão, então disse:

– "O Eleito", é como estão chamando-o agora!

Harry ficou calado. Belby, McLaggen e Zabini, todos o encaravam.

– Naturalmente – continuou Slughorn, observando Harry com atenção –, correm boatos há muitos anos... lembro-me quando, bem, depois daquela noite terrível, Lílian, Tiago, mas você sobreviveu e diziam que devia ter poderes extraordinários...

Zabini deu uma tossidinha, nitidamente indicando sua debochada incredulidade. Uma voz zangada interveio inesperadamente às costas de Slughorn.

- É, Zabini, porque você tem tanto talento... para fazer pose...

- Minha nossa! – brincou Slughorn rindo, e virou a cabeça para Gina, que encarava Zabini do outro lado da enorme pança do bruxo. – É melhor ter cuidado, Blásio! Vi esta mocinha executar uma maravilhosa azaração para rebater bicho-papão quando estava passando pelo compartimento dela! Eu não a irritaria!

Zabini simplesmente fez um ar de desprezo.

- Seja como for – continuou Slughorn, dirigindo-se novamente a Harry –, os boatos que correram neste verão! Naturalmente, não se sabe em que acreditar, o Profeta Diário já publicou muitas inverdades, cometeu enganos, mas parece não haver muita dúvida, dado o número de testemunhas, que houve no Ministério um grande tumulto, e que você esteve no meio dele!

Harry, que não viu como sair desse aperto sem pregar uma deslavada mentira, concordou com um aceno de cabeça, mas continuou calado. Slughorn sorriu para ele.

- Tão modesto, tão modesto, não admira que Dumbledore goste tanto... você esteve lá, então? Mas as outras histórias... tão sensacionais.

- Professor. – era a primeira vez que Safira falava desde que se sentou. – Desculpe interromper, mas o senhor nos chamou aqui por uma razão específica?

- Interessante observação. – Slughorn se virou para Safira, e Harry ficou feliz de não ser mais o foco da conversa, e quando ele olhou para Safira seus olhos se encontraram e ela fez um pequeno aceno com a cabeça, então Harry entendeu que ela fez isso de propósito. – Por enquanto só queria conhece-los melhor. E você, me lembro como se fosse ontem do tempo que ensinei a sua mãe, e é claro, a seu pai.

Em um átimo a sala ficou silenciosa, parecia que Safira seria o foco da conversa agora, e que não estava gostando nada disso. O silencio realmente parecia perturbá-la.

- Eu soube pelo Profeta. Nunca imaginei que o pequeno Sirius seria pai. E Ofélia, excelente aluna, jogadora de quadribol exemplar e uma ótima Auror. Uma verdadeira joia. Devo admitir que fiquei desapontado por ela não ter entrado na Sonserina.

- Imagino. – Safira estendeu a mão para pegar um pedaço de faisão, e por um segundo Harry pode ver uma coisa prata brilhar no pulso de Safira e ela recolheu a mão da forma mais natural, e rápida, possível. Então Harry percebeu que se tratava do bracelete que outrora pertenceu a Salazar Slytherin.

- Sirius não ficava muito atrás. – Slughorn não parecia ter reparado no gesto de Safira. – Embora fosse um pouco encrenqueiro, tinha boas notas.

- Mas o senhor acabou de dizer que o Profeta já publicou inverdades. – disse Zabini.

- Está dizendo que Sirius Black não é meu pai?

- Estou dizendo que não acredito que ele realmente não tenha trabalhado para Você-sabe-quem. Aposto que ele deu um jeito de dar a volta por cima nas pessoas do Ministério para que realmente achassem que ele é inocente. Se ele fugiu de Azkaban não seria difícil fazer isso também.

- Acontece – quando Safira se virou para Zabini, Harry teve certeza que o olhar dela estava diabólico, porque Zabini se sobressaltou quando olhou para ela e quase caiu da cadeira. –, que seria muito mais fácil alguém nesta sala se tornar um Comensal antes de meu pai.

- Eu realmente espero que isso nunca aconteça. – disse Slughorn. – Imagine adolescentes como vocês se tornando Comensais. Detestaria que isso fosse verdade. E sobre o seu comentário Zabine, acho que seria um absurdo imaginar que Sirius conseguiria enganar o Ministério desse jeito, uma vez que eles têm métodos extremamente confiáveis de conseguir informações.

Zabini se recontou na cadeira parecendo insatisfeito.

- É... é bem verdade que o Profeta muitas vezes exagera, sem dúvida – continuou Slughorn, um pouco desapontado. – Eu me lembro de Gwenog Jones, quero dizer, claro, a capita do Harpias de Holyhead...

E o professor se perdeu em uma longa reminiscência.

A tarde foi passando com um desfile de histórias sobre bruxos ilustres dos quais Slughorn fora professor, todos encantados em participar do "Clube do Slugue", em Hogwarts. Harry mal conseguia esperar para ir embora, mas não via como fazer isso educadamente. Por fim, o trem passou demais um longo trecho de névoa para um rubro pôr-do-sol, e Slughorn se virou para os lados piscando na penumbra.

- Santo Deus, já está escurecendo! Não notei que já tinham acendido as luzes! É melhor vocês irem trocar de roupa, todos vocês. McLaggen, passe na minha sala para eu lhe emprestar o livro sobre os rabicurtos. Harry, Blásio, a qualquer hora que estiverem nas redondezas. O mesmo vale para a senhorita. – Ele piscou para Gina. – Muito bem, vão andando, vão andando!

Quando passou por Harry para alcançar o corredor sombrio, Zabini lançou lhe um olhar feio que Harry retribuiu com interesse. Ele, Gina e Neville acompanharam o rapaz ao longo do trem.

- Que bom que terminou – murmurou Neville. – Cara estranho, não é?

- É, um pouco – respondeu Harry com os olhos em Zabini. – Como foi que você acabou convidada, Gina?

- Ele me viu azarando Zacarias Smith, lembra aquele idiota da Lufa-Lufa que estava na AD? Ele não parava de me perguntar o que aconteceu no Ministério, e no fim me aborreceu tanto que o azarei; quando Slughorn entrou, pensei que ia ganhar uma detenção, mas ele achou que tinha sido uma ótima azaração e me convidou para almoçar. Piração, né?

- É uma razão melhor para se convidar alguém do que ter mãe famosa – respondeu Harry, lançando um olhar mal-humorado para a nuca de Zabini – ou ter um tio que...

Então ideia surgiu na cabeça de Harry.

- Sim, mas por que ele me chamou? – disse Safira. – Não fiz nada de importante e não tenho nenhum parente famoso. Se ele espera obter alguma vantagem nos chamando para esse clube só está perdendo tempo comigo.

- Talvez ele saiba que você é uma aluna exemplar. – disse Neville.

- Se fosse isso ele deveria ter chamado a Hermione também e...

- Vejo vocês depois – murmurou, puxando a Capa da Invisibilidade e atirando-a sobre o corpo.

- Mas que é que você...? – perguntou Neville.

- Depois! – sussurrou Harry, disparando atrás de Zabini o mais silenciosamente que pôde, embora o barulho do trem tornasse tal cautela quase sem sentido.

- É melhor voltarmos para o compartimento. – disse Safira.

- Mas e o Harry? – perguntou Neville.

- Ele sabe se virar. – disse Gina. – Eu já vou indo também.

- Até. – disse Safira. – Vamos?

- S-sim.

Neville seguiu Safira até o compartimento onde todos os estavam esperando.

- Como boi co o Slugbor? – perguntou Rony, com a boca cheia de sapos de chocolate.

- Nada demais. – disse Safira se sentando ao lado de Lina.

- Na verdade foi bem desconfortável. – disse Neville.

- Como assim?

- Bem Lina, havia outros alunos lá além de nós, e o professor começou a fazer umas perguntas sobre alguns familiares famosos de cada um.

- Familiares famosos? – Hermione parecia confusa.

- Pelo que percebi o professor chamou alunos que tenham muitos contatos por ai, e todos esses contatos eram antigos alunos dele. – Safira pego um sapo de chocolate que Rony deixou escapar e deu uma dentada na cabeça. – A Gina também estava lá.

- Por quê? – perguntou Rony.

- Slughorn viu quando ela lançou uma azaração em um menino que a estava incomodando e achou que ela foi impressionante. Ele nos convidou para o “Clube do Sluge”.

- Clube do Sluge?

- Parece que ele pretende reunir alunos que ele acha promissores. Faz sentido ele ter chamado o Neville, já que ele estava no Ministério, e a Gina também, e o Harry com toda a atenção que estão dando para ele.

- Por falar nisso onde ele está? – perguntou Hermione.

- A última vez que o vimos ele estava indo atrás do Zabini, aquele aluno da Sonserina.

- Pra que? – perguntou Lina.

- Ele não nos disse nada. – disse Neville. – Ele simplesmente foi.

- E estava com a capa.

- Isso não me cheira bem. – disse Hermione.

- Estou vendo Hogwarts. – disse Luna.

- É melhor nos trocarmos. – disse Safira tranquilamente

- Mas e o Harry?

- Ele é bem grandinho para se cuidar. Se ele não chegar até a hora de sairmos do trem podemos esperar ele antes de subir em uma das carruagens.

Todos concordaram e começaram a se preparar para ir para Hogwarts. Quando o trem finalmente parou Harry ainda não havia chegado.

Cada um estava segurando seu malão, Safira levava o dela e o de Harry e Luna estava se com Edwiges em mãos.

- É melhor irmos.

Quando saíram todos ficaram de olho para ver se Harry estava por perto, mas não havia nenhum sinal dele.

- Safira.

- Tonks?

Safira se virou na direção da Auror.

- O que esta fazendo aqui?

- Estou ajudando na proteção da escola. Onde está o Harry?

- Não temos certeza, estávamos procurando por ele.

- Talvez ele ainda esteja dentro do trem.

- Procure na cabine da Sonserina.

- Por quê? – um olhar confuso apareceu no rosto de Tonks.

- Do jeito que o Harry é deve ter se metido em problemas, e se for isso é lá que ele está.

- Bem, vou dar uma olhada. Vão indo na frente e se eu encontra-lo vocês vão se encontrar logo.

- Tudo bem.

Todos começaram a andar até onde deveriam pegar as carruagens que muitos pensavam que andavam sozinhas, mas que agora eles sabiam que eram puxadas pelos Testrálios. Tonks mal colocou o pé dentro do trem e Safira correu na direção dela.

- Mais uma coisa.

- O que foi?

- O Harry está com a Capa de Invisibilidade, é melhor ficar de olhos bem abertos.

- Vou me lembrar, agora vá.

Safira deu as costas a Tonks e se juntou aos outros.

- Está tudo bem Safira? – perguntou Lina.

- Está. Por quê?

- Nada não.

Lina não disse nada, mas parecia que havia alguma coisa preocupando Safira, dava para ver pelos olhos dela, ela só não insistiu por que imaginava que se fosse algo que Safira quisesse discutir ela já dito alguma coisa.

Então todos caminharam silenciosamente até as carruagem e se preparavam para ir para o castelo.


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Notas finais do capítulo

Hoje estou sem criatividade para escrever alguma coisa nas notas, só espero que tenham gostado e que mandem reviews. Até a próxima. o/



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