Princesa Serpente - Secret escrita por Safira Michaelis Black, Alesanttos


Capítulo 29
Momento de silêncio


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal. Eu sei que sumi por meses, e peço mil desculpas ~desvia de Avada Kedavra~
O.O oxê
Mas enfim, confesso que fiquei um pouco desmotivada com essa fic, comecei a achar que estava ruim, principalmente em relação a minha escrita, e fiquei sem animo para continuar, não quis parar com ela, mas sim dar um tempo em nossa relação. Depois tive uma pilha de trabalhos da faculdade e não tinha como eu escrever mesmo que eu quisesse.
Devo dizer que fiquei muito feliz quando vi que, mesmo depois de um tempo sem atualizar, houve a manifestação de alguns leitores no capítulo anterior.
Bem, estou de volta e prometo dar o melhor de mim para prosseguir com a história. Sei que vou pedir demais, mas peço só um pouco da paciência de vocês, tem muita coisa que vou ter que repensar para dar uma boa continuidade para a história. Mas, como disse desde o começo, não pretendo abandoná-la, e não vou mesmo.
Se ainda tiver algum leitor que não pensa que morremos, e que ainda aguardava um novo capítulo, bem, aqui está.
Boa leitura, e agradecemos a todos os nossos leitores por estarem do nosso lado.
Muito obrigada.



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Harry desviou sua atenção do Horcrux falso que tinha em mãos, o mesmo ao qual Dumbledore sacrificou a vida, assim que escutou a voz de Lina.

– Rápido, alguém me ajude a levá-la até Madame Pomfrey! – disse, desesperada.

A loira estava agachada ao lado de um corpo. Assim que percebeu quem era, de forma automática, Harry se levantou e foi imediatamente em direção a elas.

– O que aconteceu com ela? – perguntou, quase gritando.

O rosto de Safira estava incrivelmente mais pálido que o normal, seus lábios estavam ficando sem cor e sua respiração estava lenta e rasa. Segurou as mãos da grifinória, ainda estavam quentes. Quando levantou os olhos em direção a Lina eles estavam cobertos por uma expressão acusatória, como se estivesse disposto a culpá-la se algo acontecesse à morena. Tinha acabado de ver Dumbledore estirado no chão, completamente sem vida, mas ao menos ele aparentava estar simplesmente dormindo. Safira estava em uma situação completamente diferente, era como se ele conseguisse sentir a vida dela se esvaindo. Como se a morte cobrisse seu rosto de forma lenta, quase como uma provocação.

Sem esperar uma resposta de Lina, e ignorando completamente a ajuda oferecida por Hagrid, Harry pegou Safira nos braços, um dos braços da garota pendia flácido enquanto o outro estava repousado sobre o seu ventre, e sem demora começou a caminhar com passos largos até a Ala Hospitalar. De onde havia tirado essa força repentina ele não sabia. Mas tinha certeza que não perderia Safira também.

Com muito esforço, Lina acompanhava os passos do moreno, despejando palavras ininteligíveis para ele. A maior parte era pedidos de desculpas por não ter reparado logo no estado da amiga e por não ter conseguido entregar-lhe a Felix Felicis a tempo, o resto eram falas direcionadas para si mesma, perguntando-se quando foi que ela se machucou.

Quando finalmente chegaram ao corredor da Ala Hospitalar as pernas de Harry começaram a fraquejar, de forma que foi necessário desacelerar. Assim que o surto de adrenalina estava quase no fim o grifinório sentiu algo molhado escorrendo por suas mãos. Tomando cuidado para não deixar Safira cair ele foi examinar o que era, logo em seguida seus olhos correram pelo chão. Seu coração quase parou ao ver a pequena trilha com gotas escarlate que marcava o lugar por onde passaram.

– Safira?!

No momento seguinte a morena não estava mais nos braços de Harry, mas sim sendo carregada por Sirius até um leito vazio. Muitos dos conhecidos de Harry estavam lá, mais especificamente ao redor de um dos leitos. Madame Pomfrey parou por um instante o que estava fazendo para olhar com o canto do olho a recém chegada, mas imediatamente voltou a passar uma espécie de pomada verde na pessoa que estava a sua frente: Gui Weasley.

Gina veio rapidamente até Harry e explicou o que aconteceu ao seu irmão: ele havia sido mordido por Greyback. A boa noticia é que Lupin afirmara que Gui não viraria um lobisomem. Lina se ofereceu para terminar de passar a tal pomada em Gui, para que Madame Pomfrey conseguisse examinar Safira, que perdia o pouco de cor que restava em seu rosto.

– Calma Almofadinhas, ela ficara bem – disse Lupin, depositando a mão sobre o ombro do amigo. A princípio Sirius não disse uma palavra, então Lupin complementou a frase – Ofélia nunca foi do tipo que é derrubada por pouco, Safira também não. Sem contar que ela é cabeça-dura como o pai.

Uma leve risada escapou pelos lábios de Sirius, e uma série de imagens de Ofélia passou por sua cabeça. Uma delas envolvia os dois, com quatorze anos de idade, completamente ensopados depois de fugir de uma tempestade (a culpa tinha sido de Sirius por não terem conseguido se abrigar a tempo), no dia seguinte ele ficou com uma gripe brutal, enquanto Ofélia parecia ter disposição para correr uma maratona, tinha a saúde de um cavalo. Sem contar que ficou jogando na cara dele que ele era mais frágil que uma criancinha. Nessa época eles ainda nem eram amigos.

Um leve sorriso surgiu no rosto do animago.

Harry pegou uma cadeira e sentou-se ao lado do leito de Safira, segurando sua mão.

Madame Pomfrey rasgou a lateral da veste da morena para avaliar o estado de sua ferida. Não estava tão ruim quanto pensava, mas também não estava nada bom. Na lateral de seu corpo, na altura da cintura, havia uma ferida com uma extensão considerável. Parecia que alguém tinha puxado aquele pedaço de sua pele com um gancho ou coisa parecida. O sangue não parava de escorrer, em questão de minutos parte da roupa de cama tinha sido tingida de vermelho. Felizmente nenhum órgão vital foi atingido.

Enquanto prestava os primeiros socorros, limpando a ferida antes de começar a curá-la, Harry prestou atenção na conversa que estava seguindo atrás dele.

– Dumbledore pode dar um jeito de ajudá-lo. – disse Rony – Ele deve isso a Gui e...

– Rony – Lina interrompeu a fala do ruivo – Dumbledore... ele... – a loira soluçou uma vez antes de prosseguir com o que dizia – Ele morreu.

Todos olhavam para a grifinória, que cobria o rosto com as duas mãos, de forma atônita. Fleur, que há algum tempo tomou o lugar de Lina para cuidar do ferimento de Gui, parou o que estava fazendo por um instante, só para dar continuidade logo depois. Sirius e Lupin viraram seus rostos imediatamente, como se olhar para Lina fosse o suficiente para desmentir o que acabaram de dizer. Madame Pomfrey interrompeu os primeiros socorros, chegando a deixar algumas ataduras caírem de suas mãos. Harry continuou segurando a mão de Safira.

– Co-como... O que...? – Sirius não conseguia completar nenhuma frase.

Com um suspiro de derrota Harry contou tudo que havia presenciado. Lina, que tentava ao máximo controlar seus soluços, ficou paralisada quando Harry narrou o que aconteceu na Torre de Astronomia, sobre como Dumbledore foi facilmente desarmado, e depois encurralado pelos Comensais.

Em um breve momento de silencio foi possível ouvir um canto ao longe. Esse som fez com que todos se calassem e desfrutassem do som tão belo e triste. O canto da Fênix parecia ser a única coisa que conseguiria acalmá-los nessa hora, e foi isso que sentiram ao admirar tal melodia.

A professora McGonagall chegou logo sem seguida, acabando com o encanto do momento, após anunciar que Molly e Arthur Weasley chegariam logo, ela perguntou a Harry o que havia acontecido.

– Snape matou Dumbledore.

– Não pode ser. – disse uma voz fraca.

As mãos de Harry sentiram um leve aperto sobre elas. Safira estava de olhos abertos, sua voz não passava de um sussurro.

– Filha, como você se sente?

– Com fome.

Foi muito difícil para Sirius conter o leve sorriso.

– Que história é essa sobre Snape? – perguntou Safira, ainda com a voz fraca.

– Foi o que você ouviu – Harry estava feliz por vê-la acordada, mas não queria repetir as mesmas palavras pela terceira vez.

– Não acredito – foi a única coisa que ela disse.

Seu rosto não estava sério, nem tenso, apenas indiferente. Parecia uma criança que não se deixava enganar pelas mentiras de um adulto, que aparentemente duvidava de sua capacidade.

– Por quê?

– Porque Snape jamais faria uma coisa dessas. Simplesmente por isso.

– O que a faz pensar que Snape não faria isso?

– Porque Dumbledore confia nele. AI!

Com um movimento imprudente e abrupto Safira tentou sentar-se, mas isso só fez com que sentisse um puxão sobre sua ferida, que Madame Pomfrey estava tentado fechar, e que se abriu novamente.

– Fique deitada, caso o contrário vai demorar para se recuperar – disse Madame Pomfrey.

– Eu vi com meus próprios olhos Safira. Não estou repetindo algo que ouvi, muito menos inventado coisas.

– Dumbledore nunca se enganaria sobre uma coisa tão séria – os olhos de Safira estavam desesperados.

– Eu sabia que ele não era flor que se cheire – disse Sirius, levantando-se rapidamente e se colocando de frente a uma janela, nem parecia que havia escutado a última frase da filha. – Como Dumbledore foi cair na conversa dele?

Harry então falou sobre como Snape conseguiu a informação que levou a morte de seus pais, e que havia dito a Dumbledore que não sabia. Em seguida explicou como que os Comensais conseguiram invadir o castelo. Cada um dos presentes foi contando o que lembrava sobre o ocorrido, juntando as partes do quebra-cabeça.

Enquanto a narrativa prosseguia lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Safira. Parecia que ela estava sem chão. As palavras que saiam da boca de todos pareciam incapazes de entrar em sua cabeça. A única coisa que lhe chamou a atenção foi a conversa entre Tonks e Lupin, que deixava muito claro o motivo das mudanças de comportamento da metamorfomaga.

– Remo, acho que você está exagerando – disse Sirius.

– Você sabe perfeitamente bem como posso ser perigoso, Sirius. Como posso estar exagerando?

– Concordo com meu pai – Safira finalmente se pronunciou, passou a mão nos olhos para secar os resquícios de suas lágrimas, e deu continuidade ao que dizia – Idade e bens materiais não deviam ser algo a se considerar, pelo menos não quando duas pessoas se amam. E quanto à transformação, existem formas de resolver isso. No terceiro ano isso não era um problema.

– Vamos deixar esta discussão para outra ocasião.

Hagrid apareceu e fez um breve relatório à professora McGonagall sobre como as coisas estavam caminhando, e avisar que os representantes do Ministério foram informados. Antes de ter que falar com as pessoas do Ministério, ela pediu que Harry a acompanhasse até sua sala.

Sabendo que sua namorada teria que passar a noite na Ala Hospitalar, Harry deu um pequeno beijo na testa de Safira, e seguiu a professora até sua nova sala, a sala do diretor.

Todos que ficaram na Ala Hospitalar, durante um tempo, permaneceram em silêncio. O canto da fênix ainda inundava o ambiente. Lina ficou do lado de Safira, enquanto Madame Pomfrey terminava de tratá-la.

– Lamento muito – disse Lina, de cabeça baixa.

– Pelo que?

– Se eu tivesse te encontrado mais cedo, entregado a poção a tempo, você não estaria neste estado.

– Bem, ainda estou respirando, então não tenho do que reclamar.

– Mas como você se machucou?

Durante uns segundos a grifinória ficou em silêncio, tentando lembrar do que aconteceu.

– Quando o Greyback veio atrás de mim, acho que ele deve ter conseguido me arranhar, mas...

– Como é que é?! – Sirius gritou. – Ele fez o que? Por que não falou antes? Ele veio atrás de você? Eu juro que...

– Pai, por favor, não foi nada. Lina e eu conseguimos nos livrar dele, e foi só um arranhãozinho bobo. Além do mais...

– Isso não parece um “arranhãozinho bobo” – interrompeu Lina.

– Ainda não terminei o que estava dizendo. Além do mais, quando fui atrás de Harry, senti uma coisa estranha – Safira levou a mão até a área enfaixada – Acho que fui atingida por algum feitiço ou coisa assim, porque quando Greyback me arranhou não chegou a me incomodar tanto.

– Mas podemos ficar tranquilos. – disse Lupin – Só a mordida de um lobisomem pode fazer alguém se transformar, um arranhão não é problema.

– Eu sei Remo, mas só de imaginar que ele ousou chegar perto da minha filha...

– Calma, Sirius. Também não gosto de imaginá-lo perto da minha afilhada, mas temos que pensar que o pior já passou.

– E seu braço, Safira?

A morena arregaçou a manga e ficou girando o braço direito para ter uma visão ampla de toda a sua pele. Havia cinco linhas avermelhadas, marcando por onde as garras de Greyback passaram, algumas com uma pequena linha de sangue seco.

– Não está tão ruim. Mas vou precisar de vestis novas. – disse, analisando o buraco que havia em sua roupa.

Safira se recostou novamente, e finalmente verbalizou um algo que não saia de sua cabeça.

– Será que vamos ter para onde voltar ano no próximo ano?

– Como assim? – perguntou Rony.

– Será que Hogwarts irá fechar, depois do que aconteceu?

– Isso não pode acontecer.

– Mas realmente é algo que pode acontecer. – disse Hermione – Eu não quero que Hogwarts feche, mas depois do que aconteceu... imagino que muitos pais não iriam querer que seus filhos voltassem.

– No quinto ano aconteceu a mesma coisa, e muitos voltaram. – disse Rony.

– A situação é um pouco mais complicada agora, querido – disse a Sra. Weasley.

– Mas não vale a pena discutir isso agora. A decisão está nas mãos dos diretores das casas, e, talvez, do Ministério – disse o Sr. Weasley.

– Bem, os pacientes precisam descansar. – Madame Pomfrey saiu de sua sala com uma tigela de água e alguns panos. – E está na hora de voltarem para seus dormitórios.

Após as despedidas cada um seguiu para seu destino, Sirius tentou convencer Madame Pomfrey de deixá-lo ficar mais um pouco, porém ela foi inflexível. Depois que todos saíram as cortinas ao redor do leito de Safira foram fechadas, para que ela pudesse se limpar e trocar de roupa.

Antes que percebessem, o ambiente ficou completamente silencioso. Não havia mais o canto melodioso da fênix do lado de fora. Ela havia partido de Hogwarts. Não estava mais entre eles. Assim como Dumbledore também os havia deixado.


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Notas finais do capítulo

Só vou dizer uma coisa, o próximo capítulo vai ser muito interessante.
Não digo mais nada.
Até lá.
E não, não iremos sumir desta forma novamente. Voto Perpétuo