Princesa Serpente - Secret escrita por Safira Michaelis Black, Alesanttos


Capítulo 26
Um aniversário não muito feliz




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Harry não pode deixar de ficar pensando o que perturbava tanto Lina durante essas duas semanas. Primeiro ele pensou que poderia ser pelo fato de não terem comemorado seu aniversário como deveria, mas ela própria lhe disse que não era muito fã de festas assim e que não se importava de não comemorar o aniversário, eles lhe deram presentes de qualquer forma, mas quando Harry percebeu que seus pais não mandaram nada ele imaginou que poderia ser esse o problema. Chegou a pedir para Safira perguntar de forma sutil para saber se era isso, mas nem foi preciso.

Eles aproveitaram a primeira manhã de folga que Harry teve do trabalho nos arquivos e caminharam pelos terrenos do castelo, até pararem perto do lago, onde estava completamente calmo e silencioso.

- Lina me contou que os pais nunca foram do tipo de dar presentes de aniversário. E que para ela era um pouco mais complicado já que nunca sabiam o que iria agradá-la. Mesmo não sendo uma coisa boa ela disse que deixou de se importar com isso há algum tempo. Eles se esforçam mas quase sempre não dá muito certo. – Safira suspirou como se não soubesse o que pensar do assunto. – Eles também não são do tipo que dão presentes sem motivo.

- O aniversário da filha deles não é um bom motivo? – Harry pareceu indignado.

- Como eu disse, eles não sabem o que agradaria a Lina. E principalmente depois... – Safira desviou o olhar, porém Harry conseguiu ver a expressão de pena em seu rosto.

- Depois do que?

- Depois da morte de Cedrico as coisas devem ter complicado um pouco. Você se lembra como Amos Diggory ficou no final do Torneio Tribruxo.

Sem dúvida Harry lembrava. Não conseguia esquecer a expressão de dor e perda no rosto do Sr. Digorry depois que ele viu o corpo do filho.

- Eu só estou supondo agora, Lina deve ter sofrido muito também, a família inteira deve ter demorado para superar, e suspeito que não tenham superado totalmente ainda.

- Baseado no que você diz isso?

Safira suspirou, parecia que iria entrar em um assunto que não lhe agradava.

- Se você contar para Lina o que vou dizer agora, juro que lanço um Avada Kedavra em você – Safira levantou a varinha e apontou para o rosto de Harry.

- Certo – com muito cuidado ele usou a mão para tirar a varinha de sua frente.

- Ela não deve se lembrar, mas no dia da última prova do Torneio Tribuxo eu estava sentada do lado dela, e acredite, quase não a reconheci quando a vimos no trem. A franja, o cabelo repicado, a maquiagem trouxa, ela não usava nada disso na época. E quando você voltou com o corpo de Cedrico, você nem pode imaginar como ela ficou arrasada.

- Pior que o pai dela?

- Depende do ponto de vista. Sem dúvida ela não chorou tanto, só que parecia perdida, como se não soubesse o que fazer, os olhos dela... nem sei como descrever. E aposto que na casa deles não deve ter sido mais fácil. Aposto todo ouro que tenho no Gringotes que eles devem ter se distanciado, mesmo que um pouco, nesse meio tempo.

Harry tentou digerir o que acabou de ouvir. Nunca parou para pensar em como deve ter sido para Lina ver o irmão dela morto. Claro que ela deve ter sofrido, isso era mais que óbvio, no entanto, a Lina que ele conhece agora, ele nunca imaginou que ela fora diferente.

- Você diria que ela está melhor agora?

- Sem dúvida – um sorriso radiante brotou no rosto de Safira. – Depois que prenderam Rabicho em Azkaban ela pareceu se sentir mais aliviada. E afinal de contas, quem não conseguiria recuperar o bom humor tendo amigos que te colocam em perigo constante e nas mais loucas aventuras? Acho que qualquer médico recomendaria.

Safira não olhou nos olhos de Harry, mas soltou uma risada maravilhosa e começou a olhar para o lago.

O grifinório não pôde deixar de pensar que o que Safira acabara de dizer poderia se referir tanto a Lina quanto a ela própria. Quando pensava na Safira que conheceu no Largo Grimmauld há quase dois anos e na garota que estava sentada ao seu lado, e que por sinal era sua namorada, a diferença era evidente.

- Bem, já disse o que tinha que dizer – ela se pôs de pé. – E em minha opinião não é o aniversário da Lina que a fez ficar meio pra baixo nesses dias.

- E o que você acha que é? – Harry se levantou com a ajuda de Safira.

- Não tenho certeza. Mas tenho certeza que você, e sua grande mania de investigar as pessoas até descobrir o que quer, vai descobrir mais sedo ou mais tarde.

O moreno fez uma cara que deixava claro que não gostou da observação da grifinória, porém quando ela lhe deu um beijo na bochecha e o puxou pela mão para voltarem para o castelo ele não se importou mais.

*

Os dias foram passando e Harry não sabia o que estava acontecendo com Lina, esta manhã ela estava pior do que nunca, ele poderia estar exagerando ao pensar assim, mas era quase como se Lina tivesse sido colocada frente á frente com um dementador e tentasse esconder, o que coseguia fazer bem, se não fosse pelo fato de que o que a entregava não fosse seu rosto e sim a “aura” ao seu redor.

Todos estavam conversando na mesa de café da manhã quando Lina entrou com a cara de entediada no salão e se sentou entre Safira e Hermione.

- Chegou no horário hein, Lina  disse Rony.

- Não enche, eu to com sono.

- Bom dia?  disse Safira, parecendo pensar duas vezes nas palavras que iria usar como medo de cometer um deslize.

- Bom... dia  ela disse calmamente e bebendo um pouco de suco de abobora do copo com a cabeça baixa.

- O que você tem?  perguntou Hermione tirando a atenção do seu livro.

Neste momento as corujas entraram pelas janelas aos montes, ninguém na mesa esperava receber alguma coisa, de repente duas corujas sobrevoaram o grupo, e ambas deixaram uma entrega cair na frente de Lina: uma trazia duas cartas e a outra um pequeno pacote quadradinho que estava embrulhado em um papel rosado. Ela não pôde esconder a surpresa que sentiu quando viu o embrulho.

- Nossa Lina... Que pacotinho lindo. De quem é? – perguntou Hermione

- Eu não sei, que estranho... – ela olhava para o embrulho como se esperasse uma explosão ou algo parecido. Também não conseguiu evitar de pensar quem mandaria algo para ela embrulhado em papel cor-de-rosa, ela nunca foi muita fã dessa cor, e depois do quinto ano pode-se dizer que desenvolveu uma “fobia” por rosa, ainda mais velinhas com cara de sapo que usavam rosa.

Lina começou a desembrulhar o pequeno pacote rosado e dentro dele havia uma pequena caixa preta que aparentava ter sido guardada durante um bom tempo. Dentro havia um lindo colar prata, com um pingente em forma de um laço.

 - Pensei que seus pais não te davam presentes por nada? – disse Harry

- Mas não dão... O quê?

Safira deu uma cotovelada na barriga de Harry que se inclinou para a frente.

- Harry estava preocupado com você, sobre aquele lance do seu aniversário, e eu disse para ele o que você me falou, sobre não se importar e coisa e tal?

- Certo – Lina não pareceu muito feliz de imaginar que falavam dela pelas costas, no entanto resolveu esquecer o assunto. – Enfim, as castas são dos meus paus, essa caixa não é de nenhum deles.

- Então de quem é? – perguntou Rony

- Eu não sei, não conheço essa coruja e não gosto de rosa.

Safira apoiava o queixo na mão e olhava para o teto com o rosto pensativo.

- Safira? – disse Lina.

- Sim?

- Que cara é essa?

- Só estou pensando em que poderia ter mandado esse presente para você. Hoje é algum dia especial?

- Bem... – parecia que uma sobre cobriu seus olhos.

Lina começou a procurar algum bilhete mas não havia nada, pegou e colocou o colar de volta na caixinha não ia usa-lo até descobrir de quem era, ela abriu as cartas de seus pais e parecia não saber se ficava triste ou feliz.

- Vamos? Nós temos aula.

*

Enquanto Lina e Hermione estavam na aula de Runas Antigas, Safira, Harry e Rony estavam na sala comunal fazendo o dever de Poções. Harry não pode negar que nesse momento estava sentindo saudade do livro do Príncipe, não sabia quanto tempo ia demorar para Slughorn achar que a queda no seu desempenho não tinha relação alguma com ter uma nova namorada. Embora tenha sido graças a tal namorada que ele não estava se saindo tão mal quanto poderia, Safira era um ótima professora de Poções.

Outra coisa que não podia negar, fazia um bom tempo desde a última vez que ele pensara no livro, em parte ele tinha certeza que era por causa da detenção, que fazia ser cérebro quase pifar, e ele imaginou que o outro motivo era por causa de sua preocupação com Lina.

Harry olhou para Safira e percebeu que ela estava olhando para a lareira enquanto passava as plumas da pena em seu rosto, de forma totalmente distraída. Ultimamente ela parecia estar muito pensativa.

- Safira. – ela permaneceu olhando para a lareira. – Safira. – dessa vez ele a cutucou.

- Ai. Que susto Harry.

- No que você está pensando?

- Espero que esteja pensando em nos emprestar sua lição de Poções – disse Rony.

Ela olhou para a própria tarefa e pareceu razoavelmente satisfeita com o que fez e entregou para Rony.

- Lembre-se de não fazer nada muito parecido, e veja se consegue entender a matéria.

- Sim. Sim. – Harry tinha certeza que o amigo não escutou.

Safira fez um gesto com o dedo indicando um canto da sala comunal, sem pensar duas vezes Harry a seguiu.

- Tenho a impressão que descobri o porquê da Lina estar tão estranha ultimamente.

- Sério?

Safira se limitou a acenar com a cabeça.

- Lina reagiu de forma estranha quando eu perguntei se hoje era algum dia especial. Você sabe que dia é hoje?

Harry demorou um pouco para ter certeza, havia perdido a noção do tempo.

- 24 de junho.

Ele começou a pensar em como estava feliz do ano estar acabando, mal podia esperar para visitar os Weasley n’A Toca e possivelmente ficar um tempo com Sirius e Safira no Largo Grimmauld, ficou imaginando se o padrinho o trataria de uma forma um pouco diferente por Harry estar namorando a sua filha. A ideia pareceu diverti-lo. Sua mente começou a viajar imaginando se Voldemort nunca tivesse arruinado a vida dele matando seus pais, e se, por culpa dele Sirius nunca tivesse ido para Azkaban e sim vivendo ao lado de Safira e de sua mãe desde o começo, se tanto os pais de Harry como os de Safira ficariam felizes em ver seus filhos juntos.

- Você nem imagina o que aconteceu no dia de hoje para Lina estar tão triste?

O grifinório voltou para a realidade.

- Eu... – ele começou a remexer seu cérebro a procura da informação.

A morena revirou os olhos e se aproximou dele, e disse em um sussurro:

- Hoje é o aniversário da morte de Cedrico.

Assim que concluiu a frase Lina e Hermione entraram na sala comunal, Lina segurando a caixa do colar que ganhara de manhã.

O moreno pensou e se aproximar da amiga e falar com ela, mas Safira bloqueou seu caminho com o braço e lhe mandou uma mensagem silenciosa com os olhos: “não fique cercando ela nem demonstre que está com pena, ela não vai gostar”.

- E ai Lina, quando você vai usar o presente de seu admirado secreto? – Safira sorriu e se aproximou da loira com muita naturalidade, como se não tivesse acabado de soltar uma bomba nos braços de Harry.

Ela é uma boa atriz, Harry pensou.

As duas começaram uma discussão amigável sobre o presente com Safira não parando de dizer que Lina tinha um admirador secreto e Lina retrucando dizendo que imaginava que era, e que essa pessoa não era um garoto. Parecia realmente se divertir com isso.

Ele se preparou para fazer o mesmo, agir com naturalidade e não forçar um assunto que Lina não estava a fim de trazer a tona. Quando ela estivesse pronta e quisesse conversar, ele, e todos, estariam prontos para ouvi-la e dar apoio.


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