Princesa Serpente - Secret escrita por Safira Michaelis Black, Alesanttos


Capítulo 28
Uma grande perda




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/208639/chapter/28

Sobre os protestos da Mulher Gorda os quatro deixaram seus aposentos e se dirigiram para o sétimo andar. Porém no meio do caminha esbarraram com a professora McGonagall, uma vez que não estavam preocupados em serem cautelosos.

– Vocês fazem ideia de que horas são? Por que estão fora de suas ca...

Uma explosão impediu McGonagall de terminar a frase.

– Voltem para seus quartos imediatamente – McGonagall já estava com sua varinha em mãos e se preparava para seguir em direção á explosão, quando percebeu que os quatro haviam feito a mesma coisa. – Eu disse para voltarem.

– Com todo respeito professora, vocês vão precisar de ajuda e acho que a senhora sabe que não pretendemos voltar para os quartos.

– Senhorita Diggory, não é hora para...

– Estupefaça.

Todos olharam para a direção que a varinha de Gina estava apontando. Dois Comensais estavam vindo em direção a eles, ambos haviam bloqueado o feitiço lançado pela grifinória.

– Everte Statum – Lina conseguiu acertar um dos Comensais, arremessando-o para longe.

– Incarcerous – disse o outro Comensal enquanto se protegia atrás de uma pilastra.

– RONY! – Hermione gritou quando viu as cordas negras indo na direção do ruivo e, por pouco, não acertando-o. Hermione fez um movimento rápido com a varinha mas não pronunciou nenhuma palavra, no segundo seguindo o Comensal que estava atacando-os se encontrava paralisado no chão.

Minerva terminou de nocautear o que Lina acertou anteriormente.

– Acho que estamos com sorte hoje – “pelo menos nas próximas duas horas”, completou em pensamento. Lina olhou para McGonagall, querendo deixar claro o que a diretora da Grifinória já sabia, eles não iriam recuar.

A cada segundo que passava a luta entre membros da Ordem e os Comensais da Morte ficava mais evidente, e como não havia tempo para discutir McGonagall se limitou a lançar um olhar de alerta sobre eles, deixando claro que queria que tomassem cuidado, e correu para ajudar os outros.

– Ok, para onde vamos? – perguntou Hermione.

– Acho melhor vocês seguirem a professora. Tenho que achar a Safira e entregar a poção para ela.

– Certo, mas você sabe onde ela está?

– Vocês trouxeram o Mapa do Maroto?

– Seria muito arriscado – disse Hermione. – Escondi no livro de Adivinhação de Gina. Até parece que alguém iria querer ler aquilo. – a última frase Hermione parecia dizer para si.

Lina parou para pensar um pouco, então teve um pressentimento estranho.

– Vocês podem ir, nos encontramos depois.

Assim que terminou a frase virou as costas para os três e correu em direção as escadarias, não sabia como, mas tinha certeza que tinha que seguir por esse caminho. Em nenhum momento ela parou para se questionar sobre onde deveria ir, apenas seguia em frente, e agradecia por não ter encontrado nenhum Comensal até agora.

Ela parou por um instante para recuperar o fôlego e apoiou uma das mãos em uma janela, assim que ia começar a correr novamente uma luz suspeita brilhou do lado de fora. Com certa dificuldade ela conseguiu ver de onde vinha aquela luz verde, e era bem encima do castelo. Embora não conseguisse ver completamente o que era, só o vislumbre de uma enorme cobra verde foi o suficiente.

– A Marca Negra – seus olhos se arregalaram quando as palavras saíram entre seus lábios.

Uma onda de adrenalina percorreu seu corpo, isso só podia significar uma coisa e ela se recusava a pensar nessa possibilidade. Ela estava com sorte, certo? Então ela conseguiria encontrar Safira antes que algo ruim acontecesse com ela, certo?

Mais e mais corredores desapareciam atrás dela.

Sua amiga estava bem, tinha que estar. Talvez elas não tivessem uma amizade tão longa quanto Harry tinha com Rony e Hermione, mas mesmo assim ela tinha uma ligação com Safira, ela até ousava compará-la a uma irmã, pois era assim que Lina via a descendente de Slytherin, e Lina se recusava a perder outro irmão.

Novamente a grifinória parou para recuperar o fôlego e se perguntava por que a escola tinha que ser tão grande. E depois se perguntou se a poção tinha passado do prazo de validade, já fazia algum tempo que procurava Safira e até agora nada. Havia um corredor à direita apenas a alguns passos de onde estava, mas antes que chegasse nele uma varinha saiu voando de lá. Lina se encostou à parede e olhou mais atentamente para a varinha. Sabia exatamente a quem ela pertencia. Tomando muito cuidado deu uma espiada no corredor.

– Fico me perguntando quanto tempo esse joginho ainda vai durar. – com uma voz animalesca, mais parecida com um latido, um homem assustadoramente grande e grisalho aproximava-se cada vez mais de uma menina morena bem menor que ele.

– Safira – sussurrou Lina.

Os olhos incrivelmente azuis da grifinória transbordavam de um ódio que Lina nunca pensou que veria na vida, ela se perguntava como aquele homem não havia congelado sob o peso daquele olhar, ainda que a loira não estivesse no campo de visão de Safira, era como se a temperatura tivesse caído drasticamente, pois um arrepio percorreu seu corpo.

– Por favor Fenrir – ela pronunciou o nome como se fossem velhos amigos, mas a falsidade era tamanha que chegava a ser mais intimidadora – acho que agora não é hora de jogos e sim de agir.

– Tem toda a razão.

Lina, que ainda estava paralisada pelo que via, quase soltou um grito quando viu Fenrir Greyback, a única pessoa que ela pensava ser capaz de provocar tamanha mudança nos olhos de Safira, agarrar bem no meio do braço da menor e aparentemente quase enfiar as garras (já que aquilo não chegava nem perto de serem unhas normais) na carne dela. Como se ela fosse feita de papel, ele a ergueu do chão apenas com uma das mãos, até que o ponto que seu pescoço estava bem próximo de sua boca.

– Acho que a hora de brincar já acabou. Para nós dois. Fico feliz por ter sido eu a encontrá-la.

A varinha de Lina estava quase pedindo clemência devido a força com que ela a apertava, principalmente depois do que viu: Greyback havia cheirado o pescoço de Safira, e sorrido como se estivesse diante do peru de natal mais suculento do mundo. Ela não podia continuar parada. No instante que ia dar o primeiro passo para sair de seu esconderijo seus olhos se encontraram com os de Safira, a raiva pareceu se dissipar completamente de suas orbes azuis e no lugar dela tinha surpresa e medo.

“Como só agora ela conseguiu sentir medo? E medo por mim?”, pensou Lina.

– O que está olhando? – perguntou Greyback.

– Concentre-se na adversária que está na sua frente antes de qualquer coisa. – Safira recompôs rapidamente sua expressão.

– Como? Adversária que está na minha frente? – a voz de Fenrir tinha um leve tom de deboche. – Ah. Como se pudesse te considerar uma adversária. Nem varinha você tem.

– Mas eu tenho. Flipendo.

O enorme vaso para o qual Lina apontou voo diretamente em direção a Greyback atingindo suas costas de forma que o impacto fez com que ele soltasse o braço de Safira, que caiu de lado chão, no segundo seguinte ela estava correndo para pegar sua varinha. Quando se virou para encarar o adversário viu que ele corria em direção a Lina, mas esta conseguiu lançar um feitiço que o jogou para longe. Mesmo assim ele levantou e em seus olhos estava o desejo por sangue, ele lambeu os lábios como se imaginasse que gosto a loira teria.

No instante que ele começou a correr em sua direção novamente Lina apontou sua varinha para uma pilastra.

– Bombarda Maxima.

Com uma explosão estrondosa a pilastra veio a baixo, e isso fez com que Greyback recuasse para não ser atingido pelos destroços, ela repetiu o mesmo ato com a que ficava do lado oposto da primeira, torcendo para que alguma pedra enorme tivesse caído sobre o lobisomem, ainda que isso não tivesse acontecido o corredor ficou bloqueado.

– Vamos – disse Lina, puxando Safira e obrigando-a a segui-la.

Quando finalmente se permitiu parar, Lina pegou o frasco de vidro que mantinha guardado (agradecendo por ele não ter quebrado) e entregou para Safira.

– O que é isso?

– É a Felix Felicis.

– Eu sei. O que eu quis dizer é por que você está com isso? E por que está me entregando?

– Harry nos deu a poção antes de ir. Ele disse que Draco estava armando algo e que devíamos esperar um ataque, ele quis que ficássemos com a poção por precaução. Gina, Rony, Hermione e eu já bebemos, só está faltando você. É melhor se apressar.

– Obrigada.

Safira abriu o frasco e estava pronta para tomar seu conteúdo, Lina ficava balançando de um lado para o outro inquieta então resolveu encostar-se à parede. No segundo que saiu do lugar um feitiço passou a poucos centímetros de seu rosto e acabou atingindo Safira, jogando-a para longe e fazendo com que batesse as costas no chão. Ao seu lado estava um frasco quebrado e tudo que havia sobrado da poção estava esparramado pelo chão.

– Safira!

Por pouco Lina não foi atingida por um feitiço. Enquanto ela e o Comensal travavam uma batalha de igual para igual Safira pegou sua varinha e sem pronunciar uma palavra fez com que uma armadura completa se chocasse contra o adversário da grifinória.

– Nossa. Tenho que melhorar meus feitiços mudos. – disse Lina com um leve sorriso.

– Mas você estava se saindo muito bem. – disse Safira, se levantando com algum esforço.

Lina olhou para os cacos de vidro no chão e não pode esconder o olhar de tristeza e medo pela amiga.

– Bem, para onde vamos agora? – Safira reparou no olhar de Lina mas não disse nada.

– Não sei ao certo onde todos estão. Rony, Hermione e Gina foram ajudar a professora McGonagall com os Comensais, mas...

A loira parou de falar quando sentiu o teto tremer, que veio junto ao barulho de algo explodindo.

– Não queremos chegar atrasadas na festa, não é mesmo?

Dito isso Safira seguiu em direção as escada para ir para os andares superiores. Sempre prestando atenção para não ser pega de surpresa. Assim que chegaram ao sexto andar, Lina avistou seus amigos, mas eles claramente não precisavam de ajuda.

Safira mal teve tempo de analisar a situação e foi atingida nas costas por um feitiço que a fez cair no chão e gritar de dor. Era como se ela estivesse presa a uma estaca e sendo queimada viva, ao mesmo tempo parecia sentir uma descarga elétrica percorrendo sua coluna e fazendo-a se contorcer.

Lina olhou em volta e viu o Comensal que apontava a varinha para Safira, e ele possuía uma expressão que dizia que aquilo era a coisa mais divertida do mundo. No desespero Lina disse o primeiro feitiço que lhe veio a cabeça e com isso fez com que o homem caísse completamente paralisado no chão.

– Você está bem? – perguntou para Safira assim que se aproximou dela.

A morena colocou a mão sobre o peito como se quisesse confirmar que seu coração ainda batia, seu peito subia e descia aceleradamente.

“Hoje não é meu dia”, pensou.

Depois de respirar fundo olhou para Lina e finalmente falou:

– Estou ótima. Mas não se distrai comigo, estamos no meio de uma batalha.

– Sem ofensa mas a única que corre algum perigo aqui é você.

– Esqueci. Hoje você está com sorte.

– Muita – Lina sorriu para a amiga e a ajudou a se levantar.

Durante dez minutos as duas ficaram batalhando com todo e qualquer Comensal que tentasse ataca-las. Não tiveram a chance de se aproximar dos três grifinórios que estavam do outro lado do corredor, a loira não conseguia deixar de se preocupar com eles, mas Safira parecia concentrada demais na própria batalha para reparar em quem quer que esteja a sua volta. Então, depois de jogar o Comensal para longe algo chamou sua atenção.

– Aquele é o Snape? – perguntou Lina, olhando na mesma direção da morena. – Ele está junto com aqueles Comensais? – disse quando viu os outros três que andavam quase ao lado do professor de poções, não podendo evitar a voz de espanto e raiva que saiu de seus lábios. – E aquele é... Draco?

Um sentimento além de espanto pareceu transbordar no coração de Lina quando avistou o garoto loiro, mas ela não soube identificar o que era.

Quando olhou para Safira viu que seus olhos azuis estavam incrivelmente arregalados enquanto acompanhava a pessoa que apareceu repentinamente no lugar e estava, obviamente, correndo atrás de Snape o dos Comensais que estavam com ele.

– Harry.

Sem pensar duas vezes Safira começou a correr atrás do garoto de cabelos pretos e rebeldes.

“Se os Comensais o atacarem...”, não conseguiu concluir o pensamento.

De repente sentiu uma fisgada do lado esquerdo de seu corpo, mas não deu a mínima importância. Lina queria correr atrás dela, mas o Comensal que paralisou antes apareceu, e não estava nem um pouco feliz.

Um feitiço perdido acertou a parede perto de Safira e por pouco ela não foi atingida por algumas pedras que caíram, porém teve que esperar parar de tossir devido a fumaça.

– Safira, onde está indo?! – reconheceu a voz de Lupin, mas não se permitiu olhar para trás tinha que correr.

Quanto mais ela andava, mais parecia que o ar estava sendo roubado de seus pulmões, e chegou o momento que ela estava tão tonta que teve que parar e se agachar no chão antes que desmaiasse. O ar fresco fora do castelo ajudava um pouco, e enquanto recuperava o fôlego uma luz distante chamou sua atenção, até que percebeu que algo estava pegando fogo. Mesmo ainda tonta ela se levantou e reparou em outras luzes do lado das chamas. Duas pessoas duelavam, e a grifinória até podia imaginar quem eram.

Depois de dar mais dez passos uma das pessoas que duelava, Snape, foi atacado por um hipogrifo que apareceu do nada, então ele correu até passar pelos portões e desapareceu na escuridão da noite. Harry se aproximou de Hagrid e o ajudou a apagar as chamas de sua cabana. Como sabia que no estado que estava não seria capas de fazer nada achou que o melhor seria voltar para o castelo, porém parou quando sentiu um arrepio em sua espinha. Sentia que estava sendo observada.

*

Quando finalmente atravessou as portas do castelo a grifinória se recostou em uma parede e deslizou até ficar sentada no chão, a tontura estava pior então colocou a abeca entra seus joelhos e fechou os olhos. O barulho de vários passos apreçados pelo corredor a fizeram levantar a cabeça, e viu que algumas pessoas caminhavam para algum lugar que ela não se preocupou em identificar agora. Apenas queria descansar.

– Safira! – uma voz chorosa veio da direção que as pessoas seguiam. – Eu sinto muito, deve estar sendo difícil para você também.

– Lina, o que foi? Do que você está falando? – a morena se sentia mais exausta a cada segundo que passava.

– Você ainda não sabe?

– Sei o quê?

– Dumbledore. Ele... – as lágrimas transbordavam dos olhos da loira, que parecia incapaz de terminar a frase devido aos soluços.

– O quê que tem o professor? Onde ele está?

– Acho melhor você não ir vê-lo.

Só agora a grifinória parou para observar as pessoas que seguiam o mesmo caminho, todas pareciam aflitas e nervosas. Sem pensar no que estava fazendo resolveu segui-las, mesmo Lina protestando.

Bem de baixo na Marca Negra, sob a torre de Astronomia, havia várias pessoas que estavam em volta de algo. Safira, com a visão começando a ficar meio embaçada, abriu caminho. Lá estava Harry, sentado ao lado de um corpo, que Safira reconheceu como sendo de Dumbledore. Sentiu uma mão repousar sobre seu ombro, e apertá-lo carinhosamente. Quando a morena abaixou a cabeça, tentando assimilar o que via, reparou que suas roupas estavam com uma mancha estranha na altura de sua cintura. Levou a mão direita, que estava meio trêmula, até o local e sentiu algo molhado. Com a visão ainda mais embaçada olhou para a mão e percebeu que a mesma estava coberta por um líquido vermelho. Ela imaginou que isso era resultado daquela fisgada que sentiu quando estava saindo do castelo.

– Meu Deus. O que aconteceu? – a voz de Lina estava distante aos ouvidos da morena.

No segundo seguinte sentiu o chão ficar mais próximo de seu rosto, e então tudo ficou preto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Princesa Serpente - Secret" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.