Princesa Serpente - Secret escrita por Safira Michaelis Black, Alesanttos


Capítulo 24
Resolvendo um problema


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez não demoramos tanto, vamos tentar manter esse ritmo. Mas vamos ter várias provas essa semana, então o próximo capítulo deve sair até no máximo duas ou três semanas, disso não passa, prometemos. Voto Perpétuo.



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Todos estavam no mais absoluto silêncio, os olhos de Lina corriam para o rosto de todos, esperando uma resposta. Finalmente o ataque de fúria de Harry parecia ter passado, porque ele olhava tanto para Safira quanto para Lina com espanto.

– Isso é verdade? – Lina perguntou. – Safira, você realmente é... descendente de...

Safira lançou um olhar para Harry que dizia “muito obrigada”, com um evidente sarcasmo.

– Isso é impossível. Quer dizer... não é impossível que exista um descendente de Slytherin vivo hoje em dia, mas é impossível que você seja.

– Por quê? – Safira perguntou sem olhar nos olhos de Lina.

– Como assim?

– Por que é impossível?

– Bem, se você fosse, de fato, descendente dele, provavelmente você estaria na Sonserina, e não na Grifinória.

Safira finalmente olhou nos olhos da loira, e era quase como se seu rosto não conseguisse demonstrar nenhuma emoção. Na verdade ela estava evitando isso.

– O que uma coisa tem a ver com a outra?

– Bem...

– Você não é selecionado para uma casa baseado em seus antepassados, mas por sua personalidade. Claro, se Slytherin estivesse vivo hoje é bem provável que ele me escolhesse para a sua casa porque temos o mesmo sangue. Porém ele não está, o que ele foi e fez não vai interferir em quem eu sou agora. – Safira fez uma pequena pausa para analisar o rosto de Lina, que parecia meio sem graça e meio espantada. – Além do mais, se estou na Grifinória, e não na Sonserina, significa que sou mais corajosa do que ambiciosa.

Assim que terminou de falar, Safira pegou sua bolsa com os livros e se dirigiu para o dormitório feminino, entretanto uma mão em seu pulso a impediu.

– Espere um pouco. – disse Lina. – O que você disse faz sentido e me desculpe se te ofendi de alguma forma. Só que o que eu não entendo é o porquê de você não ter me contado nada até hoje. – Lina olhou para o trio que permanecia quieto. – A quanto tempo eles sabem?

Com um movimento delicado Safira livrou seu pulso do aperto de Lina e se virou para olha-la nos olhos.

– Verdade. Eu não pretendia te contar tão já. Primeiro porque já foi um choque para você quando descobriu que Sirius Black era meu pai, e muita informação de uma vez não parecia uma boa ideia. – Safira esperou que Lina desse algum sinal de que estava compreendendo seu raciocínio, e assim que a loira acenou com a cabeça ela continuou. – Segundo, porque, mesmo não me envergonhando das minhas origens, eu queria evitar ao máximo a reação que você teve agora. Não queria que as pessoas começassem a me olhar como se eu fosse exterminar todos os nascidos trouxas dessa escola. Como se eu e Salazar Slytherin pudéssemos compartilhar exatamente as mesmas ideias. Embora não negue que independente do que ele pregava, ele nunca desistia de seus objetivos, e isso é admirável.

Lina ficou quieta, esperando a resposta para a segunda parte de sua pergunta.

– Desde o natal do ano passado. E devo confessar que é muito provável que Harry, Rony e Hermione só descobrissem esse ano, ou até mesmo bem depois, se dependesse se mim. Eles só descobriram que eu era filha de Sirius por causa de um pequeno descuido, a mesma coisa com o fato de eu ter uma ligação com um dos fundadores de Hogwarts, não passou de um acidente, algo definitivamente não planejado.

– Mas isso não é justo. – depois disso Lina falava de forma muito acelerada. – Você não me deu nenhum crédito. Não tinha como saber como eu reagiria. E você poderia ter esperado uma reação melhor da minha parte. Devíamos contar tudo uma para a outra,confiar uma na outra. E você esconde de mim uma coisa tão importante quanto...

Chega.

Safira quase gritou, mas conseguiu se conter o bastante para não ser algo estrondoso.

Os olhos de Lina se arregalaram e inconscientemente ela deu um passo para trás. Tanto ela quanto Rony e Hermione ouviram a mesma coisa. Não foram palavras que saíram dos lábios de Safira, mas sibilos, vários “s” arrastados, extensos, sons reptiliano.

– Safira... Você...

– Acho que se existia alguma dúvida se sou ou não descendente de Slytherin, ela foi tirada agora. – Safira deixou escapar um suspiro longo e pesado. – Vou para a minha cama agora.

– Safira.

Dessa vez quem falou foi Harry, ele deu um passo para frente em direção a escada do dormitório feminino. Safira virou a cabeça, mas não o suficiente para olhar na direção de Harry, parecia que ela estava refletindo muito sobre um assunto. A voz de Harry demonstrava uma evidente tristeza quando disse seu nome.

– Até amanhã – foi tudo que ela disse antes de começar a subir.

Antes que o grifinório pudesse dizer mais uma palavra, a morena já havia desaparecido escada acima. Sem pensar no que estava fazendo Harry correu atrás dela, só que assim que chegou ao sexto degrau da escada ela se transformou em um escorregador e ele deslizou de barriga até o final dela, havia se esquecido do feitiço que impedia meninos de irem até o dormitório das meninas.

– Harry – disse Hermione, se aproximando do amigo. – Acho que é melhor não incomodarmos a Safira agora. Ela parecia...

– Chateada? Brava? Magoada?

– É. – Hermione respondeu, um pouco sem graça.

– Até amanhã ela esquece. – disse Rony, se esforçando para tranquilizar o amigo.

– Por que será que estou duvidando muito disso? – perguntou Harry, mais para si mesmo do que para qualquer outro.

*

Seu pressentimento provou estar certo.

Na manhã seguinte Safira nem dirigia a palavra para Harry, muito menos olhava em seu rosto. Se ele tentava conversar ela fingia que não escutava, se ele se aproximava ela olhava para o outro lado e acelerava o passo.

Ele não sabia o que fazer.

De fato se sentiu mal por contar um segredo que não era dele, porém não foi tão ruim quanto poderia ter sido, já que foi Lina quem escutou. Isso não faz com o que ele fez estar menos errado. Mesmo ele estando bravo na hora sabia que não poderia usar isso como desculpa pelas suas ações, sem contar que ele foi injusto com a Safira por ter gritado com ela daquele jeito. Já eram duas coisas para se desculpar.

Seu dia piorou quando a professora McGonagall concordou que Harry recebeu uma punição adequada, e mais tarde quando ele teve que contar para o time sobre a detenção com Snape e ter que suportar os olhares de raiva e desanimo.

– O dia hoje não podia ser melhor – disse Harry para si mesmo.

Quando teve um tempo livre resolveu dar uma volta pelo castelo, até que sem perceber estava no sexto andar. Achando que seria melhor voltar logo para a sala comunal, ao se virar, viu Safira descendo uma escadaria, parecendo muito tensa.

Talvez ela não estivesse no seu melhor dia, mas Harry tinha que tirar essa história a limpo o quanto antes, não queria ficar brigado com Safira para sempre e nem mesmo se distanciar dela.

Logo que ela se virou para descer mais um lance de escadas Harry pegou em seu braço e a puxou para o corredor.

– Ai.

Harry não percebeu que seu aperto estava tão forte, talvez estivesse mais nervoso do que pensava.

– O que você quer? Me solta.

Com um puxão Safira se livrou do aperto do moreno.

– Desculpa – disse Harry.

– Eu tenho mais o que fazer.

– Tipo o que? – ele perguntou assim que viu que ela se afastaria.

– Por quê? Vai espalhar para outras pessoas também?

Era impossível negar que aquilo o fez se sentir mal.

– Podemos conversar, por favor?

Depois de bufar e pensar por um momento Safira fez sinal para que Harry a seguisse. Eles subiram até o sétimo andar e a morena passou três vezes na frente de uma das paredes, que logo em seguida era uma enorme porta.

A Sala Precisa estava completamente vazia, não havia nada nas paredes e o teto só possuía um enorme lustre que mantinha o ambiente iluminado, a única coisa que havia eram dois pufes enormes no meio da sala. Safira sentou-se em um, cruzou as pernas e olhou para Harry com um olhar de “estou esperando”.

– Ahn... – sem dúvida Harry estava sem graça. – Bem, uma das coisas que eu queria dizer é que eu sinto muito por ter dito o seu segredo daquele jeito, ainda mais na frente de algum, mesmo sendo a Lina. – a última parte ele disse mais para si mesmo. – Depois eu queria pedir desculpa por ter gritado com você. Eu estava com raiva, Snape me deu uma detenção, não posso jogar na partida de quadribol contra a Corvinal e estou com um peso enorme nos ombros. – Harry não evitou de lembrar de sua última aula com Dumbledore. – Contudo, eu não devia descontar em ninguém, muito menos você, ainda mais depois de todo apoio que você me deu até hoje.

Os olhos de Safira estavam fixos no rosto de Harry, e ele não sabia o que fazer, já havia dito tudo que tinha para dizer e estava com medo de Safira não aceitar suas desculpas.

– Sabe o que mais me deixou brava quando você deixou meu segredo vazar? – era uma pergunta que Safira não esperava por uma resposta. – Não foi nem o fato de Lina ter escutado, se bem que eu nunca esperei que ela descobrisse desse jeito, mas que outras pessoas poderia ter ouvido. Você gritava tanto que, honestamente, achei um milagre ninguém ter acordado. Se outras pessoas ouvissem, aí sim teríamos um sério problema. – ela se pôs de pé, cruzando os braços. – E tenho que confessar que parecia, mesmo que só por um segundo, que você realmente acreditava no que disse, sobre eu me importar mais com Draco do que com você.

– Eu já sei que ajo como um idiota às vezes. Durante a noite pensei no que aconteceu e entendi perfeitamente o seu lado.

– Que bom.

– Então, o que você me diz?

Safira se aproximou com olhos que mais parecia da sua forma animago do que humana, ferozes, calculistas, parecendo prestes a dar o bote. Ela segurou a gola das vestes de Harry com tanta força que ele se surpreendeu. Ele fechou os olhos esperando levar uma surra.

O que ele sentiu o atingiu com mais força que um soco. Os lábios de Safira pressionaram os dele com tanta com um mescla perfeita de agressividade e doçura que Harry sentia que cairia no chão assim que ela o soltasse. Nenhuma outra garota o fez se sentir desse jeito antes, e sem dúvida era uma das melhores sensações que ele sentiu na vida.

Quando seus lábios se afastaram e Safira soltou sua gola ambos estavam ofegantes.

Então a grifinória, com a mão em punho, deu uma pancada de leve no topo da cabeça do moreno.

– Da próxima vez que você fizer uma burrada dessas vai se arrepender.

– Não duvido.

O grifinório tinha um leve sorriso em seu rosto e ambos se dirigiam para a porta, tinham que correr para a sala comunal e preparar as coisas para a aula de Astronomia que teriam essa noite.

– Safira?

– Sim?

– Posso te pedir um favor?

*

Finalmente chegou o dia do grande jogo, todos estavam muito nervosos e Harry estava preso em sua detenção onde teria que limpar e organizar pilhas e mais pilhas de arquivos velhos e empoeirados.

Enquanto Harry estava fazendo a coisa mais chata que podia imaginar o jogo estava prestes a começar. Gina havia substituído Harry na posição de apanhador, e a pessoa escolhida para ocupar temporariamente a vaga de artilheira foi Safira. Katie, para deixar a colega mais tranquila disse que estava feliz de ter a oportunidade de ver suas habilidades em capo, já que todos diziam que ela era incrível.

Gina assumiu a frente e apertou a mão de Cho.

Todos os jogadores montaram em suas vassouras á espera do sinal de inicio do jogo.

– Boa sorte – disse Katie para Safira.

– Obrigada. Para você também.

Madame Hooch se posicionou.

– Eu quero um jogo limpo.

Assim que ela tocou seu apito a gole foi posta em jogo e os artilheiros se apressaram para pega-la.

Todos da Grifinória tinham consciência de que esse jogo era decisivo. E não dariam nada menos que o seu melhor.


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Notas finais do capítulo

Esperamos que tenham gostado do capítulo.
Desculpe se ele estiver muito rápido ou parado, estávamos meio sem inspiração.
Até o próximo capítulo.
o/



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